História Vingança? - Segredos

M e l i s s a

- Eu te disse. – Jaime falou, convencida.

Fui em silêncio do hospital até chegar em casa.

- Bruno me ligou hoje. Parece até que está pressentindo. – riu.

- Por que está me ajudando? Nós nunca fomos próximas! – Jaime me direcionou um olhar terno. – Nunca tivemos uma amizade! – meus hormônios estão fora de controle.

- Só quero ver meu irmão feliz. E você Melissa, é a felicidade dele.

A encarei.

E comecei a chorar. Jaime me abraçou.

- Você tem que contar a ele. – sussurrou.

- Eu sei... - tentei falar.

(...)

Jaime se despediu dizendo que iria até a minha antiga mansão ver se tudo estava em ordem na ausência do Bruno. Depois voltaria para o Havaí.

Sentei na cadeira, cansada.

Parece que esse pequenino aqui me suga de dentro pra fora. Quando não estou com fome, estou morrendo de sono, e quando não estou com sono, estou vomitando tudo o que comi antes.

Fechei meus olhos.

Estou grávida de 2 meses. Quer dizer, oito semanas. Esse guerreirinho aqui tem enfrentado comigo os piores momentos da minha vida.

E mesmo assim estou considerando a pior alternativa.

Se eu levar essa gravidez adiante, ficarei eternamente ligada ao Bruno.

Além do mais, como vou criar uma criança nesse meio que vivo? Lidando com pessoas perigosas, lidando com drogas?!

Peguei meu celular.

E liguei para ele.

- Mel? – atendeu, com uma voz de sono.

Não sei onde Bruno está no momento e nem que horas são por lá, não faço questão de acompanhar nada da turnê.

Mas foi eu ouvir sua voz e imediatamente imaginei seu corpo envolvido no lençol... Os cachos bagunçados, o corpo quente... A cama desarrumada, assim como a deixávamos todas as manhãs.

Engoli em seco.

Era desse jeito que ele acordava todo dia.

- Melissa? – sua voz engrossou.

- Bruno, erm... – pigarreei. – Desculpe, eu ligo outra hora, tá na cara que você estava dormindo.

- Não, eu... estava morrendo de saudades de conversar com você. De ouvir sua voz. Fala comigo.

- Quando você volta? Precisamos conversar.

- Se você me pedir, volto hoje. Agora.

Fechei meus olhos de novo, imaginando agora Bruno em cima de mim, seus lábios me tocando, suas mãos me acariciando em todos os lugares. Sinto sua respiração quente em meu rosto, sua pele macia me enlaçando... Seus gemidos de satisfação... Seu pau entra e sai de dentro de mim devagar, me deixando sentir cada centímetro.

- Melissa?! – Bruno voltou a me gritar.

- Vamos marcar. Assim que você retornar, me ligue. Te espero aqui, em Vegas - falei tudo rapidamente.

- Um jantar?

- Uma conversa.

- Uma conversa e um jantar. – riu, galante. – Por favor Mel.

Imagino eu lhe contando toda a verdade e Bruno reagindo maravilhosamente bem. Agora fazemos planos. Se for menino se chamará Jonathan, e se for menina...

- Tudo bem. – espantei meus pensamentos. – Um jantar e uma conversa.

- Te vejo em uma semana.

- Até lá.      

***                                                   

Faltando um dia pro encontro...

B r u n o

Voltei pra Los Angeles.

Essa casa enorme sozinha, abandonada. Jaime esteve aqui, com certeza. Está tudo tão arrumado.

Amanhã é meu encontro com Melissa em Vegas. Tô nervoso pra caralho.

Estamos há muito tempo afastados. Agradeço a Deus pela turnê. Sem ela, eu já tinha enlouquecido.

Bem, admito que não fiquei totalmente limpo nessa turnê. Mas mantive a discrição. Quase ninguém sabe desse meu segredo. Tenho um cara de confiança que consegue a cocaína pra mim. Mas em quantidades mínimas. Já sofri com isso e não posso ser pego de novo, até porque a pena pode ser bem pior.

É só pra manter o controle. Me manter calmo.

Decidi ir pra Vegas hoje. Collins fez uma pequena mala, já que praticamente acabei de voltar. Estou ansioso.

Ficarei no Bellagio. É melhor desse jeito. Não quero que Melissa ache que estou pressionando-a.

Quero que ela se sinta bem de novo comigo por perto.

Quero poder me declarar sem parecer estar forçando a barra.

Quero poder fazer amor com ela mais uma vez, e dizer o quanto sinto muito por ter sido infantil e ter estragado tudo entre nós.

Tomara que ela me dê uma nova chance.

Eu nem consegui mostrar a música que compus pra ela. Esse jantar vai ser minha oportunidade. Fui cantarolando ‘Too Good to say Goodbye’ o caminho todo até o aeroporto.

Sinto que algo vai acontecer e Mel vai voltar pra casa e pra minha vida.