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História Vingança? - Aceitação?


Escrita por: vingancafanfic

Notas do Autor


"- Me desculpa...! – Melissa sussurrou entre o beijo. – Perdão Bruno, eu errei com você... – ela não desgrudava nossos lábios. – V-vamos tentar de novo, hm? Por favor?"

Boa leitura!

Capítulo 38 - Aceitação?


Fanfic / Fanfiction Vingança? - Aceitação?

Terça feira, 12:30 pm.

Escritório Melissa.

M e l i s s a

Conversar através do Facetime com o dono do morro é no mínimo... Inusitado.

O cara parecia bem tranquilo quanto ao nosso... problema.

Claro que ele colocou em xeque a nossa competência, e isso me deixou frustrada. Por isso decidi mandar outra leva e ir para o Rio, só para garantir a entrega.

Depois disso, saio oficialmente. Não quero nem saber o que Gutierrez vai pensar ou falar. Eu já errei demais pensando só em mim.

Não há como continuar. Meu bebê não merece esse tipo de vida.

Com essa vingança estúpida, já perdi demais. Não posso perder meu bebê também.

Tenho certeza que a parte que ganharei do Bruno devido à nossa separação será mais do que suficiente para eu conseguir sustentar meu filho. Também buscarei um emprego.

Sei que posso contar com a ajuda do meu pai. É por isso que, assim que voltar do Rio, irei morar em Albany. Lá é mais tranquilo, a cidade é pequena e o principal, ficaremos longe do Bruno e das grandes cidades. Poderei criá-lo sem problemas ou sustos.

Gutierrez relaxou assim que encerramos a ligação.

- Nossa, você leva jeito pra coisa. – me confidenciou.

- Precisamos tomar cuidado redobrado dessa vez.

- Tomamos todo o cuidado da primeira vez, Melissa.

- Não foi o suficiente. Vamos trabalhar para que esse erro não se repita. – suspirei. – Vou até o Rio acompanhar a entrega.

- Você tem certeza?

- Sim. Quero que tudo dê certo.

- Melissa, eu sei... que chegamos a esse ponto por conta de algum motivo... Um motivo forte, suponho. Também não tivemos uma boa aproximação durante muito tempo... Mas com o passar dos meses eu passei a te respeitar, apesar de ter entrado nessa por conta de uma...

- Chantagem. Eu te chantageei. Fiz isso porque sabia que ninguém mais poderia me ajudar da maneira que eu queria.

- Você entrou nessa vida por causa do Bruno, não foi?

- Gutierrez... – engoli em seco. – Eu me decepcionei com ele sim. Mas entendo agora que não precisava de tanto. Pensei em coisas horríveis. E quando achei que não tinha mais jeito, lembrei que Bruno era milionário. Bilionário. Cega pela raiva e pela humilhação que ele tinha me feito passar. Que você tinha ajudado a construir. Minha vontade era de matar os dois. Mas nunca fui capaz de fazer isso, então...

- Você vive repetindo que esse negócio tem que dar certo...

- Tem que dar. Vai dar. Depois disso, eu tô fora Gutierrez.

- O quê?! Como assim, fora?

- Não quero mais isso pra mim. E-eu pensei melhor e resolvi, simples assim.

- Não, espera... – ele segurou meus ombros. – Nós dois trabalhando juntos... de alguma forma deu certo. Senti vontade de te estrangular quando me chantageou, mas...

Ri, desacreditada.

- Espera, escuta... – respirou fundo. – V-você não vai me denunciar, não é? Sobre o Camilo?

- Gutierrez, vou sair dessa, mas com minha consciência limpa. Não vou dizer uma só palavra do que descobri sobre o Camilo. Você sabe, estou evitando policiais.

- Me diz o porquê. Nós estamos indo tão bem! – ele parece indignado. – Tem de haver uma explicação! – me encarou. – Mesmo você tendo feito da minha vida um inferno, e de ter me mandado ir em uma negociata atrás da outra... Eu vi o dinheiro entrando. Funcionamos feito uma empresa, temos tudo sob controle! Você tem certeza de que quer deixar tudo pra trás?!

- Obrigada pela parte que me toca. – rolei os olhos. – Tenho certeza absoluta. Além do mais, esse estilo de vida combina mais com você do que comigo. Pegarei minha parte e irei viver a minha vida.

Gutierrez ainda parece não acreditar.

- Posso te pedir uma coisa? – ele assentiu com a cabeça. – Já que atingimos o estágio de compartilharmos confidencias e favores... Pode apagar as fotos dos nossos momentos...? Erm, de quando estávamos juntos? Isso ainda martela na minha cabeça de vez em quando.

- Era um blefe, Melissa. Nunca tirei foto nenhuma, só falei aquilo pra te forçar a continuar me pagando.

Ah, claro.

Ri, dessa vez aliviada.

- Tudo bem. Então estamos acertados? Podemos ir fechar essa porra de encomenda e cada um ser feliz com a sua parte do dinheiro?

- Por mim, está mais que fechado. – e estendeu uma mão para que eu apertasse.

- Por mim também. – confirmei, apertando sua mão forte.

Saí do escritório feliz, de certa forma.

Olhei meu celular.

Haviam 14 ligações do Bruno não atendidas.

Qua tor ze.

Algo aconteceu. Pode ser um trote ou...

Chamei um Uber que, graças a Deus, não demorou nada. Cheguei em casa e, sem nem titubear, liguei de volta. Acariciei minha barriga.

Bruno atendeu logo.

- O-oi Bru...

- Preciso ter certeza de uma coisa e só você pode me confirmar. Me dê seu endereço.

- Espera Bruno, do que você tá falando?

- O endereço Melissa. Passei a manhã toda tentando descobrir onde você mora porque você não atendia a porra do celular. Será que dá pra me dizer logo onde você têm se escondido?

Fechei meus olhos. Respirei fundo.

Não espero mais palavras doces e carinhosas do Bruno, mas não vou aguentar muito tempo suas patadas. Por mais que eu saiba que fiz por merecer, não tenho que aturar esse tipo de tratamento.

- Marvelous Street, nº 12, Vegas. É uma casa azul, numa rua sem saída. Você vem hoje?

- Estou saindo agora, vou de helicóptero. Daqui a meia hora chego aí.

- Tudo bem, te espe..

E desligou.

Vai ser uma tarde complicada.

***

B r u n o

Preciso confirmar o que Jaime me disse. Confio plenamente em minha irmã, só por isso acreditei na gravidez. Podemos fazer um exame de DNA ainda hoje para tirarmos todas as dúvidas.

Deixei Jaime lá em casa e avisei onde estava indo. Levei meu segurança comigo. Estou trabalhando meu autocontrole, espero ter paciência o suficiente com Melissa.

(...)

Durante a viagem fiquei repassando toda nossa história, desde o encontro naquela mesa de pôquer, passando por nosso casamento, indo até Dubai e até onde estamos agora.

Já fiz esse exercício mental diversas vezes desde o nosso rompimento.

Nada parece fazer sentido.

Agora mais um momento marcante: Melissa está ou não grávida de um filho meu?

Preciso prestar atenção em toda reação que ela tiver, e se Melissa titubear... ou hesitar... Juro que a denuncio para a policia.

Não quero saber se ela vai ventilar ou não minha recente recaída nas drogas, sei que me recuperei. Ela vai ter o que merece.

Ao mesmo tempo, sinto meu coração repleto de esperança.

Se esse bebê for meu, serei um homem menos amargurado e com um novo objetivo na vida.

- Chegamos, senhor. Bem-vindo a Vegas. – ouvi a voz do piloto através dos fones.

Vamos resolver isso logo.

***

Achar a nova casa dela não foi tão difícil.

É uma casa bem... simples.

Sério que Melissa quer morar aqui?

Definitivamente é esse o endereço... Marvelous Street, nº 12. Casa de cor azul.

Toc toc toc

Admito que quando Melissa abriu a porta, meu coração se descompassou um pouco. Vê-la tão de perto assim depois de um tempo revirou todos os sentimentos enterrados em mim.

- Entra. – e abriu a porta para que eu passasse.

Adentrei o cômodo e vasculhei discretamente... nenhum sinal de que um bebê chegará em breve. Nenhuma caixa com roupinhas, ou nada similar.

Melissa também não aparenta estar esperando um bebê...

- Você aceita um chá? – e se virou, indo até a cozinha.

- Não.

- Se importa de esperar enquanto coloco a água do meu para ferver?

Não sabia que era fã de chá.

- Na verdade sim. Tenho pressa.

Ela está calma até demais. Isso está me irritando.

Virou as costas pra mim, encarando a chaleira, já no fogão.

- O que você quer, Bruno? – perguntou, num fio de voz.

- Você ligou lá em casa ontem. Pra quê?

- Por nada, e-eu estava carente e queria ouvir a sua voz.

- Mentira. Você me disse que precisava me contar algo.

- E você disse que não queria me ouvir.

Fiz com que me olhasse.

- Me diz que essa gravidez não é mais uma invenção sua.

Melissa arregalou os olhos e depois de me dar um encontrão, foi até a sala.

- Você ia me esconder essa informação até quando?! – a segui.

- Não acredito que ela fez isso comigo, porra! PORRA!

Falava mais pra si do que pra mim, enquanto enfiava as mãos nervosamente em seus cabelos.

De repente ela me encarou.

- Foi a Jaime, não foi? – os olhos dela estavam firmes.

- Foi.

Melissa sentou-se na poltrona, que estava estrategicamente posicionada para a janela.

Fechou os olhos e suspirou. Acariciou a própria barriga e só então, eu consegui ver.

- 2 meses e 3 semanas. Descobri depois que transamos quando me mudei pra casa de Vegas. No inicio eu não quis acreditar e depois, quando confirmei com o exame... Pensei em te contar no último jantar que tivemos... – umedeceu seus lábios. – Mas você sabe o que aconteceu.

- Por que não me contou depois?

- Você disse que era pra eu sumir. Só atendi o seu pedido.

- Você não tinha o direito de me esconder isso! Esse filho pode ser meu!

Melissa riu, como se já esperasse que eu dissesse isso.

- Você pode me acusar de tudo Bruno... De ter sido mesquinha, de não ter caráter, de ter sido vingativa... Mas nunca fui infiel. Essa eu deixo pra você.

- E-esse filho é meu?

Melissa me olhou direto nos olhos.

Se levantou da onde estava e veio caminhando até mim.

Segurou minha mão e pousou em sua barriga.

Meus olhos se fixaram onde nossas mãos se tocavam e tremi ao sentir a sua outra mão em meu rosto.

- Sei que não tenho crédito pra te pedir isso, mas por favor, acredite em mim quando digo que esse filho é seu. – a encarei de volta. – Pensei em terminar com isso, cheguei bem perto de não levar essa gravidez adiante... – espalmei minha mão em sua barriga, ainda por cima da roupa. – Demorei mas entendi que essa criança veio com um propósito na minha vida. Ela é um recomeço pra mim, Bruno. Apesar de tudo, sei que essa criança foi concebida num momento de amor entre nós dois e eu espero que ela seja uma pessoa melhor do que eu sou. Farei de tudo pra que isso aconteça.

Melissa está com um brilho inexplicável nos olhos.

Vendo-a tão perto assim, quase não consigo me conter. Meu corpo reage ao dela, parece uma onda elétrica. Minha cabeça diz a todo momento ao meu coração  para se preservar para não levar um tombo outra vez e mesmo assim, não consigo me afastar.

Enquanto eu permaneço imóvel, ela cortou nosso contato.

- Mas eu te entendo.  Não vou me ofender se você pedir um exame de DNA. Só preciso que seja em breve, pois...

Melissa se deteve.

- Pois o quê?

- Vou viajar por uns dias.

Estou me coçando pra perguntar pra onde ela irá e com quem, mas me contive.

- Pra te falar a verdade, também preciso que seja rápido, por isso contatei uma clínica especializada, que irá nos receber... – olhei meu relógio. – Daqui a 30 minutos. Coletarão nossos materiais e o do bebê e pra isso fecharão o estabelecimento para nossa privacidade.

- Tudo bem. Antes de irmos, eu... posso te fazer uma pergunta?

Eu iria negar, mas...

- Sim.

- V-você ainda está...?

- Não, parei completamente. Estou treinando, controlando a alimentação... Não preciso mais dela. Na verdade, nunca precisei.

- Que bom. – o rosto dela está visivelmente... aliviado. – Bom ouvir isso.

- E você... Ainda está...?

- Trabalhando com Gutierrez? Sim. Mas sairei em breve.

Ficamos nos encarando.

Melissa pôs uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.

- E-eu vou pegar minha bolsa, já volto.

Sinto que quero acreditar nela, mas ao mesmo tempo, não quero ceder.

Antes dela se virar, a puxei pelo braço e a encurralei na parede mais próxima.

- Você tá brincando comigo!

- N-não Bruno, não estou, eu nunca faria isso!

Minha mão está em seu pescoço, apertando levemente.

- Você parece uma maldita feiticeira, essas palavras de arrependimento não me convencem mais!

- Bru-uno você está me machucando...!

- Vou te avisar só uma vez. – sinto meu rosto pegar fogo, meus olhos praticamente estão fuzilando os dela. – Se for mais uma das suas mentiras, eu te denuncio pra polícia!

- Juro pela vida desse bebê que não tem nada a ver com as nossas diferenças que... ele é seu filho!

Minhas mãos afrouxaram em seu pescoço enquanto Melissa ainda me encarava de volta.

Nossas respirações estão ofegantes; a minha por ter praticamente vomitado tantas ameaças de uma vez e ela por estar apavorada.

Olhei dentro de seus olhos e pude ver o quão amedrontada ela estava, além de surpresa.

Meus dedos saíram de seu pescoço e instintiva e lentamente, foram parar em seus lábios, desenhando-o.

Vi quando Melissa fechou os olhos, enquanto meu rosto se aproximava do dela.

Minha boca tocou a sua levemente, sentindo a maciez ansiada durante esse tempo em que estivemos separados. Melissa tocou meu rosto mais uma vez e eu aprofundei nosso beijo, tornando-o desesperado, agressivo. Adentrei meus dedos em seus cabelos, nós dois gemendo, um contra a boca do outro. Nossas línguas se encontraram, matando as saudades.

- Me desculpa...! – Melissa sussurrou entre o beijo. – Perdão Bruno, eu errei com você... – ela não desgrudava nossos lábios. – V-vamos tentar de novo, hm? Por favor?  – perguntou, salpicando selinhos em minha boca.

Senti seus dedos finos e delicados entrarem em meus cabelos enquanto Melissa me encarava, esperando uma resposta.

E então a realidade me alcançou e eu percebi a merda que eu tinha feito. A chaleira na cozinha começou a apitar e eu me desgrudei dela o mais rápido que consegui, encarando o chão para não ter que encará-la.

Melissa não disse nada, apenas se dirigiu até a cozinha e desligou o fogo.

Depois, foi até onde eu julgo ser o quarto e pegou a bolsa.

- Podemos ir. – ela não ousou olhar em meus olhos.


Notas Finais


Não deixem de comentar!
Obrigada por acompanhar!
xoxo
Rafa


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