História Vinho Argentino - Mise en place

Paola sentia o hálito quente de Fogaça em seu rosto. Seu coração batia mais rápido e sua boca estava seca, passou a língua nos lábios.

Ela tinha passado a noite inteira jurando a si mesma que nada aconteceria, que Henrique era só seu amigo. Mas que tipo de amiga tem tantos pensamentos libidinosos sobre seu amigo? Tem alguma amizade em que seja permitido torcer para seu amigo te jogar no balcão da cozinha e te fazer dele? Era uma amizade complicada.

Ele a havia puxado para mais perto e agora encarava seus lábios. Não dava pra fugir. Ou dava. Mas ela não queria. Num impulso, se virou, botou seus braços no pescoço dele e esperou.

Quando os lábios de Fogaça se encontraram aos dela, um choque percorreu o corpo de Paola. Era como finalmente ganhar o que ela há muito queria. Ele a beijava forte, como se com medo de que fosse acabar rápido. Ela abriu a boca para dar passagem a língua dele e juntos batalhavam por dominância, enquanto as mãos trabalhavam.

Uma das mãos de Fogaça subiu para o cabelo de Paola, trazendo seu rosto mais para perto, enquanto sua outra mão se apoiava na bancada atrás dela. Paola derretia-se em seus braços, apertando suas costas fortes e ansiando por sentir seu peito junto ao dela.

Ela deixou escapar um gemido quando sentiu suas pélvis se juntarem, deixando-a notar o tamanho da animação dele. Fogaça começou a puxar a camisa dela e Paola precisava tomar uma decisão. Era agora ou nunca. Devia deixar-se levar por sua vontade ou preservar a amizade? Ela levantou os braços para facilitar a remoção de sua camisa e sentiu os beijos quentes que ele dava em seu pescoço. “Bueno, para o inferno com a amizade”, pensou.

Paola passou as mãos por dentro da camisa dele e a puxou para cima, revelando seu peito musculoso e tatuado. Ela já tinha visto essa parte de seu corpo antes, mas nunca numa situação tão... Íntima. Era excitante finalmente poder passar as mãos e os lábios por cada tatuagem de seu corpo. E era o que ela fazia, até Fogaça levantá-la pela cintura e colocá-la sentada na bancada, empurrando para o lado tudo que havia ali antes.

Com destreza, ele tirou o sutiã dela e apertou um seio em sua mão enquanto chupava e lambia o outro. Paola arfava, estava tudo tão quente, a cabeça dela parecia que ia derreter. Não apenas pelo forno que ainda estava ligado, mas também por tudo que Fogaça fazia com seu corpo. Ela gemeu alto quando ele mordeu mais forte seu mamilo e ele sorriu.

- Sempre suspeitei que você gostava de um jeito mais bruto.

Eram as primeiras palavras que ele tinha falado desde que haviam começado essa dança e Paola corou, o que Fogaça notou.

- Aqui não tem mais espaço pra vergonha, chef.

- Eso yá me deixou faz tiempo. - de cabeça jogada para trás, ela confundia as duas línguas.

Ele tomou a oportunidade da concordância de Paola para abrir a calça dela. Deslizou-a junto com sua calcinha pelas pernas da chef e tirou o resto de suas próprias roupas, até todas as vestimentas estarem jogadas em uma poça no chão. Com a mão entre as pernas de Paola, podia sentir sua excitação. Massageou seu clitóris enquanto sua boca voltava ao pescoço dela. Ele podia sentir todo o calor que irradiava dela e o único som na cozinha eram os gemidos dela e sua própria respiração pesada.

Paola abriu os olhos ao sentir os beijos de Fogaça pararem e já estava pronta para reclamar quando o viu se ajoelhando entre suas pernas. Um dedo a penetrou e seus lábios quentes começaram a sugar seu clitóris. Ele alternava entre lambidas e chupadas, rápido e devagar, forte e fraco, deliciando-se nela e ela já não sabia mais quanto tempo aguentaria.

- Eu acho... - ela começou ofegante – Acho que...

- Acha o quê? - Fogaça tirou a cabeça dentre suas pernas para perguntar com um sorriso sacana.

- Ay, carajo, no pares! Vou gozar.

Ele abaixou de novo a cabeça e chupou forte, penetrando-a fundo até senti-la se contraindo em volta de seus dedos. Ela já não conseguia se controlar, colocou uma mão na cabeça dele, trazendo-o mais perto de si e, gritando o nome dele, gozou.

Seu corpo ainda vibrava de prazer e Paola tentava trazer sua cabeça de volta à Terra quando viu Fogaça abrir uma gaveta ao seu lado e pegar um pacote de camisinha.

- Tá de sacanagem que você guarda isso junto com os panos de prato.

- Todo mundo sabe que não tem nada mais importante do que mise en place, chef.
 

Ela saltou do balcão e o ajudou a colocar a camisinha em seu membro. Fogaça deu um beijo rápido nela e virou-a de costas, curvando-a sobre a bancada. Paola apoiou seus braços no mármore frio e afastou suas pernas enquanto ele se posicionava atrás dela. Ela ainda estava molhada e não consigou controlar seu gemido quando ele a penetrou. Há anos ela sonhava com isso e aqui, agora, era muito melhor do que todas as vezes ele imaginou. Na vida real, ele era mais quente, mais forte. Mais grosso.

Ele aumentava a velocidade das estocadas e os gemidos dela ficavam mais altos. Ela começou a pensar nos vizinhos, mas sentiu as mãos dele apertando seus seios e mandou a preocupação para o inferno. Ele que se preocupasse com isso depois. Como se soubesse o que ela pensava, ele sussurrou em seu ouvido:

- Agora sempre que te ouvir gritando na cozinha vou me lembrar disso.

- Cállate. Só me faz chegar lá de novo.

Fogaça sorriu e desacelerou, levou uma mão ao clitóris dela e, aumentando a intensidade, sincronizou seus movimentos da mão com os da pélvis. Já era demais para os dois, estavam sem ar, e quando Fogaça achou que não aguentaria mais, Paola chegou ao êxtase, contraindo seu membro e levando-o com ela.

Paola sentiu-o se retirando de dentro dela e se afastando um pouco, provavelmente dando um jeito na camisinha. Ela continuava na mesma posição, ofegante e sem entender ainda como tudo tinha acontecido, quando ele voltou e depositou um beijo em seu ombro.

- E agora?