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História Violent Systems - Segundo ato - Falhas


Escrita por: JI11N7LM

Notas do Autor


Vejam minha nova fica, Narusaku. https://www.spiritfanfiction.com/historia/apostando-sentimentos-19723889
Passem nas minhas outras Histórias, vocês não iram se arrepender.


Obrigado por lerem essa história 💖

Espero que gostem do capítulo 💕

Capítulo 3 - Segundo ato - Falhas


Fanfic / Fanfiction Violent Systems - Segundo ato - Falhas


           



        🤰Violent Systems👊


                       Ato - 2

                        

                          Falhas 


                            🌸





“Vou fingir que não te vi, que não te conheci,  não te amei e que não sinto a sua falta…”


(SteTasha)







- Ele quase o matou. 

Pontuou consigo mesmo, observando um loiro cheio de sangue do seu adversário, no meio daquele ringue. A multidão estava desacreditados é descrentes com o que acabaram de presenciar, uns gritavam enraivecidos por terem perdidos suas apostas, outros gritavam de satisfação, deleitados por por verem aquele espetáculo, e o resto estavam estáticos sem conseguir pronunciar nenhum tipo de palavras.

Estavam surpresos.

A cidade de Konoha era conhecida por ser a porta de entrada que levava a aquele tipo de evento, e para os que tinham contato com o submundo daquela cidade, também a conheciam por abrigar um dos maiores circuitos de lutas clandestinas de todo país do Fogo. Essas lutas eram responsáveis pela lavagem de dinheiro de grandes empresas, as vezes apoiadas pelas autoridades que faziam vista grossa em troca de participação nos lucros. Em geral, aconteciam em depósitos abandonados, lixões, porões de bares e universidades fechadas. Uma das condições atrativas para os amantes das lutas eram a ausência de regras, portanto, os participantes arriscavam suas vidas todas as vezes que decidiam entrar na disputa.

Muitos dos diversos lutadores de sucesso espalhados pelo mundo, começaram suas carreiras em lutas clandestinas e em brigas de ruas, no entanto, nenhum deles conseguiu vencer o tão famoso “MMA”, o torneio mais importante de lutas do mundo, tendo como seus maiores campeões os Uchihas. 

O homem de terno negro, sentado em uma cadeira em um camarote improvisado, mirava o loiro com bastante curiosidade. Era um empresário de sucesso, nascido em Konoha e vivido boa parte de sua vida em Suna. Seus últimos negócios não deram retorno ao dinheiro e tempo que ele investiu, fazendo-o retornar a sua cidade natal sem agenciar mais nenhuma pessoa. Fato esse, que já era bem comum no mundo dos empresários do MMA, ninguém além dos Uchihas conseguiam sucesso. 

Ele não gostava de muitas coisas, mas ser um empresário renomado mesmo muito jovem, era uma das poucas coisas que o davam prazer. Quando decidiu voltar a Konoha, estava disposto a não trabalhar mais com a carreira de nenhum lutador, já estava com plenas condições de não trabalhar mais pelo resto da vida, ou melhor, estava rico. No entanto, ao ser convidado para acompanhar aquelas lutas clandestinas naquela noite, uma chama desconhecida ascendeu dentro do seu ser.

Não era um homem de se impressionar muito fácil, raramente isso acontecia. Porém, ver aquele loiro quase matar o oponente fez com que seus olhos vissem um diamante que só precisaria ser lapidado da devida forma. E com esse pensamento, acendeu mais um cigarro enquanto esperava o público se retirar aos poucos do local.

Quando o amontoado de pessoas diminuiu, ele apagou o cigarro e levantou-se arrumando seu terno e fazendo sinais para os seus seguranças. Eles o guiaram até a saída do local, e pararam em frente ao loiro que já estava se retirando:

- Qual foi? - Naruto questionou, franzindo a sobrancelhas em desconfiança - Vão sair da minha frente por bem ou vão preferir sair daqui numa ambulância?! 

- Isso não será preciso, Sr.Kyuubi. - O homem abriu um sorriso discreto, percebendo o modo de ser daquele cara. Era sério que ele havia acabado de ameaça-los? Aquilo sim era um coisa positiva em sua visão - Só queremos conversar, e além do mais, não quero ter de pagar um hospital para os meus seguranças. Isso seria um tédio. - Tirou o óculos escuros de sua face e os guardou no bolso do terno, enquanto estendia a mão para o loiro - Shikamaru Nara.

Naruto suavizou o olhar, e depois de alguns segundos resolveu apertar a mão do homem com cavanhaque:

- Naruto Uzumaki. - Observou ele fazer uma cara estranha - Kyuubi é somente o meu nome nas batalhas. - Explicou.

- Certo. - Assentiu e tirou um cartão do bolso - Gostei bastante da sua luta de hoje, para falar a verdade, fiquei impressionado. Você leva jeito, Uzumaki, só precisa de alguém que te guie nesse mundo das lutas.

- E esse alguém seria você? - Naruto questionou, pegando o cortão.

- Essa escolha é sua. - Shikamaru sorriu minimamente - Sou um empresário e vi um grande potencial em você, podemos alcançar o topo juntos se fizer a escolha certa. - Aí nesse cartão tem meu número e outras formas de entrar em contato comigo. Vou te dar dois dias para entrar em contato comigo e discutiremos a proposta.

- Se lig… - Naruto não pode terminar pois foi interrompido por uma loira, que o abraçou apertado. Nenhum dos seguranças ou até mesmo os dois homens viram ela se aproximar - Que merda é essa, Temari? - Questionou quando ela o soltou.

- Vi sua luta, cabeça-oca. - Ela sorriu, parando ao lado o Uzumaki, ignorando completamente as pessoas ao redor - Ainda nem acredito que ganhou, finalmente. - A Sabaku deu um leve soco no braço do amigo. - Consegui sair do trabalho mais cedo, sinta-se privilegiado.

Naruto sabia que isso não era comum. Orochimaru nunca deixava suas funcionárias sairem mais cedo, ainda mais antes do turno começar. Ele suspirou sabendo que Temari agora devia mais um favor para aquele homem.

Os dois estavam tão distraídos que ignoraram completamente a presença de Shikamaru, que os mirava com curiosidade. O homem não podia negar que aquela mulher era muito bonita e atraente, vestida com uma calça jeans clara é uma jaqueta amarela. No entanto, também não poderia negar que achou uma tremenda falta de educação ela chegar daquele jeito, ele é Naruto estavam tratando de negócios, um assunto de demasiada importância.

Ele pigarreou, chamando a atenção para si:

- Não vai me apresentar sua namorada, Sr.Uzumaki? - Questionou, exibindo seu semblante entediado.

- Cara, não me chame assim, devemos ter praticamente a mesma idade. E ela não é minha nam…

- Namorada? Desse cara aqui? - Temari pronunciou-se antes do loiro, apontando para o mesmo - Nada disso, somos somente amigos, ele é quase meu irmão. Crescemos juntos no orfanato de Konoha. - Ela riu, finalmente parando seu olhar em Shikamaru. Temari sentiu uma coisa diferente ao olhar para aqueles olhos mortos daquele homem, ela não conseguiria explicar - Temari Sabaku, você é? - Apresentou-se.

- Shikamaru Nara. - Respondeu, voltando a colocar seus óculos escuros, sem deixar de mirar os lábios da bela mulher - Prazer te conhecer.

A loira assentiu e os dois ficaram se encarando por alguns segundos sem dizer absolutamente nada, nem parecia que Naruto e os seguranças estavam ao redor. O Uzumaki revirou suas orbes azuladas ao ter a presença esquecida, ele sabia que Temari causava esse efeito nos homens mas não pensava que causaria em uma pessoa como Shikamaru.

- Bom, acho que já deu minha hora. - O Nara coçou a barbicha e virou-se de costas, finalmente quebrando o contato com os olhos da loira. - Você tem dois dias para pensar, Naruto. Lembre-se que essa é uma oportunidade única, não costumo fazer uma proposta duas vezes. - Dito isso, ele começou a caminhar e levantou o braço em despedida - Até mais.

Naruto assentiu e viu ele indo embora junto dos seus seguranças. Sua ficha ainda não tinha caído, ele havia ganhado finalmente uma luta e acabara de receber uma proposta para ter sua carreira empresariada, aquilo só podia ser um sonho. 

A maioria das pessoas já haviam deixado o local, já era de madrugada e as coisas estavam sendo desmontadas. O ar gélido da noite nem fazia efeito no Uzumaki que ainda estava com o corpo quente por causa da luta. Ele olhou para Temari ao seu lado e viu ela mirando o caminho por onde Shikamaru havia partido. 

Naruto estava prestes a caçoar com a cara dela, no entanto, duas presenças interromperam sua ação:

- Kyuubi? Gostei do nome, pirralho! - Jiraiya abriu um sorriso enorme, enquanto fazia positivo com os polegares. A luta havia terminado há uma hora atrás, todos já haviam saído da arena e o mesmo estava esperando pelo sobrinho no lado de fora, junto a Sakura - Eu falei que você iria ganhar! Eu sempre soube.

Temari e Naruto que atravessava o portão do local, vestindo um agasalho totalmente preto e carregando consigo uma bolsa de equipamentos, estava sorrindo até ver a rosada ao lado do seu padrinho:

- O que ela está fazendo aqui?! - Questionou diretamente para Jiraiya, ignorando completamente a presença dê Sakura, era como se ela fosse invisível, como se não existisse.

- Vendo uma luta? - Ela respondeu, como se fosse a coisa mais óbvia do universo - O que mais eu faria aqui, Naruto?

O Uzumaki finalmente olhou para ela, mirando aqueles olhos esmeraldas. Estava prestes a começar uma discussão, no entanto, Jiraiya entrou no meio dos dois:

- Tá legal, você dois parecem crianças mimadas brigando a todo momento. A Sakura está aqui porque eu a convidei, Naruto. Então, ao invés de caçar confusão sem nenhum motivo, sugiro que comemore a vitória que tevê hoje, afinal, é a primeira vez que isso acontece. 

O Uzumaki trincou os dentes e cruzou os braços, indignado pelo grisalho ter defendido a Haruno. Ele já havia deixado bem claro que Sakura era irrelevante e que não entraria no caminho dela, e também deixou claro que não era para ela entrar no dele, buscando evitar problemas. Mas, pelo que parece não funcionou, visto que ela se encontra em sua frente.

Sakura observou Temari ao lado dele e franziu o cenho, perguntando-se mentalmente se eles estavam namorando. Não que isso fosse da conta dela, mas aquilo pairou pelos seus pensamentos por um tempo.

- Sakura Haruno? - Temari também mirou-a de cima a baixo - Então os boatos são verdadeiros, você está de volta.

- Bom te ver outra vez, Temari. - A rosada respondeu sem sorrir, assim como a loira - Pensei que nunca voltaria aqui, e olha só: Konoha novamente. 

- Essa cidade tem um imã mesmo. - Ela desviou o olhar - As pessoas sempre acabam voltando. - Não eram amigas na adolescência, porém, também não se odiavam, elas somente suportavam-se. Temari podia jurar que Sakura estava com ciúmes da sua relação com Naruto, mas ela conhecia Sakura Haruno e isso jamais seria possível - Lembro-me de você apaixonada pelo Uchiha, nunca imaginei que teriam um filho.

- Uma filha. - Sakura corrigiu - Tenho uma filha.

Naruto bufou, revirando suas orbes azuladas, ato esse que, não passou despercebido por Temari. Apesar de não poder efetivamente estar irritado com o fato da presença da Haruno, por conta das suas próprias emoções, Naruto não conseguia evitar. Depois da discussão na noite de ontem, ele buscou evitar ela da melhor forma que conseguia porém Sakura estava irritando-o cada vez mais.

Suspirou irritado, pela enésima vez, depois de ver ela é a filha no apartamento do seu padrinho. Todos seus esforços para se acalmar pareciam infrutíferos. Existiam outros momentos em que Naruto deveria se irritar, mas não ali, não naquela noite, não depois de conseguir sua primeira vitória. Ele deveria estar feliz, comemorando pelas boates e ruas de Konoha. No entanto, estava ali no meio de duas bombas relógios que eram Sakura e Temari.

Jiraiya mirava a Sabaku de forma desconfiada, conhecia aquela mulher de algum lugar que lhe fugiu a memória. Um dos malefícios de ter certa idade. No início do dia anterior havia discutido com Tsunade sobre a relação do seu afilhado e da sobrinha dela, buscando manter a paz, o grisalho resolveu convidar Sakura para ver a luta de Naruto. As coisas durante a noite andavam como ele imaginava, mas Jiraiya deveria saber que Naruto nunca abaixaria a guarda. O ego do loiro era imenso, assim como o dê Sakura.

Sakura era uma mulher metódica e apaixonada por fofoca, tanto que uma simples descoberta a tirava do eixo. Porém, tinham outras características suas que se acentuavam mais, como, por exemplo, a superproteção. Então, quando as pessoas enchiam-a de perguntas sobre sua filha e sobre o seu antigo noivado, acabavam irritando-a muito mais do que ela se irrita diariamente.

O modo como Temari falava parecia ser um julgamento para ela.

- Me diz mais sobre você… - Sakura ponderou, arrumando seus cabelos róseos enquanto mirava a loira - …O que anda fazendo, Temari?

Ela percebeu a Sabaku arregalar um pouco os olhos e passar alguns segundos em silêncio, provavelmente pensando em alguma coisa a dizer. 

- Nada demais, trabalho em um bar. - Disse, omitindo que não era um simples bar. De forma seca e curta, essas foram a resposta. 

- Sério? - Cinicamente a Haruno demonstrou falsa surpresa - Em qual bar? Quem sabe eu apareça por lá algum dia, faz anos que não saio sem uma bebê no colo e uma mochila com fraudas. 

Sorriu vendo Naruto fazer uma cara de surpreso, era extremamente fácil para ela descobrir quando ele está escondendo algo, apesar dos cinco anos sem vê-lo. Temari ficou  alguns segundos em silêncio, relutando em uma briga interna entre entregar o local em que trabalha ou mentir novamente.

- E você vai deixar a menina com quem? - Naruto intrometeu-se e Temari agradeceu-o mentalmente por isso. 

- Está preocupado com minha filha, Uzumaki? 

Touché! Sakura conseguiu fazer com que ele parecesse contraditório. Ele não ligava para a filha dela e pouco se importava, as palavras saíram somente no automático, ele não era bom em pensar antes que elas saíssem de sua boca. 

- Estou preocupado é com sua tia. -Naruto desviou os olhos da rosada em sua frente. Pendeu a cabeça para o lado demonstrando que não havia sido afetado pelo comentário - A vovó já está com certa idade e não aguentaria ficar de olho em uma criança por muito tempo. 

- Hey! - Jiraiya protestou - Respeite minha esposa, moleque!

- Relaxe, eu só estava brincando. - Sakura crispou os lábios, ato esse que não passou despercebido pelo Uzumaki - Não sou o tipo de mãe que sai por aí toda a noite e deixa a filha com alguém, definitivamente não. - Ela também desviou o olhar - E outra coisa, não precisa fingir que se importa com a Sarada, eu posso cuidar dela sozinha, sempre cuidei.

- Não finjo que me importo com ela porque eu realmente não dou a mínima para nenhuma de vocês duas. - Ele colocou a mão no bolso de sua jaqueta, irritado - Então me diga, Sakura, se você não é esse tipo de mãe… - Ponderou, fazendo uma pausa - …Onde é que está sua filha neste momento?

Sakura, assim como Temari a poucos minutos atrás, ficou sem palavras. Como Naruto poderia ter se tornado alguém tão insensível assim? Ela foi ver a luta dele, deixou a filha com Tsunade somente para vê-lo no ringue. Ela praticamente foi obrigada por Tsunade e Jiraiya a deixar Sarada no apartamento, com toda a certeza aquela não era uma coisa que ela fazia.

Sabia que havia magoado os sentimentos dele no passado, entendia a raiva e aversão que ele sentia por ela, mas Sakura não podia mudar o passado mesmo que aquilo fosse uma das coisas que ela mais queria. Queria não ter se apaixonado por Sasuke. Queria que não tivesse brigado com seus pais e saído de casa. Queria que não tivesse humilhado e rejeitado Naruto. Queria não ter deixado de viver sua própria vida e seus próprios sonhos por uma pessoa que não dava a mínima… Sakura arrependia-se de muitas coisas, a qual, eram a razão por ela estar naquela situação.

- Não acredito que está me dizendo isso. - A bela mulher de longos fios róseos suspirou pesadamente, balançando a cabeça negativamente. 

- Naruto! - Jiraiya fechou o semblante, já haviam tido aquela conversa antes mas parecia que aquele cabeça-oca nunca mudaria - Eu e Tsunade que insistimos para Sakura vir, ela não queria deixar Sarada sozinha. - Explicou-se, tentando aliviar a tensão - Ela veio ver sua luta e você a trata dessa forma, moleque? Você pode ter vencido uma luta clandestina, mas você ainda não é ninguém! 

- Vai defen…

- Cale a boca! - Ordenou - Sakura nunca deixou Sarada com outra pessoa, então, se ela está aqui longe da filha é porque insistimos muito para ela vir. 

- Isso não é problema meu.

- Você é um idiota. - Sakura resmungou frustrada, tombando a cabeça para o lado, odiando o modo com que Naruto estava tratando-a - Eu… - Ela suspirou outra vez e revirou suas orbes esverdeadas - …Eu nem deveria ter vindo aqui essa noite. 

Dito isso, Sakura com uma veia visível de irritação na testa, virou-se e começou a andar indo embora do local. Naruto não fez menção nenhuma de ir atrás dela, aquilo não era problema dele. Até que os dois concordavam em uma coisa: Ela não deveria estar ali.

- Você não entende as mulheres mesmo, pirralho. - Jiraiya deu um olhar duro para Naruto antes de virar-se e ir na direção onde Sakura foi embora. Provavelmente ela o estaria esperando no carro - Sakura! Espera aí.

Gritou apertando os passos, deixando para trás um Naruto confuso e uma Temari desconexa da realidade:

- Dessa vez você foi longe demais, Uzumaki. - A loira fez negativo com a cabeça e começou a andar - Eu sei que você está magoado, mas isso não te dá o direito de tratá-la desse jeito. Nem Sakura nem a filha dela.

Temari também partiu, deixando-o para trás. Naruto resmungou um palavrão, nem parecia que era Temari quem estava trocando farpas com Sakura antes. Involuntariamente e desgostoso, Naruto cerrou os olhos. Imaginou que depois de ganhar sua primeira luta, o final da noite seria com bebidas, mulheres e muitas comemorações… Só não esperava que terminasse daquele jeito: Discutindo com Sakura e sozinho.

- Merda. - Ele suspirou profundamente.





          Apartamento Senju

                                          Um dia depois…

 13h11min, da tarde





Uma claridade mínima entrou no quarto de hóspedes pela pequena fresta da cortina. Sarada agarrou os cobertores com mais força e encolheu-se no topo da cama, olhando tudo ao redor. Estava em uma casa diferente, com pessoas diferentes e isso a assustava muito. Não gostava de ficar sozinha. Nunca havia ficado sozinha, afinal, Sakura sempre estava por perto para protegê-la e conforta-lá, mas dessa vez ela não estava.

Deixou uma lágrima solitária escapar e secou o rosto com a mão, tentando ignorar a sombra assustadora que o guarda roupa criava no chão. Parecia um monstro. Exatamente como os das histórias que sua mãe contava ás vezes. Ela sempre os vencia nessas histórias, mas Sarada sabia que não era capaz de vencer nada sozinha. 

Ela nem era muito grande.

Fungando, a menina deu as costas para o guarda-roupa, torcendo para que seu medo fosse embora. Não foi. Ela tinha completa noção de que estava com medo, mas era pequena demais para perceber que não era medo de monstros ou fantasmas, era saudades da sua mãe. 

Estava com tanta saudade, embora fizesse uma hora em que não a via, Sakura colocou Sarada para dormir e saiu de casa. A menina sentia falta dos carinhos, da voz, das brincadeiras, da comida e dos beijos molhados que ela fazia questão de dar em seu rosto toda a manhã para acorda-la. Sentia falta de vê-la e correr para os seus braços, ganhando um dos abraços mais apertados do mundo.

A garotinha criou coragem e com certa dificuldade desceu da cama e calçou seu chinelinho vermelho, saindo em busca da sua mãe ou de sua tia pelo apartamento. Para o seu azar, o apartamento da sua tia era enorme e dificultava bastante o fato de não conhecer o local direito.

Sarada parou em frente a uma porta entre-aberta e adentrou o quarto, tendo a visão de um monte de bagunças é um homem loiro dormindo feito pedra na cama. A menina recuou um passo quando percebeu ser o quarto de Naruto, quando viu-o pela primeira vez, sentiu medo. Ela deu mais dois passos à frente, parando ao lado da cama e o olhando com certa curiosidade. Sua mãe havia avisado-a para manter distância dele, no entanto, o único jeito de Sarada saber onde Sakura ou Tsunade estavam, era com a ajuda daquele homem esquisito.

Talvez ele soubesse de algo.

- M-Moço… - Ela disse baixinho de forma retraída, tentando acorda-lo - Moço, onde tá minha mamãe? - Tentou outra vez, mas o homem continuava dormindo como se estivesse nós melhores dos sonhos. Sarada fez uma careta e percebeu três marcas de cada lado na bochecha dele, ela ficou olhando aquelas marcas por alguns tempo antes de passar levemente as mãos sobre elas. - Pufavo, moço… - Ela viu ele fazer uma careta quando tirou os dedos de sua bochecha, ainda dormindo - Moço! - A morena já estava perdendo a paciência e então desferiu um tapa bem forte na cara do homem adormecido. 

Na mesmo instante Naruto despertou assustado, olhando para todos os cantos do quarto em busca de alguma explicação. Seus olhos pararam na menina de quatro anos que o olhava bem ao lado de sua cama, como se nada tivesse acontecendo.

- O que você tá fazendo aqui?! - Ele questionou, massageando sua bochecha atingida - Sua mãe não te falou que é proibido entrar aqui, garota?!

- Não. - Ela respondeu baixo. Sentindo um pouco de medo pela irritação do loiro - Voxé sabe onde minha mamãe tá?

- Sai lá, espero que esteja bem longe de mim. - Naruto resmungou, voltando a se deitar e fechando os olhos. Só podia ser brincadeira aquilo, com toda a certeza Sakura estava testando sua paciência. Depois de alguns minutos o loiro abriu os olhos novamente e tomou outro susto ao ver Sarada o olhando no mesmo lugar - Se liga, o que você ainda tá fazendo aqui, pirralha?!

- Meu nome é Sarada. 

- Que seja. O que ainda faz aqui, pirralha? - Indagou novamente, dando de ombros.

- Sarada. - Corrigiu-o outra vez, deixando Naruto mais irritado.

- Mete o pé daqui logo, Sarada. - Resmungou, dando ênfase no nome dela e fechando os olhos novamente. No entanto, não escutou barulho nenhum de passos e foi obrigado a abrir novamente suas orbes, vendo-a ainda em sua frente - Eu já disse que não sei onde sua mãe está, agora vaza. - Apontou para porta - Não entendeu o que eu disse?!

- Voxé pode me ajudá procular ela? 

Sarada questionou, com aqueles emornes olhos ônix brilhando em sua direção. Naruto suspirou pesadamente, se ela não fosse tão parecida com Sasuke talvez ele não estaria tão irritado. Mesmo querendo, era impossível dizer não para aqueles enormes olhos carentes.

- Certo. 

Sarada virou-se devagar na direção de Naruto e respirou aliviada ao vê-lo erguer os braços para carregá-la. Ela coçou os olhos e sorriu feliz, agradecida pela presença dele. Naruto fez uma careta ao olhar para o relógio em sua cômoda, havia dormido a manhã toda. Ele pegou Sarada no colo, meio sem jeito por nunca ter segurado uma criança antes, e saiu do seu quarto com ela. 

Os dois olharam em casa um dos quartos do apartamento, até mesmo na academia, porém não havia nenhum sinal de vida no local além dos dois. Naruto suspirou pesadamente é desceu as escadas com Sarada, indo até a sala de estar e deixando-a no sofá.

- Onde tá minha mamãe? - A garota questionou novamente, fazendo com que Naruto grunhisse irritado.

- É o que estou tentando saber. -Respondeu de forma seca. Não era possível que todo mundo saiu sem resolver avisar e deixariam aquela pestinha com ele. 

- Voxé não parece ser espeto. 

Ela disse, fazendo a maior cara de inocente em seguida. Naruto mostrou a língua e virou-se, olhando para um papel na escrivaninha perto da porta da saída, não havia percebido antes.

Naruto aproximou-se e agarrou o papel, reconhecendo a letra que o continha:

“Naruto, sei que vai acordar tarde como de costume, já que não “trabalha” e por outros fatos, isso não vem ao caso… Sakura deixou Sarada comigo e foi resolver algumas coisas na rua, e coincidentemente apareceu alguns problemas para mim no hospital, então eu também terei de sair. Deixei Sarada dormindo, mas pode relaxar, ela deve acordar somente umas cinco horas depois. Cuide dela para mim, logo logo estou de volta.”

                                       “Tsunade Senju”

O loiro prendeu um palavrão e novamente, suspirou e inspirou fundo e pesadamente.  Qual perto do “quero ficar longe dessa menina” aquela mulher não havia entendido?! Não conseguia ficar tempo demais perto dela, na verdade, nem havia tentado realmente. Sarada era uma criança e não tinha culpa pelas merdas que a mãe fez, não seria justo descontar sua raiva nela. Naruto não era um covarde. 

- Sua mãe saiu.

- Pá onde? 

- Não sei.

- Voxê não sabe de nada, moço. - Sarada fez um bico e virou a cara para o lado, exatamente como Sakura sempre fazia quando estava com raiva ou era contrariada. Naruto iria até protestar mas aquela reação o deixou meio desorientado - Nadinha.

- Meu nome é Naruto. - Disse, passando as mãos no cabelo.

- Naluto!

- Naruto. - O loiro corrigiu.

- Naluto. - Sarada falou errado novamente, fazendo uma veia crescer na testa do Uzumaki. 

- Não é assi… - Ele parou no meio da frase, suspirando e desistindo - …Quer saber, me chame do que quiser. - Não iria gastar seu tempo discutindo com uma criança de quatro anos com a voz irritante - Fiquei quieta nesse mesmo lugar, estarei na cozinha.

Informou, e a garota o ignorou completamente, pegando o controle e ligando a televisão em algum desenho que passava. Naruto foi em direção a cozinha, estava morrendo de fome e poderia comer um rodízio inteirinho sozinho.

Bom, o horário de almoço já havia passado, mas como ele é um “vagabundo” como diz Tsunade, acordava sempre depois do meio dia. Embora naquele dia as circunstâncias fossem outras, ganhou sua primeira luta na noite anterior e não comemorou um segundo sequer graças a maldita da Sakura. Dormiu com tanta raiva que se alguém o jogasse em um vulcão, sua temperatura superaria o mesmo. 

Ele olhou em todos os armários da cozinha e achou o “alimento criando pelos Deuses” assim como ele próprio o denominou e falava. Naruto era apaixonado por lamen, todo o seu coração deleitava-se ao sentir o sabor daquela comida. Uma vez Sakura disse que ele amava mais o lamen do que as pessoas. Bom, não era mentira, exceto pelo fato que na época ele amava-a mais do que a qualquer outra coisa, mas para Sakura ele nem sabia diferenciar o amor por comida com o amor humano.

Quanta baboseira! Naruto suspirou ao lembrar-se, afastando aqueles pensamentos que eram impossíveis de deixarem de pairar sobre seu ser. Ele continuou na cozinha preparando seu lamen, de costas para a cozinha perdido em seu próprio mundo.

Estava tão absurdo da realidade que nem notou uma presença atrás de si:

- O que voxé tá fazendo? 

Naruto assustou-se com a voz e quase caiu no chão. Ele recuperou-se e virou-se para trás, somente para ver uma menina de óculos vermelhos sentando-se na bancada da cozinha. 

- Sua mãe não te ensinou que é falta de educação ser curiosa? - Questionou erguendo suas bem feitas sobrancelhas. 

- Não. - Ela disse simples - Mamãe sempre pediu para eu perguntá quando tivesse alguma dúvida. 

- Claro que ela pediu… - Revirou suas orbes azuladas - Estou fazendo comida, não almocei ainda.

- O que é? - Sarada fez outra pergunta.

- Lamen.

- Eu quelu. 

- Não.

- Quelu!

- Só tenho esse, é o último pacote. - Apontou para o pacote jogado no lixo - Além do mais, eu não divido meus lamens. - Naruto foi em direção de um dos armários e tirou um pacote de batatinhas de lá, jogando-o no balcão em frente a garotinha - Se liga, pirralha, se está com fome coma essas batatas e me deixe em paz.

- Não quelu! - Sarada protestou, arremessando o pacote de batatas na direção de Naruto, que o segurou no ar bem em frente ao seu rosto - Lamen! - Ela gritou - Eu quelu lamen, Naluto! 

- O lamen é meu! - Naruto também gritou, bastante irritado. No entanto, Sarada já não sentia medo algum daquele homem esquisito - Eu finalmente ganho uma luta e a recompensa é ser bâba de uma garota mimada… Isso só pode ser brincadeira. - Disse consigo mesmo, enquanto segurava suas têmporas - Escuta aqui, pirralha. - Ele apontou para Sarada, dizendo seriamente - Ninguém toca no meu lamen, e é melhor você comer essa porcaria de batata logo.

- Bla, bla, bla… - Sarada mostrou a língua e fez uma boca com as mãos, imitando Naruto - Eu não gosto de voxé! - A garota fechou a cara e olhava fixamente maligna para Naruto - Não gosto!

O loiro teve seu cenho franzido quando percebeu que ela possuía um olhar mortal para ele. Ela era parecida com Sasuke, até no modo como o xingava, Sarada não tinha absolutamente nada de Sakura e Naruto pensou que aquilo poderia ser um tormento para a rosada.

- Você é uma cópia daquele idiota… - Naruto disse baixo para si mesmo, enquanto cruzava os braços. Não tinha nem como Sasuke negar que Sarada era sua filha, os cabelos negros e olhos ônix eram inconfundíveis, ela era uma Uchiha… Naruto bufou pesadamente encarando-a - Também não gosto de você.

- Tô nem aí. - Sarada mostrou a língua novamente - Voxé é mau e chato! 

- O que? Porque? - O Uzumaki questionou, sentindo-se extremamente ofendido com aquilo. Em sua visão, ele era uma pessoa bem maneira e descolada.

- Mau porque briga com a mamãe. - Ela explicou, olhando mortalmente para ele. Naruto podia jurar que se a menina tivesse visão de raio lazer, ele já estaria com seus pais a sete palmos abaixo da terra - E chato porque tá me deixando com fome! Chatão!

- Eu já te dei as batatas, pirralha! Meu lamen é sagrado! 

- Vou contâ pra mamãe.

- Não ligo. - Naruto deu de ombros - Você acha que ela vai fazer o que? Me bater? - Perguntou sorrindo nostálgico ao lembrar dos velhos tempos.

- Aham.

- Tem razão. - Ele virou-se e voltou a preparar o lamen, já estava quase terminando -  Você é chata, mimada e irritante. - Naruto revelou, fazendo Sarada fazer uma feição incrédula - Agora estamos quites, baixinha.

Sarada não disse nada, somente fez um bico e virou a face para o lado novamente. Eles ficaram por alguns minutos em silêncio enquanto Naruto terminou de fazer o lamen é o colocou em uma tijela. Ele olhou de canto de canto de olho para o balcão, vendo-a exibir uma feição triste.

- Não acredito que vou fazer isso. - Ele revirou suas orbes azuladas - Hey, pirralha. - Chamou a atenção dela e quando conseguiu, colocou a tijela em sua frente - Tome, não se acostume.

- Sério? - Ela ficou surpresa e Naruto assentiu - Brigada, voxê é demais, Naluto! 

- Ué, eu não era “chatão”? - Naruto sorriu ao ver a felicidade de Sarada, enquanto ela começava a devorar seu precioso lamen.

- Não lembro disso. - A morena gargalhou, fazendo o sorriso do Uzumaki aumentar.

Ultimamente ele não sorria muito, ainda mais depois da chegada da mãe dela… Porém, aquela pequena menininha de quatro anos conseguiu arrancar um sorriso seu. Sarada olhou para Naruto e sorriu, mostrando seus dentinhos pequenos e o fazendo gelar. Maldita semelhança com Sakura. 

A aparência e o modo de agir dela podiam se assemelhar ao pai, mas Naruto percebeu que aquele sorriso era inteiramente de Sakura, e aquilo deixou-o com um leve frio na barriga. A raiva que tinha deixado seu corpo pareceu voltar quando de uma hora para outra viu Sarada virar a tijela chia de lamen na pia suja.

- O que?! - Naruto arregalou os olhos, vendo seu tão amado lamen ser jogado fora - Porque fez isso?!

- Mamãe sempre diz que lamen não é saudável. - Ela explicou, na maior cara de pau.

- Então porque você me pediu?!

- Esqueci. 

- Merda! - Naruto praguejou, com toda certeza seria sentenciado a agressão de menores.

- Merd… 

Sarada iria repetir, porém Naruto tampou a boca dela imediatamente. Ele suspirou aliviado destampando a boca de Sarada e ela riu.

- Crianças não podem falar isso. - Ele repreendeu-a, encabulado - Nunca mais repita!

- Pode sim. - Insistiu ela - Merda, merda, merda, merda…

Sarada começou a falar cada vez mais alto e Naruto já estava preocupado. Como crianças daquele tamanho poderiam dizer coisas tão sujas? Sarada podia não conseguir falar corretamente ainda, mas ela não era burra.

- Fica quieta sua peste. - Disse Naruto - O que você diria se sua mãe a visse falando essas baboseiras?!

- Que voxê ensinou.

Ela não parecia ficar com medo da cara brava e do tom odioso de Naruto, ao contrário, olhava para cima animadamente e pensar em alguma coisa enquanto tentava segurar um riso maligno. Naruto franziu o cenho desconfiado, e segurou as têmporas, não acreditava que estava cuidando da filha “demoníaca” da Sakura.

Aquilo só podia ser um castigo…




 

Colégio de Konoha.


                                     15h30min, da tarde





- As papeladas parecem tudo okay, senhorita Haruno. - A diretora informou, batendo os papéis na mesa - Só falta alguns pequenos detalhes.

- Compreendo. 

A instituição de ensino Folha School era um colégio para crianças, de nome muito grande pela região e até mesmo além da fronteira. A estrutura principal onde os alunos costumavam ter suas aulas, parecia ser antiga, mas era enorme e requintada, com vários tipos de cursos preparatórios para a vida é imensa áreas de lazer. Está fica no centro de todo o terreno. 

Aquele lugar era a perfeita definição de um colégio de elite, onde somente os filhos dos mais afortunados e poderosos de Konoha estudavam desde muito novos. Bom, Sakura tinha uma enorme fortuna guardada desde quando a vida de Sasuke como lutador engrenou, sua filha merecia tudo do bom e do melhor e não seria ela quem iria negar isso a pequena.

- São só detalhes básicos agora. - A diretora ajeitou os óculos - Qual seu estado civil? Você é casada, divorciada, separada ou solteira? 

- Separada. 

Não, ela não era separada, afinal, Sasuke abandonou ela antes mesmo deles se casarem. Ainda era um tabu falar sobre aquele assunto para outras pessoas, embora uma parte dela estivesse chamando-a de imbecil naquele momento.  

Seu dia estava sendo bastante agitado. Havia acordado bem cedo por conta de Sarada, passou a manhã toda com a filha no apartamento. Deixou-a dormindo com Tsunade enquanto saiu para resolver assuntos pessoais e de extrema urgência. Estava de volta a Konoha a dias e sua vida não poderia parar por isso. Voltar a rotina seria o mais difícil.

- Senhorita Haruno? - Questionou erguendo as sobrancelhas quando não obteve nenhuma resposta - Senhorita?

- Me desculpe, acabei me distraindo. - Sakura voltou a realidade, sentindo um pouco de vergonha - Poderia repetir a pergunta por favor?

- A menina passa mais tempo com quem?

- Comigo.

Logicamente, já que Sarada nunca chegou a de fato conhecer Sasuke. Sempre foi Sakura e sempre seria. 

- Entendo. Qual o seu nome completo? 

- Sakura Haruno.

- Nome da criança? 

- Sarada Uchiha. 

A diretora abaixou os óculos e na mesma hora olhou diferente para Sakura, como se estivesse surpresa.

- Nome do pai?

- Sasuke Uchiha. 

Sakura sentiu um aperto no peito. Pai? Sasuke nunca foi pai de Sarada, somente um teste de DNA não significava absolutamente nada. Sakura fez o trabalho dos dois, foi mãe e pai para a pequena criança.

- O lutador? Multi-Bilionário e famoso Sasuke Uchiha? - Ela indagou, observando Sakura assentir - Como eu não percebi isso antes? Eu me lembro de já ter te visto na TV, você era a ex-noiva dele!

- A própria. - Sakura suspirou pesadamente.

- Meu filho é louco com ele, disse que vai ser um lutador igual ao Sasuke e terá muito dinheiro. - Sorriu, lembrando-se do pequeno - Sasuke é o ídolo dele, ele não perde uma luta sequer.

- Legal. - Sakura fingia estar prestando atenção no que ela tagarelava enquanto ajeitava sua bolso nós ombros e levantava-se da cadeira - Preciso atender uma ligação, se a senhora não se incomodar.

- Eu não escutei seu celular tocan… 

Não deu para terminar pois a rosada saiu batendo a porta, ignorando completamente a dona de todo aquele local. 

Ela encostou as costas na parede enquanto revirava suas belas orbes esmeraldas, uma fã do seu ex, era só o que lhe faltava. Odiava ter de resolver esses assuntos de escola. A rosada decidiu então ligar para sua tia pra saber se tudo estava indo bem:

Demorou alguns segundos antes dela atender.

- Sakura? - Tsunade questionou do outro lado da linha - Aconteceu alguma coisa?

- Nada demais. - Deu de ombros - Só liguei para saber se estava tudo bem, a Sarada já acordou?

- Não sei.

- Como assim você não sabe?

Do outro lado da linha, Tsunade encolheu os ombros e ajeitou sua postura.

- Não estou com ela. Tive q…

- Peraí, você disse que não está com ela?! - Sakura interrompeu, começando a se irritar - Tia!

- Eu tive de vir dar uma olhada no movimento aqui do hospital, não podia trazê-la pra cá. - Tsunade explicou - Relaxe, Sakura, ela está em segurança. Nunca deixaria nada acontecer com minha sobrinha.

- Em segurança?! Sozinha em uma apartamento daquele? - A rosada exaltou-se e quando percebeu, abaixou o tom para a diretora ou outra pessoa não ouvir - Não acredito que estou escutando isso…

- Eu nunca disse que a deixei sozinha. - A loira estava tranquila, e aquilo deixou Sakura com mais raiva ainda - Sarada ficou com o Naruto.

- O que?!

Sarada ficou com Naruto…

Sarada ficou com Naruto…

Sarada ficou com Naruto…

Sakura repetiu a frase diversas vezes em sua mente em poucos segundos. Aquilo era um problema, aquilo realmente era um problema! Sua filha estava com o homem que não suportava mais ver a cara dela e nem sequer respeitava Sarada. Ela conhecia Naruto bem o suficiente para saber que ele não faria mal algum para sua filha, independente do que sentia no coração. No entanto, ela ainda se preocupava…

- Você enlouqueceu, Tia?!

- O que tem demais? É só por algumas horinhas.

- O Naruto não quer me ver lá e tão pouco quer ver a cara da Sarada. - Explicou - Ele não sabe cuidar nem dele próprio e você acha que vai conseguir cuidar da minha filha? Não, ele não vai!

- Pelo amor de Deus, Sakura. A Sarada está bem, não precisa ficar assim. Eu sei que você nunca deixou ela com outra pessoa a não  ser ser eu, é natural que esteja preocupada mas ela está bem! 

- Espero que esteja…

Sakura suspirou e desligou o celular sem se despedir. Não estava acreditando naquilo, sua tia só podia estar ficando louca com uma coisa daquelas. A rosada saiu apressada pelos corredores do colégio sem se preocupar em dar satisfação a diretora. Ela só pensava em Sarada e não ficaria tranquila até chegar no apartamento… 




                              •••




Ela batucava o pé incansavelmente no chão do elevador, estava impaciente e aquela demora para chegar em seu andar só piorava tudo. Olhava para os números de andares com atenção e raiva, somente quando estava com pressa e preocupada que aquele elevador parecia uma tartaruga.

Quando as portas finalmente abriram, indicando o andar certo, Sakura desencostou-se da parede do elevador e evacuou o mesmo, caminhando apressadamente pelo corredor. Nesse momento ela pregueou contra si mesma, porque diabos saiu com aqueles saltos naquela manhã? Era impossível correr com aquilo sem se machucar. 

Ela parou em frente a porta do apartamento e pegou rapidamente suas chaves, a abrindo e adentrando o local. Olhou para todos os lados e não viu nenhum sinal de Sarada ou de Naruto, e para a situação ficar mais estranha, o apartamento ainda estava inteiro, bem diferente do que ela imaginou que estaria. Sakura deixou sua bolsa no sofá da sala e subiu as escadas apressadamente, tropeçando em alguns degraus. 

Quando chegou no corredor principal, tudo estava silencioso demais. Deixando-a ainda mais preocupada. Naruto era a pessoa mais escandalosa que ela conhecia, coincidentemente, Sarada era a segunda. Não era normal nenhum dos dois estarem em silêncio.

Definitivamente não era.

Sakura aproximou-se da porta do seu quarto e a encontrou entre-aberta, a rosada ficou parada na batente e olhou para dentro do quarto, mais especificamente, para um loiro e uma morena… Ela viu Naruto carregar uma adormecida Sarada no colo e a colocar na cama, suavemente. Na mesma hora o coração de Sakura parou. O mínimo sorriso que Naruto exibia para Sarada, era de cortar o coração, e a garota mesmo dormindo retribuía.

A rosada ficou um tempo ali, somente vendo os dois, e sentiu seu coração começar a bater incansavelmente. Estava surpresa, aliviada e admirada.

Quando o loiro virou-se para deixar o quarto, acabou levando um pequeno susto ao ver Sakura parada atrás dele. Ela olhava-o bastante curiosa e intrigada, o que fez Naruto ficar bastante preocupado, pois imaginava que naquela cabeça rosada poderia estar se passando muitas coisas ruins. Talvez tivesse desconfiado que ele fez algo com a menina.

Quando ela ia começar a falar, Naruto fez sinal de silêncio e apontou para a menina dormindo. Indicou com a cabeça para descerem lá pra baixo e quando saiu do quarto fechou a porta. Sakura assentiu e os dois desceram as escadas em completo silêncio.

Sakura sentou-se no sofá enquanto o loiro ficou em pé, encostado na batente da porta:

- O que aconteceu? - Ela questionou, erguendo as sobrancelhas com bastante interesse no assunto.

- O que aconteceu? Aconteceu que a mãe desnaturada deixou a filha comigo sem ao menos me avisar. Foi isso que aconteceu, Sakura. - Naruto cruzou os braços, irritado. Sarada fez a maior bagunça a tarde toda e ele teve de limpar tudo antes que alguém chegasse. 

- Não deixei ela com você. - Sakura suspirou profundamente, sabia que dessa vez Naruto estava certo e ela não poderia negar esse fato - Eu deixei ela com minha tia enquanto sai para fazer a matrícula dela na escola. - Revelou, ajeitando o cabelo - Quando fiquei sabendo que Tsunade deixou ela aqui com você, vim o mais rápido que pude. Sinto muito por isso, claramente não era minha intenção. 

Deixou seu orgulho de lado, pedindo desculpas.

- Agora já foi. - Naruto também suspirou.

- Eu aconteceu aqui? - Questionou.

- Ela me acordou e depois eu tive de cozinhar pra ela aí…

- Pera aí, você cozinhando? - Agora sim a rosada estava surpresa.

- O que tem demais? - Naruto fechou o semblante, sentindo-se ofendido - Você acha mesmo que não sei fazer uma comida? Não sou mais criança, Sakura.

- Não tem nada, idiota. - Ela sorriu ladina - É que antes você somente sabia fazer aqueles seus lamens cheios de besteiras. - Seu sorriso aumentou, nostálgica - Não imaginava que aprendeu outra coisa.

- Eu fiz lamen… - Naruto soltou uma risada constrangido, enquanto coçava a nuca. Sakura caiu na gargalhada - Eu dei meu última lamen para sua filha e você fica rindo de mim? Se liga, Sakura!

A mulher parou de rir aos poucos e fingiu não ter ficado surpresa com a revelação dele. Naruto amava lamen é ela sabia que ele não divida com ninguém, ainda mais sendo o último. Talvez sua filha tivesse amolecido aquele coração de pedra dele, ela pensou.

- Eu estava preocupada… - Sakura revelou, suavizando seu olhar - Achei que vocês estariam brigando ou quebrando o apartamento inteiro, e para minha surpresa, o que vejo quando chego aqui? Você colocando-a para dormir. - Dessa vez ela sorriu docemente. Naruto não deixou de notar aqueles lábios atraentes - Obrigada, de verdade, Naruto.

- Não foi nada demais. - Ele desviou o olhar, não estava querendo brigar, embora fosse difícil não fazer isso com Sakura.

- Na verdade, foi sim. - Pausou - É a primeira vez que alguém consegue fazê-la dormir sem mim, nem mesmo minha tia conseguiu. Então, sinta-se privilegiado, Uzumaki.

Naruto relaxou o corpo, e ficou sem conseguir saber por onde começar. O que ele tinha para dizer era complicado, visto que envolvia coisas que ele mesmo não fazia questão direito. Foi apaixonado por Sakura dos seus seis até dezessete anos, e odiou-a até agora, a situação toda já estava ficando fora do controle e ele não queria ceder. Ceder significava fraqueza, mas ele era Franco o suficiente para saber que as vezes, ceder era a coisa certa a se fazer. Não queria mais olhar na cara dela e só queria ficar na luta, no entanto, algo o dizia que a situação não era a mesma a muito tempo.

- Me desculpe por ontem. - Foi a vez do loiro deixar seu orgulho de lado - Eu agi como um idiota.

Sakura ao escutar sua voz, que já não carregava aquele tom esganiçado de antes, percebeu que o Uzumaki não carregava tanto rancor dela nas palavras. 

- Sim, você agiu. - Sakura sorriu, tentando quebrar o clima - Precisamos conversar, Naruto. - Com cuidado, a mulher se levantou do sofá e aproximou-se dele, parando em sua frente.

- Prescisamos. - Ele concordou, voltando a sua atenção para qualquer lugar que não fosse a ex-amiga. A presença da rosada tornava as coisas cada vez mais difíceis.

Naruto olhava diretamente para a janela. O sol se punha no horizonte, e aos poucos cedia lugar a lua, rainha da noite. Viam crianças correndo para suas casas por conta do anoitecer, lojas fechando ao fim do longo dia de trabalho e maridos chegando em seus lares cansados, recebendo um beijo das esposas e abraçando os filhos. Konoha era realmente um belo lugar para se morar, principalmente em tempos como aquele. O clima era agrável, mantendo-se razoávelmente quente no verão.

A grande lua em tons violetas tingia o céu, derramando-se sob a copa das árvores e o topo das casas revestidas em telhados vermelhos. A vista compunha um conjunto digno de uma pintura, seu amigo Sai adoraria esculpir essas obra de arte. 

A Haruno ficou fitando o homem durante alguns segundos. Ele apoiava a cabeça nas mãos enquanto parecia olhar perdidamente a vista. Ela o ouviu suspirar. Sorriu imaginando o que estaria pensando o loiro. Ele estava a algum tempo apreciando a paisagem e quietude do ambiente. A hora de contemplar todo bairro da Folha teria de acabar. Não era mais possível retardar aquela conversa.

- Não quero ficar brigando toda hora com você, já somos adultos demais para isso.

Naruto estava tão distraído com o cenário que demorou a responder.

- Também não quero. 

- Eu sei que fiz coisas no passado que o magoaram, e você sabe que me arrependo disso. - Ela pausou - Mas agora não adianta mais nada, não adianta você ficar aí remoendo o passado porque o tempo não vai voltar, ele nunca volta. 

- A minha vida está no passado, Sakura. Ainda estou preso naquela maldita estrada vendo meus pais serem assasinados. - Franziu o olhar - Meu único objetivo está no passado, então não fale baboseiras.

- Não sei o que você está pensando em fazer, mas nada do que faça vai trazer os seus pais de volta. - Dizer aquilo era duro, mas necessário.

- Não quero trazê-los de volta. 

Ele não queria! Não queria fazer seus pais viverem naquele mundo injusto e cruel, sabia que Minato e Kushina estavam em lugar melhor agora, descansando. Naruto só queria uma coisa: Vingança… 

Naruto pensou em retrucar que aquilo não era justo, mas ao invés disso ele somente se calou. Não queria começar uma discussão boba e infantil. Naruto tinha medo dela, medo do poder que ela tinha sobre si. Ele nunca nem conseguiu raciocinar vendo aqueles olhos esmeraldas, e se quisesse se manter firme, não poderia olha-los nem de relance. 

O problema era que Sakura é bonita demais para que ele não olhasse.

- Her… - Ele coçou a nuca - Sua filha é bem parecida com você. - Ele trocou de assunto, pondo um ponto final naquilo.

- Jura? Todo mundo fala que ela é inteiramente parecida com o Sasuke. - Sakura bufou e virou a cara para o lado, exatamente como Sarada fez mais cedo naquele dia - Eu carreguei ela nove meses na barriga para vir uma Sasuke Jr.

Ela zombou, porém, Naruto não achou a mínima graça, ele somente assentiu com a cabeça.

- Bom, o sorriso dela é lindo igual ao seu. - Ele disse e levantou os olhos para ela. Sentiu seu peito apertar quando caiu nas orbes esmeraldas de Sakura. Ele pareceu não ter notado o elogio que fez, no entanto, a Haruno notou e não teve como não ficar enrubescido ouvindo-o falar - Vocês duas fazem o mesmo bico quando ficam bravas ou são contrariadas. - Sakura estava prestes a retrucar, mas então ele continuou - Mas também tem esse lado feioso do Uchiha, isso com certeza estragou a Sarada toda. 

- Naruto! - Sakura repreendeu-o, firme. Não era possível que ele estivesse falando uma coisa linda daquelas e no final estragou tudo. Somente Naruto era capaz daquilo - Idiota.

Aquele aperto dele se apossou de todo o corpo. Naruto sentia cada músculo se contrair ao ouvir a voz doce e ao mesmo tempo irritada de Sakura. Como ele sempre adorou vê-la irritada, era muito sexy em sua visão.

- Relaxe, só estou brincando, Haruno. 

- Acho bom mesmo. - A boca corada de Sakura se estende em um sorriso mais sincero do que qualquer outro que ela deixou escapar, com os dentes amostra. - Fico feliz que vocês se deram bem.

- É…

Ele somente omitiu a parte de que a filha dela era uma mala-sem-alça, irritante, mimada e uma completa peste. Conseguia sentir o cheiro do seu lamen que Sarada jogou fora, aquilo deixou um vazio enorme em seu coração. Sarada era uma Uchiha, e parecia que a função das pessoas daquela família eram destruir a vida dele.

- Se liga, Sakura. - Ele disse - Teremos de conviver juntos por algum tempo, e eu não quero ficar mais brigando a todo momento, e imagino que você também não. - Suspirou vendo-a assentir - Eu não gosto de você e você também não gosta de mim, mas isso não significa que não podemos nos respeitar. Não estou dizendo para voltarmos a sermos amigos outra vez, só não quero atrapalhar sua vida e nem quero que você atrapalhe a minha. - Naruto coçou a nuca - Só me deixe em paz e eu farei o mesmo com você, já somos grandes demais para brigar desse jeito, tô certo.

Tô certo…

A mulher de longos fios róseos travou ao escutar aquelas duas palavras, todo o resto que Naruto falou pareceu não ter mais importância alguma. Uma enorme sensação de nostalgia apossou de seu corpo, era como se tivesse voltado a quando eram adolescentes e o loiro vivia falando isso para cima e para baixo.

Como dizer a ele que não queria se afastar? Que não queria deixá-lo em paz? Cada um de um lado? Não, ela não queria isso. Sakura ficou cinco anos presa dentro de uma mansão, sem ver quase ninguém ou de ter alguém com quem ela se importa-se, não seria agora que iria fingir que ele não existe. Desde que voltou, Naruto foi uma das coisas que mais a chamou atenção em Konoha, ele havia mudado tanto e ao mesmo tempo continuava o idiota imperativo e cabeça oca de sempre.

- Se é assim que você quer. - Sakura deu de ombros - Pra mim tudo bem. - Não, definitivamente não estava tudo bem.

- Paz.

- Paz. - Ela repetiu, sorrindo e vendo-o virar-se de costas para sair dali - Uzumaki… Posso te perguntar uma coisa? - Questionou meio incerta, fazendo-o parar.

- Pergunte. - Voltou sua atenção para a Haruno e observou as sobrancelhas rodadas bem feitas, com a dona exibindo um olhar estranho. 

- Bem… - Começou meio receosa. Ela inspirou lento e pesado, tomando um pouco mais de coragem -  Você é a Temari estão juntos? 

- Ham? Claro que não, que nojo. - Ele fez uma careta - Porque? - Indagou. Intrigado por saber os motivos daquela pergunta. 

- Não é nada demais, idiota. - Suspirou passando as mãos pelos cabelos longos, tentando agir normalmente - É que vocês estavam juntos ontem. Além do mais, eu sempre desconfiava que vocês tinham algo, desde a adolescência.

- Fofoca. - Naruto levantou o olhar, pensativo - Eu e você sempre estávamos juntos antes e nem por isso quer dizer que tivemos algo. - Depois de alguns segundos, o loiro sorriu pelas narinas com um olhar malicioso para a rosada.

- É diferente.

- Não, não é.

- Nossa relação não tinha nada de parecido com a que você tem com ela. - Sakura bufou e fez um bico, virando a cara para o lado - Até o Gaara desconfiava que vocês tinham algo.

- Todo mundo desconfiava que eu e você também tínhamos. - Ele deu de ombros - Se eu não conhecesse você, juraria que está com ciúmes. - Naruto provocou.

Ela estava com ciúmes de Naruto? Não, com certeza não! O motivo era somente pela curiosidade, não havia outra coisa envolvida. Ou será que talvez... O rosto de Sakura automaticamente enrubesceu, estava mais vermelha como um pimentão. 

Ele encheu o peito de ar e suspirou, coçando levemente a nuca. Sakura pode observar os músculos dos braços, bem visíveis pela regata branca que Naruto usava.

- Sempre se achando demais. - A rosada sorriu com ironia, odiava se sentir acuada, se sentir como um animalzinho enjaulado, sempre que olhava para aqueles olhos azuis - Só nos seus sonhos, idiota.

- Me achando de menos é que não estaria. - Ergueu as sombrancelhas de modo divertido - Isso se chama autoestima.

O loiro não deu tempo para que a Haruno respondesse, pondo-se a caminho da porta do apartamento. Já tinha problemas demais para resolver e não estava mais disposto a jogar aquele joguinho com Sakura.

A rosada ficou observando Naruto sair do cômodo, pisando duro. Pela resposta que recebeu, sabia que tinha deixado uma pulga atrás da orelha dele. Da mesma forma que o incômodou, sabia que o que foi dito por ele iria lhe incomodar por um bom tempo, mesmo assim, não deixou de dizer.





            Condomínio nobre


                                       Segunda-feira 


01h34min, da madrugada




O som que a arrancada que a moto deu reverberou nos ossos do corpo de Naruto Uzumaki. Dobrou a esquina, em um dos condomínios mais agitados de Konoha. Daquele ponto, as batidas fortes e altas das músicas eram ouvidas.

O freio deslizou por baixo dos dedos enquanto ele passava para segunda marcha e avançava com os faróis apagados, buscando não chamar a atenção de ninguém.

Assim que estacionou a moto afastada de uma certa mansão, colocou-a no ponto morto, estalando seus dedos ao recostar a sua coluna na traseira da mesma. O loiro suspirou ao avistar um monte de pessoas dançando no jardim e dentro da casa, as luzes de baladas piscando fortes e os bebados largados em todos os cantos. Ele não tirou o capacete em nenhum momento, somente observou a festa de longe enquanto procurava o seu alvo.

Naruto tirou um pano de dentro da sua jaqueta de couro, e o desembrulhou, revelando um revólver carregado. Saiu de casa naquela noite com um só objetivo, e ele não falharia na missão. Franziu o cenho quando finalmente o avistou subindo as escadas em direção a um dos quartos.

Obito Uchiha…

 Conseguiu descobrir onde era sua moradia em Konoha, e coincidentemente, o idiota estava dando uma festa. 

Naruto aproximou-se da mansão sem ser notado, e pulou uma cerca que levava aos fundos da casa. De lá ele avistou a varando do quarto onde Obito estava, minuciosamente, ele subiu em uma lixeira e conseguiu escalar por uma ponta solta até o segundo andar. 

Naruto conseguia vê-lo claramente agora, pelo vidro do quarto, mas sem ser notado pelo homem. Obito estava sozinho, agachado e distraído enquanto pegava algumas cervejas no frigobar que havia ao lado da cama de casal.

Tão vulnerável…

Tão indefeso…

Naruto ergueu o braço e apontou o revolver para Obito, iria matá-lo da mesma forma que ele matou seus pais. Uma fagulha foi sentida no coração do rapaz com tantas lembranças que reviveu naquele minuto… O carro sendo parado no meio da estrada, seu pai saindo do carro e levando diversos tiros, sua fuga para o milharal enquanto sua mãe estava sofrendo o assassinato. 

Obito Uchiha destruiu a vida dele, e morreria tão facilmente com uma bala no meio da testa sem saber da onde veio. Naruto jurou que se vingaria, jurou que mataria Obito e o faria pagar por tudo o que fez, por tudo o que causou. No entanto, enquanto destravava o gatilho, ele percebeu que aquela vingança era rasa demais. Obito morreria em menos de um minuto, aquilo não parecia nem pouco perto do que ele merecia. 

Ele tinha de sofrer! Perder tudo da mesma forma que Naruto perdeu, pagar por todos os seus crimes para aí sim ser morto. Naquele momento, enquanto suas mãos tremiam por não conseguir puxar o gatilho, Naruto conseguia escutar os gritos amedrontados do seu pai e da sua mãe… Quando ele enfim tomou coragem para disparar, a porta do quarto foi aberta e uma mulher entrou.

Naruto saiu imediatamente da varanda e pulou lá para baixo. Ele sentiu seu coração acelerar e o ar que já se fizera escasso diminuir ainda mais, perplexo por ter finalmente ficado tão perto do assasinado dos seus pais. Ele perceberá que não foi e não era forte o suficiente para puxar o gatilho, continuava sendo aquele mesmo menino chorão é medroso de quando tinha quatro anos.

Algumas poucas lágrimas desciam pelos seus olhos azuis. Falhou com seus pais quando eles estavam vivos, e falhou novamente depois que eles morreram. Não conseguiu se vingar, não conseguiu nem olhá-lo nos olhos… Aquelea malditos olhos.

Suspirando pesadamente, guardou o revólver no bolso da jaqueta e pulou novamente a cerca e saiu em frente a mansão, caminhando em direção a moto.

- Hey! - Uma voz o chamou, fazendo-o sentir um arrepio subir por todo o seu corpo. Naruto se virou e encontrou quatro homens se aproximando dele - O que está fazendo? - Questionou um de cabelos alaranjados e diversos piercings espalhados pelo rosto.

- Tá bisbilhotando por aqui é?! - Foi a vez do de cabelos ruivos questionar enquanto Naruto era cercado. O Uzumaki continuou calado, olhando para ele, sem dizer absolutamente nada, estava ferrado - Eu te fiz uma pergunta, garoto. - Disse seriamente, aproximando-se mais e encurralando o loiro. 

- Hey. - Um homem de cabelos cinzas penteados com bastante gel, que estava sem camisa e ao lado esquerdo de Naruto, chamou a atenção para si. Ele disse para um também ruivo, mas muito baixinho - Chame o Obito aqui.













 


Notas Finais


Vejam minha nova fica, Narusaku. https://www.spiritfanfiction.com/historia/apostando-sentimentos-19723889

Continua , favoritem e comentem a história isso e muito importante para mim , tenho certeza que vocês não vão se arrepender .Comentemmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm.mmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm



Passem nas minhas outras Histórias, vocês não iram se arrepender


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