História Vire-se a tempo (Dramione) - Fora de controle

Pov. Narrador

Faltava apenas uma semana para o tão esperado baile. A grifinoriana e o sonseriano mal se falavam. A castanha vinha passando cada minuto do seu dia considerando quais queres imprevistos que poderiam ocorrer no grande dia. Precisava ser um plano impecável. Malfoy tentava dar espaço para ela pensar, não queria atrapalhar o seu raciocínio, mas também não tentava ajudá-la, sentia-se incapaz de ser produtivo, as diversas noites de insônia que passavam uma atrás da outra o impediam de pensar direito durante o dia. Suas noites mal dormidas eram devido o pesadelo que voltara a ter desde seu retorno a Hogwarts, a cada dia o sonho se tornava mais e mais nítido, mais vivido, quase real e palpável. Aquele desagradável sonho que o seguia até mesmo acordado o impedia de pensar claramente o suficiente para ajudar Granger, não conseguia olha-la sem ter relances do sonho. O melhor que poderia fazer era manter distância e descansar para o grande dia, pois tinha plena certeza que a castanha era mais do que capaz de criar um plano impecável que levaria ambos de volta para casa.

O loiro vagava pelo corredor vagarosamente, devido o sono das diversas noites mal dormidas, estava a caminho da aula de transfiguração, o fato de que a aula era com a muitíssima irritadíssima professora McGonagall não ajudava o ânimo de Draco. Ao chegar na sala percebeu um certo estranhamento e mal estar entre os alunos, fitou todos confuso e foi até a sua mesa. Só ao olhar a professora que, em frente a turma toda, se arrumava, penteava os cabelos e sorria enquanto cantarolava. Todos estavam estranhando essa tão animada McGonagall, nunca a haviam visto assim, estava bem mais arrumada que o comum, com uma maquiagem mais pesada e roupas mais elegantes, além de esbanjar uma aura alegre igual a uma princesa de contos de fada. Deu a aula de forma leve e distraída, deixando passar despercebido conversas paralelas entre alunos, estava animadíssima, e ninguém compreendia bem o porquê. Quando o sinal soou, nem se deu ao trabalho de dispensar a sala, simplesmente pegou alguns livros que estavam sobre a mesa e partiu. A sala observou tudo embasbacada. Apesar de Draco não saber muito sobre aquela versão da professora, sabia que aquele comportamento não era típico dela.

“Mulheres apaixonadas são assustadoras, não é?” disse uma voz atrás do loiro, ao virar-se viu Harry que estava sentado logo atrás dele. “Apaixonada?” perguntou Draco num tom irônico, “Você está me dizendo que a professora McGonagall esta apaixonada?” Harry fez que sim com a cabeça, “Isso mesmo. Ela deve estar super ansiosa para rever o queridinho dela” soltou uma risada de deboche, “Dizem que ela era louca pelo antigo diretor.” “Dumbledore?!” “Isso mesmo. Ela ficou possessa quando ele foi demitido, quase se demitiu junto a ele, por isso ela detesta tanto o diretor Riddle.” Draco parou por um segundo, as sobrancelhas arqueadas em plena surpresa “Tadinha,” continuou Potter “Fica fingindo que não está apaixonada por um homem gay. Dumbledore já foi casado com um cara, sabia? Acho que se chamava Grindelwald.” Deu de ombros, saíram da sala.

Granger, que ainda estava sentada em sua carteira organizando os seus pergaminhos, havia ouvido a conversar toda dos dois sonserianos, nem teve a chance de falar com o loiro, mas aquela não era a sua preocupação, estava mais focada no fato de mcGonagall e Dumbledore terem uma relação, e se ela também fosse da Ordem da Fênix? Aquela era uma dar diversas variáveis que a castanha deveria considerar.

Olhava distraída para os lados enquanto se dirigia para o salão, já era hora do almoço, quando uma silhueta familiar lhe cruzou a vista, vagando rumo a um corredor deserto, sua curiosidade foi desperta. A passos vagarosos foi na mesma direção. Era um corredor largo, nas paredes haviam quadros cujas personagens se moviam livremente de moldura em moldura, vivendo suas vidas tranquilamente, perto a parede haviam bustos de todos os diretores que já lecionaram em Hogwarts, observou cada rosto com atenção, até avistar a ultima escultura, de um homem grisalho de bigode, a frente deste busto estava parado a inspiração para o mesmo. “Diretor” disse a castanha quase constrangida, ele se contentou em olhá-la pelo canto dos olhos, voltou a admirar os quadros. “Olá, senhorita Granger” por debaixo do bigode um sorriso de contentamento cresceu “Não é interessante o que acontece nesses quadros? Por mais que tentemos colocá-los cada um na posição que queremos, eles têm vida própria, não podemos controlá-los ou prever o que farão. Não é magnifico pensar assim?” A castanha escutou aquelas palavras como se fossem uma perola de sabedoria “Sim senhor, é sim” “Está animada para o baile?” “Sim, muitíssimo.” Ele sorriu, seus olhos azuis brilharam intensamente “Isso é bom, será uma grande noite. Se bem me lembro, você tinha especial interesse num artefato que do acervo de Hogwarts, não é?” “Sim! O Turns-Zoi” “Bom, espero que você ache nele oque procura.” Voltou a andar pelo corredor, olhou uma última vez para os quadros, soltou um suspiro “Se não podemos nem controlar uma pintura imagine o resto. As vezes só temos que confiar que tudo vai dar certo.” Riu novamente, deixando Hermione ali, escutando o som dos seus passos e da bengala diminuírem lentamente.

Virou-se para os quadros uma última vez, os punhos serrados assim como seus lábios, a castanha estava pensando freneticamente.  Não conseguia dizer se o diretor sabia de algo, ou se ele simplesmente tinha o hábito de cuspir palavras de sabedoria. Seus olhos encaravam diretamente a imagem de dois amantes se acariciando, até que a mulher do quadro se virou para ela e vociferou, “Ei! Oque você está olhando?!” Hermione riu e saiu a passos rápidos, “Desculpe, não é nada!” enquanto corrida corredor a fora ouviu de longe a mulher vociferar “Bom mesmo!”.

Saiu correndo Hogwarts a fora até chegar no salão onde muitos estudantes já estavam comendo. Seus olhos percorreram freneticamente a mesa da Sonserina até pousar num certo loiro, se apressou até ele. Sentou-se ao seu lado “Malfoy” o sonseriano que não a havia visto levou um susto quase se engasgando, forçou-se a engolir, “Granger? Oque foi?” ela sorriu animadamente tomando folego “Eu decidi, eu finalmente sei o que fazer na noite do baile” ele corou um pouco e desviou o olhar dela, ela estava muito radiante para olhá-la diretamente. “Tá bom... E qual vai ser o plano?” ela abriu um largo sorriso “Nós vamos pegar o Turns-zoi e voltar para casa.” Ela continuava a sorrir enquanto o loiro continuava a fitar a mesa esperando a castanha dizer algo mais, mas a única coisa que se ouviu foi o som das pessoas ao redor comendo e conversando, “E o que mais...?” perguntou o sonseriano na esperança de ouvir o resto, “É isso.” Ele se virou boquiaberto para ela. “É isso?” ela fez que sim com a cabeça, “Você está me dizendo, que a Hermione Granger, a dita bruxa mais inteligente de Hogwarts-““Você me acha a bruxa mais inteligente da escola?” ele corou constrangido, “Esse não é o ponto e não me interrompa – Está me dizendo que depois de tanto tempo se planejando não tem nenhum plano?” “Isso.” Ela empinou o nariz triunfante, Draco ainda a encarava indignado. “Eu não entendo... Achei que você estava criando planos e mais planos para não haver nenhuma surpresa.” “Eu estava... Mas algo me fez perceber que eu não sei de tudo, também não podemos controlar ne planejar tudo o que acontece. A única coisa que importa é que até o fim da noite aquele artefato esteja nas nossas mãos e que possamos voltar para casa.” “E como você pode garantir que isso vá funcionar?” ela tomou folego com nervosismo, forçou um sorriso, “Eu não posso, e nenhum plano vai mudar isso, mas eu acredito que se fizermos isso juntos, a gente pode conseguir.” Os dois se olharam por um momento em silêncio, “E então, Fuinha, você confia em mim?” Draco fez uma pausa, fitava no fundo dos olhos quando deixou escapar um sorriso “Claro que confio, sangue-ruim.”