Escrita por: EscritoraMoom15
Sagitário corria pra casa. Mesmo sendo só 16h30min e o encontro sendo ás 18h, queria ter tempo para se arrumar. Já no caminho pensava em como seria a roupa adequada para o encontro. Não era nada sério, mas queria impressionar. Tomou um banho de 30 min, o que não era de seu costume, vestiu uma camisa branca e bermuda azul, pois estava muito quente. Prendeu a parte de trás do cabelo, mas deixou umas mechas soltas na frente. Passou uma boa colônia, escovou os dentes e saiu de casa feliz da vida.
O nome do lugar procurava lembrar. “Scorpionis Aculeum? Acho que é isso.” Pensava. Lembrou então das orientações do outro em relação à localização do bar. Demorou um pouco, mas conseguiu encontrar. Ao entrar, o lugar era bem moderno: o barman ficava bem à frente, uma parede com bebidas estocadas em um armário com portas de vidro, logo atrás de uma bancada em semicírculo de madeira; mesas e cadeiras pretas espalhadas e outras enfileiradas próximo das paredes e do vidro que dava vista para a rua; a iluminação era normal, mas algumas em cor de roxo iluminavam a área do barman.
Depois de admirar o local, Sagi percebeu que Vivi já tinha chegado, e estava sentado em uma mesa próxima do vidro que dava pra rua. Aqueles cabelos longos presos em um rabo de cavalo, aquela coroa de flores. Que sonho. Aproximou-se com os passos ainda pesados pelo nervosismo. Não imaginava a melhor forma de começar uma conversa. Chegou à mesa e Vivi o cumprimentou sorrindo:
— Eu estava esperando.
— Eu cheguei muito atrasado? Ai Deus! Sinto muito!
— Não! Calma! Não foi nada disso. — o virginiano procurava acalma-lo, acenando para que ele sentasse. — Eu sempre chego uma meia hora antes do combinado pra ter certeza.
— Então... Faz meia hora que você está aqui? — Perguntava Sagi sentando-se.
— Eu aproveitei e pedi algo pra nós dois. Espero que não se incomode. — Sagi sorriu. Pediram alguns petiscos. Sagi reparou logo nas roupas do outro que estavam diferentes. Uma calça verde musgo com uma camisa branca. Vivi, por outro lado, percebeu que o novo amigo parecia tenso. — Tem algo te incomodando?
— N-não. P-por acha isso?
— Pode ser sincero. Não se sente a vontade comigo?
— Não é isso...
— Você só me convidou por educação. — interrompeu o outro, já estava se depreciando antecipadamente como sempre fazia. — Entendo se não quiser minha presença...
— NÃO É ISSO! — Sagitário gritou e bateu a mão na mesa quando se levantou. Percebeu que todos em volta olharam, incluindo os funcionários. — Desculpe. Eu só... Não sei o que fazer.
— Do que esta falando? — Virgem se encontrava surpreso ainda pelo grito repentino.
— Eu... Eu queria muito te conhecer, sabe? E agora que finalmente tenho a oportunidade, nada me vem em mente.
— Queria me conhecer?
— Desculpe tomar seu tempo. — Sagi se levantou da mesa e antes de sair, Virgem o segurou.
— Espera! Não está tomando meu tempo. Essa é a primeira vez que alguém me convida pra algum lugar. Eu estava com receio de te entediar, pois não tenho nada de interessante pra te dizer. Minha vida é baseada em limpar casas, esfregar chão, arrumar camas, lavar banheiros. Quer que eu continue?
— Sim! Por favor! — O equino sentou-se novamente muito rápido, apoiando os cotovelos na mesa e o queixo nas mãos. Seus olhos brilhavam como uma criança por querer saber mais. Parecia claramente encantado com tão pouco. Isso fez Vivi fechar os olhos e rir baixinho. Uma risada gostosa de ouvir que Sagi amou. — Limpeza é importante.
— Verdade. Eu preso muito por organização. Meu único hobbie é pintar, e você deve achar isso um tédio.
— Eu acho isso um máximo! — dizia empolgado. Seu rabo já balançava. — Eu adoro viajar por aí. Compro várias lembrancinhas, tiro fotos, mas amaria saber pintar pra registrar as coisas que vejo com sentimento.
— Meus quadros não são grande coisa.
— Aposto que são lindos. — isso fez Vivi sorrir. Ele ia falar alguma coisa, mas o barman os interrompeu.
— Com licença? Está tudo bem? O que foi aquele grito? — o homem era alto, tinha cabelos roxos bem longos, mas estavam em uma trança bem incomum, sua pele acinzentada e seus olhos finos eram charmosos, e a blusa aberta mostrava seu abdômen bem estruturado. Além do sorriso malandro que no momento não existia.
— Nada demais Scorp. — respondeu Vivi desviando o olhar do maior. — Estamos só conversando.
— Sendo assim, o que os pombinhos vão querer? — ao ouvir isso Sagi na mesma hora corou fortemente e Virgem bem de leve.
— Não é nada disso idiota! Nada de bebidas por hoje. Pode trazer a conta, por favor? — o maior afirmou com a cabeça e com um sorriso travesso saiu. Virgem suspirou fundo. — Me desculpe por isso. Escorpião é o dono daqui e um amigo de longa data, mas às vezes ele consegue ser bem irritante e... — na hora ele percebeu o jeito extremamente sem jeito do outro. — Você... Está bem?
— S-sim. Eh... Por que pediu a conta? Já quer ir embora?
— Ah, na verdade sim. Mas não é por causa disso. Eu pensei em lhe mostrar os meus quadros. Se estiver interessado, claro.
— Me daria essa honra?
— Não exagera. — Vivi sorriu. — Vem! Vamos pra minha casa.
— Como? — Sagi corou novamente. — Agora?
— Se tiver outro compromisso eu entendo.
— Não, não! Eu adoraria! — Sagitário pensou em pagar a conta inteira, mas Virgem insistiu em rachar. — Até mais Scorp, foi um prazer conhece-lo.
— Não precisa mentir querido. Mas igualmente. Cuidado vocês dois no caminho de volta. — Scorp lavava um copo de vidro com um pano e sua voz saia claramente malicioso na ultima frase e Virgem percebeu isso.
— Obrigado Scorp e tchau. — disse Virgem já abrindo a porta com raiva e sem olhar pra trás. Então, pegou na mão de Sagitário e o puxou junto dele pra fora. O maior corou e sem reação apenas seguiu o outro. Quando já estavam fora, Sagi andava feliz e cantarolando ao lado de Vivi até sua casa, ainda de mãos dadas.
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