História Viviel: um amor sem fronteiras - Ideia brilhante

POV DANIEL
Ao perceber que amanhecera, penso em telefonar para minha menina, mas me retraio ao lembrar de seu pedido para que fosse embora. Por outro lado, estou com muitas saudades de "nossa pequena gênia". Aproveito que estava de pé e resolvo dar uma revisada nas cenas do dia. Quando estou plenamente concentrado, ouço o barulho do celular:
•Daniel: Ju?
•Ju: Ainda bem que está acordado, Daniel...
•Daniel: Aconteceu algo?
•Ju: Sei de um jeito para descobrir o que está acontecendo com a Vivi...
•Daniel: Que jeito seria esse?
•Ju: A gente pode se falar pessoalmente?
•Daniel: Vou me arrumar e em meia hora estarei no Projac... Já está no Studio?
•Ju: Vou passar na casa de certa pessoa antes de seguir viagem...
•Daniel: O que você vai aprontar?
•Ju: Calma rapaz... Espere e verá!
POV VIVI
Acordo antes do tempo e resolvo descer para começar o dia. Ao fazer isso me deparo com meus dois amores sentados à mesa:
•Vivi: Caíram da cama?
•Lara: Estou com saudades do Dani...
•Dudu: Nunca achei que fosse concordar com a chata mas eu também...
Me surpreendo com a resposta de Eduardo:
•Vivi: O que aconteceu, Dudu?
•Dudu: Lara conversou comigo e eu percebi que estava sendo injusto com você... Você não merece ser julgada nem por mim nem por ninguém...
•Vivi: Meu filho... Você não sabe o quanto me deixa contente em perceber que você está crescendo...
Abraço Dudu e Lara faz bico:
•Lara: Só ele vai ganhar abraço?
•Vivi: Vem aqui minha emburradinha mais linda do mundo!
•Lara: Agora eu gostei...
Sorrio juntamente com Márcia que me olha preocupada. Ela pede a Lara que se apresse para a escola junto com o irmão. Eles vão se ajeitar correndo pelos corredores. Ao constatar que estamos sozinhas, ela começa:
•Márcia: Vai me dizer o que está acontecendo ou não, Dona Vivianne?
•Vivi: Márcia... Eu não posso...
•Márcia: Você vai querer que eu acredite realmente que você deixou de amar o Daniel?
Ao dizer isso, ela arqueia a sobrancelha e eu percebo estar sem saida:
•Vivi: Não... Eu não deixei de amar o Daniel... Ao contrário...
•Márcia: Então por quê se afastar assim?
•Vivi: Para proteger a vida dele...
•Márcia: Como assim?
Nessa hora, o telefone toca:
•Vivi: Rosane?
•Rosane: Vivi! Venha logo para o Projac porque hoje o dia será cheio...
Me despeço de Márcia apressada:
•Vivi: Chamado da chefa! Preciso ir...
•Márcia: Não pense você que vou me esquecer dessa conversa, viu?
Me despeço de meus amores e sigo rumo ao meu local de trabalho. No caminho para lá quase na esquina de casa avisto Ju:
•Vivi: Errou o caminho, donzela?
•Ju: Não, moça apaixonada... Vim conversar um pouco com certa menininha...
•Vivi: Pois então se apresse, pois ela está quase saindo para a escola e também porque a chefa já telefonou...
•Ju: Estou sabendo desse telefonema... Não vou demorar...
Assim que Ju chega, Márcia comenta:
•Márcia: Dona Juliana! Como vai?
•Ju: Marcita!! Tranquilo... Sabe dizer se a Lara ainda está aqui?
Lara adentra o local:
•Lara: Procurando por mim?
•Ju: Você mesma Larinha... Será que a gente pode conversar um pouco?
•Lara: Claro...
Márcia intervém:
•Márcia: Não demorem muito mocinhas...
Assim que elas ficam sozinhas, Ju começa um diálogo:
•Ju: Vim saber como você está... Parece triste princesa...
•Lara: Estou mesmo... O Dani nunca mais apareceu... Tenho saudades...
•Ju: Então a Vivi não contou a você?
•Lara: Sobre o quê?
•Ju: Pelo que entendi, ela e o Daniel deram um tempo...
•Lara: Mas por quê?
•Ju: Vim falar com você exatamente sobre isso... Preciso que ajude a mim e ao Daniel...
•Lara: Ainda não sei como, mas já topo ajudar...
•Ju: Qualquer coisa que você souber sobre o porquê de sua mãe ter tomado essa atitude com o Daniel ligue para o número anotado neste papel... Combinado?
•Lara: Combinadíssimo!
•Ju: Sabia que poderia contar com você!
No instante em que diz isso, ela e Lara se olham e uma luz acende em sua mente:
•Ju: Acabei de ter uma ideia... Espero que dê certo...
Márcia escuta e se preocupa:
•Márcia: Duvido que agora esse segredo dure por muito tempo... Principalmente com Juliana e Lara investigando...
Assim que adentro o Projac avisto Daniel. Ele usava uma camisa xadrez aberta no colarinho, casaco preto e uma calça social que pendia no quadril. Havíamos chegado no horário combinado, mas até agora nem sinal de nossos diretores muito menos dos colegas de elenco. Enquanto esperamos alguém aparecer conversamos um pouco:
•Daniel: Como tem passado?
"Com saudades suas" - penso. Balanço a cabeça tentando afastar tais pensamentos e respondo:
•Vivi: Tenho estado bem... Lara quem tem perguntado por você junto com Eduardo...
•Daniel: Algum dia desses posso fazer uma visita a ela?
•Vivi: Liga antes só pra saber se ela estará em casa, mas pode sim...
Horas se passam e ninguém aparece para gravar:
•Daniel: Será que aconteceu alguma coisa?
Ao dizer isso, eles escutam um barulho na porta. Respiram aliviados por imaginar que alguém finalmente havia aparecido. Ledo engano... Daniel vai até a porta para ajudar a pessoa do outro lado a abrir e avisa:
•Daniel: Estamos trancados, Vivianne...
•Vivi: O quê? Como assim trancados?
Assim que pergunto isso, noto dois colchonetes "esquecidos" e alerto Daniel:
•Vivi: Tem um colchonete aqui... E outro ao seu lado...
Um funcionário do Projac, por acreditar que não haveria mais ninguém por ali, acreditou poder trancar as portas. Enquanto eles permanecem presos, Rosane se comunica com Juliana:
•Rosane: Espero que essa ideia dê certo, viu? Avisou a todos que realmente não precisava ir hoje?
•Ju: Foram todos avisados... A essa hora, eles devem estar desesperados...
•Rosane: De onde surgem essas idéias, Dona Juliana?
•Ju: Da minha mente brilhante...
•Rosane: Precisamos pensar no que dizer amanhã porque, com certeza, eles vão querer saber o que aconteceu para ninguém ter aparecido na gravação...
Enquanto elas se despedem, Vivianne começa a sentir frio. Daniel percebe e prontamente entrega o casaco a ela:
•Daniel: Toma... Você está batendo o queixo de frio... Talvez isso ajude...
•Vivi: Não precisa... Você vai sentir frio... Parece que a temperatura está esfriando...
•Daniel: Deixe de besteira... Pega!
Ele me ajuda a vestir o casaco e seu toque em minhas costas me causa arrepios. Ele tenta se aproximar um pouco mais, mas me afasto. Posiciono o colchonete próximo a parede na tentativa de me aquecer um pouco mais. Quando estou quase pegando no sono, percebo alguém encostando a cabeça em meu ombro:
•Vivi: Quer o casaco? Está tremendo de frio...
Por sorte, avisto uma coberta jogada no chão. Algum funcionário deve ter se esquecido de recolher. A pego e vou ao encontro de Daniel para aquecê - lo... Nessa hora, ele pede:
•Daniel: Não é justo eu me aquecer e você sentir frio... A coberta é grande...
•Vivi: É melhor não, Daniel...
O sinto me puxar pela mão delicadamente e me deixo encaixar debaixo da coberta. Em questão de segundos rodeio meus braços em sua cintura inconscientemente. O sinto agarrar minha mão como se aquilo o desse alguma segurança de que não fugiria. Sorrio com esse pensamento e me deixo ser envolta pelo sono que, a essas horas, pesava meus olhos.