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História Vivo, ou apenas existo? - A semana antes do torneio.


Escrita por: Hueitir10-NEW

Capítulo 27 - A semana antes do torneio.


Fanfic / Fanfiction Vivo, ou apenas existo? - A semana antes do torneio.

Chegamos ao bar faz pelo menos dez minutos. O local é de espaço médio, com várias mesas redondas posicionadas; o tema do local é composto por plantas de todos os tipos, com um cardápio colado em cada parede que sustenta o local. As mesas redondas foram juntadas em uma linha reta, e há pelo menos sete mesas unidas só para os tenentes e seus amigos, juntamente conosco. Estou sentando entre David e... Homes. Ele fez questão de querer sentar ao meu lado, e realmente fico nervoso por conta disso.

Por que eu continuo sendo intimidado internamente por um homem ao qual já fiz de tudo? É uma resposta que pareço nunca conseguir achar. E por incrível que pareça, o Homes não percebe isso; ele acha que sou o único ao qual não é intimidado por ele. Isso é estranho, será que ele não se incomoda com isso que as pessoas veem dele? Tudo bem que é como algo superior, mas... Quem sabe o que se passa pela cabeça de Homes.

“Realidade virtual, apostem nisso.” – a fala de um dos tenentes faz voltar a minha atenção. Seu cabelo arrepiado me dá calafrios. – “Nunca usaram realidade virtual conosco. E só de saber que irão usar com vocês... É realmente para ser televisionado para todas as transmissoras. É algo inédito.”

“Então não há nada que vocês possam dizer certamente para nós?” – indaga Carlos, educadamente.

“A única coisa que podemos dizer é...” – o tenente volta a falar, respondendo ao Carlos. – “Sobrevivam, e saibam que sair sem ferimentos é quase impossível, principalmente nos exercícios finais.”

Mesmo com uma música eletrônica rodando o local, eu consigo perceber o silêncio na mesa após o tenente terminar a sua fala.

“Eu poderia rir, e dizer que Kelvi falou mentira e estar querendo colocar medo em vocês, mas...” – o soldado ao lado de Homes fala, chamando-nos a atenção. – “Na verdade, o Kelvi amenizou em suas palavras. Isto é um torneio mais que sério; é real.”

 

Vivo, ou apenas existo?

Capítulo 27: A semana antes do torneio.

 

Não há nenhuma mulher na mesa ao qual estou, e realmente, todos os tenentes estão aqui. Metade ao longe parece estar falando de mulheres, e percebo uma aliança na mão de alguns dos tenentes. A outra metade deles mexe no celular e se prende ao mundo virtual. Wiil está conversando sobre suas expectativas para o torneio junto com Carlos e David. E Homes olha para o tenente ao seu lado, e escuta uma história sobre uma missão do passado. Eu sou o único calado, que não está mexendo no celular; apenas observo cada pessoa do local.

Minha garganta parece estar implorando por água, e é quando começo a me levantar que o rosto de Homes vira e me olha com olhos autoritários, como se eu fosse seu e eu tivesse que pedir permissão para sair dali, mas é apenas impressão minha, pois a sua pergunta é dita com calma:

“Quer beber algo?”

“Ah, não.” – respondo. – “Na verdade sim, mas não bebida alcoólica. Irei comprar alguma coisa.”

“Quer que eu vá junto?” – indaga ele.

Meu Deus Homes! Olha o tanto de alerta que você está dando. O seu amigo ao lado não parece perceber as palavras ditas por ele e eu tento mover a cabeça cautelosamente para negar a sua vinda comigo. Após o meu curto silêncio, ele volta o seu rosto para o seu amigo, e eu saio do local.

Não só há tenentes e soldados neste bar, consigo ver algumas mulheres reunidas em uma mesa, e alguns jovens no lado esquerdo do local. Dificilmente há uma mistura de gênero em uma mesa, isto me surpreende. Vou até o balcão, sento e olho para o espelho ao longe. Consigo ver a minha camisa azul, tão límpida, fazia tempo que eu não a usava; praticamente parte do meu tempo ou eu estou com a farda, ou estou com uma camisa simples branca enquanto a farda está na sala de limpeza, então acabou se tornando um “ciclo de vestes”.

“Posso ajudar?” – indaga o homem, me tirando a atenção. Ele parece ser o atendente do balcão. – “Parece estar viajando, hein jovem.” – sorri ele.

“Ah, desculpa.” – digo. E acabo demorando alguns segundos para o responder, o atendente consegue tirar a atenção de qualquer um com esse sorriso, credo. – “Tem alguma bebida que não seja alcoólica?”

“Estamos em um bar, caro jovem.” – comenta ele, olhando-me de um jeito estranho, como se estivesse me flertando com o olhar sem nenhuma razão aparente, ou talvez seja mais uma paranoia minha. – “Eu posso arranjar água se quiser, comprarei logo ali no supermercado e trago para você.”.

“Você venderá a um preço mais caro do que o valor comprado?” – indago, cautelosamente.

“Irá lhe dar de presente, se quiser.” – sorri ele.

“Não posso aceitar presentes de estranhos”. – comento, olhado para o seu cabelo tão liso que parece nem precisar de gel para estar ajeitado.

“Pelo visto você é daqueles de dilema chatos e lentos, interessante.” – ri ele. – “Gosto de pessoas assim.”

“Enfim.” – corto-o, fazendo de conta que não escutei a última parte do seu comentário. – “Qual a bebida com menos teor de álcool”?

“Não se preocupa, eu irei pegar água para você.” – fala ele.

“Não precisa, mudei de ideia.”

“Do que você está com medo, jovem? – sua pergunta me faz ficar sem saber o que dizer. Ele é como alguém que acabou de conhecer pessoa x em uma festa e simplesmente começou a desenvolver a conversa com umas indiretas amorosas sem nenhuma razão, eu sei que tem muita gente por aí assim, mas não achava que fosse encontrar uma logo hoje. – “Pessoas bonitas precisam confiar mais nos outros.”

“Quê?” – o que ele falou tem nada haver, parece até eu tentando arranjar assunto.

“Algum problema aqui?” – a voz de Homes me faz olhar para o lado direito. Ele está sentando bem ao meu lado, enquanto parece retirar todas as informações do atendente em minha frente só ao olhar por uma única vez.

“Nenhum.” – responde o atendente. – “Seu amigo estava pedindo água, e eu ia comprar.”.

“Eu não sou amigo dele.” – murmura Homes, olhando retamente para os olhos do atendente. – “Sou o namorado dele, é diferente.”

Puta que pariu, Homes! Como você fala uma coisa assim de repente? Olho diretamente para o rosto do atendente, ele parece ter sido congelado por uma frieza instantânea. Olho para os lados e percebo que só eu e o atendente conseguimos escutar o que Homes acabou de dizer, o som está abafando muito para que alguém nas mesas consiga escutar nossas palavras.

“Vai querer a água ou não?” – indaga o atendente, começando a reagir à Homes, o meu provável namorado.

“Não.” – responde Homes, olhando para mim. – “Vamos, Pedro.”

Me levanto junto com Homes e começamos a sair de perto do balcão. Não consigo nem olhar para o atendente após este ocorrido; e tento não pensar com que tudo isto do Homes parecesse com ciúmes. Ou talvez seja realmente ciúmes? Seja lá o que for, meu coração não para de acelerar e meu corpo está completamente quente, consigo ainda escutar suas palavras me nomeando como seu namorado.

“Soldados novatos, vamos?” – indaga Homes, logo ao chegar à mesa.

“Mas já, Homes?!” – resmunga o seu amigo tenente.

“Eu preciso resolver com os novatos algumas coisas no quartel, soldado Niul. Obrigado por ter nos convidado.” – fala Homes de um modo convincente.

Desde que conheço o tenente Homes eu percebo o quanto tudo que ele diz faz com que crie um tipo de certeza na cabeça das pessoas, ninguém parece o contradizer ou persistir na sua presença. Ele fala com cada um dos tenentes enquanto se despede.

“Boa sorte, novatos.” – fala Kelvi, movendo o seu polegar. – “Espero ver vocês nas finais.”

“Certo.” – diz Carlos.

“Pode deixar.” – sorri David, animado.

“Iremos.” – fala Wiil.

Fecho meu punho e concentro toda a minha energia nele. Nós tentaremos sim, o máximo que pudermos. Avançaremos em busca do que queremos, e iremos um dia estar com a mesma cor de farda que cada soldado tenente aqui sentado contém no quartel, a farda preta; ela nos aguarda, assim espero. Aceno com a cabeça, e então nos direcionamos para o carro. Percebo bem a confusão nos olhares de David e Carlos, foi muito repentina a mudança de Homes, e só eu sei o porquê dela.

Minutos depois, já no carro, Homes olha para o retrovisor, e eu percebo que ele procura os meus olhos. Não olho para o local, negando assim a minha visão para ele, e começo então a olhar para os lados tentando ignora-lo.

“Pedro.” – sua voz me chama, e não há desculpa para que eu não olhe para ele. – “E também David e Carlos. Vocês irão treinar juntos com o Wiil, certo?”

“Socorro!” – exclama David, extremamente animado. – “Mais que certo!”

“Obrigado.” – fala Carlos, tentando esconder sua felicidade.

“Certo!” – respondo.

“Agora estou aliviado.” – fala Wiil. – “Eu realmente estava com medo de levar bronca sozinho do senhor Homes.”

Tento segurar a mão em minha boca para esconder o riso que está formando enquanto vejo Homes olhar surpreso para Wiil. O que eu sempre pensei é realmente verdade, as pessoas temem o tenente Homes, se brincar até o próprio capitão do exército o respeita.

“O que vocês acham que eu sou?” – diz Homes, tentando não rir, mas acaba não conseguindo disfarçar.

Um jovem atento, gentil e com altas probabilidades sociais. Ele parece dizer tudo o que pensa, sem se preocupar com as reações alheias, essas são as características que eu posso associar ao Wiil, o meu novo amigo.

Ao chegar ao Quartel, nós nos despedimos de Homes e agradecemos pela viagem. Eu não fiz nada que venha a ultrapassar nosso nível de amizade em público, apenas acenei de modo amigável, mas percebia bem a sua vontade de querer morder cada centímetro do meu lábio após ter visto eu de conversa com o atendente do bar; eu espero realmente que ele seja maduro o bastante a ponto de não pensar em coisas tão absurdas.

“O que faremos agora?” – indaga David, olhando ansioso para mim.

“Vamos treinar, até a devida hora marcada no papel.” – murmuro, olhando para o pequeno pedaço de folha que Homes nos deu antes de partimos. Nele continha todo o tipo de treinamento que deveríamos fazer. Havia uma rotina de abdominais misturadas com flexões e até alongamentos que nunca cheguei a fazer na vida. – “Espero que não estejam cansados agora, pois não iremos dormir até dar cinco horas da manhã, combinado?” – percebo um som autoritário saindo de mim.

“Mas o quê?!” – exclama Wiil.

“Acho que pra mim tudo bem.” – sussurra Carlos.

“Só se for agora, parceiros.” – vejo brilho nos olhos de David ao falar isto.

E assim começou uma rotina de treinamento que foi como tortura diante dos nossos olhos. Fizemos a maioria dos treinamentos no campus vasto de floresta do exercito. Não aguentamos grande parte deles. Acabamos no fim nem chegando perto das três horas da manhã. Um sentimento de fracasso se estabeleceu nesses sete dias por conta da exaustidão que estava nos afetando. Realmente, falar é uma coisa, fazer os exercícios é outra bem diferente. E eu sabia que exagerar não era nosso dilema no momento, precisávamos manter o ritmo no momento certo e com resolução constante.

Eu sequer vi o tenente Homes nos dias anteriores ao início do torneio, ele parecia estar resolvendo algo fora do exercito com os outros tenentes. Ele não me avisou sobre a sua saída, e nem deve, eu não sou nada menos que um homem que teve relações com ele; mesmo ele me denominando como namorado para um estranho, não consigo ver o Homes me aceitando como um parceiro público. Eu sei que ele é um homem de surpresas e que pode mudar a qualquer momento, mas não acho que deva ser agora, ou que talvez vá chegar alguma hora que ele realmente mude. Só nos relacionamos uma vez, e eu espero que não tenha sido a única. E mesmo com minhas paranoias me atormentando ao longo de cada exercício que eu fiz durante a semana, eu sabia de algo. Sabia que ele estaria aqui no dia, para me ver tentar... Ganhar.

E eu tentarei.


Notas Finais


O próximo comeback desta fanfic provavelmente vem com o arco do torneio completo, então dedos cruzados que vai tudo esquentar mais do que já está. Podem comentar críticas, qualquer coisa, estarei sempre lendo e respondendo.


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