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História Você É Meu - Esclarecimento


Escrita por: Hika_Kuro

Capítulo 1 - Esclarecimento


Fanfic / Fanfiction Você É Meu - Esclarecimento

Entrei naquele lugar que comecei a frequentar à um ano e meio. Como aquele idiota estuda de dia e trabalha à noite não sobra tempo pra mim e se eu quizer falar com ele sou obrigado à vir no seu trabalho, mesmo que ele não goste.

Como sempre o lugar esta cheio de adultos com os hormônios nas alturas. Dançam, observam, analisam e escolhem quem vão querer pra noite.
O lugar só é frequentado por pessoas importantes e com grana, não esperava menos do prostíbulo do Orochimaru.

O Orochimaru era meu professor de biologia mas, por alguma razão, ele foi demitido e resolveu fundar seu negócio. Isso à uns 3 anos atrás. Logo o comércio dele ganhou reconhecimento e preciosos clientes. Desde então seu comércio não para de crescer.

Me direcionei à uma sala mais escondida. No meu caminho recebi olhares, tanto dos empregados do local quanto dos clientes. Cheguei em frente a sala e tinha dois seguranças à protegendo. Eles me deixaram entrar, já me conheciam e o Orochi me deu passe livre aqui dentro. É ótimo conhecer o dono.

Entrei e fechei a porta novamente.

- Olha quem chegou! - Juugo bagunçou ainda mais meus cabelos quando eu me sentei ao seu lado no sofa de couro negro. - Você não cansa de insistir, não é? Bem, se você esta tão apaixonado por mim assim, eu posso largar essa vida e te dar uma chance. - disse com a maior "modéstia" que ele poderia ter.

- Você não disse que já iria trabalhar, Juugo? - um ser de cabelos negros disse do outro sofá. 

     Juugo riu e se levantou, logo sumindo porta à fora.


O moreno olhou pra mim com os olhos gelidos.


- Quantas vezes eu tenho que repetir que não quero que você venha mais aqui? - bufei e me deitei no sofá que agora é só meu.

- É o único jeito que encontrei. - disse encarando o teto - Você poderia deixar de trabalhar nisso. 

- Você sabe o porque de eu estar aqui. Preciso pagar a faculdade. - ele falou sem expressar nada - E qualquer outra possibilidade de trabalho nessa cidade e redondezas foram completamente anuladas.

Claro que eu sei. Fugaku ameaçou destruir qualquer empresa ou mesmo um simples comércio se te empregassem. Aquele homem não pode ser chamado de pai. Negou os próprios filhos.

Se meu pai tivesse alguma filial por aqui, eu poderia te arranjar um emprego nela mas ele nem pensou nisso.

- Sabe,eu posso pagar a....__Sasuke me cortou antes de terminar de falar.

- Não. - o encarei. - Você deveria saber muito bem que nunca permitiria isso.

- Eu sei mas não custa tentar. - joguei qualquer coisa que encontrei pela frente nele e só depois percebi que era o meu celular. - Seja um bom garoto e devolva o meu celular. - e aceite minha proposta.

Ele arqueou uma sombrancelha depois de ver algo no meu celular e olhou para mim.


- Quem é? - me mostrou a tela de bloqueio.

- Meu amigo e eu. - disse o óbvio. - Ele tinha viajado e voltou esses dias, saímos pra colocar o papo em dia.

Ele desbloqueou o celular. Ele sempre descobre as minhas senhas.

 

- E esse? - mostrou o papel de parede da tela principal. Olhei pra ele como se fosse estúpido, e ele era.

-Você e eu, idiota.

Ele começou a fusar no meu celular sem autorização alguma.

- Vocês parecem ter se divertido muito. - sim, ele estava vendo as fotos. - Quando foi isso?

- A semana que eu não vim aqui.

Ficamos em silêncio e eu voltei a encarar o teto.

- Sasuke,que tal se eu te pagasse? - não conseguindo ficar calado expressei a minha ideia.

- O quê? - confusão era evidente no seu tom de voz.

- Era só eu contratar você. Assim você não precisaria dormir com esses caras. Contratar você por todo o seu período de trabalho. O que acha?

- Não. Seria como se eu estivesse sendo pago por nada,e de fato seria isso. Você estaria me dando dinheiro. Definitivamente não. 

- Então você só aceitaria se fosse fazer seu trabalho? 

- Exatamente. 

- Não vejo mau nisso. Podemos transar de fato,  você não estaria recebendo dinheiro de graça. 

- Não. - virei o rosto para encará-lo e ele já me observava. - Não vou transar com você. Da onde você tira essas ideias?

- Por que não? Sou bonito. - disse emburrado. Ele riu e me jogou o celular.

- Porque você é meu amigo e isso poderia estragar. - ele tentou fugir com esse argumento ridículo. - Já imaginou se você se apaixonasse por mim?

- Isso seria um problema? Não vejo nada de errado nisso. - você que arruma defeito em tudo.

- Seria um enorme problema. - respondeu jogando a cabeça pra trás. 

- E se já tivesse acontecido? - perguntei observando os mínimos detalhes da sua reação. 

- O quê? - ele me encarou surpreso.

- E se eu já estiver apaixonado por você? - ele mordeu o lábio inferior, nervoso.

- Como eu disse antes, seria um problema. - bingo. - E eu estou muito ocupado, então não se apaixone.



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Após aquela conversa com Sasuke eu vim para esse parque.  Já esta de madrugada, não tem ninguém e eu ainda estou aqui, nesse balanço que embrulha o meu estômago.

Parece que tem uma bola na minha garganta, acho que vou vomitar....
Na verdade eu estou com vontade de chorar. Apesar de não ter parecido, doeu quando eu escutei aquilo.

Afinal, eu já estou apaixonado por aquele idiota.

Mas ele não tem culpa de nada, a culpa é minha por isso ter acontecido. Eu me apaixonei sozinho, me iludi sozinho e sinto essa dor sozinho.

Mas não deixo as lágrimas caírem, se eu deixar elas não irão parar mais.

Depois de muito pensar, decido o que fazer e vou embora. Não vou deixar nada atrapalhar minha amizade com o Sasuke, nem mesmo esse amor imbecil e indesejado.


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Não fui à faculdade hoje, fiquei o dia inteiro na cama. Eu mereço.

Agora, à noite, estou novamente no prostíbulo. 

Entro na sala e só encontro o Sasuke, os outros já devem estar trabalhando.

- Yo, Sasuke. - me joguei no sofá livre.

- Por que faltou a faculdade hoje? - ele estava lixando as unhas e nem parou pra me olhar. Idiota.

- Então você notou a minha ausência? - fechei os olhos. Passei o dia todo deitado e estou com preguiça. 

- E tem como não notar? Você fica o tempo todo me enchendo o saco que quando não vai é estranho. - você falando assim vou interpretar errado. Seu babaca.

- Hoje eu estou com muita preguiça. Nem sei como consegui levantar da cama pra vir aqui. Se sinta especial. - e realmente é. Suspirei. - Eu tenho que te contar uma coisa. Pode ser difícil pra você aceitar isso, mas você é um idiota. - ele jogou a lixa em mim e eu ri. Por algum motivo eu não conseguia parar de rir. Será que é o medo pelo o que eu pretendo dizer e fazer? Desespero? Bem provável. 

- Pare de rir, babaca!

Continuei rindo e sinto mãos me empurrando do sofá e sinto o chão batendo nas minhas costas. Mesmo assim continuo rindo. 


- Eu vou te bater, idiota. - ele range os dentes.

De repente a vontade de rir é substituída pela vontade de chorar mas me controlo. Eu estou mesmo desesperado. É patético. É só eu dizer de uma vez, fazer de uma vez e acreditar que com isso eu possa esquecer esse sentimento problemático pelo meu melhor amigo.


- Você esta estranho, Naruto. Mais que o normal. - ele sentou no sofá me observando levantar e sentar ao seu lado. 

- É que eu realmente tenho algo pra te contar. - olhei pro teto.

- Então conta logo e deixa de enrolar. - disse impaciente. 

- Eu estou apaixonado.

Silêncio.

Olhei pra ele e o mesmo estava com uma expressão de surpresa, incrédula e de raiva. Talvez eu leve uns socos.


- Eu não acredito.  - ele apoiou os cotovelos nos joelhos e o rosto era cobrido e apoiado pelas mãos. - Quem é a pessoa? - perguntou baixo e seu tom de voz era magoado.

- Você.

Silêncio.

Ele estava paralizado. Resolvi continuar e sair logo pra que ele possa processar, se acalmar e me aceitar como amigo depois disso.


- Mas não precisa se preocupar. Sei muito bem que isso é um problema, algo indesejado e resolvi me livrar desse sentimento incômodo. - me levantei. - Decidi aceitar o pedido de namoro que me fizeram recentemente, contando que com isso eu consiga me livrar desse sentimento por você. Me desculpe por ter deixado isso acontecer. Espero que ainda me aceite como amigo e que a nossa relação não mude. Eu poderia ter escondido isso por mais tempo, afinal escondi até agora, mas eu achei que precisava ser sincero com você.  - terminei e praticamente corri pra fora daquela sala.

Corri.


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Cheguei no meu apartamento e caí no chão da entrada, ali mesmo fiquei, não tinha mais forças pra levantar ou fazer qualquer coisa.

Sem nem perceber eu estava chorando. Falar a verdade é mais duro do que apenas tê-la na sua cabeça. Falar daquele jeito, como se não me importasse que ele não correspondesse meus sentimentos, como se os mesmos fossem lixo, como se desse para simplesmente descartá-los era muito mais doloroso. Eu queria gritar, sumir. Queria continuar a desconhecer esse sentimento que é tão "belo". 

Deve ser magnífico pra quem tem a sorte do sentimento ser recíproco. Mas pra quem não tem a mínima chance disso de fato acontecer é horrível, doloroso, incômodo. As pessoas deveriam ter o direito de escolher se querem sentir esse sentimento ou não. Isso é injusto. Por que esse sentimento é imposto à nós sem direito à escolha? Por que não podemos somente nos apaixonar por alguém que esta igualmente envolvido? É uma droga. Uma tremenda droga.

Eu quero dormir e esquecer. Só isso. É mais fácil assim.


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Nos outros dois dias eu não fui pra faculdade porque eu estava sem a mínima vontade. Decidi ficar assistindo animes, isso é muito melhor.

A campanhia tocou e fui atender. Paguei e peguei a pizza.


- Esqueceu o refrigerante. - disse e o carinha olhou pra mim assustado.

- Desculpe, eu vou trazer o mais rápido possível. Poderia não ligar e reclamar com o meu chefe? Ele vai me demitir. - pediu com medo. Até parece que eu faria tal maldade.

-Claro. Mas seja rápido, estou morrendo de fome.

Ele concordou e saiu depressa.

Fechei a porta e voltei pro meu quarto. Até parece que consiguiria aguentar esperar o refrigerante. Vou comer ela assim mesmo.

Me joguei na cama coloquei os fones de ouvido e dei play no episódio. Peguei uma fatia de pizza e dei uma mordida enorme. Está uma delícia.

Mau tinha pegado o segundo pedaço e a campanhia toca. Me levantei dando uma mordida na pizza.

Abri a porta novamente.

- Oh. - foi a única coisa que consegueipronunciar. 

- Você diz que é apaixonado por mim e ao mesmo tempo diz que vai se "livrar disso" como se fosse um carma, me evita não indo à faculdade, não vai me irritar no meu trabalho... Ao mesmo momento que diz que é apaixonado por mim e diz que vai se "livrar disso" também diz que vai namorar com outra pessoa. E ainda diz que não quer que esse "sentimento indesejado" prejudique a nossa amizade. Fala tudo isso como se não fosse nada e depois de despejar tudo isso em cima de mim sem aviso algum sai correndo. E agora você só diz "Oh"? Eu realmente vou te bater.


Sasuke me empurra pra dentro e fecha a porta. Ele me encara com raiva.

Cara, eu estava me recuperando, treinando a minha mente para ignorar meus sentimentos. Com você na minha frente é impossível.

- Que bom que você decidiu continuar sendo meu amigo apesar de tudo. - desviei o olhar. Meus olhos começaram a arder. Eu definitivamente não vou chorar, não na frente dele.

- Está mesmo bom, Naruto? - morde o lábio inferior com força. - Responda. O que você esta sentindo de verdade? - eu não aguento mais.

 - Certo. Vou te dizer. - o encarei. Os olhos ônix atentos a tudo que eu fazia. - Eu estou sentindo angústia, raiva, dor, amor, decepção, raiva. Estou sentindo uma enorme vontade de chorar, um vázio. Eu queria que você gostasse de mim não só como amigo. Queria te socar e te beijar ao mesmo tempo. Apesar de eu ter agido friamente quando você disse que seria um problema se me apaixonasse por você e quando eu disse que me livraria desse sentimento eu estava sofrendo. Doía, doí muito. E agora com você aqui, na minha frente, eu quero fugir. E nesse momento eu estou me controlando o máximo para não chorar. O que acha disso? - perguntei com sarcasmo e mágoa afogando as palavras. 

- Eu acho que você é um idiota. - senti como se ele tivesse me esfaqueado. - Você saiu correndo e nem esperou eu falar uma palavra. Eu disse aquelas coisas porque pensei que era a minha mente e desejos distorcendo os sentidos das suas palavras. "E se eu já estiver apaixonado por você? ", isso realmente me pegou desprevenido. Você disse aquilo tão casualmente que não pensei que era verdade. Pensei que você só estava sendo o idiota que sempre era fazendo perguntas aleatoriamente querendo qualquer resposta que lhe era aceitável ou que te deixasse sem argumentos. Eu não poderia dar deslize se não você perceberia meus sentimentos escondidos. E se você percebesse, nossa amizade poderia estar acabada ou danificada. Eu não queria isso. Você nunca deu indícios que ficaria com um homem ou que gostava de mim. Era arriscado demais. Eu não conseguia acreditar quando você disse que estava apaixonado por mim, era como se fosse um dos meus sonhos. Meu subconsciente me iludindo. Desculpe por não te dizer antes e não ser tão sincero quanto você mas a verdade é que eu já estou apaixonado por você à muito tempo. - eu não conseguia me mexer nem dizer nada. Ele disse isso tudo olhando nos meus olhos, sem desviar o olhar a nenhum momento. - Não vim te procurar antes porque pensei que você estaria melhor com outra pessoa ao invés de alguém como eu. Mas notei que sou egoísta o suficiente pra conseguir deixar outra pessoa te ter. - ele sorriu triste.

Ficamos nos encarando não sei por quanto tempo até ele quebrar o silêncio.

- Diga alguma coisa. - falou impaciente e fadigado. 

- Eu quero te beijar e te socar ainda mais.


Ele aproximou-se rapidamente e me beijou. No começo só ficamos com os lábios juntos em um demorado selinho mas Sasuke logo começou a movimentar os lábios e eu o acompanhei. A fatia de pizza estava esquecida na minha mão, lembrei dela quando o gosto de pizza na minha boca se chocou com o gosto de bala de melão na boca do Sasuke. 

Ele enlaçou a minha cintura e me puxou de encontro ao corpo dele. Senti a língua quente dele pedir passagem e sem demora eu cedi. Nossas línguas quentes e molhadas se cumprimentaram e logo estavam dançando intimamente juntas. Minha mão que estava livre foi parar na sua nuca. Quanto mais eu o puxava pra aprofundar o beijo, mais ele me colava nele.

Quando ficamos sem ar nos afastamos. Um encarava o outro, ofegantes.

- É culpa sua por isso não ter acontecido antes. - eu disse lhe apontando o dedo e fazendo cara feia.

- Claro. Assumo total responsabilidade. __ele diz sorrindo. __É sua culpa por eu ter faltado à aula hoje. - ele disse indo pro meu quarto. O segui e o encontrei deitado na minha cama comendo minha pizza e olhando meu notebook. 

- Você é muito folgado. Quem disse que poderia comer minha pizza e deitar na Yoko? - disse com falsa indignação. 

- Você deu nome à sua cama?__sorriu idiota. - Ridículo. A propósito, vou arrumar outro emprego.

- Sério? - eu estou feliz por isso. - Mas o Fugaku...

- Eu dou um jeito. - disse confiante. - Aproveite bem porque você não vai mais faltar à faculdade. É mesmo muito estranho quando você não está me enchendo o saco.


Me joguei na cama e abracei aquele idiota. Eu estou feliz, muito feliz.
Estava tudo ótimo, até ele abri a boca.

- Só pra deixar claro: Eu sou o ativo e você o passivo. - mordi com força seu pescoço e recebo outra mordida em resposta. - Agora que eu me lembrei. Quem foi o ser que te pediu em namoro, Naruto?

- Não importa.

- Agora você é somente meu. Minha propriedade. Todos os direitos reservados....

- Não sou objeto, babaca.

- Mas é só meu, imbecíl. Eu sendo romântico e você me atirando xingamentos. - a personificação do sarcarmo. - Agora que você é completamente meu, eu quero fazer um monte de coisas....

- Ainda falta eu te socar.





Fim. 



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