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História Você é meu Amor Doce - Segunda Temporada - Homem morto


Escrita por: Doidorotto

Notas do Autor


—Inicialmente, vamos deixar claro que todos os nomes, personagens, locais e eventos são fictícios e não tem nenhuma relação com acontecimentos ou pessoas reais. Qualquer semelhança é mera coincidência.

—Segundo! Todos os personagens, nomes e locais são de propriedade da BeeMoov Jogos! É proibida a sua reprodução total ou parcial em qualquer meio de comunicação, veículo de imprensa escrito ou falado, sites ou impressos. Se o fizer, se resolva com os franceses!! Boa sorte com um processo internacional!

—Terceiro e não menos importante (talvez o mais importante) ao contrário de outras fics por aqui, esta irá se passar no mesmo universo e os acontecimentos são diretamente relacionados ao jogo! Portanto, pode acontecer de você tomar um SPOILER AQUI. Talvez dos primeiros episódios (ainda não fui muito longe no jogo). Então fique avisado.

Capítulo 5 - Homem morto


Fanfic / Fanfiction Você é meu Amor Doce - Segunda Temporada - Homem morto


O dia de Dee começou cinzento… Chovia forte…

Ela estava em seu quarto, sozinha e olhando pela janela para o céu escuro, contando os pingos de água que escorriam pelo vidro. A escola ficou fechada pelos dois últimos dias. Todos os alunos receberam uma mensagem com o dia e hora do velório e funeral da diretora, Samantha. Shermansky. Mas Dee não tinha vontade de ir.

Segundo as informações que conseguiu com as colegas de sala Iris não havia se encontrado com Élius nestes dois dias, então, pelo menos, quanto a isso ela estava tranquila. Precisava respirar um pouco e distrair a mente daqueles problemas. Se vestiu, usando um casado longo e quente, pegou um guarda-chuvas e saiu. Sua tia não estava em casa, mas também não importava.

Em algum lugar desconhecido…

Dean estava sentado, no meio da sala das Realidades Alternativas, apenas olhando para os quadros em volta. Contemplava cada um daqueles quadros e realidades como se fossem filmes.

– Tá com fome?

Um saco de papel com uma marca estranha foi jogado em seu colo. Ele se assustou com aquilo e procurou o dono da voz. Era Dee. Ela sentou na outra poltrona e estava bebendo alguma coisa e mordendo algo redondo e com um cheiro estranho. Ele quis perguntar como ela chegou ali, mas o cheiro do negócio estranho no saco de papel foi mais forte do que a curiosidade.

– O que é isso? – ele abriu o saco de papel e retirou de dentro algo redondo, macio e quente, embrulhado em um papel engordurado. – E o que é isso aí na sua mão?

– Cheese Burger com Bacon, para você e Frango Crisp para mim. Eu tô bebendo uma Coca. Tem uma aí para você, também. – Dee disse, mordendo o lanche e mastigando com calma. Ela viu a reação confusa de Dean e engoliu seu lanche. – 'Quié'? Você é, ou eu sou, vegana nessa sua realidade?

– Não... Eu só… – e mordeu o lanche. Era bem gorduroso, mas, ainda assim, bem saboroso. O tal líquido por outro lado era muito doce e gelado. – Eu tava sim com fome. Valeu. – e continuou comendo.

– Não tem fast-food de onde você veio? – perguntou Dee.

– Claro que tem. É só que eu não esperava você aqui. Aliás, como chegou aqui? – perguntou Dean, mordendo com vontade o lanche. -- eu acho...

Era muito bom comer aquilo. Encontrou alguns pacotinhos vermelhos e amarelos dentro do saco de papel. Viu que Dee estava com um deles na mão e apenas imitou o que ela estava fazendo. O dele devia estar quebrado, por que nada acontecia.

– Tem que abrir eles primeiro. – Dee disse rindo. – Eu não sei bem como eu achei a porta. Apenas pensei nela e ela tava atrás de mim. Essa coisa é bem legal. Dá para chegar a qualquer lugar daqui? – Dee pegou um sachet de mostarda, abriu e espalhou sobre o lanche de Dean.

– Hum… que coisa forte. Então.. não.... só posso ir a lugares que estejam relacionados a esse caso. – Dean mordeu o lanche. Aquela coisa amarela era boa, mas muito forte. – Não poderia aparecer dentro do cofre de um banco ou numa praia paradisíaca, por exemplo...

– Você tem paladar de bebê, ein. Parece que nunca comeu um sanduíche. Escuta, o que é aquilo? - Dee apontou para um quadro coberto por um tecido escuro. – Que realidade é aquela?

– Não é nada! Aquilo não é nada importante. – Dean terminou o lanche e o refrigerante. – Podia ter me trazido mais um, não?

– Não nado em dinheiro, sabe? – Dee foi andando até o quadro e ficou olhando para ele. – Vou ver essa realidade. Já que você disse que não é nada.

Dean ficou apreensivo com a ação dela e correu até a garota. Segurou sua mão e disse:

– Se tá coberto é por um motivo, você não acha? – ele soltou a mão dela. – Deixa isso aí.

– Mas, você disse que não era nada. – Dee agora ficou mais curiosa. Dean riu da cara dela e voltou para a poltrona.

– Então olha. Mas, eu não me responsabilizo pelo que você está fazendo com a Debrah nessa realidade.

– Debrah?/ ircc... Deixa pra lá!

Dee olhou para o quadro coberto e sentiu um arrepio de terror só de ouvir o nome da garota. Se afastou do quadro como se fosse tóxico e radioativo. Algumas coisas eram melhor não ver. Ele se sentou e foi mexer no saco de comida de Dee. Haviam pequenos palitos oleosos e amarelos, dentro de uma pequena caixinha vermelha. Mordeu um. Era bom. Começou a comer o resto.

– Ei!! Deixa minhas batatas aí! E… – reparou para o quadro que estava imediatamente atrás de Dean. – Hum… aí sim. Está interessado?

– Hum… – Dean fez algum barulho estranho que pareceu uma pergunta. – Hum… Nhéin.. uhé Nhé..hum..Elah… – engoliu as batatas. – Quem é ela?

– Nojento isso, sabia? – Dee olhou com desgosto para o rapaz e depois se voltou para o quadro. – É a Violette. Ela é um doce! Acho que é a última pessoa que sobrou nesse mundo que se importa comigo. Eu amo ela. – disse Dee se sentando na poltrona e tomando as batatas da mão de Dean.

– Ela conseguiu resistir a um comando direto do Élius. Você reparou? – Dean pegou os guardanapos no saco de lanche e limpou os dedos e boca. Definitivamente aquilo era bom, mas tinha muito óleo. – Na hora que ele mandou ela fazer o mesmo que Iris. Ela disse não.

– É claro que ela disse não!! O que você acha que a Vio é? – Dee jogou uma batata em Dean. – Quer dizer, não que a Iris seja do tipo que… Ah… você entendeu! – Dee ficou emburrada.

– Eu entendi! Você é que não está me entendendo! – respondeu pacientemente Dean. – Eu disse que o Élius é capaz de fazer as pessoas amarem ele de forma obsessiva. Ele usou esse poder na Violette e não funcionou. Como?

Dee agora entendeu aonde Dean estava tentando chegar. Ela se sentou na poltrona e começou a olhar para o quadro com atenção. Era o momento em que ela e Violette conversavam no clube de jardinagem e tiraram uma selfie juntas.

– Mas, se ele tem esse poder todo que você falou, por que ele não usa em mim ou em todo mundo da escola, nos professores e diretores ou na cidade toda, no planeta, para que todo mundo me odeie? – perguntou Dee.

– Simples. Isso tornaria as coisas muito fáceis para ele. Não seria divertido. – respondeu Dean. – Ele não quer isso. Ele quer te ver lutando, perdendo e sofrendo. Eu disse: no fundo é só uma criança mimada e birrenta.

Dee terminou suas batatas (deu uma olhada dentro da caixinha para ver se não havia mais nenhum pedacinho esquecido) e jogou a embalagem dentro do saco e papel. Se aconchegou na poltrona. Aquela sala era bem confortável. Nem quente ou fria.

– Posso dormir aqui? – ela perguntou fechando os olhos.

– Você não devia ir para casa? – Dean falou sem olhar.

– Para quê? Ninguém lá se importa. Além do mais, amanhã eu saio e estou linda, cheirosa e bem-vestida. Não tenho nem que me preocupar com o que vou usar. – Dee deitou na poltrona, era um pouco pequena demais para ela, mas naquele momento estava bom. 

– Mas, tem certeza que vai dormir aqui? – Dean olhou para ela. Estava deitada e com os olhos fechados. Era uma visão pacifica e tranquila.

– Por que? Eu vou ME atacar no meio da madrugada? – ela abriu um olho e deu um sorriso irônico. Dean corou. – Se você quer saber, ela é solteira, tá! – disse Dee, com uma voz de sono.

– Vai dormir! – Dean virou e voltou a olhar para o quadro de Dee com Violette.

No dia seguinte

Como ela havia pensado, ao sair pela misteriosa porta, Dee estava mesmo limpa, cheirosa e bem-vestida. Aquilo era melhor do que ter um enorme closet ou viver dentro de uma loja de roupas em Paris. Duvidava que alguma garota não gostaria daquilo.

– Viu? Linda, cheirosa e bem-vestida. E você também não está… – Dean apenas fechou a porta quando Dee saiu. Ela olhou e a porta não estava lá e por mais que pensasse nela, ela não aparecia.

“Preciso lembrar ele que se ela continuar com essa mania de sumir e me deixar falando sozinha, eu vou quebrar o nariz dele”, pensou e se pós a caminho da Sala de Redação da escola. Olhou para os lados e não havia nenhum sinal de confusão no pátio. Entrou na escola e encontrou alguns de seus amigos que mal olharam para ela. Porém hoje, ela estava decidida a não deixar Élius e nem ninguém tirá-la do sério. Nada poderia abalar Dee hoje.

Exceto aquela cena…

… ela passou em frente a Sala dos Professores e espiou pela porta aberta. Deitado em sua caminha estava um cabisbaixo Totó. Com as orelhas baixas, o cachorro apenas ficava olhando para a porta. Ela não pode deixar de lembrar os problemas que ao tentar pegá-lo e da raiva que sentiu a cada vez que ele fugia. Mas naquele momento, ninguém no mundo parecia mais triste do que ele.

Ela entrou na sala e o cachorro ergueu a cabeça para olhá-la. Ele sabia que não era quem ele estava esperando, mas, mesmo assim, se levantava para olhar para qualquer um que entrava. Ele não podia falar, mas não precisava. Seus olhinhos pretos perguntavam “cadê ela?”, mesmo sem dizer nenhuma palavra.

Dee se ajoelhou e passou a mão por seu pelo liso e bem cuidado. Ele olhou para ela, com os olhos grandes e brilhantes, ganindo baixinho. Ela tentou não chorar ao ver aquilo. Ambos sabiam o que ele queria, mas ela não tinha o que dizer.


– Desculpa, Totó. Mas ela não vai voltar. - Dee disse baixinho, enquanto alisava o pelo dele. Totó apenas abaixou a cabeça novamente e continuou gemendo baixinho. – E eu acho que a culpa é minha. Desculpa, Totó. – Dee não conseguiu mais segurar as lágrimas. Totó chorou junto com ela.

– Não se dê tanto crédito assim, senhorita O'Connel. – Dee ouviu a voz da professora Delanay vindo da porta. – Você é indisciplinada sim, mas não acho que você sozinha seria capaz de causar um infarto na diretora. – ela se abaixou e começou a acariciar Totó.

– Professora… desculpa, eu o vi … – Dee começou a falar, tentando enxugar as lágrimas. A professora fez um sinal indicando que estava tudo bem.

– Ninguém vai sentir mais falta dela do que ele. Ele precisa de todo o carinho que puder ganhar, então está tudo bem. Esse pestinha deixou muitas de vocês, alunas, malucas. Mas, acho que agora isso vai ficar no passado, não é? – a professora pegou o brinquedinho de morder do cachorro e tentou animar Totó, mas, sem sucesso. – Estranhei não lhe ver na cerimônia ontem. Seu irmão estava lá.

– Não pude ir. – inventou. – Problemas de mulher. Muita cólica.

– Claro. – a professora concordou, sem dar realmente muito crédito. – Foi uma morte muito súbita. Ninguém esperava aquilo. Talvez, se ela não estivesse sozinha na hora, talvez… Mas, não dá para ficar pensando em “e se” e “talvez”. O que aconteceu, aconteceu. Teríamos demorado mais a achá-la se não fosse pelos latidos do Totó aqui.

– Quem vai ficar com ele? – Dee continuava alisando o pelo de Totó. Ele fechou os olhos e tentou dormir. Talvez ele também já estivesse cansado de chorar.

– Não sabemos. A Sra. Shermansky era mãe de dois rapazes, mas nenhum deles parece muito animado em cuidar do cachorro. No fundo, o Totó era a única família que a acompanhou durante a velhice. – disse a professora se levantando. – Até decidirem, o Totó fica aqui conosco.

Dee se levantou e deixou Totó ali. Ele deu uma última olhada nela, com pesar, ela queria dizer para ele que tudo ia ficar bem, mas não podia. Não acreditava que a vingança boba de Élius fosse afetar até um inocente cachorro da diretora.

– Venha visitá-lo sempre que puder, senhorita O'Connel. Mas, não no horário das aulas. – a professora acompanhou Dee até a porta. Dee saiu e a sala dos professores se fechou. Ela ainda podia ouvir Totó chorando, bem baixinho.

***

Violette estava sentada no pátio do Clube de Jardinagem, com seu portfólio apoiado sobre os joelhos enquanto olhava fixamente para as flores plantadas. Apesar de tudo, estar tranquilo e calmo, do jeito que ela gostava, a folha de papel a sua frente continuava em branco. Por mais que tentasse, nada nascia daquele lápis naquela manhã. Ela deu um longo suspiro e desistiu. Guardou a folha e seu material de desenho.

– Ah… – Violette deu um grito de susto quando sentiu uma mão lhe tocando o ombro.

– Desculpa! Eu te assustei!! Não foi por mal. – disse Dean, parado ao lado dela.

– Ah… – Violette estava corada e com os olhos arregalados.

– Tudo bom? Eu sou o… – disse Dean.

– … o namorado da Dee. E-eu vi vocês dois, juntos, outro dia… – Violette se apressou em dizer.

– Não! Eu sou o irmão dela. – respondeu o rapaz rindo. Ela estava muito constrangida. – Eu sou o Dean.

– Irmão? Que bom… digo, tudo bom! Eu sou a Violette. Sou irmã da Dee… digo… a Dee da Dee... a amiga! Amiga da Dee! – Violette se escondeu atrás do portfólio e estendeu a mão para Dean, o que fez alguns desenhos voarem da pasta.

– Ei, são muito bons. Foi você quem fez? – perguntou Dean, apontando para alguns desenhos que haviam caído no chão.

Violette viu os papéis caindo e se apressou para recolhê-los, mas na sua presa acabou derrubando mais coisas. Dean riu e ajudou a moça nervosa a recolher seu material de desenho. Ele se demorou olhando os desenhos que retratavam os amigos e amigas dela na Sweety Amoris. Eram realmente muito bons.

– Essa aqui é a Dee? – ele apontou para um esboço, feito a lápis da sua “irmã”. Ela estava sentada na frente do canteiro de flores do clube de jardinagem. – Tá até muito bonita para ser ela.

Violette riu do comentário confirmando que aquela realmente era Dee.

– Quanto tempo ela teve que ficar parada nessa pose para você fazer esse desenho? – ele guardou os lápis e canetas que estavam espalhadas em um estojo de couro marrom.

– Ela não viu. Eu fiz ele aqui sozinha. – Violette respondeu.

Dean se surpreendeu, ele olhou novamente para o desenho. Agora, olhando, para ele sabendo que ela fez “de cabeça” o desenho parecia ainda melhor. – Posso ver outros?

– S-só se você prometer que não vai rir? – Disse Violette selecionando alguns dos desenhos.

– Se tiver algum tipo de desenho engraçado, eu vou rir sim. – Dean disse simpático.

Haviam ali vários desenhos de suas amigas e seus amigos. Kim (parecia treinar alguma luta muito intensa), Melody (num cenário de pôr do sol, usando um vestido leve com um chapéu largo e os cabelos esvoaçantes), Peggy (com um par de óculos, abrindo a camiseta e revelando o “S” do Superman. Um tipo de super-repórter). Também estavam neles os rapazes Nathaniel, Castiel…

– Quem é esse sem camisa? O Alexy ou o Armin? - perguntou Dean mostrando um desenho de um dos gêmeos sem camisa em um cenário ensolarado como uma praia.

– Ahh… – Violette soltou um gritinho nervoso e pegou o desenho e o escondeu dentro da pasta. Ela estava mais vermelha do que antes. – Eu.. eu.. não sei como isso foi parar ai. – ela escondeu o rosto com as mãos.

Dean riu e viu um desenho de Iris. Também sentada em frente ao mesmo canteiro de flores do Clube de Jardinagem.

– Tá todo mundo tão feliz nos seus desenhos, menos a Iris. Ela parece tão… sozinha aqui. Por que você não coloca o namorado dela junto? – Dean perguntou e Violette se encolheu, como se tocasse em um assunto incomodo.

– E-eu não conheço ele… não lembro muito bem do rosto dele. – Violette disse, assustada.

– Eu não sou amigo dele. Não precisa se preocupar com isso. – disse Dean sorrindo.

Violette deu um sorriso tímido e olhou para Dean. Ela olhou para os lados como se estivesse confirmado se só estavam os dois ali.

– Ele é um grande… – Violette disse uma sequência de palavrões cabeludos. Dean não imaginava que a uma garota meiga como ela sequer soubesse a existência daquelas palavras. – Desculpa! – e escondeu o rosto novamente atrás do portfólio.

– Sem problemas. – Dean voltou a olhar os desenhos.

– Eu não gosto das coisas que ele faz com a Iris. Aquilo no pátio não está certo. Ela merecia alguém melhor. – disse Violette.

– E ele tentou te mandar fazer o mesmo não é? – Dean perguntou.

– S-sim… - ela corou de vergonha ao se imaginar sem roupa na frente da escola toda. – E-eu nunca aceitaria um namorado que me falasse uma coisa dessa.

– O que você pensou na hora que ele te falou aquilo? – Dean precisava saber o quão difícil para ela foi resistir a ordem.

– Pensei… pensei em… – Violette cobriu o rosto de vergonha.

– O que? Pode me falar. Quer dizer, eu espero que você possa me falar. – Dean tentou acalmá-la.

– Pensei em chutar o saco dele! – ela respondeu e rapidamente se escondeu outra vez.

– HHAHAHAHAHAHA…. Eu ia gostar de ver isso! – respondeu Dean rindo. Violette saiu de seu “esconderijo de mãos” e sorriu.  – Ei, eu gostei desse aqui. Posso ficar com ele? – ele mostrou um desenho no qual Violette havia feito um autorretrato, sentada sob a mesma árvore em que eles estavam conversando.

– N-não! – Violette disse envergonhada e guardou o desenho na pasta.

– E quando eu vou ganhar um? – Dean disse sorrindo. O sinal para o início das aulas tocou e levantou. Estendeu a mão para Violette e a ajudou a ficar de pé.

– Quando você quiser. É só me dizer o que você quer e eu te digo quando vai custar. - ela respondeu. Desta vez mais confiante.

– Sua mercenária! – respondeu Dean.

Violette mostrou a língua e foi andando em direção a saída do jardim.

– Violette! – Violette ia saindo do clube, quando Dean a chamou. Ela parou e olhou para trás. – O desenho na Dee e o da Iris. Eles se completam, não é?

– Não conta para ela, por favor. – Violette disse e saiu andando apressada.

De alguma forma ela se lembrava. Além de resistir aos poderes de Élius, Violette ainda tinha algum tipo de lembrança, talvez em seu subconsciente da outra realidade. Dean só não sabia o motivo.

***

Dee estava na aula da Professora Delanay, mas não houve exatamente uma aula e sim uma longa palestra sobre as mudanças que haveriam na Sweety Amoris com a morte da Sra. Shermansky.  A professora Delanay assumiria a direção da escola de forma provisória, pelo menos enquanto não nomeassem uma substituta oficial ou a nomeassem oficialmente como a nova diretora.

Ela deixou claro que qualquer tipo de infração das regras seria punida severamente e que contaria com a ajuda de Melody e Nathaniel para assegurar que a escola caminhasse sempre em direção a ordem e disciplina.

Dee quase não ouvia as palavras de Delanay. Ela estava concentrada em observar Iris, que estava sentada há algumas cadeiras a frente. Iris parecia mais magra e abatida do que o de costume. Ela parecia fraca e doente. Dee sabia como era, ela estava assim a pouco tempo e, como Dean bem observou, parecia um lixo.

Apesar disso, ela parecia muito pior do que Dee. Ela estava com as mesmas olheiras profundas e escuras que Dee tinha há poucos dias. Mas, não era só isso, os lábios estavam rachados e secos. Os cabelos também estavam bagunçados e oleosos. Aquilo era um retrato não só da depressão, mas também do abandono. Élius não estava lá.

O smartphone de Dee fez aquele barulho de buzina de navio característico do aplicativo Whatsapp. Ela olhou para os lados, para saber se ninguém estava olhando. Abriu o aplicativo e tinha uma mensagem… de Élius. “Quando ele conseguiu esse número?”, pensou. Na verdade, essa resposta era irrelevante, é possível que ele conseguiu com Iris.

”Terrível o que quatro dias sem dormir, comer ou tomar água, fazem com uma pessoa não?”, a mensagem surgiu na tela. Dee arregalou os olhos. Na hora ela entendeu o que aquilo significava.

Por que você está fazendo isso com ela? – Dee enviou. Alguns segundos depois o visor mostrava que alguém estava digitando uma mensagem.

Por que eu quero. Ele digitou. Era só isso. Ele torturava Iris apenas por que ele queria. Apenas por que era “divertido”.

Dee se irritou e bateu as mãos na mesa. Ela ia pegar Iris pelo braço e fazê-la beber pelo menos um litro de água e dormir, nem que ela tivesse que bater com um taco de basebol na cabeça dela. O som de buzina de navio soou novamente. Ela desbloqueou o smartphone e leu a mensagem.

Nem tente. – Dee leu. Alguns segundos depois, veio algo que ela não esperava. Uma foto do caixão da Sra. Shermansky.

– Aahh… – Dee gritou e soltou o telefone. O celular bateu no chão e fez a tampa traseira, bateria e o aparelho voarem para lados distintos.

– Senhorita O'Connel? Tem algo que queira compartilhar com a classe? – perguntou a Diretora Delanay.

Todos os alunos olharam para trás. Dee encarou Iris. Iris, com seu olhar apático e abatido, encontrou com o de Dee. De alguma forma, elas se entenderam. Dee sabia. Iris não precisava mais lutar. E então, ela se entregou.

- IRIS! - Dee gritou ao ver a amiga desfalecendo. Iris caiu no chão e bateu a cabeça na mesa do colega que estava imediatamente ao lado e ficou no chão. Nathaniel correu para levantá-la com a ajuda de Dee, então o rapaz a pegou no colo e correu com ela para a enfermaria. Dee correu para segui-lo, mas uma mão segurou seu braço. Dean a olhava, balançou a cabeça de forma negativa.

O mundo cinzento voltou. A caixa branca reapareceu:

A. Seguir Nathaniel

B. Não seguir Nathaniel


Dee respirou fundo. O mundo voltou a ter cor. Ela se soltou de Dean e olhou a seu redor.

– Violette! Por favor, vai com eles. – Dee gritou. Violette concordou com um aceno de cabeça e correu atrás de Nathaniel.

– Obrigado! – Dean disse. Dee reparou que seu Loveômetro havia aumentado em mais 5%.

A Diretora Delanay fez todos sentarem em suas cadeiras, tentando retomar a atenção e a ordem dos alunos. Dee voltou para seu lugar, se sentou, pegou as peças de seu smartphone e juntou tudo. Ligou. Não havia nenhuma rachadura na tela e apenas uns pequenos riscos nos cantos. Nada de anormal. Havia uma nova mensagem de Élius no Whatsapp.

”Não confie tanto no homem-morto.”.

Dee leu aquilo sem entender. “Quem é o homem-morto?”, pensou.

***

Depois do período de aulas, Dee encontrou Violette que contou o que ela já sabia. Iris estava desidratada, desnutrida e com abstinência de sono. Com exceção da falta de água, o que ela tinha não era tão grave, mas estes fatores combinados poderiam ser fatais. Ela ficou um tempo na enfermaria da escola e depois foi levada para o pronto socorro da cidade.

As garotas conversavam, quando foram interrompidas pela diretora Delanay.

– Senhorita O'Connel. Senhorita Hensley. Por favor, preciso de uma palavrinha com vocês. O senhor também, senhor O'Connel. – disse ela apontando para Dean. – Venham até a sala por favor. – e entraram novamente na Sala de Aula A, de onde haviam acabado de assistir o primeiro período.

Ela se sentou em sua cadeira e deixou Dee, Violette e Dean de pé, em frente a ela. Tirou seus óculos, massageou a testa, como se estivesse com dor de cabeça e então disse:

- Sou diretora a 3 horas e já tenho que lidar com um problema destes. – disse ela. – Deixem-me ser claras com vocês. A senhorita Iris Sterling está extremamente debilitada. Ela foi hospitalizada, sedada e está sendo tratada a base de soro. Aparentemente ela estava há dias sem comer, dormir ou beber água. Foi incrível ela ter conseguido aguentar tanto tempo.

A visão de Iris deitada em uma maca de hospital, presa fios e tubos assombraria Dee naquela noite. Delanay continuou falando e olhava para o rosto de cada um ali. Como se tivesse lendo suas reações.

– Vocês três, e aquele namorado dela, o senhor Lancaster, são, aparentemente, as únicas pessoas que se preocupam verdadeiramente com o bem-estar dela. Então eu vou perguntar apenas uma vez e individualmente para vocês. Senhorita Viollete Hensley: sabe algo sobre isso?

Violette abraçava seu corpo e estava visivelmente nervosa.

– S-somente o que a enfermeira da escola disse, diretora. Ela estava fraca e desmaiou. – respondeu com sua voz tímida. Delanay a encarou com seriedade. Violette não conseguiria mentir, mesmo que se esforçasse muito.

– Senhor Dean O'Connel. Sei que chegou a poucos dias na Sweety Amoris e eu lamento que tenha presenciado tantas coisas negativas, mas preciso lhe perguntar: sabe algo sobre isso? – perguntou encarando Dean.

– Lamento, diretora. Não sei de nada que possa lhe ajudar ou ajudar a Iris. – respondeu sem hesitar.

Então Delanay olhou para Dee.

– Senhorita Didra O'Connel. - e pousou seus olhos sobre Dee. - Sei o quanto você e a senhorita Sterling eram próximas. Aparentemente houve um rompimento entre vocês por causa do rapaz, Élius, mas você ainda parece muito apegada a ela. Então eu lhe pegunto: tem alguma coisa que você queira me contar? –  a diretora havia feito uma pergunta completamente diferente. Ela não precisava perguntar se Dee sabia de algo, por que aquilo estava estampado no rosto de Dee.

Dee fechou os olhos e ouviu o mundo se silenciar. Ela sabia o que aconteceria.

A. Mentir

B. Dizer a verdade


“Que verdade?”, ela pensou. “Que o namorado dela fez ela ficar sem comer ou dormir, apenas para torturar nós duas?”. Ela sabia o que teria que dizer. “Mesmo que a diretora acreditasse, o que ela poderia fazer? E o pior, o que ela poderia fazer que Élius não poderia simplesmente dizer 'não' e ela obedecer como uma serva?”. Dee estava pegando raiva daquela caixa.

– Não diretora. Eu só sei que estou preocupada com a Iris e queria poder ajudá-la. – disse Dee.

O Loveômetro da professora, que antes estava parado em cerca de 50% caiu vertiginosamente. Ela sabia que Dee estava mentindo. Dean e Violette também sabiam que Dee estava mentindo. Dee sabia que ela estava mentindo e isso era pior do que qualquer coisa.

– Tem certeza, senhorita? Bom, já que nenhum de vocês sabe de nada, então não me resta outra escolha. Iremos então ter de acionar o conselho tutelar, para que eles possam abrir uma investigação sobre a possibilidade de Iris sofrer maus tratos por parte da mãe. Como devem saber, os pais da senhorita Sterling são divorciados e acreditamos que a Sra. Isabelle possa usar a filha para atingir o ex-marido.

Dee sentiu aquelas palavras como um soco no estômago. “A Sra. Isabelle nunca machucaria a Iris.”

– Mas, Prof… diretora Delanay, não existe a chance de Élius ter alguma coisa a ver com isso? – Dee perguntou. Dean xingou a garota mentalmente. Violette apenas olhou para Dee surpresa.

– Eu não sei, senhorita O'Connel. Existe essa possibilidade? – a professora perguntou.

– Eu... também não sei, diretora. – Dee abaixou a cabeça.

– Neste caso, então o assunto encerrado. – disse a diretora.

– No caso de uma ação desse conselho tutelar, diretora. O que pode acontecer com a mãe da Iris? – perguntou Violette. “Ela leu meus pensamentos, só pode”, pensou Dee.

– Bom, neste caso, senhorita Hensley… – respondeu a diretora. – … se for provado que a mãe dela é responsável pelos maus tratos, ela pode perder a guarda da Iris. Ela teria de ir morar com o pai em outra cidade e deixaria de frequentar a Sweety Amoris. Claro, esse é o cenário mais otimista que pode acontecer.

– Mas, supondo que a mãe dela a proibisse de comer, dormir ou tomar água, ela teria que trancar a Iris em casa, não? O que adianta proibi-la de fazer algo que ela poderia sair na rua e simplesmente comer ou dormir na casa de uma amiga? – perguntou Dean.

– Senhor O'Connel, deixe-me ser clara com vocês: eu não posso acusar o senhor Lancaster sem provas. – respondeu a diretora. – Tão pouco posso acusar a mãe dela. Mas, posso pedir ao conselho tutelar que investigue a relação dela com os pais e eles procurarão as provas, se houverem. Agora, se houver alguém disposto a me mostrar alguma prova e testemunhar contra o Élius, então eu poderei tomar alguma providência. Tem alguém disposto a fazer isso?

Nenhum dos três respondeu, então a diretora deu a conversa por encerrada e dispensou os alunos. Eles saíram da Sala de Aula A e foram novamente para o corredor. Dee se encostou na parede, tentando retomar o fôlego. Pensava que a situação não poderia ser pior e agora aquilo afetaria até mesmo a Sra. Isabelle.

Violette se separou dos 'irmãos' e foi almoçar. Dee estava decidida a visitar, finalmente, a sala de redação da Escola e deixou Dean.

– Se ela se mudasse de cidade, seria melhor para ela. – Dean disse para Dee. Ela não respondeu.

***

Tóc… tóc.. tóc….

Dee bateu à porta da Sala do Jornal da Escola. A porta, abriu.

–  DEEE!! Que bom que você veio me ver!! Eu sabia!!

– Aahhhh!! – Dee se assustou com o garoto que pulou sobre ela ao abrir a porta. – K-kentin? Quer dizer… Ken??

Era Kentin, ou melhor era o Ken. O mesmo Ken que havia se mudado com ela do antigo colégio para a Sweety Amoris. Com seus óculos de lentes grossas, cabelo 'tigelinha' blusa verde e, como não podia estava com um pacote de seus biscoitos de chocolate preferidos na mão. Ken se encostou no batente da porta, cruzou os braços e sorriu.

– Então, parece que cansou de perseguir o Élius e finalmente se lembrou onde estava o amor? – ele disse dando piscadinhas.

– Oi? – Dee estava muito chocada para responder alguma coisa. Ela olhou com atenção para Kentin e reparou que havia algo de diferente com ele, mas não exatamente com ele. O Loveômetro de Kentin estava cinzento e escurecido. Como se não fosse usado há muito tempo. Não entendeu aquilo no primeiro momento, já que todos que havia visto até o momento eram vivos com dourado e vermelho, e um líquido multicolorido que o preenchia mais ou menos conforme as ações de Dee.

– Dá licença, por favor. – Peggy empurrou Kentin e liberou a passagem para Dee. – Oi, meu prêmio Politzer. A que devo a honra da sua visita finalmente? – ela disse sorrindo.

– Você realmente acha que vai ganhar um Politzer só com as matérias sobre as coisas que eu fiz aqui publicadas no jornal da escola? – respondeu Dee, sobre a aspiração da amiga de um dia ganhar um Politzer, o prêmio máximo do jornalismo.

– Claro que não. Você só será a porta de entrada. Quando terminar aqui eu vou arrumar um emprego no jornal da cidade, me formar e daí para uma grande rede de TV e âncora de um grande jornal, é “um pulo”. – respondeu confiante.

– Só espero que lembre de mim no seu discurso de agradecimento. – disse Dee.

– Vou me esforçar, mas e então: o que te traz até aqui? Ah já sei, veio me falar sobre o outro dia no pátio. O que foi aquilo? Você ia mesmo tirar a roupa? Espera não responde… – Peggy pegou seu fiel gravador. – … agora sim… Me conta tudo.

– Olha, Peggy. Eu só preciso consultar o arquivo do jornal. Só isso! – disse Dee.

– Consultar o arquivo? Você que nunca se interessou nem pela edição da semana, quer consultar o nosso arquivo? – disse Peggy, puxando o microfone para próximo da própria boca, como se estivesse numa entrevista e depois devolvendo-o para Dee.

– Eu só preciso consultar algumas coisas dos últimos seis meses. Só isso. – disse Dee, tirando o microfone da frente do seu rosto.

– Quer ver se acha alguma boa foto minha? Não precisa, eu te mando algumas minhas… bem.. A vontade… – disse Ken, se aproximando de Dee.

Definitivamente Kentin era um dos que havia sido “roubado” por Élius. Isso explicava a mudança radical de personalidade de Ken, mas Dee só não sabia o que havia sido roubado. O “simancol”, o juízo ou o senso de perigo e sobrevivência.

– Ken, mas e o colégio militar? O que houve? – perguntou Dee.

– Colégio militar? O que eu faria em um colégio militar? – disse Ken rindo.

Peggy pegou uma pasta e colocou sobre o balcão da Sala de Redação.

– Tá aí, os últimos seis meses. Não sei o que você vai querer ver aí em notícias velhas. Vai lá pro pátio, Dee. Vai aprontar alguma coisa, para eu poder escrever. Tô sem matéria para essa edição. – disse Peggy.

– Estou tentando parar de fazer isso, obrigada. – respondeu Dee, puxando o livro mais para próximo.

– É uma pena. – Peggy deu de ombros. – Tá procurando alguma coisa em específico?

– Não exatamente. Estou querendo me atualizar sobre o que houve na escola neste tempo todo. – Dee disse lendo as matérias.



– Fique à vontade! – respondeu Peggy. - Kentin, vem me ajuda com essas caixas de papel aqui.

– Você não estava no clube de Jardinagem, Ken? – Dee perguntou.

– Eu jardinagem? Eu não. Mas, é claro que eu posso te ensinar algumas coisas sobre “plantar a mandioca”. O que acha? – disse Ken malicioso.

– Eu acho que acabei de virar lésbica! – disse Dee, assustada. “Outra vez”, pensou.

– Eu também… – disse Peggy, ainda mais assustada e se afastando de Ken.

– Eu volto tá, 'grááuuu'… – disse Ken, bem próximo ao ouvido de Dee. Ela sentiu um arrepio, mas não do jeito que ele gostaria que fosse.

Dee começou a ler as matérias dos meses anteriores. Começou com o básico: ela! Viu que na verdade ela parecia realmente uma descontrolada correndo atrás de Élius. Não foram poucas as vezes que ela brigou com outras meninas, fez escândalos e, para sua própria surpresa, já havia até colocado a própria vida em risco para chamar a atenção dele. Não é toa que ninguém dá crédito para ela agora. Ela mesma não acredita nas coisas que 'supostamente' teria feito para agradar o rapaz. Era surpreendente que ainda estudasse na Sweety Amoris.

”DeeDescontrolada”, Dee leu. “Ótimo trocadilho, Peggy. Muito obrigada.”, pensou. ”Garota problema.””Substituindo a altura”. Aquela última havia lhe chamado a atenção. Ela começou a ler a matéria e viu que se tratava do comportamento dela que não deixava nada a dever para Castiel, que havia sido expulso alguns meses antes. “Castiel expulso?”, ela estranhou. Então voltou algumas semanas, procurando a matéria.

”Finalmente expulso” dizia uma manchete de três meses atrás. Dee começou a ler: ”O problemático aluno da Sweety Amoris, Castiel Taylor, foi finalmente expulso da escola. O motivo da expulsão foi uma acalorada briga com o responsável do grêmio escolar, Nathaniel Collier. Nenhum dos dois lados revelou o motivo exato da briga, mas as testemunhas afirmam que Castiel deu início ao conflito.

Castiel havia sido expulso da escola, isso explicava o por que Dee não havia encontrado com o garoto até agora. Se ele tivesse sido um dos “roubados” isso dificultaria a vida dela. Também não havia nenhuma informação sobre o motivo da briga, o que poderia ser uma pista de quem era um dos “roubados”.

Dee olhou para Kentin e seu “Loveômetro morto”. Apesar da mudança brusca de personalidade de Nathaniel, o Loveômetro dele parecia normal. Então, Nathaniel não era um dos “roubados”, então havia algo ali que talvez explicasse a mudança.

”No LI-xo”, uma matéria sobre uma briga dela contra Li, por causa da moça oriental estar muito próxima de Élius. Parece que Dee havia enfiado a cabeça de Li na lata do lixo. Ela se assustou com a sua própria capacidade de brigar com Li naquela realidade, além de se surpreender pelo fato de Ambre e Charlotte não terem feito nada.

”Ambre is back” dizia outra manchete dos jornais da escola. Dee olhou aquilo e virou a página. Era o que ela pensava se tratar de uma “matéria paga”, por que não deveria haver nada de tão espetacular no fato da Ambre estar de volta a escola.

”Coroada a nova a rainha da Sweety Amoris”, Dee leu. Havia na primeira página, uma foto de Élius e Iris. Dee leu: “Depois de meses de conflito e brigas na Sweety Amoris, a novela parece ter chegado ao fim. O garoto mais disputado da escola, Élius Lancaster, finalmente elegeu sua rainha. Iris Sterling, aula da turma do professor Faraize, foi oficializada como a 'rainha do baile' e começou um namoro sério com seu 'boy magia'...”, Dee parou de ler neste ponto e encarou Peggy.

– “Boy magia”, Peggy? – perguntou.

– Que foi? Tava super na moda dizer isso. – ela respondeu. Dee revirou os olhos e continuo lendo.

“Didra O'Connel, principal rival, não foi encontrada para comentar o assunto.”

- Quer aproveitar e comentar o caso agora? - Peggy pegou o microfone.

– “Eu não sabia! São calúnias inventadas pela oposição e todas elas serão esclarecidas em um tribunal. Minha ficha é completamente limpa e não há ninguém aqui mais honesto e trabalhador do que eu.” – respondeu Dee.

– É para comentar o caso de ciúmes, não de corrupção politica! – Peggy ficou brava e guardou o microfone novamente. Dee riu.

Ela começou a ler as notícias mais recentes. ”Problemas no paraíso”. Havia uma foto de Élius, parecendo muito bravo e Iris triste, chorando. Como não poderia deixar de ser, a notícia envolvia ela de alguma forma. Ciúmes, desespero, depressão, brigas, nada que ela já não houvesse lido antes. “Agora eu sei por que eu não me interesso nem pela edição da semana”, pensou. Dee também podia ver a “progressão” dos problemas que Élius causava na vida de Iris. Cada vez ele a machucava, traia ou agredia ficava registrado no jornal da escola. Era triste ver aquilo acontecendo com a garota.

– Você não fala nada aqui sobre os problemas da escola, os eventos e atividades que acontecem e sei lá… outras coisas que os jornais escolares em geral falam? – perguntou.

– Deve estar por aí, em alguma notinha de rodapé. Isso não é importante, não é? – disse Peggy.

No fundo, a pesquisa acabou se mostrando pouco produtiva. De fato, acabou descobrindo que  Kentin era um dos alunos que havia sido 'roubado' por Élius e que Castiel havia sido expulso da escola. Ela também descobriu que Peggy não conseguiria nem emprego em redação de jornal de ofertas de supermercado. Em comparação a essa Peggy, a Peggy de sua própria realidade era uma excelente jornalista.

Kentin organizava as caixas e fazia algumas caras e bocas para ela, que ela não sabia dizer se ele estava tentando seduzi-la ou se estava com dor de barriga, mas uma hora, mais cedo ou mais tarde, teria que lidar com ele. Seja lá o que Élius roubou dele, estava fazendo falta.

***

Violette terminou seu almoço e foi para seu lugar preferido no Clube de Jardinagem. O canteiro de flores que parecia tão chato hoje pela manhã, estava mais inspirador e colorido agora pela tarde. A garota estava tão triste e abalada pela morte da diretora Shermansky, a doença de Iris e a atitude de Élius para com ela naquele dia no pátio.

Porém, tudo agora parecia melhor. Iris estava hospitalizada, mas estava recebendo o tratamento adequado e em breve voltaria melhor para a escola. Ela também estava confiante que mesmo que a diretora Delanay acionasse o tal conselho tutelar, não haveria nada contra a Sra. Isabelle. Élius havia faltado então não precisava mais ficar olhando para a cara dele. Havia algo mais naquele dia que o tornava melhor, e apesar de saber o que era, não queria admitir isso, pelo menos não por enquanto.

Ela se sentou embaixo de sua árvore preferida e se pós a desenhar, desligando do mundo e dos problemas dele. De repente, sentiu que uma sombra estranha cobriu a luz do sol que usava para desenhar.

– Violette… – disse a voz de Bia. Acompanhada de Li e Charlotte. – Temos um recado do Élius para você…

Continua….


Notas Finais


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