Estou em casa quase tendo um ataque de nervos. O Zé passou a noite inteira em observação, e ainda não acordou.
O telefone toca, eu saio do meu quarto tão rápido, que quase chego ao telefone antes do Silvestre.
- Alô! Residência dos Lários. - Ele falou após atender - Como vai dona Diana? (...) A claro eu aviso sim.. (...) - Ele desliga e me encara -
- Fala logo Silvestre! -
- Ele acordou! - Sinto meus olhos lacrimejarem - E ele quer ti ver! -
Eu comemorei e gritei tanto que acordei a casa inteira, todos desceram ainda de pijama, assim como eu e o Silvestre ainda estamos.
- O que houve? - Perguntou meu pai -
- Ele acordou... - Falo abraçando minha mãe - Podem me levar ao hospital..? Ele quer me ver -
- Claro filha.. Vamos só trocar de roupa, não podemos ir assim.. - Minha mãe riu - Silvestre você fica com o Arthur? -
- Claro dona Cecília... - Ele assentiu -
Subo para meu quarto e troco de roupa rapidamente.
Não consigo conter a minha felicidade, que deve estar estampada no rosto.
Em poucos minutos já estávamos no hospital. Entro na recepção passando os olhos por tudo até achar a atendente.
Em pouco tempo já estava com o crachá de visitante.
- Iai Dulce! Como está? - Miguel se pronunciou assim que saia do quarto junto aos tios -
- Melhor agora.. - Falo dando um abraço rápido nele, e nos pais do Zé -
Bato na porta, e um "entro" ecoou em meus ouvidos.
- Dulce! - Ele se pronunciou, sentando-se na cama. Ele aparentava estar bem. O Zé Felipe de sempre - Que bom que veio.. -
- Oi Zé.. Pelo visto, você está bem melhor... - Falei me aproximando e me sentando de frente para ele -
- Sim.. Vou ser liberado no início da tarde! Já que fiquei a noite inteira de observação.. - Falou com um certo nervosismo. -
- Que bom.. - Falei. Eu o encarei, ele estava muito estranho - Zé o que.... - Não tive tempo de terminar a frase. Ele me beijou, e continua me beijando -
Meu primeiro estava acontecendo, e eu estava paralisada. Eu não queria que tivesse sido daquela maneira, ou talvez quisesse que fosse com outra pessoa...
Quando consegui raciocinar a única ação que tive foi empurra-lo com muita força, e ele caiu na cama me encarando com a boca entreaberta. Ele estava ofegante assim como eu.
- Dulce... Espera.. Eu não... - Ele tentou falar, mais eu já havia saído do quarto e ido em direção a recepção -
- Dulce! O que houve? - Perguntou meu pai -
- Preciso falar com a mamãe, a sós. Onde ela está? - Pergunto um pouco atordoada com o que acabou de acontecer -
- Acabou de sair, ela foi pra casa, levar o Arthur para a escola.. - Falou papai me encarando com um olhar desconfiado. -
Ao olhar para o espelho atrás dele, percebi que meu cabelo estava bagunçado e minha boca estava vermelha, por causa do batom borrado. Fiquei nervosa.
- Se você correr ainda alcança ela.. - Falou e eu assenti correndo em seguida -
Tentei raciocinar onde nós tínhamos deixado o carro. Me lembrei e corri na direção.
Vi ela destravar o carro e entrar. Eu entrei em seguida no lado do passageiro, fazendo ela se assustar.
- Aí que susto Dulce! - Falou ela, dando uma risada em seguida - O que está fazendo aqui? -
- Preciso falar com você... - Falei ofegante por causa da correria -
- E está conversa tem algo haver com a situação em que você se encontra agora? - Perguntou ela me encarando com uma sobrancelha levantada -
- É que... O Zé Felipe, sabe.. Ele meio que.. Me beijou.. - Ela arregalou os olhos e sorriu - E eu o empurrei.. -
- Mais você gosta dele? - Perguntou com a naturalidade, que só Cecília poderia ter. Se fosse meu pai, o Zé já estaria morto -
- Gosto, mais sabe, não dessa maneira.. - Falei nervosa - Eu acho que ele fez isso, porque o Emílio quase... - Me calei quando percebi o que eu havia dito -
- O Emílio quase..? - Ela insistiu para mim continuar -
- Me beijou! - Sorri ao me lembrar. Minha mãe arqueou as sobrancelhas - Enfim, eles andavam meio estranhos esses últimos dias, viviam disputando -
- A minha garotinha arrasando corações... - Falou rindo. Eu revirei os olhos corando -
- Nada haver.. -
- E eu sempre soube que um dia você e o Emílio seriam um casal! - Olhei para trás e vi meu pai vindo -
- Mãe para! O papai tá vindo - Eu falei e ela parou a risada piscando pra mim -
- Cecília.. Silvestre acabou de ligar.. Você não ia levar o Arthur para escola? - Falou meu pai na janela -
- É verdade.. Mais agora eu levo a Dulce para o internato! E você leva o Arthur.. - Falou minha mãe dando um beijo rápido nele - Tchau Gustavo.. Vamos Dulce, se não chegamos atrasadas... -
Contínua!?
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.