História Você Me Pertence - Revanche

  P. O. V. Martina

Austin me levou para o território dos Aryans, aquela cancha a qual eu já conhecia, no caso. Mas, ele foi mais além, ele foi me puxando violentamente junto com uns quatro homens que vinham atrás, quando percebi estávamos em um beco escuro, onde nenhum carro seria capaz de passar, pois era muito estreito, então tínhamos que caminhar

Minha boca estava com fita adesiva e minhas mãos amarradas, quando ele foi colocar aquelas coisas todas perguntei porque toda aquela frescura e Austin disse que era questão de segurança. Patético. O que eu poderia fazer? Gritar não adiantaria em nada, e em relação às minhas mãos, jura que eu iria fazer algo contra aqueles homens

No fim do beco havia uma grade, a qual Austin abriu com facilidade, tinha uma entrada secreta para outro beco, então nós continuavamos a caminhar, caminhar e caminhar. Logo avistei um mato o que fez meu corpo estremecer. Entramos naquele mato e seguimos uma longa trilha, eu já não estava aguentando mais, sentia tudo quanto é tipo de picada de inseto em minhas pernas, não sei se era paranoia ou verdade mesmo. Logo vi uma casa enorme solitária no meio daquele mato, pelo o que eu via, a casa havia uns três andares

Se aquele era o alojamento dos Aryans, eu queria ver qual era o dos Hell Angels, lembrei que eu nunca tinha ido no alojamento deles. Nem sabia se eles tinha um lugar de encontro, eles eram tão tipo "foda-se se tivermos que nos reunir em um shopping para marcar um assalto, ou arrastão, ou uma briga, nós nos reunimos" Mas óbvio que eles tinham um lugar adepto para isso

Cameron abriu a porta da casa e me empurrou para dentro, havia mais uns vinte homens lá dentro. Merda, nunca que eu conseguiria sair de lá

Em seguida, estava só eu e Austin, ele me levou para uma sala que ficava no terceiro andar, no final do corredor. O que me deixou com um pouco de medo, confesso. Quando Austin abriu a porta pude ver que era um quarto, onde continha uma cama de solteiro e uma pequena televisão. Ele me empurrou na cama, fazendo eu cair sentada sem poder me levantar por causa que eu continuava com as mãos amarradas, e também sem poder falar. Ele saiu sem dizer nada e fechou a porta

Depois de uns trinta minutos ele voltou, e eu continuava na mesma posição, ele tinha um copo com água nas mãos. Logo tirou a fita de minha boca, mas antes fez eu prometer que não gritaria. Será que ele não entendia que mesmo se eu gritasse não ia adiantar porra nenhuma pois estávamos no meio do mato? Burro

— Toma, você está nervosa — Ele se fez de bonzinho, o que me enjoou totalmente

— Não vem pagar de menino bom, porque você é um babaca, Austin. Você realmente virou um monstro

— Não, Martina, não — Ele tentou se defender — Só não suporto ver você com aquele cuzão do Joel

— Não se meta na minha vida, otário — Gritei

— Você não está entendendo as coisas... — Ele começou a mudar sua expressão novamente, ficando um tanto rebelde

— O que eu não entendo, Austin? — Perguntei

— Se Joel pode tê-la, eu posso tê-la muito mais. — Ele disse se abaixando até mim, que estava sentada naquela cama, e ficando cara a cara comigo, eu tentava virar meu rosto mas ele não deixava, tentava fazer algo que o afastasse, mas minhas mãos estavam amarradas. Então só conseguia ficar virando o rosto o máximo possível para não ter que encara-lo

— Não, você não pode — Falei em relação Austin ter dito que poderia me ter muito mais que Joel

— Ah, é? Então vamos ver — Austin começou a beijar meu pescoço

— Para Aus... — Ele me calou tentando me beijar, mas só tentando, pois eu mantinha minha boca intacta, não dando passagem para sua lingua, ele não aceitou aquilo e se afastou um pouco me dando um tapa estalado no rosto. Eu já estava acostumada, ultimamente o que eu mais levava era tapa na cara. Era o terceiro já

— Se eu quiser beijá-la, você tem que me beijar, e não ficar de patifaria. Entendeu? — Austin gritou, eu não o reconhecia mais — Ou se não... — Ele passou sua arma pela minha cabeça

— Eu morro — Completei, revirando os olhos — Ja vi esse filme antes — Falei lembrando das ameaças de Joel, mas eu sabia que Joel nunca me mataria, já Austin, bom... Eu saberia a resposta se ele ainda fosse o mesmo

— Exato, gosto da sua esperteza — Ele disse com um sorriso malicioso nos lábios — Agora me beije

— Não — Falei

— Que cacete mesmo — Austin disse — Não complique as coisas, eu não quero ter que estourar seus miolos

— Foda-se, eu não quero você, quero Pimentel — Falei de um jeito infantil

— Pimentel nunca vai chegar aos meus pés, Tini — Ele disse confiante

— Eu acho que é ao contrário — Disse o desafiando, e levei outro tapa, mas esse foi tão forte que fez o canto da minha boca sangrar — Idiota — Gritei

— Essa sua convivência com Pimentel está te deixando bem afiadinha, mas pode causar sua morte, cuidado — Austin disse

— Ameaças de morte é o que eu mais recebo — Falei piscando para ele

— Pena que ninguém finaliza esse convite — Ele disse — Mas eu posso mudar isso

— Você não me mataria — Falei semicerrando os olhos

— Ah é? Por que não?

— Eu faço parte da sua vida, Austin. Você me ama lembra? Eu lembro direitinho de quando você disse que sempre me amou — Ri irônica — Sem contar, que éramos melhores amigos de infância e uma parte de você odiaria me ver toda furada no chão. Você não teria coragem — Falei confiante

— As pessoas mudam — Ele disse

— Não ao ponto de matar a melhor amiga

— Você não é mais minha melhor amiga, há muito tempo, ainda mais agora que você anda para o lado do inimigo

— Não sei se você percebeu, mas... Você é o inimigo — Na real, os dois eram

— Eu não me importo

— Joel é melhor que você, apenas aceite isso — Impliquei, o que não foi uma boa ideia, Austin deu uma risada debochada, e eu preferia mil vezes a risada debochada de Joel

— Eu vou provar que não — Ele disse indo até a porta, a trancando e vindo até mim novamente, desamarrando minhas mãos. Logo ele me deu um empurrão fazendo-me cair com tudo novamente na cama e subindo em cima de mim me imobilizando. Merda, eu precisava de Joel. Será que ele está bem?

Austin começou a beijar meu pescoço, logo encontrando meus lábios e para facilitar as coisas, dei passagem para sua língua, tentei imaginar Joel, mas não era a mesma coisa nem de longe. Empurrei Austin e pedi para ele parar

— Eu dou as ordens aqui — Ele disse serio

— Me deixe ir embora, Austin. Por favor — Implorei reprimindo o choro

— Não antes de me dar prazer — Ele disse mordendo os lábios — Você não sabe o quanto eu te quero, Tini... — Ele disse roçando o nariz em meu pescoço — Mas vou ser legal, você escolhe como vai fazer isso — Se esse era o jeito para eu sair dali, tudo bem. Eu não era mais nenhuma virgenzinha, santinha ou coisa e tal, me mantive no pensamento de estar fazendo aquilo por mim, e então resolvir fazer o mais facil para apagar o fogo de Austin, sexo oral

— Abaixa as calças — Falei, eca, era Austin, ele era realmente muito bonito, muito atraente. Porém eu não me sentia nem um pouco atraída por ele, não sentiria prazer em vê-lo sentindo prazer, isso eu tinha certeza

— Agora eu tô gostando — Ele disse mordendo o lábio inferior e fazendo o que eu disse.

P. O. V. Joel Pimentel

Sai troteando daquela sala, logo encontrando os garotos

— Vamos seus arrombados a gente tem que descobrir onde a Tini, quero dizer, a Martina, está — Quando terminei de falar já estava na saída daquele hospital, odiava aquele cheiro, arranquei aquela faixa e tudo, pegando somente os esparadrapos que colavam e colando em cima do ponto, estava dolorido, mas foda-se

— Certamente, levaram ela para o território deles. — Zabdiel palpitou — Tenho certeza que ele não a levaria para aquela cancha, ia ser burrice e fácil demais

— Também acho, eles devem ter um local a mais, um lugar deles, uma casa, qualquer coisa — Chris disse

— Sim, e eu sei exatamente onde fica — Falei e os garotos pararam sem entender

— O que? Você sabe onde fica? — Chris perguntou surpreso

— Andei fazendo umas investigações por lá. Tenho sempre que está a par de onde ficam meus inimigos. Algum problema? — Perguntei sério

— Não, cara. Mas poderia ter nos contado, eles também são nossos inimigos, ou esqueceu que somos uma gangue? — Zabdiel fez drama e Erick se mantinha quieto

— Ah, Zabdiel. Larga de drama, seu boiola. Não contei porque por enquanto não fazia diferença, mas agora vocês vão descobrir onde fica e vai ficar todo mundo feliz. Agora entrem nessas porras de carros — Falei impaciente, muita frescura puta que pariu

— Eu dirijo seu carro novamente — Chris disse, pois ele havia dirigido na hora de me trazer para esse hospital, até porque eu não tinha condições de dirigir, ele havia deixado seu carro lá na boate, mas tenho certeza que os Hell Angels tiraram de lá para não deixar pistas pros tiras

— Que mané você dirige o que? — Falei — Me dá as chaves — Ordenei

— Seu braço, idiota — Ouvi a voz de zabdiel

— Está ótimo — Falei, pois quando meu corpo estava em adrenalina, dor nenhuma me incomodava — Vamos logo

— Tem certeza que a gente tem que buscar essa garota? Austin não é o amiguinho dela? Deixa ela lá — Erick disse e eu me segurei para não dar uns coladão na cara dele

— É a última vez que eu vou falar, caralho — Gritei estourando — Entrem nas porras dos carros e me sigam, cacete — E assim eles fizeram, Erick e Zabdiel entraram em seus carros, Chris veio comigo pois estava sem

Eu estava decidido a salvá-la. Uma: Austin queria ter o que era meu e isto estava longe de seu alcance. E outra: Martina era minha, somente minha, eu queria ela aqui, de baixo de meus olhos por mais chata e irritante que ela fosse, eu a odiava, odiava pra caralho, mas dizem que amor e ódio andam junto e eu havia me tornado dependente dela. Isso não podia ter acontecido, esse não era eu, que porra mesmo

Eu catava pneu nas ruas em direção ao lado norte, os garotos vinham logo atrás em seus carros, e eu podia sentir a raiva me consumir e meu sangue esquentando, eu estava com um desejo irresistível de matar aquele cuzão

Já estávamos mais ou menos perto

— Pessoal, encontrei-me na rua 9, naquela praça onde fica a cancha dos Aryans — Ordenei ao resto de meus homens em meu rádio comunicador — Faremos uma leve invasão — Falei com um sorriso de vingança nos lábios, aqui se faz, aqui se paga

— Sim, senhor — Robert, o responsável pela organização do resto dos Hell Angels falou. Era estranho tê-lo me chamando de senhor, ele era bem mais velho, mas mesmo assim, era satisfatório

Dobrei a última rua, logo depois seguindo reto e indo ao encontro da rua 9, freei bruscamente, ja havia dezenas de Hell angels esperando com seus carros estacionados, a rua estava deserta. Só havia nós. Desci do carro sempre mantendo a pose, perguntei à Robert como estavam os poucos que ficaram feridos que estavam no hospital, ele disse que não correm perigo de vida, em seguida, lamentamos pelos mortos

Agora seria a revanche, na mesma noite, na mesma moeda, nós invadiriamos, fariamos o caralho a quatro e pegariamos Martina, até que foi uma boa Austin ter sequestrado ela, contribuiu para a minha doce vingança

— Preciso que uns quinze ou vinte fiquem aquí fazendo a guarda, caso Austin queira dar uma de espertinho novamente — Dei minha ordem — Os garotos e o restante, me sigam. Ah e claro, surpreendam-se

Fui indo na frente, enquanto havia uns quarenta homens me seguindo, zabdiel e Chris estavam um em cada lado meu e um pouco atrás vinha Erick com sua cara de cu e mais atrás vinham os outros

Passamos por aquela cancha, logo indo para um beco escuro, que parecia não ter fim, abrimos uma pequena grade que havia ali e passamos para outro beco caminhando pra caralho novamente, logo avistei o que eu queria... Aquele monte de mato. Ja não estávamos mais em chão concreto e sim seguindo aquela trilha pisando em gramas, grilos, formigas, etc. Avistei a grande casa deles, que não era nada comparado ao nosso local. Em seguida parei encarando aquela casa e os garotos fizeram o mesmo, visualizado tudo

— Bem vindo ao território inimigo — Falei e sorri

— Então é aquí... — Zabdiel disse coçando o queixo

— O nosso é bem melhor — Chris disse o que eu queria ouvir

— Vamos de uma vez — Erick disse irritado e passou na frente

— Ei, ei, ei — Gritei — Quem manda nessa porra sou eu — Falei passando na frente de Erick, chegamos na porta, perfeito, eles eram tão burros que não tinham câmeras, ou são pobres mesmo — Arrombem essa porta e entrem atirando, com silenciador — Falei, se tivesse alguém lá em cima eu não queria que soubesse o que estava acontecendo no andar de baixo, queria que fossem surpreendidos

Eu e os garotos demos espaço para os caras passarem e logo eles arrombaram atirando em tudo, pude ver o puta susto de alguns poucos Aryans que se encontravam na sala, com certeza tinha mais no andar de cima

Coloquei meus óculos e eu e os garotos entramos logo atrás como se estivéssemos chegando em uma festa. E nós estávamos. Os poucos Aryans que tinham na sala ja estavam todos atirados no chão, sorri

— Onde está seu líder boiola? — Perguntei para um Aryan cagão que eu encontrei escondido de baixo da mesa. Ele continuou quieto — Fala, porra — Gritei

— Te-te-terceiro andar — Mas era um cagão mesmo

— Obrigado — Fingi formalidade, fui até as escadas e comecei a subi-la, chamei os garotos para me acompanhar, caso tivessem muito mais Aryans lá, chegamos no segundo andar e fui obrigado a dar um tiro em um Aryan que saia só de cueca de seu quarto. Subimos mais um pouco e chegamos no terceiro andar, havia várias portas, começamos a abrir todas, até que avistei uma lá no fundão do corredor que mal aparecia por causa da fraca luz

Fui em passos leves, os garotos me seguindo, parei em frente a porta, coloquei a mão na maçaneta e... Chutei com força a arrombando. Abrir pela maçaneta seria muito gay

Porra, merda, cacete, caralho... Não acreditava no que eu estava vendo. Olhei incrédulo e vi Erick ri, enquanto Zabdiel e Chris tinham a mesma expressão que eu