História Você prometeu BTS-Min Yoongi-ABO - Aquele da loba negra...

                               (Yoongi On)

Acordei de madrugada com uma sede tremenda. Essa nisso que dava beber demais.

Ao sair do cômodo, dei-me com a porta do quarto da mais nova. Senti algo esfriar dentro de mim. Era uma sensação estranha. Arfei, cansado, e decidi entrar só para ver como ela estava.

Ao adentrar o lugar, meus pulmões se encheram do cheiro doce e suave dela. A mesma dormir tão serena como as noites mornas de primavera. Corri meus olhos pelo seu corpo, que carregava alguns machucados em tons de vermelho e roxo. Sentei-me na beirada da cama e passei a admirar sua beleza. Eu não conseguia comparar ninguém nem nada com o deslumbre que era Mina.

― O que você está fazendo comigo? ― sussurrei, perdido. Eu não entendia o quê estava sentindo. Eu nunca perdia o controle, mas depois que ela chegara… tudo tinha virado do avesso.

                  (Mina On)

Acordei com os olhos inchados e um tanto demasiados. Havia chorado demais na noite anterior. Caminhei preguiçosamente até o banheiro e ao adentrá-lo pude notar o meu cansaço e desgaste. Ri de mim mesma. Ah, se o físico pudesse retratar metade do que o emocional está sofrendo, pensei, ligando a torneira para lavar o rosto.

“Mina, me desculpe. Eu não deveria ter feito aquilo. Mas tente entender que eu não quero ficar longe dele. Eu preciso do lobo dele. Preciso do Yoongi”

Respirei pesadamente. Se eu estava toda machucada era culpa dela. Eu não entendia o porquê dela querê-lo tanto. Eu não entendia o porquê de ter que ser ele.

― Yoongi… ― meus olhos marejaram ao lembrar do ocorrido do dia anterior. Estava magoada demais com ele.

Eu não queria que ele me amasse nem gostasse de mim. Não precisava de tanto. Mas eu queria, pelo menos, o respeito dele. E me trair não demonstrava isso.

Vesti uma roupa confortável, que se resumia a uma calça moletom preta, uma blusa branca de mangas compridas e coturnos cor-de-caramelo. Meu corpo ainda estava dolorido. Não estava com ânimo algum para me produzir, coisa que eu já não costumava fazer muito.

Desci as escadas devagar para não acabar piorando a minha situação, que não era uma das melhores. Fui para a cozinha, tomar um café simples. Lembrar do que Yoongi havia feito me embrulhava o estômago.

 Antes de sair da cozinha senti meu celular vibrar dentro do bolso da calça.

                 (Ligação On)

JM ― Oi, meu amor. Como você está?

M ― Melhor dia que ontem.

JM ― Não me parece que é verdade. O que houve? Sua voz te entrega. ― comprimi os lábios na tentativa de segurar a vontade enorme de chorar ― Yoongi de novo? Diz o que aquele idiota fez que eu vou aí dar um coladão na cara dele.

M ― Jimin, não, por favor... ―  disse com a voz embargada.

JM ― Ah, meu anjo, odeio saber que você está triste. Quer que eu passei aí e te pegue?

M ― Não, obrigada. Acho melhor ficar um pouco sozinha.

JM ― Tudo bem. Se precisar de mim, pode ligar. Eu amo você, minha pequena. ― sorri ao ouvir aquilo. Jimin era o irmão que eu não tive.

M ― Também te amo.

                             (Ligação Off)

Desliguei o celular com um aperto no peito. Ouvir que era amada deveria me deixar feliz. Mas não foi bem o que eu senti. Saber que quem deveria pelo menos me respeitar não o fazia. Eu podia repassar as palavras do yoongi na noite daquele maldito jantar mil vezes na minah cabeça, mas eu nunca iria entender como ele havia sido capaz de se unir à alguém que não amava. Não poderia ser possível que alguém estivesse levando aquela farsa adiante só por puro capricho. 

― Mina? ― travei ao ouvir aquela voz grave, quando sai da cozinha. Volvi-me ao dono dela sem gosto algum ― Como você está?

Encarei-o sem acreditar na pergunta. Ri nasalado.

 ― Não precisa agir como se estivesse preocupado comigo. ― disse, seca. Percebi o mesmo ficar confuso.

― Do que você está falando? ― perguntou com o cenho franzido.

― Sabe, sua preocupação comigo... me comove, Yoongi. ― disse, sarcástica.

― Mas do que você-

― Estou falando de você estar me traindo! ― explodi, irada. Os olhos dele perderam o foco por um momento, mas logo voltaram-se para mim.

― Era isso? Quanto drama. Você é minha. Já eu? Não devo satisfação de nada para você. ― disse, andando lentamente até mim.

 ― Eu estava bem aqui, agindo como uma idiota! Eu estava preocupada com você! E onde estava o garanhão?! Comendo uma vadia qualquer! ― esbravejei, segurando as lágrimas ― Você escolheu casar comigo! É nojento vê-lo agindo dessa forma! Você não é nenhum muleque para agir sem pensar nas consequências de suas ações! É ridículo que você continue fazendo as coisas desse jeito! ― disse, sentindo a raiva correr pelas minhas veias. O mesmo riu soprado e aproximou o rosto do meu.

 ― Não se engane, querida. A única diferença entre a puta que peguei ontem e você, é que eu ainda não comi você. ― o cortei, desferindo um tapa em sua face.

― Nunca mais me compara com uma vadia. ― disse e uma lágrima rolou sem que eu percebesse.

― Você enlouqueceu?! Eu te mato! ― esbravejou, pondo a mão sobre a parte avermelhada do rosto.

― Ações têm reações. Arque com as consequências dos seus atos. E se quiser me matar, mata agora, Yoongi. Eu cansei. ― disse parando para puxar o ar mais uma vez antes de desabar ― E tem outra coisa, se quiser manter essa farsa, que eu não faço ideia do porquê, faça direito, seu idiota.

Meu coração doía de tão comprimido. Parecia estar sendo esmagado por uma mão de ferro. Eu estava a ponto de surta. E ainda tinha Luna, me enchendo de reclamações.

“Mina, volte! Brigar não resolve nada! Volte para casa!”

― Cala a boca! Cala a merda da boca! ― disse, apressando meus passos para longe daquele condomínio.

Cheguei em uma praça de área verde. Sentei em um banco de madeira que ficava sob uma cerejeira centenária. Eu precisava me acalmar. Então aos poucos fui cessando o choro.

Por que tudo tinha que ser tão complicado comigo?, pensei, cerrando os olhos. Eu não me lembrava de ter sido uma pessoa ruim para merecer tamanho castigo. Eu não entendia como minha vida havia se tornaram um verdadeiro inferno em tão pouco tempo. Se eu não tivesse encontrado ele naquela maldito dia, talvez eu não estivesse vivendo daquele jeito.

Depois de um bom tempo ali, tentando acalmar os nervos, resolvi ir até a biblioteca local. Talvez, ocupar a mente com uma boa leitura me fizesse bem. Talvez, eu o esquecesse por um tempo.

Estava procurando um livro para alugar. Os livros eram um refúgio para mim. Eles me faziam desejar viver aquelas histórias que eu amava ler. Tiravam-me da realidade.

― Mina? ― me volvi àquela voz que me era familiar.

― Peat? ― falei, pasma. Era ele ― Peat! ― exclamei, o abraçando.

― Olá, Mina. ― disse retribuindo o abraço. Ergui meu olhar para ele.

 Peat continuava um menino, porém maduro. Seus traços eram mais fortes e seu sorriso era estonteante. Aquele sorriso o marcava tanto.

Peat era meu ex-namorado. Ele era natural da Tailândia, porém havia se mudado para Seul quando era menino. Nós nos conhecemos no ensino médio. Ele era um ano mais velho que eu. Ele havia sido o meu primeiro amor. Nossa história era linda. Sempre gostei dele. Ele cuidava de mim e demonstrava em cada ação o seu amor por mim. Eu era feliz como ele. Mas é claro que nada na minha vida podia ser feliz por muito tempo. Quando meus pais descobriram que ele era beta, surtaram. Nos separaram a força. Lembro de sentir meu coração em mil pedaços. Eles me tiraram o homem que um dia eu tanto amei.

― Então você se mudou da Tailândia para cá. ― disse, concluindo sua história.

― Exato. O polo da empresa que está instalada aqui em Seul é um dos mais importantes. Então meu pai e eu achamos que seria melhor se eu viesse administrá-lo. ― disse, bebericando seu café.

― Então você veio para ficar? ― disse, tentando disfarçar minha alegria de tê-lo de volta.

― Sim, estou. O que aconteceu durante esse tempo que estive fora? E como vão os meninos? Sinto falta deles. ― perguntei, animado.

― Aaah, você sabe. Jimin e Jungkook continuam na mesma ― o mesmo sorriu. A história daqueles dois era antiga ― Jin está namorando com Namjoon, um amigo de Yoongi. Tae está se envolvendo com Hoseok, outro amigo de Yoongi. ― disse, lembrando do Tae todo tristonho na viagem.

― Yoongi? ― ele questionou e eu só então percebi que não havia dito nada sobre o Min. Suspirei, cansada. Não estava muito confortável para falar dele.

― Meu marido. ― disse com desgosto.

― Então você casou mesmo? ― pude perceber um resquício de frustração em sua voz.

― Sim… mas não é um casamento feliz. ― disse, sentindo o peito apertado.

― Então por que...? Aah não... ― disse, indignado ― Seus pais te prepararam um casamento arranjado?! Por Deus, Mina! ― disse, abismado e, aparentemente, irritado.

― Você os conhece. Mas deixa isso de lado. E você? Tem alguém? ― desconversei.

― Bom, nunca me envolvi em nada sério depois de você. Só fico com algumas pessoas, mas nada como o quê vivi com você ― disse, sorrindo. Assim como ele comecei a recordar dos nossos momentos juntos ― Nós fomos felizes, não fomos? ― perguntou, sem tirar o sorriso do rosto.

 ― Sim, nós fomos muito felizes. ― disse, brandamente. Eu tinha muitas coisas boas para recordar dele.

― Sei lá... Às vezes penso que se eu não fosse beta, as coisa poderiam ter sido diferente para nós dois. ― disse, deixando uma pequena tristeza surgir em sua voz. Segurei sua mão encima da mesa, tendo sua atenção para mim.

–Não é culpa sua. Meus pais que são péssimos em entender que essa coisa de classe é bobagem. Eu só tenho a agradecer pelos momentos bons que tive com você. Eu fui muito feliz ao seu lado, Peat. ― disse, sendo sincera. O mesmo sorriu e segurou minha mão com firmeza.

― Não sabe o quão feliz eu fui com você. Nada que vivo hoje se compara com o que vivi ao seu lado, Mi. Eu era muito feliz. ― disse e eu tive que desviar o olhar. Eram muitas lembranças e sentimentos. Seu jeito amoroso, seu sorriso largo, seu olhos escuros me fazia querê-lo novamente.

― Foi muito bom te ver de novo, Mina. ― disse ao me deixa na frente do condomínio.

― Foi bom te ver também. Obrigada por me trazer, Peat. ― disse, fazendo o mais velho sorrir ― Tchau.

― Até mais, menina. ― disse, dando-me uma piscadela e arrancando o carro dali. Sorri sozinha. Antes de começarmos a namorar ele vivia implicando comigo, me chamando de menina.

Adentrei o apartamento e logo vi Namjoon sentado no sofá, com uma expressão tensa.

― Nam? ― chamei o mais velho, fechando a porta.

― Mina, graças a Deus! ― disse, pulando do sofá.

― O que foi? Aconteceu alguma coisa? ― perguntei, preocupada.

― Estava procurando por você. Não te achei em lugar nenhum. ― disse, nervoso.

― Hum… a biblioteca da cidade? ― ele esfregou as sobrancelhas como se tivesse deixado o lugar mais óbvio passar batido ― E por que estava atrás de mim? ― questionei o mesmo.

― Yoongi me pediu para te procurar. Disse que você saiu daqui muito nervosa. ― disse, olhando-me com os olhos rápidos e nervosos. Ri soprado.

― Ele por acaso te contou o porquê de eu ter saído daqui revoltada? Ele falou para você que me comparou com uma vadia? Ele disse que me humilhou? Ele contou isso, Namjoon? ― indaguei com desgosto e raiva.

― Mina...

― Você sabia, não sabia? ― disse, me volvendo à ele ― Você sabia que ele estava me traindo ― o mesmo baixou os olhos para o chão ― Por que não me contou nada, Nam?

― Eu não tive coragem. Eu não queria ver a sua reação. Você abriu um sorriso tão doce e tão grato quando eu entrei pela porta com o Yoon que… eu não consegui. ― disse, triste.

 Arfei, cansada. Eu não podia culpá-lo. Ele não tinha nada a ver com aquela bagunça do Yoongi e minha. Nam era um amor na minha vida. Eu sabia que ele tinha carinho por mim. Sem esperar, ele me abraçou.

― Eu sinto muito por tudo que o Yoongi faz com você. Eu não concordo com as ações estúpidas dele. Você não merece isso, Mina. ― ouvi aquilo acabou comigo, me deixou completamente vulnerável. Envolvi meus braços em sua cintura e me permiti chorar.

― Nam… ― disse após um acesso de choro cessado ― não é você que tem que se desculpar pelas merdas que o Yoongi faz. Você ser amigo dele não significa que você tenha que se submeter a isso.

Ele sorriu e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

― Você é um presente na vida de todos nós. E eu espero que, um dia, o Yoon reconheça isso.

              (Yoongi On)

Eu não estava entendendo o que estava acontecendo. Eu não estava aguentando minha raiva, meu lobo. Ele não se calava, o que me deixava mais irado ainda. Eu podia sentir meu coração bater com força. Eu estava perdendo o controle. Então permiti que meu lobo tomasse forma. Senti minhas roupas se rasgarem e desprenderem do meu corpo para dar espaço a minha pelagem branca e cheia.

Corri o mais rápido que pude para um bosque que era evitado por outros, pois era solitário demais e até um pouco perigoso. Porém não liguei. Perigoso era eu estar daquele jeito perto de pessoas. Precisava ficar sozinho.

Eu já estava cansado de tanto correr, portanto parei perto de um lago, que eu conhecia. Não lembrava como, mas conhecia. Era uma "lembrança" que me causava uma sensação estranha, repulsiva. Eu deveria sair dali, mas estava cansado demais.

Encarei meu reflexo no lago cristalino. Eu nunca me acostumava com os meus olhos em tom de azul. Era estranhamente bonito.

― Ora, ora, ora.... O que uma belezinha dessa faz aqui? ― me virei com tudo e vi um vampiro moroy. Sua pele era de uma lividez que doía os olhos; Lumes cor-de-ouro; cabelos alvos como a neve. Com certeza fôra transformado muito novo. Aparentava ter uns vinte e um anos. Rosnei para o mesmo. Vampiro não era flor de se cheirar ― É um prazer conhecê-lo também. Chamo-me Devil Hunter. ― disse de um jeito teatral. Vampiros eram sempre tão exagerados.

Não tirei os olhos do branquelo. Ele andava de um lado para outro, com as mãos nos bolsos do terno listrado. Percebi o mesmo tentar se aproximar e, como reflexo, fiz menção de atacá-lo.

― Ele é nervosinho. ― ouvi outra voz ao lado e uma ruiva, de olhos verdes brilhantes, apareceu.

― O cachorrinho está bravinho? ― disse mais um. Este era bem mais novo que os outros dois. Olhos azuis assim como os meus; cabelos negros e pele de porcelana. Devia ter uns desessete anos, quando era humano.

― Parem de fazer chacota do rapaz ― disse mais um, surgindo de um lugar que eu não tinha visto. Este era acastanhado, olhos negros e pele extremamente branca. Sua postura era imponente. Devia ser o líder deles ― Chamo-me Jonghyun. ― disse ,fazendo uma leve acenar de cabeça.

Aquilo não estava me cheirando bem. Quatro vampiro a minha volta. Seus olhos brilhavam como se estivessem vendo um prêmio ou uma fonte de alimentação. Seus sorrisos eram de satisfação. Havia algo muito errado com aqueles quatro.

― Deixe-me apresentar os meus filhos ― disse, referindo-se aos três que estavam ao seu lado. Esse era o nome que os vampiros davam aos humanos que transformavam e criavam como "filhos" ― Este você já conhece. Hunter gosta de nomes teatrais. Nasceu na idade das trevas, sabia? Bons tempos ― senti repulsa. A idade das trevas fôra uma época terrível. Cheia de mortes e massacres ― Esta é Eurielle. Minha doce menina. Nasceu na Rússia. Tirei-a de uma situação trágica, não é mesmo, querida? ― disse, enrolando um cacho ruivo da mesma.

― Eu quase morri no século XIV. Estava passando uma temporada na Europa. De repente me vi com a peste negra. Tempos difíceis para aquele povo. Sorte a minha que meu pai… ― disse, lançando um olhar carinhoso para o mais velho deles ― me encontrou.

― Este é Stevan. Meu mais novo garoto. O transformei há um ano. Lindo, não acha? ― disse, passando a mão pelo ombro do garoto ― Ah não, não, não! Ele não teve nenhuma doença. Stevan estava sozinho em um beco, chorando. Foi expulso de casa por beijar um outro homem numa festinha de adolescentes. Não é um absurdo? O que significa um beijo? ― disse Jonghyun, caçoando da situação ― Mas ele era tão lindo, que tive que transformá-lo. Uma beleza dessa não pode se acabar em um corpo mortal. ― falou e o garoto abriu um sorriso largo para seu "pai".

Eu não sabia onde eles queriam chegar, mas não abaixei a guarda. Eles não estavam alí para me ajudar.

― O que acha dele, pai? ― disse a ruiva, olhando como se fosse me devorar.

― Será uma ótima refeição, minha querida Eurielle. ― rosnei alto e o mais velho voltou seus olhos de demônio para mim ― Ele é todo de vocês. Crianças, lanchinho. ― dito isso, os outros três partiram para cima de mim.

                  (Mina On)

Estava assistindo filme com Namjoon na sala, quando senti meu coração disparar. Pulei do sofá, assustada.

― Mina, o que foi?! ― disse o mais velho, aflito.

― Yoongi ― disse, vagamente, movendo meus olhos lentamente ― Onde ele está?

― Está na empresa. Por quê? ― disse, me analisando com rapidez.

― Tem algo errado. Liga para ele, Nam. ― corri até o primeiro andar e me troquei rapidamente. A agilidade com que me vesti, fez meu corpo machucado reclamar de dor.

“Mina, ele precisa de você! Vá atrás dele!”

― Nam, ele atendeu?! ― disse, descendo as escadas às pressas.

― Hoseok disse que ele não apareceu na empresa hoje. O que está havendo, Mina? ― perguntei, confuso.

― Yoongi está sozinho em algum lugar. Ele precisa de ajuda! ― disse, pegando a chave do carro, nervosa.

― Mina, espera! Como você saber disso?! ― disse, segurando o meu pulso.

― Eu não sei. Eu só sinto que ele precisa de ajuda. Vamos, Nam! ― disse, puxando-o para fora do apartamento.

― Onde estamos indo, Mina? ― disse ele, assustada com a velocidade que eu estava dirigindo.

― Eu não sei. ― disse, sentindo meu peito queimar.

“Mina, rápido! Ele precisa de ajuda!”

― Mina, cuidado! ― gritou Namjoon no momento em que quase bati o carro em um poste.

“Mina, corre! Yoongi precisa de você!”

― Mina, você vai bater! ― disse, me fazer voltar para a estrada.

Meu peito queimava. Minha cabeça doía. Luna estava em desespero. Eu ouvia meu sangue circular pelo meu corpo e meu coração pulsar no ouvido. Estava tentando ouvir Namjoon, saber a direção para seguir. Tudo estava girando e minha prioridade era achar Yoongi. Meu coração gritava, bradava, clamava em puro desespero e aflição.

“Mina, ele vai morrer!”

― Mina! ― parei o carro com tudo no meio da estrada.

Olhei para o bosque que se estendia à minha esquerda e tive um devaneio de Yoongi. Na verdade era seu lobo pedindo por ajuda. Haviam quatro pessoas a sua volta o atacando. Eles estavam machucando o Min. Senti ira sucumbir o meu corpo.

                       (Namjoon On)

Mina estava paralisada, olhando para o nada com uma cara que me causou um certo medo. Seus olhos se tornaram duas chamas violetas.

― O que está acontecendo com...

Mina deu lugar à uma linda loba de pelagem negra. Nunca tinha visto algo tão belo. Na verdade, nunca tinha visto um ser tão majestoso.

Ela disparou bosque adentro.

― Mina! ― gritei, tentando pará-la, porém a mesma sequer ouvir.

― O que está acontecendo?! ― Hoseok desceu do carro correndo.

― Eu não sei! Mina se transformou e imergiu dentro dessas árvores! ― disse, nervoso.

― Está esperando um sinal verde ou um convite formal?! Anda logo! ― disse o mesmo correndo para dentro daquele lugar.

                         (Mina On)

Eu tentava me concentrar para saber aonde ir, mas meu desespero era maior que qualquer coisa. Corri para mais dentro da mata. Eu corria para um lado e para o outro. Eu não estava conseguindo o achar. Parei um segundo e pude ouvir risadas a minha esquerda. Estavam um pouco longe. Rosnei, irada, e disparei para o local que eles estavam.

Ao chegar em um determinado ponto daquele bosque, vi a cena que partiu o meu coração. Yoongi caído no chão, lutando para sobreviver e quatros moroys envolta dele, tentando matá-lo. Rosnei alto o suficiente para chamar a atenção daqueles idiotas.

― Olá, docinho. ― disse um acastanhado.

Parti para cima dele e o mesmo me seguiu. O arremessei em uma árvore e corri para cima de um branquelo de terno. O abocanhei pelo ombro e o joguei no chão. Peguei um garoto de mais ou menos desessete anos e o lancei para dentro do lago.

― Olha, ela é valente ― disse uma garota ruiva ― Vem brincar, amor. ― disse, sorrindo.

Parti para cima dela, porém a mesma conseguiu me bloquear e me jogar no chão.

― Está nervosinha por causa do seu lobinho? ― perguntou, sarcástica, e cravou suas garras nas costas do Yoongi, que agonizou de dor. Aquilo me deu me encheu de raiva. Avancei na garota e a joguei com toda a minha força contra uma árvore centenária.

“Você vai aprender a não mexer com o que é meu.”

Proferi e arranquei a cabeça da ruivinha com uma mordida. Até que ela era bonitinha. Era uma pena ter que acabar com uma coisa tão linda. Mas ela se meteu onde não devia.

Senti alguém me puxar e me jogar para o lado.

― Eurielle! ― disse o castanho, irado ― Você destruiu a minha filha! ― disse, avançando para me atacar. Começamos a travar uma batalha corporal. Confesso que ele era difícil de derrubar. Vi de relance os outros dois correrem para cima de mim, porém dois lobos, um de pelagem marrom e o outro cinza, pegarem cada um pela mordida.

                     (Yoongi On)

Eu já não tinha noção alguma do que estava acontecendo. Estava completamente desnorteado. Olhei na direção de uma loba negra de olhos violetas, linda. Era Mina.

“Yoongi, Yoongi!”

Vi a mesma de aproximar de mim, aflita.

“Mina...”

Tudo escureceu ao meu redor. E a última coisa que vi foi um par de ametistas escuras.