História Volim te - Capitulo 17

POV Alexandre:

Fabiula tirou os olhos da mira dos meus e caminhou até Giovanna.

- Amiga do céu! O que houve?- falou pousando a mão em cima da de Giovanna, que automaticamente se ajeitou na cama do hospital sentando-se.
-Viado, eu já estava passando mal a semanas, pensei até na possibilidade de estar grávida.- ela falou essa frase me olhando. Dentro dos meus olhos, parecia me avisar algo. Limpou a garganta e só então continuou- Só que não era nada disso, eu na verdade tenho intolerância ao glúten, acabei desmaiando, e meu vizinho ai me socorreu- novamente me olhou. Mas desta vez Fabiula me olhou também- Ai que sem educação, nem apresentei vocês. Alexandre essa é minha amiga Fabiula, Fabiula esse é Alexandre meu vizinho.
- Prazer Alexandre- Fabiula foi na minha direção e estendeu a mão levantando a sobrancelha.
- Prazer Fabiula- dei um sorriso sem graça enquanto apertava sua mão.
-Gio, eu vou aproveitar que você está com companhia e vou ali comer rapidinho. Mas já volto.- me virei para sair sem esperar uma resposta
- Nero...- olhei pra trás- Obrigada! -ela me deu o seu melhor sorriso, aquele que me destruía todo por dentro.
Apenas concordei com a cabeça e sai.

POV Giovanna:

- Biula, me desculpa viu?! Sei que te prometi que iríamos ter o melhor ano novo, mas acabei foi te metendo nesse programao né?!
- Ih amiga não pira! Não tem como imaginar que uma coisa dessas vai acontecer. Tá tudo bem! E você na verdade tá é muito bem acompanhada né? Que vizinho é esse hein?!
-Ah, eu te confesso que não esperava que ele estivesse aqui. Ele sumiu durante 2 semanas, e de repente apareceu aqui.
-Mas vocês estão namorando ou algo assim? -ela falou sentando na pontinha da cama
-Não não, isso não faz o tipo dele. Ele tá cada dia com uma mulher diferente. Só somos conhecidos. -menti e ela não pareceu acreditar.
-Conhecido que salva sua vida! Tendo um conhecido assim, não precisa nem namorado.-ela riu e eu a acompanhei.
-Ele é bem lua, mas é gente fina.
-Imagino, tem cara. Amiga, eu bem queria passar a virada aqui contigo, mas como ficamos de passar no sítio da minha família, eles vão ficar me esperando. -ela falou meio sem jeito, mas eu entendi o recado.
-Ah, vai lá curtir por mim! Amanhã já estou em casa, então não fala nada pra minha família, qualquer coisa estou contigo no sítio tá? - ela fez que sim com a cabeça.
-Amanhã passo na sua casa pra te ver! Você tem certeza que tá melhor né?
-Tô sim, relaxa! -ela beijou minha testa e saiu.

Ajeitei os travesseiros deitando um pouco, os medicamentos me deixavam muito cansada. 
Mandei uma mensagem pra minha mãe desejando feliz ano novo para todos lá em casa. E que ficaria sem sinal no sítio. Menti claro, e coloquei em modo avião para caso ela ligasse desse que estava fora de área.

POV Alexandre:

Sai do quarto ainda inacreditado. O mundo era realmente muito pequeno. A Fabiula com quem eu tive quase um relacionamento, era melhor amiga da Giovanna.

Fiquei um tempo no corredor, não queria atrapalhar a conversa delas. Mas confesso que fiquei com recesseio da Fabiula contar algo, foi coisa do passado, eu sei. Só que acredito que a Giovanna não iria ficar feliz com essa informação.
Apoiei na parede do corredor onde estava o quarto de Giovanna, mexi no celular por um tempo para me distrair. Sai do foco quando Fabiula parou na minha frente.

-Que surpresa encontrar você aqui, e nessa situação completamente inusitada!
-Pois é né, não esperava te encontrar mais.- falei colocando as mãos no bolso.
-Olha sem recentimentos, ok? Você seguiu sua vida, e eu a minha. Tá tudo certo.
-Você falou algo a ela? -tive medo da resposta
-Não Nero, coisa do passado. Deixa prá lá. Mas olha a Gio é dona de um coração enooorme, vê se não magoa ela como você fez com a metade da população! -ela riu e eu me lembrei de como adorava aquele sorriso.
-Ela tem alguma coisa diferente, mas já conversamos sobre esse meu jeito de ser. Acho que ela entendeu, e estamos bem assim.
-Que bom, tô ai pro que precisa. Qualquer noticia ou mudança no quadro dela, me avisa. Fui- ela jogo um beijo no ar. E eu respondi piscando com um olho.

Voltei ao quarto e vi que Giovanna dormia, o semblante dela parecia calmo e sereno. A observei por longos minutos. 
Deu meia noite, e os fogos começaram lá fora. Eu liguei a tv baixinho, para conseguir ver a queima de fogos. 

-Ei, feliz ano novo!- ainda doente ela conseguiu dar aquele sorriso que me fazia ficar com uma cara de bobo.
-Olha só quem resolveu acordar!- fui a caminho dela- Feliz ano novo vizinha!- a abracei de leve. E ela me deu um beijo demorado no canto da boca. Senti meu corpo arrepiar.
-Não pense que me esqueci do que você fez- deu dois tapinhas de leve no meu ombro nos distanciando.
-Eu tenho uma boa justificativa para isso. Mas vamos deixar isso pra quando tivermos em casa ok?- ela apenas assentiu com a cabeça.
-Me desculpa estar te prendendo aqui, eu devo estar estragando seu dia. Nero sério, pode ir pra casa, você não teve tempo nem pra descansar. E ainda por cima- eu a interrompi
-Giovanna- falei segurando no rosto dela- eu quero estar aqui, quero ficar com você. Não vou te deixar aqui sozinha nem se você quiser. Entendeu?

Os olhos dela ficaram marejados. E para que ela não chorasse eu dei um beijo de leve em sua boca. Senti saudades dela, da forma como ela fala, do beijo dela. Não estava sentindo falta só do sexo, sentia falta dela por completo.
Depois de uma hora vendo um filme ela adormeceu, eu estava deitado na cama ao lado dela. Mas nenhum médico poderia ver, então aproveitei que ela dormia para sair devagar e me sentar na poltrona.

-Não ouse sair daqui- ela sussurrou segurando meu braço quase sem força.
-Eu... eu...- gaguejei feio, limpei a garganta para me recompor.- Eu não vou.- me ajeitei ao seu lado, e ela voltou a dormir, só que desta vez com a cabeça apoiada no meu peito. Eu a abraçava, e não queria que o tempo parace para poder senti-la no meus braços por muito tempo.