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História Vontade do fogo X Poder Uchiha - Queimando as últimas esperanças


Escrita por: TamiresVargas

Capítulo 7 - Queimando as últimas esperanças


“Achando força onde não havia nada, um fogo violento se inicia.

Uma faísca de poder que nunca acaba e a convicção para lutar.

Orgulho será o teu nome!

Eles cuspirão na honra que você defende com a sua vida

E correrão para se esconder no medo egoísta quando a morte chegar perto.”
 

 A batalha prosseguia equilibrada. A velocidade do jovem aliada ao sharingan dificultava o êxito dos golpes de Danzou. Não havia brecha na defesa dele, e o velho falcão de guerra não demorou a perceber que seria necessário mudar de estratégia se quisesse vencer.

O coração do Uchiha se agitou diante da realidade: enfrentar cinco ninjas daquele nível lhe custaria algo, restava torcer para que fosse o mínimo. Era uma péssima hora para lembrar que Fugaku estava certo, contudo não pôde evitar ouvir as palavras em sua mente: “Danzou não é confiável”. Era tão evidente que dispensava provas, no entanto seguiu sem acreditar até cair diante da realidade.

Ele observou os olhos que lhe analisavam, esperando e premeditando seu próximo movimento. Sentiu a tensão aumentar nos músculos, espalhando-se pelo ar e os segundos eternos que precederam o ataque.

Uma única shuriken foi arremessada em sua direção. A trajetória, desenhada em seu cérebro através do sharingan, seguiu a linha imaginária que a conduziu à árvore recuada a cinco metros da área de combate e quando o som seco da arma perfurou o tronco ecoando nos ouvidos dos homens, a inércia de seus corpos se transformou num combate pela vida.

Os ANBU formaram uma sequência de golpes sincronizados que objetivava manter Shisui no centro deles, cumprindo com excelência a ordem de seu superior, que observava a cena exibindo o olhar da vitória. A cada investida, a dificuldade de esquivar aumentava, e o Uchiha desconfiava que logo seu shunshin não seria o suficiente para evitar os ataques.

 Ele saltou para trás desviando de um suiton e escapando por pouco da tarja explosiva camuflada no solo, usou o sharingan para derrubar um dos adversários, porém sofreu um corte na perna que fez seu joelho vacilar por um instante. Sem tempo de respirar, repeliu uma shuriken atirando contra ela uma kunai e realizou os selos para combater o katon que vinha em sua direção. A esfera de fogo se tornou um redemoinho, obrigando-o a se teletransportar e logo uma lâmina de vento voou contra seu corpo.

Shisui aparou-a com a espada e ao pôr força nela para repelir o ataque, viu o metal se fragmentar e dar passagem ao jutsu. Usou o shunshin novamente, reaparecendo diante de um ANBU com máscara de ave, deferindo um soco em seu estômago enquanto desviava do chute de outro adversário. O segundo foi inevitável, e ele sentiu o impacto em suas costelas e os pés falharem em se firmar no solo, sendo arrastado por metros até ser parado por um golpe no rosto que o atordoou e abriu sua guarda.

Ele saltou desajeitado tentando focar numa saída, a dor atrapalhando os pensamentos e o sentimento de que não escaparia vivo pulsando em sua veia. O desespero gritava a vontade de dominá-lo, minando sua mente e corpo de adrenalina enquanto o medo escalava seu coração. Shisui se forçava a espantar a possibilidade de perder, mas a temia mais do que tudo naquele momento.

Um segundo de paz passou por seus olhos aumentando a tensão de ter perdido dois adversários de vista. Obrigou-se a ignorar o atordoamento e a dor que irradiava para outros pontos do corpo, focando em não ser pego num ataque surpresa. Ouviu o som de um graveto sendo esmagado e direcionou o olhar para o local suspeito. Em sua visão periférica, as faíscas de eletricidade se aproximaram numa enorme massa de energia.

Shisui recuou, em seguida usou a kunai para segurar um golpe de espada, medindo força com o ANBU cachorro até notar a intenção de um chute de outro inimigo, desviou deste girando o corpo e fazendo o companheiro dele receber a investida, aproveitando a situação para se distanciar. Sentiu o calcanhar arder e percebeu linhas finas enroscadas nele, que apertavam abrindo a pele em sulcos e derramando o sangue vermelho vivo. Tentou cortá-las, porém elas se assemelhavam a borracha e resistiam ao fio da lâmina, sem alternativa, ele cuspiu um katon sobre a própria perna que derreteu o jutsu inimigo junto à parte de sua derme. Com a perna de apoio debilitada, o teletransporte se tornou praticamente a única forma de escapar de ataques repentinos, entretanto seu uso excessivo aliado ao sharingan logo desencadearia uma queda brusca em seu nível de chakra.

Danzou gesticulou para que um de seus subordinados recuasse e lhe sussurrou duas palavras compreendidas de imediato. O ANBU com máscara de gato esquadrinhou Shisui, tecendo a estratégia recebida. O Uchiha já começava a dar sinais de cansaço e a lentidão de seus reflexos embora mínima era o suficiente para uma investida bem sucedida.

Observou-o se dividir na tentativa de conter os golpes frequentes e o êxito de deter uma sequência de cinco se tornar fracasso ao sofrer o impacto de uma bomba d’água no ombro esquerdo; levar a mão ao local sem poder viver a dor devido a um chute executado contra a perna ferida, obrigando-o a usar genjutsu para impedi-lo, e ofegante se preparar para receber um ataque triplo. Contou os segundos enquanto afundava no solo, fundindo-se a ele, analisando o momento certo de atacar o Uchiha.

Quando Shisui percebeu o inimigo surgindo do chão e soprando gás tóxico em sua direção era tarde demais para buscar uma saída. Ele sentiu os olhos e narinas queimarem, a visão turvar e o corpo amolecer no mesmo instante, uma dormência esmagadora engoliu seus músculos e o raciocínio falhou em conseguir uma solução. Sua mente lutava para sair dali, porém o destino lhe apontava o caminho da morte.

Percebeu uma força estranha envolver seus pés e logo todo o seu ser parecia não mais lhe pertencer, como se a inconsciência o estivesse dominando. Em seguida, o corpo readquiriu a firmeza de outrora saltando velozmente para trás e escapando das investidas dos inimigos.

Ele viu um deles acertar o outro com a espada ferindo seu braço e fazendo-o recuar confuso antes de um tremor abrir diversas valas na terra. Ainda atordoado, Shisui correu contra a sua vontade enquanto assistia seus adversários lutando entre si e uma nuvem de poeira se espalhar pelo campo de batalha. A floresta a sua frente começou a se tornar escura e o ar adquiriu uma frieza que anunciava a síncope, contudo manteve a corrida. Não demorou ao coração acelerar com a adrenalina e o mundo girar ao mesmo tempo em que sentiu ter de volta o controle de seus movimentos.

Maito Gai amparou sua queda e assentiu para o olhar austero de Shikaku, jogando o corpo do jovem sobre o ombro e disparando rumo ao interior da mata. O líder dos Nara sabia que faltava muito para dar a missão como cumprida e não seria fácil concluí-la, talvez até se tornasse uma vítima enquanto protegia o garoto, no entanto o risco não lhe assustava mais do que perceber que Konoha possuía um regime nas sombras. Se Danzou estava criando um exército que aplicava suas próprias leis, logo o julgamento poderia condenar a cabeça de Minato.

Na campina, Inoichi se retirou incrédulo do cérebro do ANBU que foi degolado pelo companheiro enquanto Choza rolou para impedir o outro que tentava ir atrás de Shisui e uma explosão deu origem a uma nuvem espessa que permitiu ao último da raiz se desvencilhar da batalha. Seus olhos localizaram os de Danzou que articulou sílabas mudas e desapareceu.

A dupla da Raiz se agrupou iniciando uma sequência de selos que soprou uma rajada de lâminas de fogo. Elas iluminaram o campo de batalha lambendo as folhas das árvores e se alastraram em segundos formando uma tocha no meio da floresta permitindo-os desaparecer dentro dela.

Sob a terra, a ameaça seguia veloz ao encontro de Shisui.
 

Shikaku estava pronto para alcançar seus companheiros quando foi tomado por um pressentimento. Olhou ao redor procurando uma razão e, não contente com a falta de resposta, insistiu em acreditar no seu sexto sentido. Concentrou-se na procura de vestígios de chakra, frustrando-se com a negativa. Mergulhou no silêncio, captando e filtrando cada ruído que chegava aos seus ouvidos. Deixou-se cair mais fundo, tornando-se a natureza, caminhando devagar pelo tempo, dedilhando as folhas do espaço.

Sentiu o fio de sua sombra repuxar e de imediato passou os olhos nas kunais que deixara cravadas no solo, notando uma delas deslocada centímetros para a direita. Correu em sua direção realizando um bunshin e vasculhando o cérebro em busca de um plano. Atirou outras a sua frente, atribuindo-as tarjas explosivas, vendo-as serem acionadas em estouros aleatórios que pouco ajudavam na localização do inimigo. Repetiu a estratégia a fim de descobrir um padrão sendo surpreendido por um ataque frontal aparado pelo antebraço num movimento de sorte.

Viu o olho negro sobressair sob o filete de sangue que lhe banhava e tentou reconhecer o ninja através da fração de rosto exibida após uma parte da máscara se desprender dela. Atordoou-se com a suspeita, porém logo retomou o foco da luta.

Separaram-se no mesmo momento, analisando-se como velhos conhecidos esperando o outro cometer a primeira falha. A sensação de familiaridade continuava a perseguir Shikaku que soterrou o incômodo com a determinação de finalizar o problema rapidamente. 

Suas sombras correram para alcançar o inimigo sendo evitadas por este e se espalharam, unindo-se a outras que encontravam pelo caminho formando uma teia no campo de batalha. A intenção foi compreendida no mesmo instante, culminando num ataque de raios que se ergueram como paredes de luz, alterando a direção das sombras.

O brilho deles ofuscou a visão de Shikaku que de imediato recuou e empunhou uma kunai a frente do corpo enquanto tentava bloquear com a mão parte da claridade. Ele sentiu uma onda de chakra vindo em sua direção e percebeu tarde demais que um dos raios se transformou no ANBU.

O chiado da eletricidade roçou seu ouvido quando o ninja desviou o golpe para escapar da investida de Choza. O corpo deste rolou vigorosamente perseguindo o inimigo que tinha dificuldade de evitar o esmagamento que ocorreu o instante seguinte.

A voz de Inoichi perfurou o ar num aviso ao companheiro que suportou com o abdome a explosão de chamas.

O sangue de Choza tingiu o chão e seu corpo voltou ao normal, revelando as queimaduras sofridas. A pele era uma mistura de um marrom escuro e vermelho intenso que se derramava um rio veloz. A extensão dos ferimentos parecia incalculável e a respiração esmaecia junto às batidas de seu coração.

Ele ouviu seu nome sendo proferido pelos amigos, o som distante ecoava suave em sua mente. Fechou os olhos vendo as imagens do filho e esposa, abriu um sorriso débil e com este deslizou para os braços da escuridão.
 

Maito Gai observava a expressão do jovem. Desde que recebera a notícia seu semblante não exprimia outra coisa além de pesar e ansiedade.

Foi um baque para Shisui ouvir quem fora o responsável pela internação de Kakashi. Ele negou de início, mas esmoreceu diante do motivo. O sequestro de Sasuke era o combustível perfeito para Itachi enlouquecer e largar a humanidade em alguma esquina.

Os dentes trincados começavam a incomodar, porém a tensão o impedia de desfazer a atitude. Precisava encontrar Itachi antes que ele fizesse algo que não pudesse ser reparado. Com esforço, calou as vozes das possibilidades e se concentrou em alinhar seus pensamentos a fim de achar uma saída para aquela situação.

— Ei, garoto! Não pense em fazer nada fora do plano! — Tsume rosnou. — Se Danzou pegar você teremos grandes problemas.

Shisui fitou-a com o olhar vazio.

— Farei o que for preciso. Não cairei numa armadilha pela segunda vez.

— Mesmo se ela envolver seu precioso amigo? — revidou ácida. — Não há espaço para sentimentos agora. Um passo em falso e estaremos numa guerra.

— Tsume, não precisa pressioná-lo. — Gai interveio.

— Estamos nessa situação por causa dos Uchiha! Quem nos garante que ele não vai mudar de ideia no último minuto?

— Eu não sou um traidor. Se for necessário enfrentarei o clã inteiro... isto inclui Itachi.

Gai percebeu o peso nas palavras de Shisui e sentiu um desconforto ao se imaginar no lugar dele. A ordem de parar o prodígio a qualquer custo foi dirigida somente ao jovem Uchiha, no entanto atingia os demais envolvidos em sua busca com a sensação de que um combate sangrento seria inevitável.
 

O homem se apresentou para receber a próxima incumbência. Seu supercílio esquerdo exibia a cicatriz adquirida no combate com Shikaku e o braço, um pedaço de pele retorcida pela explosão sufocada por Choza. O selo em sua língua, símbolo de subordinação à Raiz, e as marcas que se acumulavam por seu corpo ilustravam a fidelidade e o esforço que empenhava para cumprir as missões dadas por seu salvador.

Buki recebera o pseudônimo antes de perder seu primeiro dente de leite e não se lembrava mais de seu antigo nome. Não tinha mais do que vinte anos, alguns músculos definidos em sua estatura mediana e uma inteligência para o combate que preocuparia Danzou caso não o tivesse sob seu comando.

Ele se aproximou de seu superior observando a serenidade de sua postura e colocou um dos joelhos no chão, abaixando a cabeça.

— Estão reunidos no templo. Um grupo está na vigilância do local e outro no distrito. Não foi percebida nenhuma movimentação na busca de Sasuke ou Itachi.

— Fugaku não perderia tempo procurando o filho traidor, mas é uma surpresa que não tenha se movido pelo caçula. Parece que seu apreço pelo poder é maior que a preocupação com o garoto.

— Há ninjas da ANBU fazendo a escolta de Naruto e Kushina, Jiraya e Gai se ausentaram da vila, Tsume continua desaparecida e Kakashi está internado como resultado do combate com Itachi.

 — Minato está agindo para nos cercar... Quantos dos nossos estão à espreita no templo?

— Três.

— Ordene o ataque. Certifique-se de que eles eliminem o máximo possível e não sobre nada de seus corpos, não podemos deixar rastros.  

— Sim, senhor.  

O falcão de guerra assistiu à partida de seu subordinado pensando no próximo passo. Sabia que precisaria moldar seu plano conforme o mesmo transcorresse, alguns pontos exigiriam mais movimentos no tabuleiro e ainda havia Minato para atrapalhá-lo. No entanto, isto não lhe tirava a certeza do triunfo, apenas aumentava a expectativa para saboreá-lo.
 

Na torre do Hokage, a pressão de Homura e Koharu fazia vacilar a certeza de Hiruzen quanto a uma solução pacífica.

— A melhor alternativa é nos antecipar. Está claro que os Uchiha irão atacar. Não podemos simplesmente esperar que isso aconteça. Devemos aproveitar a oportunidade que o distrito está desprotegido.

— Está sugerindo atacar civis, Homura? Há pessoas naquele lugar que nada tem a ver com o que está acontecendo.

— Não seja ingênuo! — Koharu cuspiu. — Não há inocentes lá. Mesmo os civis estão cientes e apóiam o golpe. São um grupo de ervas daninha.

— Pessoas que não sabem lutar e morreriam diante do primeiro golpe. Seria um extermínio. É isso que pretendem? Usar de covardia para resolver a questão.

— Você acha que eles terão piedade de nós? Que pouparão os nossos civis, as nossas crianças?... — Homura questionou encarando o antigo companheiro de time. — Seu neto?

Hiruzen emudeceu. Seus argumentos dispersos no medo de uma possibilidade que não aceitava, dissolveram-se ao mergulhar na pergunta que latejava em sua mente.

— Pode nos ajudar a evitar isso. Você é o único de nós que Minato escuta... — Koharu se aproximou. — Jamais teríamos cogitado essa alternativa se as circunstâncias nos mostrassem outras.

— Não nos sentimos felizes por ela, mas se não a tomarmos, que tipo de futuro aguardará Konoha?

Hiruzen saiu da sala com os pensamentos embaralhados. Imagens reais e fantasiosas corriam por eles mostrando destinos penosos, alguns eram seus, outros pertenciam a pessoas próximas e logo a tristeza de Kagami se apresentou como um golpe às últimas tentativas de resistir às verdades ditas pela dupla de conselheiros.

Insistir no pacifismo levaria todos à ruína e apesar de drástica, a solução dada por eles era necessária.

Percebeu a voz de uma mulher ao se aproximar da entrada da sala de Minato, porém ao apurar os ouvidos, o silêncio se estabeleceu. Certo de que fora percebido, anunciou-se e entrou.

— Sandaime. — Minato se levantou. Ele notou o olhar rápido que passeou pelo cômodo como quem busca algo. — Algum problema?

 — Você deve está a par dos acontecimentos — iniciou, vendo-o assentir. — A situação piorou drasticamente, precisamos de uma reação à altura. Negociamos de todas as formas, sem sucesso... — Hesitou por um segundo. — Não podemos ficar a mercê dos Uchiha. Estamos vivendo como reféns dentro de nossa própria vila.

— Concordo. — A resposta imediata surpreendeu Hiruzen. — Chegamos a um ponto insustentável...

— Temos que planejar uma investida e executá-la o quanto antes! Podemos usar a ANBU e a ajuda de Jiraya.

— E assim cortar o mal pela raiz...

— Exato!

— Talvez devêssemos começar por quem matou Shisui ou sequestrou Sasuke. Se forem a mesma pessoa será ainda melhor, pois nos poupará trabalho.  

— Do que está falando?

— De quem pensa que pode comandar em meu lugar e age pelas minhas costas. — A voz pesada fugia do costumeiro tom cordial. — Agradeço o conselho, mas tenho tudo sob controle.

— Não faz ideia do que está dizendo. Está colocando Konoha inteira em risco por uma esperança morta! Os Uchiha já provaram que é impossível dialogar com eles.

— Se eu não consigo fazê-los me ouvir, usarei uma linguagem que eles compreendam.

— Sua obsessão trará a destruição de Konoha. Você será conhecido eternamente pelo Hokage que afundou a vila porque preferiu seus inimigos aos seus companheiros.

— Não quero ser conhecido por nada além do que eu fizer — rebateu calmo, deixando Hiruzen boquiaberto.

Minato sabia que apostava alto, mais do que pensou que apostaria, entretanto voltar atrás era uma opção borrada pelo tempo. Este que era um aliado ingrato, ora lhe doava confiança, ora prometia se extinguir num piscar de olhos, deixando o fracasso como um presente de despedida, por isso, correr era necessário feito respirar e nos pés e habilidades daquele grupo de jovens se encontrava grande parte de sua fé.
 

 Kagami se questionou um par de vezes se tomara a decisão correta. Ter alguém para lhe ajudar naquela tarefa estava fora de cogitação, contudo sua convicção caiu por terra diante da insistência e determinação daquela garota.

“Por favor, eu não sei o que fazer! Não posso ficar parada assistindo os dois lados se destruírem!” A súplica cega perfurara sua barreira de neutralidade, derramando a empatia que mantinha intocada. “Mais uma criança desesperada no meio desse conflito, disposta a qualquer coisa que lhe dê um pouco de esperança.” Pensou com tristeza. “Vai arriscar sua vida nisso?”, perguntou. “Todos estão arriscando!” Ouviu atento. “Dando o que tem para defender o que acham certo. Eu não quero ficar aqui só chorando!”, ela gritou sem perceber as lágrimas rolando.

Talvez Kagami se arrependesse no futuro, mas naquele momento ele viu se agitar nos olhos aflitos as chamas de uma vontade sem limites.  

— Há duas estratégias que Fugaku pode adotar para aplicar o golpe: a primeira, e mais arriscada, é transformar Konoha num campo de batalha e aniquilar os ninjas da vila. Isto pode ser feito de surpresa para garantir maior eficácia, porém o risco de envolver civis é grande. Fugaku pensa muito nos integrantes do clã, não arriscaria a vida deles assim. Esse é o maior motivo de ele não ter agido antes.

— Então ele quer agir sutilmente?... É difícil com toda a repercussão sobre o golpe. — Kaoru tentava acompanhar o raciocínio.

— Sim, mas creio que é esse o objetivo dele. Fugaku não quer um banho de sangue, se quisesse teria feito há tempos. Se eu tivesse entendido isso antes... — Kagami suspirou frustrado. — A segunda é justamente a que ele segue: dominar sem massacrar. Alimentar o ódio dos habitantes da vila só dificultaria ainda mais seu possível comando. No fim das contas, ele quer provar que os Uchiha têm legitimidade de assumir a liderança de Konoha.

— Impondo isso à população... Não faz o menor sentido! Ninguém vai aprovar um governo forçado.

— Mas podem aceitar um manipulado. — Encarou a expressão confusa dela que se iluminou num instante. — Mascarar os fatos, acrescentar inverdades...

— Genjutsu? É possível?

— Com mentes sensíveis a ilusões, sim. Há diversos níveis de sensibilidade a genjutsu. Podem ser classificados de acordo com a capacidade de cada um de discernir realidade de fantasia, sua inclinação a confiar num determinado sentido mais do que em outro e também possui relação com a capacidade de controle de chakra... — elucidou, refletindo sobre o ponto obscuro. — O que ele pretende para os que são resistentes é o que me preocupa. 

— Ele... os mataria? — Kaoru questionou, sentindo a garganta apertar.

— Não é tão simples assim, Konoha possui muitos ninjas de alto nível. Mas há alvos em potencial que se forem mortos, não conseguiremos evitar o avanço do golpe.

O hiato da conversa durou um minuto inteiro e nele Kagami definiu o primeiro ato, entretanto ele sabia que impedir aquelas mortes era um grão de areia perto do necessário para frustrar os planos de Fugaku. Certamente, este pensara em inúmeras alternativas e se adiantar ao pensamento dele não seria fácil.

— A partir deste ponto não haverá volta — pronunciou com frieza.

Kaoru entendeu o aviso e devolveu o olhar sério que havia recebido. Seu interior tremia e o coração agitado trabalhava para espantar a poeira de medo que se grudara a ele.

— Então só temos que seguir em frente.


Notas Finais


The soldier's song - Demon Hunter https: //www.youtube.com/watch?v=eZkbAeIzm4A


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