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História Voodoo - ERERI - Capítulo 4


Escrita por: Amante_yaois

Capítulo 5 - Capítulo 4


"Cuidado." pediu Michael ao ajudar o Levi a adentrar na casa que vivia junto da Kuchel. De fato, como havia pensado, Levi acabou sendo liberado só no outro dia e, por causa da medicação, ainda estava tonto e falava várias coisas incoerentes o tempo todo. "Levante sua perna outra vez. É o último degrau."

Enquanto isso, Kuchel vinha há dois passos atrás deles, observando-os atentamente caso Michael precisasse de alguma ajuda, o que era impossível já que o homem poderia muito bem levar o Levi nos braços se quisesse, não tendo feito isso a pedido do garoto. Com um pequeno sorriso ao ver os dois se dando tão bem, como antes, ela voltou sua atenção para o celular, vendo que Hanji havia mandado algumas mensagens.

Hanji:

Tia, nós vai aí de tarde.

Nós vamos*** Erwin~~

Rindo baixinho, aumentou seus passos para poder acompanhá-los. Parando em frente a porta, pegou a chave em sua bolsa e a abriu. "Tenho uma notícia, Levi. Seus amigos estão vindo à tarde para ver você."

Sem respondê-la, ele desviou seu olhar e isso não passou despercebido pelos dois adultos. Franzindo o cenho suavemente, ela abriu a porta e deu espaço para que Michael entrasse primeiro com o Levi. Seguindo os dois, não conseguiu conter sua surpresa quando Kenny apareceu com uma carranca. "O que ele faz na minha casa?"

"Se não percebeu, estou levando o meu filho para o quarto. Agora, com sua licenç-"

"Eu cuido do pirralho. Passa ele pra cá."

Esticando seu braço, Kenny segurou no antebraço do Levi com força, não recuando com o olhar mortal que Michael lhe deu. "Levi é meu filho também. Então deixe que eu cuido dele."

"Único aviso, tire a mão dele agora."

Percebendo que o marido não facilitaria, Kuchel tomou a frente. "Deixe ele levá-lo, Kenny. Levi não pode se estressar por nada agora. Por favor."

Olhando nos olhos da mulher, suspirou e o soltou, deixando-o ir com o pai. Apesar do ódio que tinha, Michael deixou para lá e levou Levi para o primeiro andar, pois o mesmo precisava descansar. Nesse meio-tempo, Kenny segurou no ombro da mulher antes de falar: "Não quero esse homem dentro da minha casa."

"Ele está aqui pelo Levi, Kenny. Deixe disso. E outra, terei que ir ao trabalho para entregar um documento importante. Não precisa ficar na cola dele, mas, até eu voltar, se ele pedir por ajuda, cuide dele por favor. Eu voltarei o mais rápido que puder."

"Tsk. Que seja."

Franzindo o cenho em irritação, ela passou por ele com passos longos e pesados, questionando-se várias vezes do porquê de ainda estar com ele quando o mesmo não fazia porra nenhuma para a sua casa ou seu filho. Suspirando, ela fez seu rumo até o quarto do Levi, onde o mesmo estava, a esse momento, sendo deitado na cama. Com cuidado, Michael o cobriu, seu olhar nunca saindo da feição exausta que o garoto mantia.

Sentando-se ao seu lado, ele fez um carinho em seu rosto antes de dar um pequeno sorriso bastante parecido com o do Levi. "Descanse bem, ok? Estou indo pra casa para poder ir na delegacia. Te amo, filho."

Segurando na mão do mais velho, Levi ainda estava grogue demais para formar qualquer palavra, então seu único modo de se comunicar foi balançando sua cabeça. "Eu preciso ir trabalhar. Esse fim de semana você vai lá pra casa, certo? Até lá, iremos ficar nos comunicando pelo celular, beleza?"

Apesar de não ter sido isso a resposta que queria ouvir, ele assentiu brevemente, fechando seus olhos antes de franzir o cenho. Seu corpo estava tão pesado que o deixava exausto somente em tentar mover um dedo. Aquela porcaria que usaram para deixá-lo nesse estado, de fato, era forte, mas assim que pudesse se mover normalmente, ele daria um jeito para resolver aquela bagunça. Bem… Isso se aquilo fosse de fato real. Talvez tivesse sido coisa de sua cabeça ou então… Ele não sabia explicar, mas tinha que ser algo.

Abrindo seus olhos ao sentir um beijo em sua testa, não conseguiu conter um sorriso bobo por ver seu pai tratando-o com tanto carinho. "Estou tão feliz que esteja bem, Levi… Sinto muito, mas agora terei que ir. Kenny irá começar com os chiliques se eu passar um segundo a mais. Assim que estiver melhor, mande uma mensagem para mim. Irei querer saber, certo?"

Quando o mesmo assentiu, Michael viu-se ficando sem jeito quando Kuchel, que assistia a interação dos dois escorada na porta, forçou uma tosse fraca. "Bem, é hora de ir." sorriu timidamente ao se levantar, bagunçando o cabelo negro do Levi com carinho. "Faça o que te pedi."

"Michael, espere um pouco. Irei descer com você." disse ao ir na direção deles, sentando-se próxima do Levi. "Você vai odiar ouvir isso, mas seja paciente até eu voltar, ok? Terei que ir no trabalho para entregar um documento muito importante para a empresa. Eu voltarei rápido. Tão rápido que quando você acordar, já estarei ao seu lado. Mas, até lá, se precisar de algo, chame o Kenny. Eu mandei ele te ajudar caso for chamado."

Quando Levi revirou os olhos, Kuchel franziu o cenho pela teimosia. "Só se precisar. E, pelo amor de deus, qualquer coisa, peça ajuda. Não queria que fosse ele, mas é o que temos."

Sem respondê-la, ele fechou os olhos por birra, preferindo tentar dormir do que bater de frente com sua teimosia. Arfando com isso, ela cruzou os braços sobre o peito. "Tão teimoso…" resmungou um tanto quanto chateada.

"Puxou a você." disse Michael ao tentar segurar um riso, engolindo em seco pelo olhar irritado que a mesma lhe deu. "Talvez não."

"Isso mesmo. Não sou teimosa."

Antes que pudesse falar qualquer coisa, o sorriso estampado no rosto de Michael sumiu quando Kenny apareceu na porta. "E então? Já o deixou na cama, certo? Pode ir."

"Kenny."

"Tudo bem, Kuchel. Eu já estava indo mesmo." dito isso, voltou sua atenção para o Levi e lhe deu outro beijo em sua testa. "Melhoras, papai."

Corando ao ouvir o tom que Michael usou para tratá-lo, Levi franziu o cenho enquanto tentava continuar de olhos fechados, morrendo de vergonha pelo tratamento infantil que seu pai sempre usava consigo. 

"Também preciso ir agora. Fica bem, querido."

Dando um beijo em sua bochecha, Kuchel se levantou e, junto do Michael, saíram do quarto, não demonstrando nada ao passarem pelo Kenny, que com um último olhar para o Levi, bateu a força com força e os seguiu. Quando chegaram na porta da casa, Kenny não se conteu e acabou soltando um comentário maldoso: "Levi é desse jeito por causa de você, Michael. Onde já se viu um pai beijando filho? Mãe é algo normal, mas pai? Tá aí o porquê dele ser assim."

Abrindo a boca para falar algo, Kuchel arregalou os olhos quando Michael agarrou Kenny pelo colarinho. "Não tem nada de errado com meu filho ou com a criação dele, seu acéfalo. Da próxima vez que abrir a boca para falar qualquer coisinha dele na minha frente, além de quebrar todos os teus dentes, te meto um processo por homofobia."

Soltando-o, Michael o observou franzir o cenho antes de bater a porta. Olhando para Kuchel com bastante irritação, ele deixou passar o comentário que faria ao ver o quão chateada ela estava. "Não precisa dizer nada, Michael."

"Não ía."

"Sei que sim."

"E então?"

"Estou com algo em mente, mas sem certeza."

"Pense bastante, Kuchel. Tome a decisão que for melhor para vocês dois."

"Eu sei disso."

- - -


Fazia cerca de quarenta minutos desde que Levi dormiu e seus pais saíram da casa, deixando-o a sós com Kenny. Mas com o efeito do medicamento indo embora, ele estava exposto para os pesadelos que o cercavam durante o sono. Remexendo-se na cama, suava frio com o pesadelo que o levou para uma época bem diferente da sua, mostrando as ruas cobertas de neves de uma antiga cidade. Andando por elas em busca de ajuda, arregalou seus olhos ao ouvir um choro de longe. Olhando em volta, assim que encontrou de onde vinha, ele correu na direção de uma garotinha encolhida pelo frio no canto da parede. Ela estava tão encolhida que, por um momento, Levi pensou na possibilidade dela estar escondida de algo. Aproximando-se, notou que ela murmurava uma e outra vez a mesma coisa repetidamente.

Você precisa correr. Ele vai te encontrar. Ele sempre encontra.

Franzindo o cenho, ele tentou tocar nela para poder acalmá-la, já que a mesma soluçava enquanto tentava alertá-lo com sua voz rouca e falha.

"Está tudo bem. Ele não vai encontrar ninguém, ok?"

É mentira! Ele nos sente! Ele vai nos caçar e então viraremos seu sacrifício!

Caindo para trás quando a criança sem olhos olhou para ele como se pudesse lê-lo por completo, mal teve tempo de falar antes de ofegar quando uma barra de ferro atravessou seu estômago. Segurando no local da ferida, cuspiu um pouco de sangue sem querer no rosto da menina, que sorriu ao ver seu pavor.

Eu avisei. 

Arregalando os olhos quando uma alta gargalhada soou pelas ruas, sentiu seu sangue gelar antes de outra barra de ferro perfurá-lo. Com sua vista embaçando pela perca excessiva de sangue, olhou para o estrago feito em seu peitoral. Caindo no chão por perder as forças, assistiu seu sangue formar uma grande poça ao seu arredor, e isso o forçou a acordar hiperventilando pelo pavor.

Com a respiração pesada, ele lutou para normalizá-la enquanto ouvia a risada insistente ecoar por sua cabeça. "Eu mandei me deixar em paz!" gritou, ação que fez Kenny pausar o filme que assistia para olhar pro teto, dando os ombros ao decidir que não se importava.

Mesmo com a tontura e a impressão de tudo girar em sua volta, ele se levantou da cama quando o vulto passou pela porta. Franzindo o cenho, ele se abraçou para ter mais equilíbrio em seus passos para poder seguí-lo. Ao sair de seu quarto, pela primeira vez, sentiu um certo medo com a vista do corredor cheio de neblina. Respirando fundo, ele voltou a andar. Não importava mais nada, ele tinha que acabar com essa tortura. E era agora.

Segurando no corrimão, ele desceu a escadaria com cuidado, não confiando em sua condição atual para andar livremente. Passando pela sala sem chamar a atenção do Kenny, que ria por causa de uma cena besta, ele seguiu até a porta que o levaria direto para a área de trabalho da casa.

Parando próximo a ela, franziu o cenho ao morder os lábios. Ele deveria continuar? Xingando-se mentalmente por estar querendo recuar, colocou em sua cabeça que se já chegou até ali, deveria continuar e não ficar com esse medo idiota. Não teria nada ali, e ele sabia disso. O sobrenatural não existia, estava apenas vendo coisas por causa do que aconteceu com ele ontem. Era apenas isso. Trauma.

Ok, talvez ele estivesse um pouco curioso, mas que culpa tinha? Tudo aquilo estava mexendo de verdade com ele. Engolindo em seco, estendeu sua mão até a maçaneta, o frio em sua barriga só fazendo aumentar quando a tensão no ar o fez estremecer. "Tudo bem, não tem nada lá. É só abrir." dito isso, ele a destrancou e empurrou.

Entrando na área de serviços com passos relutantes, ele ligou a luz e olhou em volta. Como havia pensado, não tinha nada lá. A área era um tipo de quartinho onde guardavam várias coisas como vassouras, a máquina de tirar pó e a de carpintaria, junto da máquina de lavar e uma prateleira cheia de ferramentas e tintas, entre outras coisas. Suspirando pela perca de tempo, ele deu as costas. Quando estava prestes a sair, viu que uma bolinha azul de seu falecido cachorro havia caído no chão. Com uma feição suave pelo sentimento que aquela simples bolinha lhe trouxe, ele foi até ela para pegá-la e guardá-la em seu devido lugar.

Pegando-a, ele sorriu com carinho ao lembrar dos velhos e bons momentos ao lado de Romeu, nome escolhido por Kuchel. "Faz tanto tempo... Com certeza você está em um lugar melhor agora."

Sem que ele percebesse, o vulto se aproximava de si por trás lentamente. Com um sorriso malicioso estampado em seu rosto, Eren estendeu sua mão, mirando na certa a bunda do menor. Usando toda a sua força para bater, ele desferiu um tapa certeiro que o fez cair contra o armário pela força usada. Infelizmente não teve a diversão desejada, já que também sentiu a dor em si. Franzindo o cenho, ele olhou na direção de sua própria bunda na busca de entender o que havia acontecido. Enquanto isso, Levi, que estava ofegante e tentando se recuperar do tapa, trincou os dentes em irritação ao sentir sua bunda doer. Com certeza ficaria uma marca ali, não tinha dúvidas disso. 

Olhando de relance pelo canto dos olhos, não encontrou nada, mas não se viu querendo aceitar isso como resposta. A dor era a prova que precisava. Mesmo com seu lado racional não querendo acreditar nisso, a sua impulsividade o fez pegar a lata de tinta aberta enquanto fingia estar se recuperando. Apesar do contragosto pela sujeira que faria, Levi virou-se a tempo de jogar toda a tinta na figura invisível que estava atrás de si.

Arregalando seus olhos em pavor ao ver de perto que tinha algo o perseguindo, gritou o mais alto que pôde antes de sair correndo sem dar ao Eren a chance de impedí-lo. Saindo da sala, ele ainda se deu o trabalho de trancar a porta, seu lado racional não funcionando naquele momento para cogitar numa possibilidade daquilo não adiantar em nada. Feito isso, ele deu alguns passos para trás, não ousando tirar a porta de sua visão. Por não ter olhado para trás, não notou que Kenny havia chegado, após ouvir sua gritaria, até que sentisse seu corpo contra o seu. Assustando-se, se afastou o mais rápido que pôde, nunca imaginando que ficaria tão aliviado ao ver o homem lá.

"Precisamos correr!"

"O quê? Pelo amor de deus, eu não mereço isso. Suba para o quarto agora, Levi."

"Por favor, Kenny! Acredita em mim! Tem um demônio lá!" apontou para a sala trancada, as lágrimas escorrendo pelo seu rosto em pavor. "Vamos sair daqui!"

Quando o garoto se agarrou em seu braço, Kenny o encarou com desprezo ao afastá-lo. "Seja qual foi a droga que te deram, ela foi bem forte. Mas não me importo com isso. Suba para seu quarto agora e deixe de me perturbar."

Entendendo que ele não acreditaria, Levi decidiu que fugiria dali sozinho, mas antes que pudesse correr para fora da casa, Kenny segurou em seu pulso enquanto o arrastava na direção dos quartos. Se desesperando por ter visto o vulto de reflexo observando-os, ele tentou se soltar, mas isso só serviu para irritar o mais velho que, num ataque de impaciência, o jogou contra o chão.

"Você quer parar?!"

"Ele está aqui, Kenny! Precisamos correr!" insistiu pelo que seria a última vez, "Ele vai nos matar!"

"Eu mandei parar!"

Revirando os olhos, Kenny deu um tapa em seu rosto, não só o acertando como Eren também, que ao sentir o impacto, voltou sua atenção para o homem. "Aja como homem!"

Levantando-se, Levi ergueu sua mão para reagir, mas acabou levando um murro. Eren, percebendo que aquela situação estava passando dos limites quando tocou na área da pancada em seu próprio rosto, se aproximou do Kenny e devolveu o murro, o que o fez cair no chão inconsciente num baque alto. Ainda travado pelo ataque repentino do homem e também pelo que tinha acabado de ver, Levi tremeu de pavor. Era ele. Ele estava aqui.

Mordendo seus lábios com força, ele correu para fora de casa sem sequer olhar para trás, não se permitindo parar nem por um segundo. Ele iria devolver a coisa. Não importa o que precisasse fazer. Ele iria acabar com isso.



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