— Você precisa da nossa ajuda? — indagou Aomine.
— Acertou, bonitão! Você é mais inteligente do que eu pensei que fosse, baka! — revirei os olhos.
— Precisa da nossa ajuda pra...? — estimulou Wakamatsu.
— Denúncia formal! Vocês acabaram de testemunhar um crime! Preciso da ajuda de vocês e do vosso testemunho. — expliquei calmamente.
Tetsuya caminhava com Yumi, ainda abraçado à ela, tentando acalmá-la.
— O que vai fazer? — indagou Kise, quando tirei meu celular da bolsa.
— Vou ligar pro meu pai! — respondi, discando o número desejado.
— O papai não precisa saber disso, Fugaku-chan! — voltei minha atenção para Yumi.
— O papai não precisa saber? — repeti, incrédula. — Ele é nosso pai! Nós vamos denunciar um caso de tentativa de estupro à vulnerável! Só podemos formalizar a queixa com a presença do nosso responsável legal! — argumentei. — Somos uma família, Yumi-san!
— Não preocupe o papai. Vamos pra casa, eu estou bem! — rebateu ela.
— Sua irmã tem razão, Yumi. — interviu Seijuurou. — Uma queixa é absolutamente necessária.
— Arigato, Seijuurou! — murmurei, antes de voltar minha atenção ao telefonema.
— Filha? — atendeu meu pai. — Onde está? Já está voltando pra casa com sua irmã?
— Estou a caminho da delegacia.
— Nani!? — exclamou. — A caminho de quê?
— Delegacia! Não tenho como explicar isso agora, pai! Preciso que vá pra lá imediatamente. Lá eu explico tudo, papai.
— Certo, nos encontramos lá, meu anjo! Espero que as minhas menininhas estejam bem.
— Não se preocupe, pai. Estamos bem! Até logo.
— Filha! — exclamou, antes que eu desligasse o telefone. — Não se esqueça de que eu amo vocês, certo?
— Claro, papai. — sorri. — Nós amamos você também!
Desliguei logo em seguida, sentindo-me confiante quanto aquilo que faria.
Chegamos na delegacia antes de meu pai, deixei Yumi sob os cuidados de Kise, Seijuurou e Tetsuya enquanto ia pegar um pouco de água pra tomar meu remédio.
— Filha? — me virei e vi meu pai, todo aflito correndo pra me abraçar. — Onde está sua irmã? O que aconteceu, exatamente? — indagou ao me soltar.
— Um cara tentou se aproveitar da Yumi! — os olhos dele se arregalaram por trás das lentes de grau.
— Ela está bem? Ele a machucou?
— Não se preocupe, papai. Eu nunca deixaria ninguém machucar a minha irmã!
— Onde ela está?
Não respondi, apenas segurei sua mão e o guiei para a sala onde Yumi esperava, junto dos nove jogadores da Vorpal.
— Papai! — exclamou Yumi, correndo para os braços dele.
Pude notar a surpresa nos olhos dos garotos. Etto... Meu pai tem pouco mais de dois metros de altura. Talvez seja isso...
— Que bom saber que minhas meninas estão bem. — murmurou meu pai. — Esses garotos são do time de basquete do seu colégio, não? — indagou ele, enfim percebendo a presença deles.
— Eles viram tudo, pai. — expliquei.
— Que bom que vocês conseguiram testemunhas. Assim fica mais fácil prender o monstro que teve a audácia de tentar usar a minha princesinha! — rosnou.
— Calma, papai. — pedi baixinho. — Esse criminoso vai ser pego, eu juro! — sorri triunfante.
— Assim espero, meu anjo! — murmurou ele.
— Tetsuya, podemos conversar um minuto? — ele assentiu e me seguiu.
— O que quer comigo, Fugaku-san?
— Quero lhe oferecer uma trégua entre você e eu! Preciso que me faça um favor.
— Que tipo de favor?
— O que aconteceu hoje, me provou que minha irmã precisa de toda a proteção possível! E eu nem sempre vou poder estar por perto. Então... Quero lhe pedir para cuidar da minha irmã na minha ausência.
— Mas... Por que eu?
— Você é um grande amigo, pra ela. Ela confia em você! E é por isso que eu estou lhe dando esse voto de confiança!
— Tudo bem! Eu cuidarei da Yumi-san! — sorriu minimamente.
— Arigato, Tetsuya! — fiz uma breve reverência, antes de voltarmos para a sala.
Demorou um pouco, mas enfim pudemos formalizar a denúncia, quando dissemos que tínhamos testemunhas, cada um dos garotos foi ouvido e tudo foi anotado e registrado.
Pediram o retrato falado do suspeito, que foi a parte mais complicada, pois já estava escuro e ali, onde o mau caráter atacou minha irmã, não tinha muita iluminação.
A coisa toda ficou mais fácil quando mencionamos as câmeras de segurança que ficavam ali ao redor da quadra, alguma delas deveria ter filmado o acontecido.
— Vamos, meninas. Vamos para casa! — anunciou meu pai, quando terminamos de fazer a denúncia.
— Sayonara! — nos despedimos dos rapazes em uníssono e entramos no carro com nosso pai.
Aomine
— Até agora não acredito que ela quebrou o braço do cara! — comentei. — Isso sim é sangue frio!
— Ela estava defendendo a irmã. Fugaku é uma irmã protetora, poderia ter feito coisa pior se o criminoso tivesse ido mais longe! — argumentou Akashi.
— E o que ela poderia ter feito de pior, por exemplo? — indaguei.
— Não sei dizer. Mas acho que independente do que fosse, ela o faria, com toda a certeza! — o capitão deu de ombros.
— Sinto pena da Yumicchi. — murmurou Kise. — Ela é uma menina tão doce e frágil. Não sei como alguém pode querer fazer mal à ela! — suspirou.
— Ninguém pode fazer mal à ela! — anunciou Akashi.
— Com uma irmã como aquela. É idiotice tentar! — argumentei.
— Na minha percepção, Fugaku deveria ter feito mais. — Akashi parecia tão calmo ao dizer isso, mas ao mesmo tempo tão frio.
— Mais? — indagou Hyuga.
— Eu mataria o sujeito se tivesse a chance de fazê-lo! — meu queixo caiu diante da afirmação serena e fria do capitão e eu não era o único a ficar surpreso.
— Isso não é meio drástico? — perguntou Midorima.
— Não. Na verdade acho bastante razoável! — afirmou Akashi.
— Esse cara fez alguma coisa contra você, Akashi? — perguntei.
— Ele tentou tocar na minha hime! — agora sim ele me surpreendeu...
Aida
Era uma tranquila manhã de sexta-feira, eu estava caminhando pelo refeitório calmamente, quando alguém passou a caminhar ao meu lado apressadamente.
— Aida! — exclamou Meiko. — Era com você que eu queria falar! — ela me segurou pelos ombros e me puxou para fora do refeitório.
— Me... — fui interrompida quando ela me empurrou para dentro do almoxarifado — que por sinal é meio longe do refeitório — e me sentou em uma cadeira de aço fria.
— Aida... Como vai? — me arrepiei quando vi Fugaku e Yumi em minha frente. — Fique vigiando a porta, Meiko! — ordenou a mais nova.
— Por que estou aqui? — murmurei assustada.
— Você sabe de uma coisa que não deveria saber. — sussurrou Fugaku, mais ameaçadora do que nunca. — E não adianta negar... Eu sei que você sabe!
— Mas...
— Eu disse que não adianta negar! — vociferou a vice-capitã, pregando-me um susto — Você sabe. Mas isso deve ir com você para o seu túmulo! Nenhum dos seus jogadores deve saber disso, entendeu? — ela sorriu de modo assustador para mim.
— Eu não...
— Não se faça de desestendida! — ela revirou os olhos. — Não é nada saudável tentar enganar um Kaito. Principalmente essa Kaito! — apontou para si mesma com o polegar. — Agora... Seja uma boa menina e prometa que não vai contar à ninguém o nosso segredo!
— Eu prometo! — desviei os olhos.
— Não dá pra botar fé, se você não me olhar nos olhos ao dizer isso.
— Não dá pra se sentir bem olhando nos seus olhos. — argumentei.
— Não sairá daqui se não fizer isso! — rebateu, sorrindo triunfante, sabendo que eu não tinha outra alternativa.
Respirei fundo e olhei naqueles olhos azuis intimidadores.
— Eu prometo não contar nada sobre a... — ela ergueu o indicador, pedindo meu silêncio.
— Isso já basta! Você não deve pronunciar essas palavras nunca mais na sua vida!
— Tudo bem. — murmurei, ainda trêmula.
— Meiko! — gritou Fugaku. — Leve-a de volta!
Em segundos eu estava no refeitório novamente, Momoi não mentiu, a camisa 10 é mesmo rápida!
— Aida! — escutei a voz de Hyuga atrás de mim. — Você sumiu de repente, o que houve? — tocou meu ombro e me encarou curioso quando me virei pra ele.
— Fiquei um pouco tonta! Não comi direito de manhã e saí pra tomar um pouco de ar! — me agarrei a primeira mentira que veio na cabeça.
— Venha, você precisa se alimentar! — segurou minha mão e me puxou para irmos nos servir.
Ainda bem que ele acreditou!
Yumi
Fiquei mais aliviada ao saber que Aida não contaria nada à ninguém, embora estivesse preocupada quanto aos métodos que minha irmã utilizara.
— Hiro acabou de me dizer que Wosagi não poderá vir na data marcada! — anunciou Fugaku. — Você ainda terá algum tempo pra repensar.
— Repensar o quê, Fugaku-chan? Eu não tenho outra alternativa!
— Não tem? Jura? — arqueou as sobrancelhas.
— Já está decidido! Não há como voltar atrás!
— Você se conforma demais com as ordens da Rúbia! — murmurou.
— Ela é nossa mãe!
— É? Então é melhor dizer isso a ela! Porque ela só lembra disso quando quer nos infernizar com as idéias malucas e egoístas dela! — rebateu.
— Nossa mãe não faz por mal!
— Eu sei. Ela faz pensando no bem-estar! Só que no bem-estar dela! Não no nosso!
— Fugaku-chan!
— Sem essa, Yumi! Ninguém pode mudar o que penso sobre isso, nem mesmo você ou a Naomi! — bufou revirando os olhos. — Primeiramente, porque eu nunca aceitaria uma ordem ridícula como essa!
— Mas...
— Pare! Nem sonhe em usar esse argumento fraco comigo! Vocês dois estão cometendo um erro do qual se arrependerão profundamente para o resto de suas vidas!
— É a vontade da nossa mãe!
— Já ouviu falar numa coisa maravilhosa chamada: livre arbítrio? Segundo o conceito principal dessa coisinha dos deuses... Você não precisa fazer as vontades da Rúbia!
Ela se levantou e saiu da minha vista rapidamente, embora não fosse tão rápida.
— Sabe que Fugaku tem razão quanto à isso! — argumentou Meiko. — É desnecessário prestar obediência à uma ordem como essa! — deu de ombros.
— Se minha mãe deseja que as coisas sejam feitas dessa forma...
Hyuga
Eu estava do lado de fora da quadra, observando Aida se afastar com o treinador, rindo ao falar no telefone com Kiyoshi.
— Confesse logo à ela! — me assustei com a presença súbita de Yumi.
— Kuso! Você me assustou! — reclamei e ela sorriu como se pedisse desculpas.
— Gomen, Junpei-chan! — pediu, fazendo uma breve reverência. — Mas, e aí? Por que não diz nada a ela?
— Dizer o que pra quem? — indaguei.
— Ora... Dizer pra Riko-chan que gosta dela!
— Mas... Eu não gosto dela! — você não acha que ela vai acreditar nessa mentira descabida, acha?
— Oē! Não minta pra mim, Junpei-chan! Sei que gosta dela!
— Eu não gosto dela! Pelo menos não desse jeito!
— Já pedi para não mentir pra mim, Junpei-chan! Está mais do que na cara que você gosta dela!
— Tá bom! Talvez eu goste dela! Mas o que você tem a ver com isso? — gritei, irritado.
E então me dei conta da besteira que fiz ao gritar com esse ursinho de pelúcia ambulante.
— Por que você está falando assim comigo? — perguntou, fazendo aquela carinha triste que derretia qualquer um, qualquer um mesmo... Até o Akashi! — Eu só queria ajudar vocês dois. — murmurou.
Kuso! Ela vai acabar chorando e a irmã dela vai me matar! Sem falar no que Akashi vai fazer...
— Gomenasai, Yumi! Eu não quis gritar com você! — fiz carinho em seus cabelos e ela sorriu.
— Tudo bem, Junpei-chan! — afirmou, algo que me reconfortou.
— Yumi-san! — chamou Fugaku. — Yo, Hyuga-kun! — cumprimentou. — Desculpe a interrupção, mas temos que ir, onee-san!
— Claro! Pense no que eu lhe disse, Junpei-chan — Yumi sorriu gentilmente. — Sayonara! — beijou minha bochecha e saiu saltitando.
— Quero lhe agradecer, por ontem. — anunciou Fugaku — Transmita meu sentimento de agradecimento aos seus colegas de equipe, onegai!
— Qualquer um faria o que fizemos!
— Diz isso pra aquele baka que tentou tocar na minha pequena! — devolveu.
— Tudo bem. Vou transmitir aos rapazes sua mensagem de agradecimento, Fugaku!
— Ótimo! Então, até mais, Hyuga-kun! — bateu em meu ombro e seguiu sua irmã.
Naomi
Nosso time estava caminhando para a quadra, Fuga-chan dissera que não iria ao treino de sábado e era verdade, ela foi até Tōō só para ver Ryo-chan treinando.
Mei-chan estava super animada enquanto contava a cena que Aomi-chan fizera na quinta-feira.
— Ele ficou com ciúmes dos garotos do time de futebol? — indagou Aka-chan, cobrindo a gargalhada com a mão.
— Ficou! Acredita nisso? — se gabou Mei-chan.
— Por que vocês dois ficam nesse joguinho doentio? — perguntou Ti-chan. — Sinceramente, acho que isso é pura perda de tempo!
— Ora, vamos... É engraçado! — rebateu Mei-chan.
— Doentio! — corrigiu Ti-chan.
— Deixe ela, Tino-nire — aconselhou To-chan. — Ninguém pode dizer para Meiko-nire o que ela deve fazer! Ela nunca vai escutar, mesmo. — deu de ombros.
Ha-chan era um ótimo treinador, além de ser um ótimo amigo.
— Que bom que Fugaku resolveu tirar uma folga para dar uma olhada no treino da equipe masculina de Tōō! — comentou ele. — Essa garota não sabe a hora de parar!
— Fugaku-san prefere assim. — argumentou Mizu-chan.
— Isso não é saudável pra ela! — rebateu o treinador.
— E é essa sua marra que faz ela te ver como o irmão mais velho! — comentou Kazuna-chan, da entrada. — Você sabe que Fuu-chan é cabeça dura, amigão. Ninguém pode dizer à ela quando é hora de parar de treinar!
— Eu sou o treinador dessa equipe! Eu tenho autoridade aqui! — devolveu Ha-chan.
— Você é muito mole quando se trata da Fuu-chan!
— Cala essa boca ou vou fazer um nó na sua língua! — vociferou Ha-chan.
— Oē! Não seja tão rude, Haku! — pediu Kazuna-chan — Eu só vim ver minhas amigas treinando!
Jogamos, conversamos, rimos e nos divertimos imensamente durante aquela tarde.
Fugaku
O treino de Tōō era realmente incrível, os jogadores eram muito bons.
— Sou Imayoshi, capitão do time! — me recebeu o cara de um e oitenta de altura, cabelos pretos e óculos.
— Sou Fugaku Kaito, amiga de infância do Ryou! — apertei sua mão.
— Sakurai nos avisou sobre sua vinda. É uma honra recebê-la em nosso território!
— Vocês são muito bons. Têm muito potencial por aqui! — comentei, enfiando as mãos no bolso do moletom. — São uma equipe de grande poder de ataque. Devo admitir que talvez vocês sejam os melhores da competição!
— Ryou disse que você queria nos ensinar algumas coisas. O que exatamente?
— Hoje vou só assistir. Primeiro um estudo básico sobre vocês, depois, numa próxima visita, eu posso ensinar um pouco do que sei para vocês.
— Como quiser, Kaito!
— Sem essa de “ Kaito ”, campeão! Me chame apenas de Fugaku, onegai.
— Sente-se, por obséquio, Fugaku! — ri de sua gentileza exagerada.
— Claro! Imayoshi-senpai! — concordei.
Depois de algum tempo observando, relatei algumas pequenas falhas ao treinador, que apenas concordou com minhas observações.
— Quer sair pra comer alguma coisa, Fugaku? — convidou o capitão de Tōō.
— Acho melhor eu voltar pra casa, nos vemos amanhã, se ganharem o jogo eu aceito o convite! — sorri e ele fez o mesmo.
— Então, até amanhã! — apertou minha mão.
— Boa sorte no jogo, rapazes! — fiz uma breve reverência e abracei Ryou, dando um beijo em sua testa em seguida. — Nem preciso dizer pra acabar com eles, preciso?
— Nunca, onee-san! — ele sorriu.
— Mas eu sempre vou dizer: Acaba com eles naquela quadra, onii-chan! — pisquei pra ele.
Dei as costas e tomei o caminho de volta para minha casa.
— Yo. — cumprimentei ao entrar em casa e tirar os sapatos.
— Yoo, Fugaku-chan! — sorriu Yumi. — Como foi o treino de Tōō?
— Ah! Foi ótimo! Eles são incríveis. Têm algumas falhas, mas estão prontos para o jogo de amanhã, sem dúvida alguma, eles vencem!
— Vorpal também vencerá o próximo jogo. — anunciou Naomi.
— E...?
— E futuramente esses dois times vão entrar em combate e você terá que escolher um lado! — continuou ela.
— Tōō? — sugeri, como se fosse óbvio
— Seu namorado não vai gostar de saber que vai torcer para o adversário! — revirei os olhos diante da afirmação. — Ainda mais quando souber que o capitão, Imayoshi, deu em cima de você o treino todo! — hãm?
— Imayoshi não deu em cima de mim! — rebati.
— Não foi isso que Ryo-chan me disse no telefone. — argumentou. — Eu liguei pra saber como você estava, tive que ligar pra ele, já que a mocinha aí não levou o celular. E ele me contou dos flertes do capitão!
— Imayoshi não estava flertando comigo!
— Segundo a percepção de Ryo-chan, estava sim!
— Kuso! Eu sei que você quer que eu corresponda aos sentimentos do Murasaki-chan, — imitei sua voz. — Mas isso não significa que tem que ficar implicando com o Imayoshi! Eu sei reconhecer quando um garoto flerta comigo e sei que não é o caso!
— Talvez você esteja cega, porque ele até chegou a te convidar pra sair! — gritou ela.
— Isso não quer dizer nada! Íamos fazer um lanche com o pessoal do time! — rebati.
— Parem com isso, meninas! — pediu Yumi.
— Vou pro meu quarto, essa besteira já foi longe demais! — suspirei, caminhando para as escadas.
Já em meu quarto, me joguei de barriga na cama, enterrando a cabeça no travesseiro.
— Meu anjo? — eu nem precisava olhar pra saber que era meu pai, ninguém mais me chamava de “ anjo ”.
— Estou viva, papai! — ele riu discretamente.
— Agradeci por isso todos os dias nos últimos três anos, querida. — sentou-se em minha cama.
— Conheço pessoas que amaldiçoam os 2% de chance que eu tinha de sobreviver! — enfim tirei a cabeça do travesseiro e olhei para ele.
— Pois eu não! — fez carinho em meus cabelos. — Ouvi a discussão que teve com a sua irmã.. . Quem é Imayoshi?
— O capitão do time do Ryou-kun. — respondi.
— Sua irmã disse que ele estava dando em cima de você!
— Imayoshi não fez isso!
— Você e esse rapaz...?
— Não. Assunto desnecessário! Eu e Imayoshi não temos absolutamente nada!
— Perfeito! — anunciou ele. — Não quero que nenhum homem toque na minha filhinha!
— Pai... Eu posso ser a filha mais nova, mas Yumi sempre vai ser a sua pequena!
— Ela é minha princesinha! Você é minha filha caçula! Meu anjo! Não posso perder você pra homem nenhum!
— Você nunca vai me perder, papai! Eu acabarei perdendo você. — o puxei para me abraçar. — Você vai me deixar antes que eu tenha a oportunidade de fazê-lo! — sussurrei.
— Eu prefiro ir antes de você! Quero ver meu anjinho crescendo e formando sua família!
— Por mim você veria seus bisnetos crescendo e formando suas famílias!
— Eu gosto que pense nisso.
— Só queria saber quem era meu amigo Imayoshi? — indaguei ao soltá-lo, frisando bem a parte do: “ meu amigo ”.
— Quero saber se está bem.
— Estou ótima!
— Perfeito! Tome um banho, durma um pouco, tome seus remédios quando acordar e não se esqueça de que quero ver você na mesa de jantar muito bem comportada!
— Como quiser, papai!
Naomi
Domingo.
Jogo da Tōō.
Fuga-chan quis que a acompanhássemos e nós não pudemos negar um pedido como esse.
Fiquei aliviada quando vi o dito Imayoshi, ele não fazia o tipo da minha irmã, Murasaki-chan combinava muito mais com a Fuga-chan.
— Parou com essa implicância com o Imayoshi?
— Gomen, eu julguei mal toda essa situação!
— Arigatougozaimasu, Naomi-san!
O jogo da Vorpal seria logo em seguida e eu estava ansiosa para vê-los jogar, queria testar a reação de minha irmã caçula.
O jogo de Tōō foi como Fuga-chan esperava, Tōō saiu vitoriosa.
— Eles são ótimos! — comentei.
O jogo da Vorpal se iniciou.
Murasaki-chan focou os olhos em minha irmã por um momento antes do apito inicial e ele sorriu levemente.
O jogo correu bem, eles venceram, foi algo interessante de se assistir.
— Fugaku! — chamou o tal Imayoshi.
— Yoo, Imayoshi-senpai! — ela o cumprimentou gentilmente. — Essas são minhas irmãs: Yumi e Naomi! — nos apresentou.
— É um prazer conhecê-las! — sorriu. — Lembra da promessa que nos fez ontem, Fugaku? — indagou ele.
— Lembro muito bem, Imayoshi! — ela sorriu. — Vamos comemorar a vitória de Tōō! Eu pago!
Murasakibara
Eu quis esmagar aquele baka quatro olhos por estar tão perto da minha Fuga-chin!
— Tem alguma coisa lhe incomodando, Murasakibara-kun? — Kuro-chin apareceu do nada ao meu lado e me cutucou.
— Ele está me incomodando! — apontei o garoto com o queixo e Kuro-chin o observou. — Vou esmagá-lo!
— Não sinta ciúmes dele! Fugaku-san gosta de você! Não tem como o capitão de Tōō mudar isso, Murasakibara-kun!
— Eu vou esmagá-lo só por estar perto dela! Ela é minha! — respondi. — E eu não estou com ciúmes!
— Gomen, Murasakibaracchi. Mas isso é ciúmes! — encarei Kise-chin irritado.
— Não é! — insisti.
— É ciúmes, sim! — gritou Hyuga-chin.
— Eu já disse que não é! — murmurei e eles riram.
Midorima
Tínhamos ido até um restaurante ali perto, todos do time estavam com fome.
Para o nosso azar, Tōō estava ali também e as Kaito pareciam estar acompanhando o time e aparentemente era por isso que Murasakibara estava tão irritado.
As gêmeas notaram nossa presença no momento em que entramos, mas Naomi demorou um pouco pra perceber o mesmo detalhe.
— Kon'nichiwa, minna-san! — cumprimentou Naomi.
— Kon'nichiwa! — devolvemos em uníssono.
Foi impossível não notar o clima pesado entre Fugaku e Murasakibara, a tensão do lugar poderia ser cortada com uma faca.
Mas, ignorando esse fator, encontramos uma boa mesa e fizemos uma boa refeição.
Murasakibara nem prestou atenção em Fugaku direito. Certo isso é mentira! Ele não tirou os olhos dela nem por um segundo sequer!
— Pare de prestar atenção nela, baka! — pediu Aomine, embora fosse extremamente difícil convencer Murasakibara à não fuzilar com os olhos o cara com quem a caçula conversava de forma tão animada.
— Me obrigue! — murmurou o pivô Ciumento.
— Minna-san! — exclamou Aida, irritada. — Vamos encerrar esse assunto, certo? Ótimo!
— Com licença — pediu Akashi, se levantando.
Akashi
Me levantei e caminhei para o toalete, mas no caminho esbarrei com alguém.
— Gomen. — pediu, me fazendo olhar para esse alguém, constatando que se tratava de minha hime. — Gomenasai! — repetiu a hime.
— Não há porque se desculpar, hime! — anunciei e ela ficou ruborizada. — Por que está com vergonha, hime? — perguntei, tocando seu rosto.
— É-é que você nunca me chamou de hime, Seijuurou Akashi. — desviou os encantadores olhos verdes dos meus.
— Não gosta que eu te chame assim, Yumi? — sussurrei em seu ouvido, vendo-a se afastar um pouco.
— N-não é isso, Seijuurou Akashi! É que não estou acostumada a ouvir isso de você..
— Etto... Se me dá licença, hime. Nos vemos amanhã. — depositei um casto beijo em sua testa e segui o curso planejado.
Yumi
Oh! Kami! Por que Seijuurou-chan tem que ser tão gentil e tão doce comigo? Isso não dará certo!
— Vamos, Yumi? — anunciou Fugaku e eu apenas assenti. — Até mais rapazes. — despediu-se ela.
— Yu-chan, notou que Murasaki-chan não tirava os olhos da nossa onee-chan? — provocou Naomi.
— Naomi, — suspirou Fugaku. — Eu estou ficando realmente incomodada com sua atitude! Você está enchendo a minha paciência com esse assunto há uma semana! Você pode, pelo menos, guardar sua opinião inconveniente apenas para você?
— Tudo bem! Não pretendo esgotar sua paciência.
— Arigato! — murmurou nossa caçula.
Naquela noite, não consegui tirar a voz doce e serena do Seijuurou-chan da cabeça.
Não tinha conseguido comer na hora do jantar, nem no café da manhã do dia seguinte — isso porque acabei cochilando na hora em que devia estar me levantando e me atrasei completamente.
Quando cheguei no colégio, meu estômago roncava muito alto, eu estava com muita fome!
— Você está mesmo bem, Yumi-san? — indagou Tetsuya, pela décima vez em menos de dez minutos.
— Estou com fome, Tetsuya Kuroko! — admiti.
— Não sei como lhe ajudar, Yumi! — murmurou ele, dando de ombros.
Vi Atsushi Murasakibara passar por nós com uma caixinha de Pocky nas mãos e isso fez meu estômago roncar novamente.
— Murasakibara-kun não costuma dividir os doces. — murmurou Tetsuya, como se pudesse ler minha mente.
— Não custa nada tentar. — respirei fundo e caminhei até o pivô. — Atsushi Murasakibara? — puxei seu suéter e ele olhou para mim.
— Hum?
— Quero lhe pedir uma, digo, duas coisas. — anunciei.
— Nani?
— Primeiro: Quero lhe pedir desculpa. Por ter batido em você naquele dia. Eu só não gostei de saber que você forçou um beijo com minha onee-chan.
— Tudo bem! — deu de ombros e voltou sua atenção à caixinha.
— Tem mais uma coisa, Atsushi Murasakibara. — ele me olhou novamente — Poderia me dar um pouco? — apontei para a caixinha de Pocky.
— Não! — murmurou.
— Mas... Eu estou com fome. — ele pareceu se arrepender.
— Certo. — me estendeu a caixinha, deixando-me pegar dois palitinhos.
— Arigatougozaimasu!
Saí saltitando, voltando para perto do meu amigo azulado.
— Pocky? — ofereci e ele negou com a cabeça, portanto, coloquei um dos palitos na boca, muito feliz por estar saboreando meu doce favorito.
Depois disso o sinal bateu, sinalizando o início das nossas aulas de segunda-feira.
Naomi
Eu tinha me estendido demais no banheiro feminino retocando minha maquiagem, agora tinha que correr pra sala o mais rápido que podia.
No caminho tropecei em meus próprios pés e fiz o percurso até o chão. Porém... Atingi algo um pouco mais macio que o chão de concreto.
— Tome mais cuidado! — ouvi a voz de Midori-chan e me toquei que ele tinha me segurado e que agora eu estava em seus braços maravilhosamente fortes.
— Gomen. — sorri desconcertada e ele me auxiliou na difícil tarefa que era me colocar de pé. — Arigatougozaimasu. — beijei sua bochecha e corri para minha sala.
Continua No Próximo Capítulo.
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