O local era de uma beleza sem igual, Bakugo estava feliz por aceitar a ideia dos dois idiotas que ele chamava de amigos. Ali certamente era um ótimo lugar para passar o dia antes de cometer um até de traição ao rei, e serem provavelmente sentenciados a morte.
Kirishima subia nas pedras mais altas e saltava, enquanto Midoriya pulava das mais baixas. Chegava ser engraçado como o esverdeado olhava horrorizado o amigo subindo nas maiores rochas.
— Tentem não se matar — Bakugo entrava calmamente na água, ele só queria paz naquele momento
— Hey Kacchan... — Midoriya se aproximava — Pensa que o príncipe Shoto ficou chateado quando você negou o abraço dele?
— Não, nós somos meros comerciantes que ele conheceu, certamente há pessoas mais importantes que o abraçam diariamente — Bakugo não queria falar todas as coisas que havia ouvido dos lábios do cavaleiro, sabia que seus amigos se animariam demais e tinha medo que a emoção superasse a razão
— É, isso é verdade...
— ... — Kirishima se aproximou — Que caras feias, se animem amanhã a gente vai ver o príncipe Shoto!
— Amanhã a gente vai sequestrar ele — Bakugo riu brevemente — A gente tá muito ferrado!
— Pelo menos estamos juntos e vai ser por um bom motivo! — Midoriya jogou água no amigo — Agora vamos aproveitar que quando chegarmos no vilarejo e Aizawa souber disso tudo, nós não teremos tempo nem para tomar banho
— Verdade! — Kirishima voltou a mergulhar
— Se chegarmos lá...
...
Kayda andava em frente aos príncipes, assustando todos os empregados e guardas que cruzavam seu caminho. Quem olhasse de longe, provavelmente riria de tal coisa. Um guarda até mesmo se jogou em meio aos arbustos para fugir do animal.
— Alteza, não supõe que seria melhor levar o felino onde hajam menos pessoas? — Tomura perguntou
— Tem alguma sugestão, Tomu? — Shoto tinha em seus braços o filhote que era acariciado por Shinso
— Próximo aos muros do castelo há uma cachoeira, creio que o local seria do seu agrado, meu príncipe — ele olhou para os lados em busca de algum guarda para poder transmitir uma mensagem ao príncipe herdeiro — Vossa alteza Shinso concordaria?
— Deveras interessante sua ideia, Kayda poderia nadar um pouco — Shinso falou — O príncipe gostaria de ir?
— Eu adoraria, Tomu pode nos guiar?
— Claro, só um instante — ele se aproximou de um dos guardas para que o mesmo levasse a mensagem a Toya — Certo, vamos?
A grama verde era repleta de pequenas flores e borboletas. A paisagem não poderia ser mais bonita. Shoto eventualmente tinha suas mãos erguidas pela cabeça do tigre que insistia em ser acariciado pelo ômega, trazendo inúmeras dúvidas a Shinso que carregava agora o filhote em seus braços.
Um pouco afastado, Tomura olhava aquilo, ele sabia o quanto aquele pequeno estava reprimindo o que sentia, mas por algum motivo, ele não confiava no príncipe ao seu lado. Algo no jovem de cabelos roxos o deixava desconfortável, e nem era o fato dele ter um tigre de estimação. Shinso não estava ali apenas pelo motivo que falara ao rei, disso ele tinha certeza.
— Já estou ouvindo o barulho da água — Shoto falou para Shinso que naquele momento estava o observando — Algum problema príncipe Shinso?
— Oh! Não eu só estava apreciando sua beleza — ele colocou o cabelo do ômega atrás da orelha — Já decidiu o nome do filhote?
— Hum? Sim! O nome dele será Soba! — Shoto falou confiante
— Soba? — Shinso achou engraçado
— É um prato que amo, mas não é muito feito no castelo, então como ele será meu amigo e eu vou o amar também, nada melhor do que o dar o nome de algo que me faz muito feliz! — Shoto pegou em seus braços o filhote
— O quarto príncipe é alguém muito interessante
— Achei o nome um tanto... Diferente — Tomura se aproximava com cuidado, afinal aparentemente Kayda não gostava muito de sua presença — Meu senhor a cachoeira fica logo ali — ele apontava para algumas pedras — Estamos a cima dela, mas há um caminho que podemos usar para descer sem nenhum perigo.
— Podemos a olhar de cima por um instante? — Shoto pediu
— Claro, é uma vista incrível! — Tomura os guiava, mas travou ao ver os três camponeses se banhando semi nus — Meu senhor, creio que não é um bom momento para descermos
— Porquê? — Shoto se aproximou e logo virou de costa para o local com o rosto completamente vermelho
— Príncipe Shoto, o que ouve? — Shinso se aproximou e também viu a sena dos três usando apenas roupas íntimas, que eram nitidamente transparentes, sentados nas pedras — Esses plebeus são tão desavergonhados — ele rosnou — Alteza deseja ir até lá? Creio que seu cavaleiro ou até mesmo Kayda possa os fazer ir embora
— Não! — gritou o ômega atraindo a atenção dos alfas que estavam conversando enquanto sua roupa secava — Tomu, vamos voltar...
— Alteza? — a voz arrepiou o príncipe ômega, Kirishima havia falado alto para que o mesmo ouvisse
— Tomu! — o ômega choramingou e não percebeu que o príncipe Shinso o havia abraçado, para que o mesmo não virasse e avistasse os três alfas com aquelas roupas transparentes
— Estamos de saída senhores, continuem — Tomura falou aos alfas sentados nas pedras que ainda não haviam percebido que suas vestes deixavam seu corpo bem evidente.
Andando de volta ao castelo Shoto sentou na grama cobrindo o rosto e liberando muitos feromônios. Logo o pequeno Soba se aproximou, deitando em seu lado, junto de Kayda.
— Sir Tomura... — o príncipe Shinso cobria o nariz — O príncipe Shoto esta...
— Creio ser apenas um pequeno momento de vergonha — Tomura liberava feromônios para encobrir os de Shoto, fazendo o príncipe alfa tirar a mão do rosto aliviado.
Por sorte o cavaleiro tinha uma boa resistência ao feromônios do pequeno ômega, assim como Toya e seu servente que o acompanhava nas saídas do castelo. Aquilo era o que salvava o jovem dos demais.
Após o príncipe conseguir se recompor, Shinso sentou ao seu lado e ali ficaram conversando sobre os felinos, acompanhados de Tomura que eventualmente fazia alguma pergunta também.
...
No escritório real Toya encarava o pai, ele sabia que se surtasse ou falasse algo naquele momento, seu plano e de Shinso seriam arruinados. Todavia, ele estava com nojo, sua mãe tomava chá como se tudo estivesse as mil maravilhas.
— Shoto esta onde? — a mulher o perguntou
— Ele está aprendendo algumas coisas sobre o animal que ganhou, nessas horas deve estar aos arredores do castelo com Tomura e o príncipe herdeiro Shinso
— Ouvi ser bom ter contato com a natureza e os animais na condição dele — a rainha falava — Fiquei enfurnada no castelo durante todas as minhas gestações
Toya segurou-se para não falar nada, seu interior queimava de ódio a cada palavra proferida por aquela mulher. Como poderiam pensar que ele havia tocado em seu próprio irmão.
— Você não se incomoda dele estar sobre os cuidados de outro alfa ou com o príncipe Shinso? — a rainha continuava
— Toya sabe que se Shoto e o príncipe Shinso tiverem um bom relacionamento, nosso reino será beneficiado — o rei falou
Sem conseguir mais ouvir aquelas asneiras todas, Toya levantou-se e pegou sua espada que estava no sofá ao lado.
— Se me dão licença, irei encontrar meu irmão — o rei e a rainha assentiram e ele saiu do local totalmente enojado com os próprios pais
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