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História Vulnerable - Dont leave me


Escrita por: yehunnie

Notas do Autor


Surpresa!

Capítulo 14 - Dont leave me


E X T R A 

Estava tudo tão diferente.

Talvez tudo estivesse debandado na direção incorreta, mas ele de fato não sabia o que tinha acontecido para isso. Um sentimento estranho afligia seu peito, o que ele tinha causado? E principalmente, por qual motivo ele estava sendo ignorado?

Desde muito novo, ele encontrou um irmão de alma, consideração ou qualquer termo que significasse que a amizade deles era indestrutível. A falta de irmãos, fez que ainda mais os dois se unissem, o que de fato ele gostava. Gostava de compartilhar seus brinquedos com seu irmão do coração, gostava de ser tratado também como filho pelos pais dele, gostava de estarem sempre juntos.

Porém, Kyungsoo, agora com dezessete anos, não sabia o que tinha se perdido com o tempo. Aonde tinha acabado aquele sentimento de cumplicidade? E principalmente, por que Jongin não dirigia sequer mais um olhar para si. Revirando entre os lençóis de sua cama, o mais velho permaneceu tentando encontrar o que tinha acontecido, mas ao escutar o celular indicando mensagem, desejou com todas as forças ser o mais alto. Mas junto com a euforia pela chance de ser Jongin, veio também veio a decepção.

 

Gayoon: Oppa, estou nervosa por amanhã conhecer sua família

 

Talvez ele soubesse o que tinha acontecido, porém não queria acreditar.

 

 

 

_______________________

Era uma manhã de quarta-feira como todas as outras, e Jongin andava despreocupadamente carregando os dois lanches em mãos até o local que sempre passava o horário de intervalo com o seu hyung. Eles tinham um trato, cada dia, um entrava na fila do lanche e o outro corria para o local onde mantinham um pouco de privacidade. Em passos rápidos, Jongin caminhava pelo grande corredor da escola rumo à área externa, próximo a quadra, onde Kyungsoo estaria o esperando. Como de costume, comprou o lanche favorito de seu hyung, gostava de mimar o mais velho e realizar sempre suas vontades, assim como ele também era mimado às vezes.

Não pode deixar de sorrir ao ver seu hyung sentado no gramado que ficava no final do corredor por onde andava. Kyungsoo sentado de costas para si, com as mãos atrás de seu corpo mantendo-o inclinado. Mas antes que pudesse estar no lado de fora do prédio da escola, Jongin sentiu alguém segurando seu braço, levou susto com o contato inesperado e ao ver uma menina de cabelo negros e olhos extremamente pequenos, inconscientemente deu um passo para trás, se afastando.

A menina levou um dedo aos lábios finos, sinalizando para que permanecesse em silêncio “Não atrapalhe nada” disse enquanto puxava Jongin levemente pelo braço em direção à área externa. O rapaz desconfiava que ela fosse provavelmente apaixonada por si, querendo se declarar. Assim seguiu-a em silêncio, iria falar que não estava interessado por ela em uma forma branda como finalmente fossem conversar.

“Olha.. Eu...” disse logo após pararem no final do corredor, porém foi interrompido.

“Não atrapalha, eu quero ver...” em sussurros a menina disse e foi nessa hora que Jongin percebeu o que estava acontecendo.

Estava tão focado observando seu hyung de longe, que não percebeu em nenhum momento que tinha alguém ao seu lado e infelizmente ele sabia quem era. Nenhum dos dois se olhavam, tinham fixado o olhar em uma árvore a sua frente. A menina mantinha-se na mesma posição que Kyungsoo, mas eles pareciam estar conversando, Jongin não tinha certeza devido a distancia. E foi então que tudo aconteceu, ele pode observar a menina dirigir o olhar para seu hyung, Gayoon sorria e Jongin sentia seu estomago se remexer com ânsia de vomito e Kyungsoo pareceu respirar fundo e antes de também olhar para a garota... E aos poucos a distancia entre os dois foi diminuindo... Causando certa agonia e formando um bolo na garganta do adolescente que apenas observava, até os lábios finalmente se encontrarem.

O moreno sentiu como se um buraco tivesse aberto abaixo de seus pés. E sem se importar com a garota ao seu lado que também assistia ao casal, caminhou no sentido contrário ainda com os lanches em mãos. Seus olhos ardiam e seu peito parecia ter sido perfurado por uma metralhadora.

Pai, por favor, vem me buscar...

 

 

 

_______________________

Jongin permaneceu o resto do dia deitado enrolado no edredom. Durante todo o trajeto entre o colégio e o apartamento, permaneceu em silêncio, foi o mais forte que conseguiu frente na Baekhyun, apenas deixando algumas lágrimas silenciosas escorrendo por seu rosto, algo que não passou despercebido pelo mais velho, que questionou uma vez, mas nada foi lhe dito. Kyungsoo foi ao seu apartamento, levar seu material escolar, já que o mais novo não voltou mais na sala depois do ocorrido, porém Baekhyun inventou uma desculpa falando que o mais novo não estava. Ao escutar a voz de hyung na sala, algo queimou dentro de Jongin, e a vontade de chorar cresceu ainda mais. E assim, as lágrimas quentes voltaram a traçar caminhos pelo seu rosto, lágrimas que possuíam um dono que não sabia de sua importância, e aos poucos o cansaço atingia o corpo do adolescente, fazendo-o adormecer.

Quando acordou novamente, a noite já tinha caído e Jongin estava com muita dor de cabeça, mas nada chegava a comparar a dor de ver seu amor beijando outra pessoa. O coreano tinha certeza de seus sentimentos, pelo mais velho, de certa maneira ele sempre soube... E se odiava por ser tão covarde de nunca ter de fato de declarado.

 

 

 

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Diferente de todos os dias, Jongin naquele dia não foi junto com Kyungsoo para o colégio. Chanyeol franziu a testa quando escutou o pedido de carona do filho, porém não negou. Era estranho para o mais novo não ir conversando com o amigo e Sehun durante o trajeto, mas estava feliz de poder ter um tempo com seu pai, que falava animadamente sobre os planos para o próximo final de semana que Baekhyun teria folga.

Foi recebido em sua sala de aula, por um Kyungsoo enfurecido. Ele sabia apenas olhando para a feição do mais velho, que iria escutar um belo sermão, por isso, andou em passos rápidos em direção a sua carteira perto da janela, sendo seguido pelo menor.

“Park Jongin, pode me explicar o que aconteceu ontem? Fiquei preocupado, você nem atendeu minhas ligações.” O mais velho sentou em uma carteira frente ao maior, observando atentamente o outro.

“Nada” respondeu dando os ombros enquanto pegava o material na mochila, tentava ao máximo não encarar seu hyung, temia lembrar do ocorrido e não conseguir ser forte. Ele tinha que ser perfeito em sua história, perfeito em ser indiferente.

“Onde estava ontem?” questionou em tom firme.

“Por aí...” soltou um longo suspiro, não queria alongar aquela conversa, porém não poderia admitir que estava em casa durante a tarde.

Kyungsoo inclinou-se na carteira do mais novo. “Como assim ‘por ai’? O que você fez ontem, Jongin?”

O mais novo abaixou a cabeça, encarando a carteira “Kyungsoo-hyung, eu não lhe devo explicações sobre a minha vida, por favor, pode me deixar em paz? Estou com a minha cabeça explodindo.”  

 

 

Apesar da grosseria e de não trocar mais nenhuma palavra com Jongin, o mais velho permaneceu com o ritual que faziam todos os dias na hora do lanche, aquele dia era o que compraria o lanche para os dois e logo que o sinal soou avisando o intervalo, o coreano saiu às pressas da sala para pegar a comida mais rápido possível. Quando finalmente chegou no ponto de encontro de todas as manhãs, lembrou-se da manhã passada, Gayoon que estudava na outra turma tinha declarado-se para si, de certa forma seu ego acabou inflando. O fato era que sempre achou a menina atraente e aquela era a oportunidade perfeita de finalmente dar seu primeiro beijo, e sanar suas principais curiosidades. A menina tinha entendido que o coreano precisava de um tempo para pensar, antes de dar uma chance a seus sentimentos. O beijo tinha ocorrido de forma tão mecânica, que o rapaz chegou a questionar se os filmes adolescentes mostravam com veracidade como eram os beijos. Em nenhum momento sentiu o nervosismo que todos diziam, seu coração não se acelerou e muito menos sentiu estar nas nuvens, assim, desejou que seu segundo beijo fosse melhor.

Naquele dia Jongin não apareceu para o lanche.

E no silêncio que estava tão desacostumado, Kyungsoo lanchou sozinho e aquele foi apenas o primeiro dia.

 

Jongin sentia-se mal por ter sido tão rude com seu hyung, porém aquela era a única forma que tinha como se proteger, se proteger do sofrimento de ver seu hyung feliz ao lado de outra. Não seria hipócrita e dizer que ficaria feliz pela felicidade do mais velho, pois ela em termos causaria sua ruína, por isso decidiu se afastar antes de se ver ainda mais ferido.

Os dias passaram lentamente, Jongin falava apenas o necessário com o mais velho e quando era questionado sobre o que estava acontecendo pelo mesmo, se esquivava rapidamente e inventava uma desculpa. Sabia que uma hora iria ser colocado na parede, e no fundo temia esse dia.

Nesse meio tempo afastado, Kyungsoo realmente sentia falta do amigo, estava tão acostumado com a sua presença na maior parte do dia, que acabou perdendo longas noites de sono tentando descobrir o que tinha feito de errado para que Jongin fosse tão arisco. Durante esse tempo, o coreano em uma atitude praticamente impensada, acabou aceitando os sentimentos de Gayoon e agora estava namorando oficialmente a menina.  

 

 

 

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Tao não se importava em estar parecendo um adolescente. Ele estava realmente irritado, como um computador poderia vence-lo em uma partida de vídeo-game? Xingava alto palavrões de baixo calão, sem se lembrar que tinham outras pessoas na sala de estar. Junmyeon sentado ao seu lado no sofá, parecia tentar aprender o jogo, porém conseguia ficar mais perdido nos objetivos, não entendia o motivo do chinês sempre procurar portas verdes em vez das laranjas para entrar com sua tropa. Sentados na mesa de jantar, Jongdae e Baekhyun conversavam animadamente, nos últimos meses tinham se encontrado poucas vezes, devido a agenda apertada do cantor e finalmente conseguiam colocar os assuntos em dia.

“Chen! Cadê o Kyungsoo?” Tao perguntou ao dono da casa, tentando matar o jogar do time adversário e falhando miseravelmente na ação. Queria a ajuda do dono do console para conseguir passar a fase, que provavelmente já tinha zerado aquele jogo.

“Ele saiu” o coreano falou de forma mecânica, ainda prestando atenção no cantor a sua frente.

“Baekhyun, Cadê o Jongin?” o chinês questionou novamente ainda com os olhos felinos encarando a televisão, sem perder nenhum lance.

“Não quis vir”

“Provavelmente devem estar se pegando em algum lugar escondidos” falou em tom alto o chinês quando apareceu na tela em vermelho Game Over, irritado jogou a manete sobre o sofá.

“Eles estão namorando? Eu não sabia disso” Junmyeon falava rapidamente gesticulando com as mãos. “Se bem que eles sempre foram unha e carne, sabia que isso um dia aconteceria. Meus sobrinhos cresceram” murmurou com certa nostalgia.

Jongdae se remexeu na cadeira de forma desconfortável. “Bem... O Kyungsoo não está com o Jongin agora” disse observando Sehun, Yixing e Chanyeol voltando da cozinha carregando os aperitivos para noite, que tinham sido preparados pelo maior.

“Ele está namorando uma tal de Gayoon” Sehun informou se jogando no sofá de forma desleixada. “Foi bem engraçada a cara de surpresa do Chen quando ele contou”

Os olhares de Baekhyun e Chanyeol se encontraram, e o maior balançou a cabeça em afirmativo com um sorriso triste no rosto, estavam explicadas as mudanças de seu filho.

“Eu nunca achei que ele fosse namorar outra pessoa sem ser o Jongin” Yixing se pronunciou recebendo um leve cutucão do companheiro que o repreendia pelo comentário “Mas é verdade!” falou para Junmyeon.

“Eu também! Por isso fiquei surpreso!” Jongdae afirmou. “Entendam, eles viviam grudados e eu realmente achei que eles tivessem alguma coisa”

“E hoje eles não estão trocando mais nenhuma palavra” Chanyeol comentou sem perceber e todos os olharam em um pedido mudo para explicar o que estava acontecendo. “Quando eu os busco no colégio, eles permanecem o tempo todo em silêncio, são poucas as vezes que trocam algumas palavras”

“Eu também percebi isso” Sehun falou enquanto levava a boca alguns aperitivos, o loiro era quem levava os dois de manhã para o colégio.

“Eles se gostam, às vezes ainda não perceberam isso” enquanto reiniciava a fase do videogame, Tao disse, no fundo todos os presentes naquela sala também tinham esse certeza.

 

 

 

 

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Kyungsoo não sabia o certo o que fazer, muito menos o que falar. Nunca antes tinha namorado e seu primeiro beijo tinha sido com a menina a sua frente. Eles tinham acabado de ir ao cinema, assistir uma comédia romântica, pela qual ele realmente tinha detestado. Odiava filmes melosos, onde o casal de protagonista se apaixonava perdidamente, algo fazia que ambos se separassem e depois terminavam juntos, sentia raiva por saber que aquilo que era retratado era uma perfeita mentira, a vida real era completamente diferente. Ele já tinha terminado seu lanche, estava com muita fome e pouco se importou em praticamente devorar o sanduiche e seu refrigerante, ele podia observar a menina enquanto comia calmamente seu sanduiche, os fios longos e completamente negros, lábios extremamente finos e olhos tão pequenos e negros. Não se sentia bem observando aquele rosto que muitos considerariam esculpido por anjos, algo estava errado, quando seus braços envolviam o corpo pequeno, tinha a sensação que ela se partiria em duas pela extrema magreza.

Céus, ele tentava encontrar algo que lhe agradasse em sua namorada, mas a cada nova descoberta, uma nova decepção.

Balançou a cabeça rapidamente tentando dissipar os pensamentos, porém quando novamente observou a pessoa sentada a sua frente, viu Jongin sorrindo e inconscientemente acabou sorrindo também. Os cabelos castanhos escuros, seus traços fortes e seus lábios, fartos e acabou imaginando como seria beija-los.

“Oppa, vou ao banheiro, está bem?” Gayoon perguntou e junto com sua voz, o rosto de Jongin desmanchou-se na frente do maior, dando lugar aos traços finos. O coreano apenas afirmou com a cabeça vendo a menina sumir pela lanchonete.

‘Talvez eu esteja apenas com saudade dele’ pensou, assim alcançou rapidamente o celular em seu bolso. Queria ligar para o mais novo, escutar a voz grave que estava sendo privado nos últimos dias, porém, sabia que ele não o atenderia, então apenas optou em mandar uma mensagem.

 

Kyungsoo: Por favor não me abandone.

 

Abandonado era o sentimento que sentia em relação ao maior, não existia outra palavra. Como sentia falta dele, das conversas até de madrugada, das noites em claro jogando videogame ou apenas conversando, dos pequenos tratos e promessas. Ao sentir o celular vibrando, Kyungsoo não pode deixar de exibir um sorriso triste.

 

Jongin: Eu prometi que nunca te abandonaria. Você cumprirá também sua promessa?

 

“Com quem está falando?” Gayoon perguntou sentando-se em seu lugar, voltando a bebericar seu refrigerante.

“Jongin” deu os ombros enquanto guardava o celular, após responder a mensagem.

 

 

 

 

Kyungsoo: Estaremos sempre ligados. Você será sempre meu.

 

 

Jongin bateu com raiva o travesseiro, aquele que tinha se tornado seu novo melhor amigo, na ausência do mais velho. Podia se lembrar com clareza das palavras do menor quando tinha treze anos ‘Você sempre será meu Jongin, meu melhor amigo, meu confidente, lembre-se: você é propriedade de Kyungsoo, ok?’ E de fato, se sentia como um objeto do menor escrito em seu peito a ferro quente o nome do coreano. Porém, ele nunca se viu como de fato como também dono do outro, era angustiante. Aquela mensagem que tinha recebido a poucos minutos mexia com sua sanidade, tinha que botar um ponto final ou sairia ainda mais ferido. Todos sabiam do relacionamento de Kyungsoo com Gayoon, e estava cansado de ouvir burburinho de meninas comentando como os dois ficavam perfeitos juntos.

Não, eles não ficavam bem! Para Jongin, o mais filho apenas ficaria bem ao seu lado e ponto.

 

Jongin: Talvez esteja na hora de eu arrumar outro dono.

 

 

 

 

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Baekhyun estava sentando no sofá, afagando os fios castanhos de seu filho que incrivelmente – talvez nem tanto – tinha passado seu tamanho, enquanto Chanyeol estava sentado na poltrona frente ao sofá observando Jongin com os olhos fechados. Era domingo e o mais novo sabia o que estava acontecendo no apartamento que ficava ao prédio ao lado. Tentou sorrir o dia inteiro para mascarar sua decepção, mas falhou miseravelmente.

“Jongin” Chanyeol chamou observando os olhos castanhos aos poucos surgirem com a abertura lenta dos olhos “Nós já sabemos o que está acontecendo” anunciou de forma calma.

O mais novo tentou se levantar do sofá, porém Baekhyun segurou para que ele continuasse deitado em seu colo “Calma Jongin” falou calmamente, tentando tranquilizar “Não precisa ficar nervoso, nós queremos apenas conversar, está bem?” Jongin apenas confirmou com a cabeça, agora sendo permitido a sentar no sofá.

“Kyungsoo estar namorando não é o fim do mundo.” Chanyeol comentou de forma calma. “Ele não vai deixar de ser seu amigo por causa disso.”

“Mas vocês não entendem! Eu gosto dele! Não como amigo” se exaltou, era a primeira vez que admitia aquilo em voz alta e quando finalmente percebeu o tinha acabado de falar, acabou arregalando os olhos ao perceber um sorriso nos lábios de seus pais “Sou eu que não consigo manter uma conversa com ele, pois dói. Dói saber que ele está com outra pessoa, sem ser eu. Dói muito, muito mesmo, dói pra caralho.” A sua visão começou a ficar embaçada devido a algumas lágrimas que começaram a ser formadas, sentia-se tão frágil quando o assunto era Kyungsoo.

“Ei, ei, ei. Sem ficar deprimido, ok?” com um grande sorriso nos lábios, Baekhyun falou, tendo todas as atenções voltadas para si. “Se for com o Kyungsoo que você deve ficar, irá acontecer, se não, irá surgir alguém melhor do que ele! Então, tire essa cara triste e esse bico com seus lábios e pelo menos lute por ele!”

 

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“Papai ela está subindo no elevador” Kyungsoo avisou Chen que terminava de arrumar a mesa do jantar. Aquele era o dia que Gayoon seria finalmente apresentada ao casal.

Jongdae de inicio não gostou da ideia, ele vestia fortemente a camisa do time Jongin, apesar de não comentar com o filho, enquanto Sehun era indiferente sobre a opinião com quem Kyungsoo deveria namorar, ele apenas gostaria que seu filho fosse feliz.

Ao ser aberta a porta, a coreana fez uma breve referencia aos três presentes, antes de ir em direção a Sehun, novamente fazendo uma referencia. “Prazer em conhecê-lo senhor Do”

“Não sou o senhor Do, sou o senhor Oh” o médico sorriu informando a mais nova que caminhou em direção em direção a Jongdae.

“Prazer em conhecê-lo senhor Do” arriscou novamente, arrancando risada dos três homens na sala.

“Prazer em conhece-la também, mas sou o senhor Kim e provavelmente o Kyungsoo não contou nada para você”

A coreana de fato ficou confusa e quando foi explicada pelo motivo de Kyungsoo ter o sobrenome Do, e ser adotado por dois homens, ela ficou realmente surpresa. O casal permaneceu com o sobrenome Do para o filho, em uma forma de homenagem aos pais biológicos de Kyungsoo. O coreano mais novo, apenas deu os ombros afirmando que sua história realmente não importava para ter contato para a menina, que permaneceu a maior parte do jantar em silêncio tentando digerir além da comida, o fato de seu namorado ser filho de um casal homossexual.

Quando a menina finalmente foi embora, Sehun pode finalmente respirar tranquilamente, não admitiria em voz alta que não gostou nem um pouco da namorada de seu filho.

“Não gostei dela” Chen resmungou e seu companheiro apenas sorriu por saber que ele iria falar tudo que também achava sobre a menina. “Esnobe, você viu a cara que ela fez quando falamos que somos gays Sehunnie?” o maior apenas confirmou com a cabeça deitado no sofá. Era incrível com Jongdae tinha os mesmos pensamentos que ele. “Quando servi o jantar, ela pareceu que ia vomitar a qualquer momento”

“Não foi assim” Kyungsoo tentou defender a namorada, porém ele sabia que tudo que seu pai falava era verdade.

“Foi sim!” rebateu o mais velho de forma infantil.

“Você realmente gosta dela, Kyungsoo?” Sehun perguntou massageando as temporãs. Sua cabeça doía, tinha achado insuportável a voz de Gayoon.

“Mas que pergunta pai”

“Responda-me, gosta de verdade?”

Kyungsoo se jogou no sofá de forma desleixada ao lado de seu pai “Ela me pediu uma chance e eu dei, nós nos damos bem.”

“Você não respondeu a pergunta do seu pai” Jongdae ao outro lado de Kyungsoo falou observando atentamente o filho.

“Gostar de gostar mesmo, não. Mas gosto da companhia dela” o mais novo foi o mais honesto que pode. Gayoon era uma boa amiga, e tentava ao máximo ser uma namorada perfeita, mas faltava algo.

“E o Jongin?” questionou o loiro.

“O que tem ele?”

“Você gosta dele? Gostar de gostar mesmo?”

“Pai!” gritou o menor “Nós somos apenas amigos, na verdade, nem sei mais se somos isso” falou tristemente.

 

 

 

_______________________

Jongin estava determinado, fazia semanas que não acordava tão bem disposto e exibindo seu grande sorriso. Fazia semanas que não ficava bem. As palavras de seus pais continuavam ecoando em sua mente e ele sabia que ambos estavam certos, não poderia ficar depressivo por não estar com seu hyung, deveria lutar por ele ou seguir em frente. E como um menino teimoso, acabou escolhendo a primeira opção.

Iria fazer de tudo para chamar a atenção de seu hyung, iria conquista-lo. Queria pelo menos uma chance para que seus sentimentos fossem retribuídos ou totalmente recusados, desejava uma conclusão. Com o mesmo bom humor que possuía antes de ver seu hyung beijando a namorada, Jongin entrou no carro pela manhã cumprimentando e até mesmo puxando conversa com Kyungsoo e Sehun, que levava os dois para o colégio. Fato que surpreendeu o mais velho entre os adolescentes, e sustentou um grande sorriso.

O mais novo trocou de lugar, e passou a sentar atrás de seu hyung, sempre que podia os dois conversavam, porém, nunca tocando no assunto que fez o maior se afastar, mesmo que o menor estivesse se remoendo por dentro de curiosidade, sabia que aquele assunto poderia desencadear novamente o afastamento de Jongin.

“Hyung, eu compro o lanche e você vai para o nosso lugar” o mais novo falou animadamente saindo em passos rápidos pela sala.

Não poderia deixar de sorrir pela afobação do mais novo, e assim, seguiu como de costume – que não foi abandonado mesmo na ausência de Jongin – para a área externa do colégio que sempre faziam a refeição.

O maior estava feliz por reatar a amizade com Kyungsoo, apesar de temer que talvez nunca tivesse algo com o amigo, mas mesmo assim, continuava sorrindo ao recuperar a tradição de todo intervalo. Com o sanduiche preferido de seu hyung, atravessou os longos corredores rumo ao QG, tentou sorrir fingindo que não se importava com a presença de Gayoon, ato que não passou despercebido pelo mais velho.

“Hyung, trouxe seu sanduiche favorito” disse abrindo um grande sorriso entregando o lanche.

“Obrigado” agradeceu logo dando uma grande mordida no sanduiche. Jongin sentou a frente do mais velho, enquanto sua namorada estava a seu lado.

A menina se aproximou para depositar um selar nos lábios fartos do namorado, porém o mais novo dos três empurrou o casal de namorados no sentido oposto “Por favor, não fiquem se pegando na minha frente, chega ser nojento hyung” falou Jongin torcendo o nariz.

“Talvez se você fosse dar uma volta, não veria” Gayoon falou fuzilando o mais novo com o olhar.

“Kyungsoo é meu hyung antes de ser seu oppa, além do mais, eu não irei a lugar nenhum.”

O mais velho bufou sabendo que essa troca de farpas seria eterna.

 

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Jongin tentava ao máximo permanecer ao lado do mais velho, acompanhava seus passos como uma sombra e sorria internamente ao observar Gayoon frustrada por não ter momentos ‘a sós’ com o namorado. De certa forma, o mais novo estava atrapalhando o namoro e não podia se sentir mais feliz, como no dia em que se convidou para ir ao cinema com o casal, e todas as vezes que sentia certo clima, atrapalhava, chamando a atenção do mais velho, que sempre cedia. Kyungsoo não reclamava pelas intromissões do maior, pelo contrário, até agradecia mentalmente. A cada dia que passava sentia menos vontade de estar com sua namorada e seu amigo realmente divertia os momentos que estava junto de Gayoon, essa que passou a nutrir raiva por Jongin.

“Até parece que você namora com Jongin, não comigo” certa vez, Gayoon gritou com o mais velho, que apenas permaneceu em silêncio.

A menina sentia ciúme da amizade dos dois, e no fundo desconfiava das intenções de Jongin, que sempre mostrava seu melhor sorriso e tocava ao máximo seu namorado. Abraços cada dia se tornavam mais frequentes, causando nos dois uma sensação de paz e desejo de permanecerem daquela forma para sempre, sem se importar com a menina que sempre os acompanhava. Por outro lado, Jongin a cada dia tinha mais certeza de seus sentimentos, mas ainda sim temia que seu sentimento fosse unilateral.

Kyungsoo se via em perdido diante de uma bifurcação. De um lado, Gayoon, a menina que lutou para que algo entre os dois fosse possível e de outro lado, Jongin, que ele não sabia ao certo se existia alguma possibilidade para que algo entre os dois acontecessem. Gayoon era como um lago cristalino, as águas calmas e o fundo de fácil visualização, enquanto Jongin era como um mar em noite de tempestade, as águas agitadas, ondas chocando-se contra as suas semelhantes, virando barcos. Dois extremos. Um era agradável, enquanto o outro era intenso.

 

 

 

 

 

 

_______________________

Jongin encarava o teto, odiava escutar a conversa alheia, porém, era inevitável. Por mais que Kyungsoo tentasse falar em tom baixo, o mais novo acaba escutando e tentava não demonstrar felicidade pelas respostas em monossílabas para sua namorada. O mais novo praticamente se convidou para dormir na casa do Kyungsoo, ao saber que seus pais passariam a noite fora e isso significava apenas uma coisa: uma noite inteira com seu hyung. Quando o telefone foi finalmente desligado, um longo suspiro foi dado pelo menor, arrancando uma risada descontraída – nem tanto – do moreno.

“Posso reparar como você gosta mesmo dela” Jongin comentou encarando o teto branco em sua cama improvisada no chão do quarto.

“Até você...” falou distraidamente. 

“Como assim?” o mais novo sentou-se na cama, para poder visualizar o outro, vestindo pijamas fofinhos enrolado nas cobertas.

“Digamos que ela não tem muitos fãs, meus pais, meu tio, você...”

“E o que você acha sobre ela?”

“Jongin...”

“Você gosta dela?” os olhares se encontraram e o menor sentiu-se nervoso, logo desviando o olhar.

“Você não tem nada a ver com isso” respondeu encarando o teto, não conseguia encarar o mais novo, temia que seus olhos denunciassem seus sentimentos, suas dúvidas.  

“Você está enganado hyung. Eu tenho tudo a ver com isso.” O mais novo sussurrou sentando na cama do outro que insistia em observar o teto. Aquela era sua deixa perfeita para finalmente se declarar.  

“Ela tinha me mandado escolher” comentou com certa vergonha, não deveria estar comentando isso com o outro.

“Escolher? Como assim?”

“Escolher Jongin...” Kyungsoo realmente não tinha coragem de observar os olhos amendoados do mais novo, temia que toda sua sanidade desmanchasse apenas em observar o belo rosto que Jongin possuía. “Ela falou que devo escolher entre ela ou você”

“Mas que vad-” o mais novo se censurou antes de xingar sua rival, afinal, ambos lutavam pelo menos objetivo. “E o que você escolheu?” perguntou em tom baixo, encarando os lençóis claros da cama do mais velho, temia que esse fosse o momento que fosse completamente rejeitado.

O tempo é relativo. Míseros segundos para alguns, tornaram-se para Jongin um instrumento de tortura, transformaram-se em minutos, horas, dias, meses, anos. Talvez a espera dos longos meses até o natal quando era criança, não parecesse tão longa quanto aqueles míseros segundos antes que o mais velho voltasse a falar.

Silêncio...

Silêncio..

Silêncio.

O mais velho tentava ao máximo formar palavras, mas nenhuma parecia certa, nenhuma provavelmente expressasse o que sufocava seu peito. Tentou respirar fundo, mas o ar parecia ainda assim faltar em seus pulmões, e quando finalmente sentou-se na cama para poder observar aqueles olhos castanhos, sentiu-se finalmente desarmado.

Observar os olhos de Jongin, era como permitir que o outro olhasse em sua alma e também lesse a do mais novo, causando uma sensação agradável de paz, apesar de sentir-se nervoso, principalmente quando começou a aproximar do rosto do maior, a ponto de sentir sua respiração e observar os olhos se fecharem lentamente. Roçou seu nariz pelo rosto bem desenhado, em um leve carinho e pode sentir o nervosismo presente no outro até finalmente os lábios se encontrarem em um toque tão superficial e tímido por ambas as partes.

Kyungsoo jogou-se na loucura de amar Jongin, caindo de um penhasco, enquanto os lábios intensificavam o contato, porém, em vez de sentir o choque de seu corpo contra o chão, o mais velho sentia-se nas nuvens junto do maior. Seu corpo reagia por inteiro ao maior, as tão faladas borboletas no estomago estavam presentes, causando uma sensação boa, seu coração chocava-se contra a caixa torácica tão fortemente que temia que o outro escutasse seus batimentos cardíacos. O mais novo sustentava um tímido sorriso durante o ósculo, principalmente por saber que tinha sido o mais velho a iniciar o ato. Aquilo com absoluta certeza para o mais velho, tinha sido melhor que demonstrado nos filmes. 

Quando ambos finalmente se separaram, ficaram alguns longos minutos tentando processar o que de fato tinha ocorrido, lábios inchados, cabelos bagunçados.

“E o que você decidiu?” o mais novo questionou aproximando seu rosto do moreno que apenas formou um sorriso tímido em seus lábios.

“Eu prometi nunca te abandonar, afinal, você é meu Park Jongin, sempre foi e sempre será”

Os lábios se encontraram novamente em breves selares.

“Isso não é justo” resmungou o maior ainda sendo coberto por selares por toda a face.

“O que Jongin?”

“Eu sou seu e você?” perguntou formando um pequeno bico.

“Você é meu, e eu sou seu. Você não precisa de outro dono, somos um do outro, Jongin. Meu coração pertence a você.”


Notas Finais


(04/09/2015) Oie gente, segue o link de um especial Sulay de Vulnerable, espero que gostem: https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-exo-adrenaline-3909688

Estava pensando em um bônus desde quando terminei essa fic, peço desculpas pelo capítulo, não saiu exatamente como gostaria, mas foi isso mesmo ;-;
Estou escrevendo outra fic, http://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-exo-entre-quatro-paredes-1803683 se alguém se interessar a ler!
Estou no twitter @yehunnie e gostaria de agradecer novamente por todos os leitores de vulnerable e luzes! Até uma próxima! :)


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