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História Wait, What!? - Wait, Hypothetically, I Like Him


Escrita por: cosmichanbaek

Notas do Autor


Oiii manass, olha quem voltou ^^ eu mesma kkkk

Ahhh vim aqui com o cap 7, o maior da fanfic até agr kkk pf não desistam dele e leiam até o final pq esse é um dos meus caps preferidos </3 amo mt, e só pela capa vcs já sabem o pq kkkkk

Bom... não vou enrolar mt aqui, até la em baixo

Capítulo 7 - Wait, Hypothetically, I Like Him


Fanfic / Fanfiction Wait, What!? - Wait, Hypothetically, I Like Him

Sabe aquele momento da sua vida que você se pergunta: “Onde foi que eu errei?” Então... Eu estava em um desses momentos há exatas 16 horas, 30 minutos e 12 segundos. Se eu realmente sou trouxa contando o tempo que se passou desde que o Baekhyun me beijou? Completamente.

 

Eu não sei como a minha vida foi dar uma reviravolta dessas, francamente. Tudo estava seguindo o ritmo certo das coisas, eu gostava do Kyungsoo, usaria seu melhor amigo para me aproximar dele, ele descobriria como eu era incrível e nós namoraríamos. Não tinha erro.

 

Olhei para o caderninho onde eu anotei aquilo, o qual eu usava para poder escrever as coisas que o Kyungsoo gostava, e alguns planos que eu tinha, mas isso tudo foi escrito em apenas duas páginas. O resto das folhas estava todas preenchidas com desenhos que eu fiz do Baekhyun.

 

E esse caderno tem 50 folhas.

 

Eu desenhei em todas as fucking páginas com os traços do Baekhyun, sabe o que é isso? Talvez uma pequena admiração pelo meu amigo.

 

Joguei aquele caderninho para longe querendo me livrar da imagem do baixinho, mas praguejei no minuto seguinte por medo de ter estragado algum desenho. Levantei do colchão com muito esforço, e me joguei no chão do lado do caderninho, o pegando e folheando. Eu adorava aqueles desenhos, era minha coleção particular e secreta. Eu não tinha culpa de fechar os olhos, e ver o sorriso quadrado querendo sair dos meus pensamentos, antes de dormir, ansioso para encontrar o garoto no dia seguinte. Aquelas folhas eram rabiscos quase idênticos a todas as partes daquele anão de jardim, os olhinhos fechadinhos quando ele sorria, as mãos finas e branquinhas, a boca pequena e rosadinha... eu tinha feito até mesmo um desenho dele com a roupa do Ezreal.

 

Eu sei, eu sei, não me julguem.

 

Eu não sabia o que estava acontecendo comigo, não sabia ao certo quando foi que o meu plano perfeito começou a sair dos trilhos. E eu só pude perceber que realmente tinha algo muito errado quando o Baekhyun me contou que o Kyungsoo estava um pouco afastado, e eu não tinha notado. NÃO TINHA NOTADO. Em que mundo que uma pessoa quer que o senpai note ela, se a própria pessoa não nota o senpai? Prazer esse sou eu, Park Chanyeol.

Eu fiquei aquela noite inteirinha tentando entender o que diabos estava acontecendo comigo, e eu cheguei a várias conclusões no mínimo estranhas. E eu com certeza não estava preparado para no dia seguinte o baixinho dizer que Kyungsoo estava namorando. E o pior nem foi saber isso, o pior mesmo foi saber disso e não sentir absolutamente nada.

 

Suspirei pela vigésima segunda vez. Sim, eu já disse que estou contando o meu sofrimento hoje.

 

Olhei para o caderninho em minhas mãos mais uma vez, e quase tive um troço quando vi a boquinha rosadinha e fina desenhada naquela página aleatória que eu tinha aberto. Levei ele até meus lábios e deixei um selar ali, mesmo que não fosse real. Eu poderia beijar ele por pelo menos mil anos.

 

Bati com a cabeça no chão, me punindo por ser tão trouxa, e joguei o caderninho no chão de novo, tentando deixar ele bem longe de mim.

 

Sabe as famosas borboletas no estômago que todo mundo fala? Eu pensei que seria legal sentir elas, mas eu vou contar um segredinho para vocês: elas não voam delicadamente, elas comem seu estômago até ele doer, suas mãos suarem e seu coração chegar nos ouvidos, te deixando alheio a tudo ao seu redor. Eu sei disso porque eu senti elas quando os dedos finos do Baekhyun se enrolaram nos cabelos da minha nuca, e me puxaram para perto enquanto sua boca se encontrava com a minha. E sabe qual é o pior? Que ele me beijou provavelmente não porque ele queria, mas sim porque queria jogar na cara do Kyungsoo que também estava beijando bocas escondido dele por aí. E eu tinha gostado tanto, droga.

 

Eu quero morrer.

 

Choraminguei rolando no chão mais uma vez, meu coração estava doendo, e eu nem sabia porque estava tão chateado com isso, quando na verdade eu devia estar com raiva por ele ter acabado com as 0,1% de chances que eu tinha com o Kyungsoo.

 

Levantei e caminhei até a cama, puxando de lá o edredom grosso que eu usei a noite para dormir, enrolei ele no meu corpo parecendo um casulo, e fui andando até a porta do meu quarto. Eu precisava sair daquela fossa, precisava da ajuda da mamãe.

 

Abri a porta do quarto e resmunguei quando a luz do sol entrou na escuridão que eu estava antes. Apenas cocei meus olhos tentando me acostumar, e fui me arrastando escadas abaixo até chegar na sala, onde minha mãe estava assistindo algum desenho com o Myung.

 

Eu estava tão na bad que não tinha nem forças para ir na faculdade naquela sexta. E depois da mamãe entrar no quarto, e constatar que eu estava realmente mal, ela nem brigou MUITO pela minha falta. O pior mesmo foi que o chato do Myung é um bebê chorão, que me imita em tudo, e fez a birra do século para não ir para a aula também, e a mamãe acabou cedendo.

 

“Mãe”, chamei manhoso, me enfiando no sofá entre os dois, jogando minhas pernas em cima do Myung, e deitando a cabeça no colo dela, em um pedido mudo de carinho que não demorou a vir.

 

“Sai daqui pé grande, você é pesado”, aquele pestinha reclamou, tentando empurrar minhas pernas do seu colo, mas eu fiz questão de empacá-las ali.

 

“Para com isso Myung, deixa o seu irmão ficar aqui.” Mamãe brigou com ele, e eu apenas dei a língua para ele, e olhei para mamãe com um biquinho fofo nos lábios. “O que houve querido?” ela perguntou gentil, fazendo um carinho nos meus cabelos, quase tão bom quanto o do Baekhyun.

 

Desviei o olhar dela para a televisão, pensando se eu deveria mesmo contar para ela o que estava acontecendo. Eu sabia que ela daria algum conselho bom, mas não queria que soubesse que eu estava assim por causa do Baekhyun. Não era nem um pouco saudável minha mãe saber que nós nos beijamos, e muito menos que na verdade era do amigo dele que eu deveria gostar. Mas de repente veio a ideia perfeita na minha cabeça.

 

“Se hipoteticamente”, comecei voltando a olhar para ela, “um garoto gosta de outro, que não gosta muito dele, e ele sabendo disso pede ajuda ao melhor amigo do garoto que ele gosta, para ele ajudar ele a conquistar ele...” Franzi o cenho, confuso pela própria confusão que eu causei com as palavras, ao falar aquele pequeno trecho da história.

 

“Porque você não usa números ou objetos para definir os garotos?” mamãe sugeriu, e eu sorri com a ótima ideia que ela teve.

 

“Então... Se hipoteticamente o ursinho gostar da corujinha, que não gosta muito dele, e o ursinho sabendo disso, pede ajuda ao moranguinho, que é o melhor amigo da corujinha, para ajudar ele. O moranguinho aceita ajudar o ursinho com algumas condições, e então eles começam a colocar alguns planos em ação. Mas de repente o ursinho fica meio confuso, e acaba passando tempo demais com o moranguinho, e acaba esquecendo um pouco o corujinha... E quando ele percebe isso, ele acaba brigando com o moranguinho, mas não consegue ficar brigado com ele por muito tempo e acaba pedindo desculpas. E se nesse dia, assim, só hipoteticamente mesmo, o moranguinho beijou o ursinho? Mas não porque queria, mas sim porque usou o ursinho como parte de uma vingança que ele queria colocar em prática.”

 

“E o ursinho tá triste?” Mamãe perguntou, mostrando que estava prestando atenção na história.

 

“Sim, porque o ursinho hipoteticamente gostou de beijar o moranguinho, mas o moranguinho provavelmente nem queria que esse beijo acontecesse. E agora o ursinho tá confuso, porque era para ele estar preocupado com o corujinha, que supostamente tá namorando, mas o ursinho só consegue pensar no moranguinho... O que tem de errado com o ursinho mãe?” Perguntei sôfrego, querendo realmente uma resposta pra toda aquela confusão que estava no meu peito.

 

“Eu acho que o ursinho gosta do moranguinho, mas o moranguinho não gosta do ursinho.” Foi Myung que falou, mostrando para mim que, infelizmente, ele estava prestando atenção naquela história também. E eu quase quis me matar quando ele disse aquilo. Choraminguei derrotado, enfiando o rosto no vestido da mamãe, querendo morrer de uma vez, enquanto meu coração batia mais rápido, de tristeza mesmo.

 

“Eu acho”, mamãe começou, chamando minha atenção e fazendo eu voltar a cabeça para cima e olhar para ela, “que o ursinho devia conversar com o moranguinho e ser franco com ele. Perguntar se ele sentiu alguma coisa também quando eles se beijaram. E também acho que o ursinho deve chamar o corujinha para conversar, e contar para ele de seus supostos sentimentos. Na hora que você se confessar, você vai saber se gosta mesmo dele, e se esse não for o caso, você vai se sentir mais livre para tentar começar algo novo com o moranguinho.”

 

“Mãe não estamos falando de mim, isso é tudo hipotético”, fiz questão de frisar isso quando ela começou a falar como se eu fosse o ursinho, afinal não queria que ela descobrisse nada.

 

“Eu sei, tô falando hipoteticamente também”, ela sorriu e eu concordei, pensando no que ela havia dito.

 

“Você acha que o ursinho gosta do moranguinho?”

 

“Creio que o ursinho já sabe essa resposta”, sorriu terno, fazendo minhas bochechas corarem só de pensar que eu realmente gostava do Baekhyun.

 

E... Ai meu Deus, eu não só gostava do Baekhyun. Eu tinha um completo abismo por ele.

 

E eu parei para pensar em como aquilo começou. Quando que eu comecei a sentir tanto ciúmes? Quando eu comecei a me preocupar tanto? Quando eu comecei a apreciar tanto aquele sorriso quadrado, aquele piercing e aqueles olhinhos? Eu realmente não sei quando foi que meus sentimentos começaram a ficar tão confusos desse jeito. Talvez tenha sido no dia que eu abracei ele pela primeira vez, ele é tão quentinho e tem um cheirinho tão gostoso, que não conseguir nem me afastar dele naquele dia, e daí em diante só foi piorando. Eu tinha uma necessidade quase que gritante por sentir seus toques e o calor da sua pele. Às vezes eu podia ser até irritante, mas eu não podia fazer nada se ele era tão... fofinho, gostosinho, lindinho, e todos os adjetivos reconfortantes que existem no mundo.

 

Ah, só de pensar nessas coisas eu sinto uma vontade enorme de estar perto dele. Ai que droga. Choraminguei mais, enfiando meu rosto de novo no vestido da mamãe, esfregando ele ali, tentando inutilmente levar meu nervosismo embora. Meu coração batia rápido só de pensar naquela possibilidade.

 

“E se ele não gostar de mim, mamãe?” Perguntei choroso, minha voz saindo abafada por ainda estar com a cara enfiada ali.

 

“Eu tenho certeza que ele gosta de você também, ele não te beijaria se não gostasse. Baekhyun não faz o tipo que sai beijando qualquer um.”

 

“Você tem razão”, concordei com ela, mas logo entrei em desespero de novo, me lembrando que ele beijava o Sehun, que era amigo dele, e mesmo assim não gostava dele. “Ele faz o tipo que beija qualquer um, sim!” voltei a choramigar, mas logo me recompus, quando notei o que ela tinha falado. “Mãe, eu já disse que estamos falando hipoteticamente aqui”, briguei com ela, sentando no sofá, cortando o carinho que eu recebia na cabeça para olhar diretamente para ela.

 

“Desculpa”, deixou que uma risadinha saísse, me fazendo ficar emburrado. “Mas faça o que eu te falei, tenho certeza que as coisas vão se resolver”, disse doce, se aproximando e deixando um selar na minha testa.

 

“Você tem razão”, concordei confiante, levantando do sofá. Eu precisava falar com o Baekhyun, perguntar se ele sentiu alguma coisa quando me beijou. Precisava tirar aquilo a limpo ou eu iria enlouquecer.

 

Subi as escadas correndo, e levei um baita tombo quando o edredom que estava em volta do meu corpo se enrolou nas minhas pernas, fazendo eu perder o equilíbrio e cair na escada. A bad me persegue, não é possível.

 

Resmunguei mais uma vez pela minha falta de sorte, e massageie minha testa que tinha batido de leve no degrau. Voltei a me recompor, me levantando e indo até o meu quarto, mais confiante e com muito mais cuidado.

 

Peguei meu celular que estava jogado de qualquer jeito em cima do criado-mudo, e nós ficamos nos encarando por um longo tempo. A verdade mesmo é que eu não sabia o que diria se ligasse para o Baekhyun. Um 'espero que você tenha gostado de me beijar ou eu nunca mais vou comprar hambúrguer triplo pra você!' Acho que talvez isso possa funcionar.

 

Abri minha agenda, e coloquei no contato do baixinho, que por sinal estava com a foto que a mamãe tirou da gente, naquele dia que ele veio terminar o trabalho aqui em casa. Quando ela me mostrou essa foto eu quase tive um ataque do coração, porque ela estava muito fofa, e eu obriguei que ela me mandasse. E agora ela é a foto do contato dele, mas é óbvio que eu cortei o Myung da foto, aliás, ele foi quem não deixou que ela fosse 100% perfeita.

 

Fiquei mais um tempo olhando a foto, e cheguei a conclusão que eu não conseguiria ligar, eu definitivamente não sabia o que falar, e a mamãe teve uma péssima ideia quando disse que isso daria certo. Joguei o celular com raiva na cama, e me sentei no chão, apoiando meus braços nela e olhei o celular, que estava virado de cabeça para baixo, como se ele pegasse fogo.

 

Mas de repente eu ouvi um “alô” baixinho dele, e me desesperei. Peguei ele de novo, e virei rapidamente, vendo que sem querer ele tinha feito uma chamada para Baekhyun, quando o joguei na cama, e ela já tinha 10 segundos.

 

“Alô”, disse afobado, levando o aparelho para o ouvido.

 

“Oi Chanyeol”, ouvi a voz rouca, muito diferente que era a do Baekhyun.

 

“Sehun?” franzi as sobrancelhas, irritado “O que você tá fazendo com o celular do Baekhyun?”

 

“Hm... ele esqueceu em casa antes de sair para faculdade, sabe... ele tá meio avoado desde ontem.”

 

“Ele tá na faculdade?” perguntei olhando para a tela do celular, vendo que eram 10h20min.

 

“Sim, hoje ele sai às 10h, mas ainda não chegou.”

 

“Eu sei”, disse emburrado. A verdade é que eu tinha esquecido completamente da faculdade.

 

“Mas então, você quer falar o quê com ele? Eu posso deixar recado, sabe...”

 

“Eu não sei... Tava querendo conversar com ele.”

 

“Sobre o beijo de ontem?” ele perguntou risonho, e eu queria dar na cara dele.

 

“Ele te contou?”

 

“Óbvio”, mais uma risadinha idiota. Mas então eu ouvi o barulho de alguma porta se abrindo do outro lado da linha. “Oi gatinho.”

 

Eu já disse que odeio quando ele chama o Baekhyun assim?

 

“Oi Hun, com que você está falando? Espera... Esse é o meu celular?” ouvi a voz baixinha dele.

 

“Sim, tô falando com o Chanyeol, ele te ligou.”

 

E então eu não ouvi mais nada, a linha parecia ter ficado muda por causa do silêncio, e eu até pensei que ele tinha desligado, mas logo ouvi a voz do Baekhyun bem mais alta dessa vez, bem mais perto... E meu coração pareceu acelerar mais, só com aquela voz perfeitinha e harmoniosa que ele tinha.

 

“Oi Chanyeol... Aconteceu alguma coisa?” a voz dele saiu meia embolada, e eu podia jurar que ele tava mordendo o dedo de nervoso.

 

“Er...” tentei pensar em alguma coisa boa para dizer, mas nada vinha a minha mente. “Você quer almoçar comigo?” perguntei a primeira coisa que veio na minha cabeça, me arrependendo logo em seguida, por parecer que eu chamei ele para um encontro. “Quer dizer, eu estou te devendo um almoço, não é mesmo?!” Disse um pouco sem graça, coçando a minha nuca, mesmo que ele não pudesse realmente ver aquilo.

 

“Almoçar? Hoje?”

 

“É... Hoje é um bom dia. ”Aish, o que eu estava dizendo?

 

“Ahh... Eu não sei... não posso deixar o Sehun aqui em casa sozinho.

 

“Se ele quiser, ele pode ir”, disse a contragosto.

 

“Hm... Sehun, você quer almoçar com a gente?” perguntou para o amigo, e eu apenas ouvir um ‘claro’ animado do outro lado da linha. Que droga, porque ele não negou? “Então, nós vamos. Onde a gente se encontra?”

 

“12h no lugar que eu vou te mandar o endereço, pode ser?”

 

“Pode, até mais então.”

 

“Tchau”, disse por último desligando o celular logo em seguida, e suspirando aliviado por ter conseguido falar com ele sem grandes dificuldades.

 

Comecei a pensar bem rápido em um restaurante para poder levar ele, e acabei lembrando que tinha um muito bom que eu costumava ir, que não era muito longe aqui da minha casa. Abri o aplicativo de mensagens, e mandei o endereço para ele.

 

Agora era só esperar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Eu nunca estive não nervoso quanto eu estava agora, meu estômago estava uma bagunça, ele revirava tanto que eu pensei que vomitaria ali mesmo. Minhas mãos estavam mais do que suadas, e meu coração batia rapidamente no meu peito.

 

Eu estava em pé, em frente à porta do restaurante que eu tinha marcado de encontrar o Baekhyun, e eu já conseguia ver ele ao longe andando com o Sehun, enquanto comentava alguma coisa com ele. E quando nossos olhares se encontraram, eu quase desmaiei, porque ele estava tão adorável com aquelas bochechas coradinhas, que eu não podia suportar tamanha fofura. Eu simplesmente adorava quando ele ficava vermelhinho, e ele parecia fazer isso de propósito nas horas que meu coração parecia mais desenfreado. É, eu não tenho outra opção, terei que matá-lo.

 

Brincadeirinha.

 

Oi Chanyeol”, Baekhyun foi o primeiro a dizer, assim que eles chegaram mais perto de mim.

 

“Fala aí cara”, Sehun cumprimentou também, e eu apenas sorri para os dois. Na verdade, eu só sorri para o Baekhyun.

 

“Oi, foi muito ruim para vocês chegarem até aqui andando?” Perguntei preocupado, porque o restaurante que eu marquei era um pouco distante da casa do Baekhyun, e mais perto da minha.

 

“Não, tá tudo bem. Assim eu aproveito e dou uma passada na sua casa para ver a Senhora Park e o Myung” sorriu terno, enquanto eu concordava.

 

“Vamos, é melhor entrarmos logo”, sugeri, e assim finalmente entramos no restaurante e sentamos em uma mesa bem no centro dele.

 

Me permitir admirar um pouco o garoto menor do que eu, enquanto ele parecia se concentrar em ler o cardápio. Ele estava usando uma blusa xadrez e uma calça jeans, e às vezes eu me impressionava com o quão bonito ele ficava, mesmo usando roupas tão simples. Eu nunca tinha reparado no Baekhyun quando o quesito é aparência, porque ele sempre foi muito reservado e sempre me ignorava, mas depois que nós começamos a nos falar, eu comecei a enxergar ele completamente diferente. Eu comecei a achar qualidade em tudo, sabe?! Tipo aquele momento que a pessoa tá bebendo suco e começa a rir, e o suco sai pelo nariz? Pois é, até assim eu achava ele adorável.

 

Eu fiquei tão perdido encarando ele, que nem percebi quando o garçom chegou, e muito menos quando todos me olharam, esperando que eu falasse meu pedido. No final eu acabei pedindo qualquer coisa, e essa qualquer coisa por acaso não tinha no cardápio. Bom... Um mico a mais, ou um mico a menos na minha conta, não faria tanta diferença assim.

 

Mentira.

 

Eu fiquei muito envergonhado por aquilo, porque Baekhyun começou a rir e me zoar como sempre fazia, me chamando de lerdo e orelhudo, como era de costume. O pior disso tudo foi que Sehun também riu, e argh, eu tinha que mostrar pro Baekhyun que eu era melhor que o Sehun, mas não era isso que estava acontecendo.

 

Quando finalmente eu acertei o pedido, dei o troco chamando o Baekhyun de baixinho. E ficamos naquela troca de provocações por um tempo, rindo da nossa própria idiotice. Mas depois de alguns minutos a mesa entrou em completo silêncio de novo.

 

Tô falando sério.

 

Sabem aquele momento que você tá rindo, mas você percebe a situação constrangedora que você tá, e a risada vai diminuindo aos poucos até sobrar a famosa cara de ... Vocês sabem.

 

Foi tipo isso que aconteceu naquele momento.

 

Minha mente tentava pensar nos mais diversos assuntos para eu poder conversar com o Baekhyun, e não ficar naquele clima chato. Mas eu não conseguia pensar em absolutamente nada. NADA. Tá, eu tô mentindo de novo, eu só conseguia pensar em uma coisa: aquele que não se pode ser pronunciado, sim, o beijo. E isso só tá piorando minha situação.

 

O pior de tudo é que o baixinho nem tentou fazer nada. Na verdade, nem me olhando ele tá. Depois que paramos de rir, ele apenas apoiou a bochecha na mão e olhou para o lado, admirando aquela parede do restaurante, que nem bonita era. Aff, eu sou muito melhor que ela, porque ele não tá me olhando?

 

Droga, eu odiava ficar em silêncio, estava me sentindo desconfortável, e até cheguei a olhar para o Sehun para pedir alguma ajuda com o olhar. Pra vocês verem a que nível eu cheguei. Mas ele estava escrevendo alguma coisa no celular, e nem sequer percebeu o meu momento de desespero. Então eu disse a pior coisa que alguém pode dizer para puxar assunto. Não me julguem por favor, entendam o meu lado antes, poxa... Eu estava meio desesperado.

 

“Hmm... Parece que vai chover hoje, né?!” Atrai o olhar dos dois, que franziram as sobrancelhas.

 

“Mas não tem uma nuvem no céu, cara”, Sehun disse olhando para a janela, só para se certificar, e eu acabei seguindo seu olhar, notando que sim. Ele tinha razão.

 

Nem o tempo colabora comigo.

 

“Hm...” Me limitei a dizer, enquanto um bico inconformado tomava conta de mim.

 

Nada estava dando certo. Primeiro, que o Sehun não era para ter vindo. Segundo, que era para falarmos sozinhos do beijo, e não do tempo. E terceiro, era para eu estar chateado, ou pelo menos fingindo. Mas nem isso eu estava conseguindo fazer.

 

“Ah entendi”, Sehun disse de repente, finalmente largando o celular. “O tempo, sei... Seria bom se chovesse mesmo, o Baekhyun gosta de chuva, não é mesmo? Conta pra ele daquela vez quando você ficou na chuva porque achou que o Bunny tinha fugido”. Incentivou o garoto a falar, que apenas me olhou de lado, mas logo começou a contar.

 

Depois disso as coisas se seguiram melhores. Baekhyun contou sua pequena história, só que em algum momento eu interrompi para falar de séries, e a conversa fluiu bem, entre séries, mangás, LOL, gato do Baekhyun e algumas histórias do Sehun. Falando no Sehun, ele saiu assim que acabou de comer, porque iria se encontrar com alguns amigos que não via há um tempo, e que provavelmente ia dormir fora. Bom... Foi isso que ele disse, mas o baixinho disse que na verdade ele tava indo atrás de coisinhas impróprias. O pior que eram dois amigos... Vai entender.

 

Mas, surpreendente mesmo, depois que o chato foi embora atrás de umas aventuras bem loucas, a conversa com o Baekhyun continuou fluindo, e eu fiquei bastante feliz por ele colaborar com aquilo. Ele nunca foi de falar muito, sempre me deixava falando sozinho. Mas de uns tempos para cá, até que ele tem interagido mais, participando também das conversas, opinando aqui ou ali, e até contando mais sobre a vida dele. Por exemplo, eu descobri que ele odeia pepino. É nessas horas que ele realmente parece um gato. Sabe, o vídeo dos gatos com os pepinos? Exatamente igual ao Baekhyun. Ele sempre faz uma cara engraçada quando me vê comendo, muito adorável.

 

Ficamos conversando até finalmente chegarmos na minha casa. Bom... Isso não era tão bom assim, porque significa que o nosso tempo juntos estava acabando, e eu nem sequer tinha tocado no assunto 'você me beijou de sacanagem ou você realmente gostou do beijo?'

 

E eu não tinha ideia de como fazer isso.

 

“Cheguei”, gritei assim que entrei pela porta, tirando meus sapatos e vendo o baixinho fazer o mesmo.

 

“Com licença”, disse todo educadinho, me seguindo para dentro de casa.

 

E não demorou nem dois segundos para ouvirmos passos apressados do andar de cima, e logo o Myung estava correndo escada abaixo, com um sorriso banguela enorme no rosto. Eu até me coloquei na frente do Baekhyun para ele não conseguir abraçar ele, mas aquele baixinho de uma figa me traiu, jogando fora todo o meu esforço, e saiu de trás de mim, se abaixando apenas para pegar o pestinha, mais conhecido como meu irmão, no colo e o abraçar.

 

Era para ser eu e ele ali, mas ele não colabora.

 

Bufei irritado com aquela cena totalmente desnecessária, e cruzei os braços esperando que ele finalmente notasse que estava ali por minha causa, e que devia abraçar a mim, e não aquele chato remelento.

 

Bom... Não foi bem isso que aconteceu, na verdade eles ficaram ali conversando, e me esqueceram completamente, e eu tive que intervir.

 

“Já tá bom, já chega. Vocês se viram semana passada, que coisa chata.” Disse puxando o Myung do colo do Baek, que reclamou um pouco mas aceitou ir para o chão.

 

“Para de ser chato, Chanyeol”, Baekhyun reclamou rindo, e eu o olhei perplexo. Quem é chato aqui? Porque com certeza não sou eu.

 

“Eu sou a pessoa mais legal que você já conheceu, pigmeu”, dei um peteleco de leve na testa dele.

 

“Você é um otário” disse com raivinha, colocando a mão na testa. E eu só queria abraçar ele naquela hora. Porque você joga essas tentações para cima de mim, @Deus?

 

“Omo, que bom te ver, querido”, mamãe apareceu da cozinha.

 

“Oi Senhora Park”, Baekhyun disse bonitinho, se curvando. Mas mamãe era que nem eu, e foi logo abraçando ele.

 

“Que bom que você veio”, o largou se afastando um pouco. “Chanyeol estava meio para baixo hoje, mas fico feliz que você tenha vindo fazer companhia a ele.”

 

“Mãe”, reclamei, não acreditando que ela disse aquilo para ele. Fala sério, ela me entregou completamente, e eu soube disso assim que Baekhyun me olhou de lado, meio envergonhado.

 

“Que foi? Só estou dizendo a verdade. Você só ficou melhorzinho quando foi sair com o Baek”, fingiu inocência. Eu vou matar ela. “Aliás, você vai dormir aqui, não é?” Ela se  dirigiu ao baixinho, que estava com as bochechas todas vermelhinhas. Tadinho, eu não culpo ele.

 

“Hm? Dormir aqui?” Perguntou confuso.

 

“Sim, você nunca dorme aqui. Já tá na hora, não é mesmo? Assim, você pode ficar brincando com o Chan e com o Myung até tarde, sem se preocupar com o horário. Tenho certeza que vocês dois cabem na cama de casal do Chan.”

 

Retiro o que eu disse sobre querer matar minha mãe. Na verdade eu queria muito era casar com ela!

 

“E-eu não quero incomodar.”

 

“Você nunca incomoda, querido”, mamãe sorriu e apertou as bochechas vermelhas do Baekhyun, que ficou mais envergonhado ainda. “Parece que eu senti que você estava vindo, porque comprei duas caixas de morangos. Vou fazer uma torta bem gostosa para você. Mas só se você ficar”, sorriu chantagista.

 

“Tudo bem... Mas amanhã vou ter que ir embora depois do café, prometi que ia acompanhar a vovó nas comprar do mês, e não posso deixar o Sehun sozinho, quando ele chegar amanhã cedo lá em casa.”

 

“Combinado.”

 

 

 

 

 

Nem preciso dizer que aquela tarde foi uma bosta, né?

 

Baekhyun me ignorou o tempo todo. Sabem o que é a tarde inteira? É o tempo que eu não aguento ficar sem falar com o Baekhyun! Mas ele fez questão de me ignorar bonito. Ficou jogando com o Myung sem sequer notar minha existência. Eu fiz de tudo para tentar me aproximar dele, mas só recebia respostas curtas e olhares desviados. E eu até fui na cozinha choramingar em cima da mamãe. Mas ela me disse que eu tinha que ser delicado, e esperar o momento certo para falar com ele, já que ele estava nervoso e envergonhado.

 

Acontece que esse momento certo nunca chegava. Papai chegou, nós jantamos, comemos a torta maravilhosa da mamãe, vimos um filme que o Myung insistiu em ver, eu dormi, acordei, e nada.

 

O filme ainda estava rodando na televisão. Papai e mamãe já tinham ido para o quarto dormir, e eu já estava quase babando de novo, mas parece que pela primeira vez o Myung fez alguma coisa que preste. Sim, eu sei que é um milagre, mas acontece de vez em quando. E quando eu olhei rapidamente para ele para me torturar mais uma vez, já que ele estava deitado nas pernas do Baekhyun, percebi que ele se rendeu muito antes de mim, e já estava no quinto sono.

 

Quase pulei de alegria naquela hora. Finalmente, o momento certo chegou e ele parecia brilhar em neon em cima da cabeça do Baekhyun, que olhava o filme sem real interesse. Me aproximei devagarinho, e me permiti admirar o rosto de perfil dele só mais um pouquinho antes de me pronunciar.

 

“É melhor a gente ir dormir”, atrai sua atenção, e ele pela primeira vez manteve seu olhar no meu. E eu tive que me segurar muito para não atacar ele ali naquela hora, quando o rosto dele estava tão perto do meu. “Esse filme é chato e o Myung já dormiu”, expliquei, antes que ele tentasse contestar.

 

“Ah... Pode ser”, sorri contente com a sua resposta, e me levantei rapidamente.

 

Peguei o Myung do seu colo com cuidado para ele não acordar de novo, e sussurrei para que o Baekhyun desligasse a televisão. Subimos juntos as escadas, deixei o pestinha no seu quarto e logo fui para o meu.

 

Olhei do Baekhyun para a cama e sorri largo. Eu iria dormir abraçadinho com ele. Ele não ia me escapar dessa vez.

 

“Er... Chanyeol, você vai ter que me emprestar umas roupas, sabe? Eu não trouxe nada.”

 

“Ah claro, sem problemas”, disse empolgado, indo até meu roupeiro, olhando com cuidado as roupas, tentando escolher uma que deixasse ele ainda mais fofo do que era. “Você quer ir tomando banho?”, perguntei de repente, queria mesmo que eu tivesse mais tempo para escolher o que ficaria bom.

 

“Ah sim, posso ir?”

 

“Claro, depois eu levo lá as roupas. Você quer uma cueca também? Não sei se eu tenho alguma que eu nunca tenha usado...”, cocei a cabeça um pouco envergonhado.

 

“Não, tá tudo bem. Eu tomei banho de manhã, então minha cueca ainda tá limpa”, riu meio sem graça. “Vou indo lá então.”

 

Confirmei com a cabeça, e ele saiu do quarto. Voltei a minha atenção ao roupeiro, e depois de muito procurar eu achei meu casaco quentinho do rillakuma, que eu usava para dormir em noites frias como essa. Já podia imaginar o quão grande ele ficaria no baixinho, já que até em mim ele ficava um pouco largo. E separei um short bem larguinho, e uma calça moletom. Não sabia qual dos dois ele queria usar, então achei melhor ele decidir. Aproveitei também para trocar de roupa, já que eu já tinha tomado banho enquanto ele estava me ignorando com o Myung. E optei pela minha tão adorada dupla moletom, que  consistia em um casaco moletom e uma calça moletom.

 

Sai do quarto com as roupas nas mãos, e bati na porta do banheiro.

 

“Baekhyun posso entrar?” Perguntei baixo para não acordar ninguém da casa, e recebi uma resposta positiva.

 

Entrei no banheiro ainda ouvindo o barulho da água bater no chão. Caminhei até a bancada, e depositei as roupas ali. Olhei para frente, e pela primeira vez eu lamentei pelo banheiro ser dividido, e o vidro ser completamente escuro, não me deixando ver absolutamente nada do que acontecia do outro lado.

 

“Eu trouxe uma calça moletom e um short, e você escolhe o que quer usar, ok?”

 

“Ok, obrigado”,  respondeu desligando a água. “Chanyeol, que toalha eu uso?”

 

“Ahh, vou deixar ela aqui fora do lado das roupas”, respondi abrindo o armário de baixo da pia, e pegando uma toalha nova ali, depositando do lado das roupas. Saí do banheiro rapidamente, tendo em vista que ele já tinha acabado de tomar banho, e só faltava se secar.

 

Fiquei esperando no quarto o que pareceu ser cinco minutos, e logo um Baekhyun com o casaco gigante do rillakuma apareceu. O casaco ficou tão grande nele que eu não conseguia ver as suas mãos, e muito menos o short que ele optou por usar. Aquele casaco estava chegando até os seus joelhos.

 

“Você não preferiu a calça? Está meio frio hoje”, perguntei quando ele me entregou o moletom.

 

“Não, er... Na verdade ela não... Não deu em mim”, disse constrangido, desviando o olhar para o chão.

 

Olhei da calça para suas pernas e fiquei absolutamente chocado. Como assim meu moletom não tinha servido nele? Ele era um dos maiores que eu tinha. Mas tive as respostas para as minhas dúvidas quando ele levantou um pouco o casaco, mostrando que o short que ficava bem largo em mim, ficava quase que apertado nele.

 

Não podia acreditar que o Baekhyun tinha a bunda e a coxa tão gostosas, a ponto de minhas roupas inferiores não caberem nele. O olhei perplexo, porque vejam bem, ele era todo gostoso, e ainda ficava jogando isso na minha cara. Que afronta.

 

“Viu, quase que não deu também”, finalmente largou o casaco deixando ele cobrir de novo suas coxas, quando percebeu que eu estava quase babando nelas.

 

“Ahhh tá... Tudo bem er... Então, vou desligar a luz. Fica a vontade para escolher um lado da cama”, ele assentiu e foi em direção à cama, deitando na mesma.

 

Joguei o moletom que ele tinha me devolvido de qualquer jeito no roupeiro, e desliguei a luz, voltando para a cama. Levantei a colcha que Baekhyun já estava debaixo, e me deitei também. Fiquei um tempo olhando as costas dele, já que ele estava virado para o outro lado, e fiquei pensando nas várias formas que eu poderia usar para começar uma conversa, que talvez não pudesse terminar nos 'felizes para sempre'. Bom... pelo menos da minha parte. E quanto mais eu pensava, mais nervoso eu ficava. Vamos lá, não é todo dia que você pode começar uma conversa que podia significar o término do seu relacionamento inexistente, ainda.

 

Baekhyun...” Chamei baixinho, recebendo um resmungo de volta. “Sabe... A gente tá precisando conversar”, joguei no ar, esperando uma reação dele, que não veio.

 

Ele ficou absolutamente quieto depois que eu disse aquilo, e eu até pensei que ele tinha dormido, mas depois de um tempo ele se remexeu e virou na cama, ficando de frente para mim. E mesmo estando na outra ponta da cama, ele ainda estava muito próximo, e eu me senti totalmente nervoso com aquele olhar em cima de mim.

 

“Tudo bem”, sua voz soou baixa, e ele desviou o olhar, focando sua atenção a alguma coisa atrás de mim.

 

“Não me diga que tem um espírito atrás de mim”, comentei assustado, arregalando os olhos, com muito medo para olhar para trás, e encontrar qualquer coisa que não seja desse mundo.

 

“Claro que não, otário”, deixou aquela risada gostosa imundar o quarto e voltou a olhar para mim, que apenas sorri como um bobo, e me senti mais aliviado para conversar com ele.

 

“Não me assusta mais assim...”, comentei quando ele parou de rir. “Por que você fez aquilo ontem?” Perguntei na lata, antes que meu acesso de coragem se esvaziasse.

 

E foi a vez do Baekhyun arregalar os olhos, provavelmente surpreso pela minha rapidez por entrar naquele assunto, mas eu não podia fazer nada contra aquilo. Ou era agora ou era nunca, e era ele que sempre reclamava quando alguma pessoa enrolava para chegar logo no ponto principal da conversa.

 

“V-você ficou chateado?”, sua voz saiu baixa e falha, e eu sabia que ele estava lutando para não desviar os olhos de mim de novo. Se eu acendesse as luzes, provavelmente veria suas bochechas vermelhas. Uma graça.

 

Balancei a cabeça, tentando tirar aqueles pensamentos sobre ele, e me foquei no que eu falaria.

 

“Não chateado... Talvez magoado”, foi a minha vez de desviar o olhar, e acabei encontrando sua mão branquinha pousada na cama. Levei a minha mão até ela, começando a brincar com seus dedos, tentando me distrair com alguma coisa. “Significou alguma coisa pra você? Ou você fez aquilo só para se vingar do Kyungsoo?”

 

“Foi só para me vingar do Kyungsoo.” Eu senti meu coração se apertar com aquelas palavras, e senti minha garganta se fechar, anunciando um possível choro. E droga, eu não podia chorar ali na frente dele. “Mas... Eu...” Parei de brincar com seus dedos, e olhei para ele, com um fio de esperança nascendo em mim. “Esquece..., eu diminui as suas chances de ficar com o Kyungsoo, desculpa.”

 

“Eu não tô nem aí pro Kyungsoo”, disse irritado, empurrando a mão dele para longe, e virando de costas para ele. Não podia acreditar que depois de tanto ficar me remoendo por causa dele, ele vai lá e fala do Kyungsoo.

 

“Hey, o que foi agora? O que eu fiz?”

 

“Eu te odeio”, disse birrento, afundando meu rosto no travesseiro, esperando que ele me levasse para outra dimensão. Uma dimensão em que eu não pensasse diariamente no Baekhyun, e que meu coração não doesse tanto por ele.

 

Eu tava tão imerso no meu sofrimento, fazendo um esforço tremendo para não deixar que as lágrimas caíssem, que eu nem notei quando um peso saiu de cima do colchão. Só fui notar que o Baekhyun tinha levantado, quando senti um carinho gostoso nos meus fios, e só assim que eu tirei meu rosto do travesseiro, e vi que ele estava ajoelhado do lado da cama.

 

“O que houve? Porque você tá assim?” Perguntou calmo.

 

“Se eu soubesse o que tá acontecendo as coisas seriam bem mais fáceis. Mas eu não sei ok? Não sei porque ao invés de pensar no Kyungsoo, eu só penso em você.” Vi ele arregalar seus olhinhos mais uma vez naquela noite, e tirar a mão do meu cabelo. “Porque eu só penso se você me beijou porque queria, ou se não significou nada, e é para eu  esquecer. Eu não quero que isso aconteça, Baekhyun.”

 

Ficamos alguns minutos em silêncio, ele estava completamente em choque, e me olhava com aquela carinha perdida, provavelmente digerindo as minhas palavras. E quando eu estava pronto para desistir e mandar ele dormir logo, ele abriu a boca para falar.

 

“Er... E-e-eu...” Ele levantou do chão subitamente,  me fazendo sentar na cama assustado.

 

“Fala logo o que você tem pra falar, você está me deixando nervoso”, reclamei deixando que um bico involuntário tomasse conta dos meus lábios.

 

Mas na verdade ele continuou sem dizer nada, e em vez de palavras, ele demonstrou em ações. E eu quase tive um infarto quando ele se inclinou um pouquinho para baixo, e grudou sua boca na minha. Era a segunda vez que ele fazia isso, e era a segunda vez que eu ficava que nem um idiota tentando raciocinar direito, tentando descobrir se aquilo era realmente real. Mas os lábios finos e macios pressionando os meus era a prova mais do que necessária.

 

Levei minha mão para o seu cabelo macio, com medo de que ele se afastasse, e fechei os olhos, aproveitando ainda mais aquele selar tímido. Mas eu com certeza não vou deixá-lo fugir dessa vez, por isso me afastei um pouco, só para morder aqueles lábios gostosinhos, para que ele deixasse eu aprofundar o beijo. E parece que ele entendeu o recado, porque ele abriu a boca ainda com os olhos fechados, me dando a permissão que eu tanto queria.

 

Escorreguei minha língua para dentro de sua boca, e quando ela encontrou a língua dele, eu não consegui conter o suspiro. Ainda mais por sentir o geladinho do seu piercing de encontro com a minha língua quente. Nunca pensei que beijar alguém com piercing fosse tão bom, ou talvez a culpa fosse só do Baekhyun mesmo.

 

Senti suas mãos agarrarem meu moletom enquanto provávamos um ao outro. E nossa... Era incrível.

 

Me ajeitei rapidamente na cama sem desgrudar as nossas bocas, e levei ambas as minhas mãos para sua cintura, o puxando para perto de mim, para que ele se sentasse no meu colo e ficasse mais confortável. O que realmente não demorou a acontecer. Ele apoiou suas pernas do lado do meu quadril, se sentou nas minhas coxas, e aproveitou a posição para envolver meu pescoço com seus braços.

 

Levei de novo uma das minhas mãos aos seus cabelos, enquanto a outra o puxava mais para perto pela cintura, e busquei sedento sua língua, a chupando e lambendo, tirando um gemido manhoso do Baekhyun, que se afastou só para retomar a respiração.

 

Aproveitei esse momento de pausa para jogá-lo na cama, o que arrecadou um resmungo e uma risada gostosa, que foi logo calada com os meus lábios em cima dos dele de novo.

 

Fiquei entre suas pernas, e apoiei uma das mãos no colchão, enquanto a outra se aventurava em sua coxa branquinha, e eu não consegui conter o sorriso quando ele dobrou os joelhos, me dando mais liberdade para tocar a sua pele.

 

As coisas estavam realmente intensas, nossas línguas disputando espaço por entre as bocas, minha mão apertando sua coxa, e meus cabelos sendo puxados eram a prova disso, e eu podia afirmar com certeza, que aquilo era desejo há muito acumulado. Eu tinha necessidade de tocar nele e sentir seu gosto, tinha necessidade de fazer ele suspirar a cada vez que eu mordia seu lábio inferior, e tinha necessidade de ver seu sorriso contido quando nos afastávamos por breves segundos, para recuperar o ar.

 

E eu tinha certeza que poderia ficar assim com ele a noite toda. Claro... Isso se a porta do quarto não abrisse de repente, e se o Baekhyun não me empurrasse de cima dele quando isso aconteceu. E quando eu ouvi a voz sonolenta do Myung pedindo para dormir com a gente, eu quase cometi um suicídio ali mesmo.

 

“Não, não, não...” Choraminguei, me debatendo de bruços quando Baekhyun aceitou aquela loucura.

 

Não podia acreditar que aquele pestinha tinha destruído o nosso momento.

 

Baekhyun me empurrou um pouco pro lado, só para dar espaço para o mais novo que se acomodou nos braços dele, agarrando o moletom quentinho que ele usava e abraçando sua cintura.

 

“Boa noite Baek, Chan...” Disse sonolento, caindo no sono de novo logo em seguida.

 

Cheguei mais perto do Baekhyun também, abraçando ele por trás e deixando minha cabeça repousada em seu ombro.

 

“Não posso acreditar nisso”, sussurrei, sentindo o cheiro gostoso do sabonete que ele tinha acabado de usar.

 

“Uma hora a gente ia ter que parar mesmo”, sussurrou.

 

“Mas não ia ser agora”, lamentei. “Eu também quero carinho”, disse quando vi que ele massageava o cabelo do Myung, mas não o meu.

 

Ele soltou uma risadinha, e levou a outra mão para trás, alcançando meus cabelos e massageando os seus dedos ali, enquanto eu acariciava sua cintura.

 

Não aguentei, e deixei um suspiro deixar meus lábios e bater no seu pescoço, o deixando arrepiado. Eu adorava o fato dele ser tão sensível no pescoço, adorava deixar a pele arrepiada ali.

 

Estava quase caindo no sono com aquele carinho gostoso. Mas eu percebi que Baekhyun vira e mexe deixava de fazer carinho, e só então que eu pude notar o quão desconfortável era aquela posição.

 

“Deixa, essa posição tá ruim pra você”, disse baixinho, tirando as mãos do meu cabelo, deixando um singelo selar nela. E então fui eu quem começou a fazer um carinho nos fios escuros, ganhando um grunhido satisfeito em resposta.

 

Fiquei assim até Baekhyun cair no sono. E quando eu tive certeza que os dois estavam dormindo, eu me levantei sorrateiramente e contornei a cama. Tirei delicadamente a mão do Myung da cintura do Baekhyun, e peguei ele no colo, o tirando dali e levando até o outro lado da cama.

 

O coloquei na outra beirada, e subi com cuidado na cama de novo, deitando entre os dois.

 

Sorri satisfeito com como as coisas ficaram, mas quase tive um infarto quando Baekhyun resmungou baixinho, e se virou para o meu lado. Mas pude respirar aliviado quando eu percebi que ele ainda dormia, e só sentia falta de alguém para abraçar. E mais uma vez sorri largo quando ele abraçou minha cintura, e colocou a perna sobre mim.

 

Assim que as coisas tinham que ser.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Acordei abraçando uma coisa miúda, e sorri alegre por lembrar aos poucos que tinha dormido com o Baekhyun, apertei mais ele em meus braços, mas de repente eu senti um cheiro diferente se desprendendo dos cabelos dele, um cheiro muito mais doce e enjoativo. Torci o nariz e abri os olhos devagar. E finalmente entendi o que estava acontecendo: aquele não era o Baekhyun.

 

Empurrei o garoto mais novo para longe e reclamei por estar abraçado com ele.

 

“Hmmmm”, Myung reclamou por ser empurrado e acabou acordando.

 

Olhei para os lados tentando achar quem eu queria, mas só tinha nós dois naquele quarto.

 

“Cadê o Baek?”, olhei mais uma vez pro Myung, vendo que ele já estava completamente acordado, sentado na cama.

 

“Não sei.” Levantei e sai do quarto indo para o banheiro, sendo seguido pelo pirralho.

 

Fizemos nossa higiene pessoal a base de muitas brigas, mas finalmente saímos do banheiro e descemos as escadas procurando o garoto desaparecido. E agradeci internamente quando ouvi sua risada se misturando com a voz da mamãe e do papai na cozinha.

 

“Bom dia”, Myung entrou primeiro e abraçou todos ali, ganhando beijinhos em resposta.

 

“Bom dia”, disse sonolento indo até a mamãe e dando minha cabeça pra ela deixar um beijo ali, e depois fui até o Baek e papai que estavam sentados na mesa. “Bom dia”, disse de novo ganhando sorriso dos dois.

 

“Dormiram bem?” mamãe perguntou. “Baek me disse que o Myung foi dormir com vocês”, ela soltou uma risadinha debochada. “Couberam os três na cama?”

 

“Infelizmente”, resmunguei roubando uma torrada na mesa e colocando na boca, fazendo com que todos rissem, menos o Myung, que começou a reclamar, e começamos a brigar como de costume.

 

O café da manhã seguiu normal, com muito barulho como já era natural entre a gente. E assim que acabamos, todos fomos expulsos de lá, menos o Baekhyun, já que a mamãe disse que queria a ajuda dele, e eu arrepiei até o último fio de cabelo só de pensar que os dois iam ficar sozinhos.

 

Acontece que mamãe adora me envergonhar quando tem a oportunidade, e eu estava morrendo de medo dela contar para ele o que eu deixei escapar sem querer uma vez no jantar. Inclusive ela já tentou falar isso com ele, naquela vez que eu tava na casa do Baekhyun, e estava falando com ela no telefone. A minha sorte foi que eu consegui enrolar ele, e ele acabou deixando de lado.

 

Mas agora que os dois estão sozinhos eu não terei a mesma sorte.

 

Maldita hora que o Myung começou a falar o quanto o Baekhyun era legal e bonito, e de como ele queria namorar com ele quando crescesse. Acontece que eu não estava gostando nada daquela conversa, e acabei soltando um: “Se o Baekhyun for namorar, esse alguém vai ser eu.”

 

E a partir daí, mamãe sempre ficava me perguntando se eu já tinha falado pro Baekhyun o quanto possessivo eu sou, por só querer que ele namore comigo.

 

E aqui estou eu, sentado no sofá, mas olhando que nem louco para a porta da cozinha, como se fosse sair um dragão dali a alguns segundos. Mas foi muito pior do que isso. Quem saiu dali foi mamãe e Baekhyun, que riam baixinho como se estivessem escondendo alguma coisa, e pior que eles passaram direto pela gente, indo para as escadas.

 

“Para onde vocês vão?” perguntei preocupado, seguindo eles pelo olhar.

 

“Vamos pegar uma coisa rapidinho”, mamãe que respondeu enquanto subia as escadas.

 

Fiquei esperando eles no sofá enquanto roía minhas poucas unhas de nervoso. Eu sabia que ela estava aprontando alguma coisa, e quando eles voltaram para a sala com um monte de álbuns nas mãos, eu sabia que eu estava ferrado.

 

“NÃO”, gritei desesperado, me jogando no chão, fazendo todos rirem. “Você não vai fazer isso comigo, mãe.” Lamentei, fingindo a melhor voz de choro que eu tinha.

 

“Para de frescura, Chanyeol”, ela disse enquanto sentava no sofá junto com Baekhyun.

 

“Ebaaa”, Myung comemorou feliz.

 

A verdade era que eu fui uma criança horrível, e eu tinha pavor daquelas fotos, e todos sabiam disso. Mas em contrapartida, o Myung sempre foi um bebê e uma criança linda e fofa, que atraía o olhar de todos.

 

“Qual vamos ver primeiro?” mamãe perguntou risonha.

 

“O meu”, Myung se pronunciou animado, indo para o lado do Baekhyun, que estava sentado no sofá entre ele e a mamãe.

 

Me arrastei pelo chão até estar entre as pernas dele, onde estava apoiado o álbum.

 

Os álbuns do Myung foram vistos a base de muitos elogios e histórias, e eu até aparecia em uma foto ou outra. Mas naquela época eu já era mais velho, então não era tão diferente de agora.

 

Mas quando chegou na vez dos meus álbuns de criança, eu quase tive um infarto. Antes mesmo de Baekhyun abrir o álbum, eu já enfiei minha cabeça nas coxas dele, não querendo ver sua reação ao ver minhas vergonhosas fotos. E eu juro que fiz aquilo na inocência, mas quando eu senti a pele macia na minha bochecha, eu tive que me segurar muito pra não morder aquela coxa branquinha.

 

“Você era um bebê fofo, Chanyeol, porque está assim?” ele disse rindo, provavelmente vendo as primeiras páginas ainda.

 

“Só piora depois”, Myung fez questão de dizer, rindo que nem um idiota.

 

E eu soube que eles tinham chegado na pior fase da minha infância quando todos eles ficaram em silêncio de repente, que foi quebrado pela voz do Baekhyun.

 

“Isso é um furão?”, perguntou, e logo todos caíram na risada.

 

Eles ficaram rindo por muito tempo, enquanto Myung me zoava, e mamãe contava a história do furão para Baekhyun. Esse que ria baixinho, e fazia um carinho nos meus fios para me acalmar, já que eu estava quase chorando em seu colo.

 

Eu odiava aquela época. Não sei como a mamãe deixou eu comer tanto e ter animais esquisitos. E minhas orelhas enormes e meus óculos não ajudavam em nada, só pioravam.

 

“Não é tão ruim assim, Chanyeol”, Baekhyun comentou, ainda tentando me consolar. “Pensa pelo lado positivo, agora você é bonito.”

 

Levantei a cabeça de seu colo, e o olhei surpreso pelas palavras que saíram tão naturalmente de seus lábios. E quando eu encontrei seu olhar, ele finalmente pareceu perceber o que tinha dito, e suas bochechas foram ganhando uma coloração avermelhada aos poucos, me fazendo achar aquela cena muito mais que adorável.

 

E é claro que eu não pude desperdiçar aquele momento, e não demorei para virar para Myung que estava sentado do lado dele, com uma cara emburrada.

 

“Hahaha, ele disse que eu sou bonito, se ferrou pirralho”, dei língua para ele, o fazendo cruzar os braços mais emburrado ainda.

 

Sorri largo com a minha vitória, e voltei a olhar para o Baekhyun, que estava com a cara enfiada no álbum, tentando esconder inutilmente seu rosto envergonhado, e eu apenas ri, seguido da mamãe.

 

Não preciso nem falar que eu fiquei olhando para ele com uma cara toda bobinha, com um sorriso enorme na cara, enquanto meu coração dava uns solavancos loucos toda vez que ele desviava o olhar do álbum para mim, né?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Depois de ver os álbuns, Baekhyun teve que ir embora porque Sehun tinha ligado dizendo que já estava voltando para casa. Tsc, sempre ele. E eu nem consegui ficar sozinho com o baixinho depois daquilo para me despedir direito, porque Myung ficou seguindo a gente para todo o lugar da casa, e papai fez questão de levar ele em casa. Só me ferro nessa vida.

 

Mas agora eu estava empenhado em pôr a segunda parte do conselho da mamãe em prática, para assim poder tentar alguma coisa com o Baekhyun, e finalmente ter ele por inteiro. E para isso eu precisava esclarecer algumas coisas com o Kyungsoo.

 

E minha ansiedade não ajudava em nada nesses momentos, e eu não me importei de ligar para ele assim que Baekhyun saiu da minha casa. E vocês que achavam que eu não tinha o número dele estão muitos enganados, viu? Eu sou um bom stalker no final das contas, e antes mesmo de eu começar a falar com eles eu já tinha o número dele.

 

Também já tinha visitado um bocado de vezes as redes sociais dele, mesmo que depois eu tenha ficado um pouco viciado em stalkear as redes sociais do Baekhyun, e me divertia a cada selfie que ele postava, e provavelmente eu deva ter print de todas no meu celular. Só talvez mesmo.

 

É... Eu deveria ter percebido nessa época os meus verdadeiros sentimentos.

 

“Alô”, ouvi a voz do Kyungsoo dizer. “Quem é?”

 

“Oi, Kyungsoo, é o Chanyeol.”

 

“Ah... Você. Aconteceu alguma coisa?”

 

“Na verdade eu precisava muito falar com você, tipo agora.”

 

“Estou ouvindo.”

 

“É... na verdade eu queria falar pessoalmente. Será que a gente pode se encontrar agora?”

 

Ele ficou um tempo em silêncio, e eu até podia ouvir seus pensamentos, que provavelmente estavam dizendo: “esse garoto está louco”. Mas não é como se eu não estivesse acostumado, Kyungsoo mesmo sendo um amorzinho com o Baekhyun, nunca foi assim comigo. E talvez eu tenha criado alguma expectativa sobre desvendar ele, uma curiosidade sobre sua personalidade afastada, mas gentil. Mas eu nunca consegui realmente fazê-lo ser gentil comigo. Trocamos algumas palavras, e ele até foi legal dividindo alguns conhecimentos comigo. Mas sei lá... Eu percebi que ele não era tudo aquilo que eu pensava, ele não era o típico personagem excluído de mangá, que quando você conversa, você descobre que ele é um super herói.

 

Na verdade, ele era apenas o Kyungsoo. O garoto que gostava de ficar no mundo dele, e que era gentil com os amigos, e só... Não era aquela pessoa incrível que eu estava procurando. E por incrível que pareça, eu fui achar essa pessoa justo no amigo dele. Que eu achava super arrogante e mal educado no começo, e até tive receio de me aproximar dele para pedir ajuda, na verdade. Mas eu com certeza nunca vou me arrepender de ter feito isso, e descoberto que por trás de todos os pré conceitos que eu e as pessoas criávamos, o Baekhyun era aquela pessoa, aquela pessoa que você olha e só falta brilhar.

 

Talvez eu seja meio suspeito para falar essas coisas, de qualquer maneira.

 

“Hm... se for tão importante assim eu posso fazer um esforço”, ele finalmente respondeu. “Me passa seu endereço por mensagem que eu chego aí daqui a pouco.”

 

E realmente não demorou muito para ele chegar, quando eu menos esperava ele já estava batendo na minha porta.

 

Myung correu animado para ela quando ouviu alguém bater, provavelmente pensando que Baekhyun tinha voltado, mas se escondeu atrás das minhas pernas quando viu que na verdade não era ele, e sim outro baixinho.

 

“Quem é esse Chan?”, perguntou, como se Kyungsoo não estivesse parado ali ouvindo tudo.

 

“É um amigo do Baek”, sorri para Kyungsoo, dando espaço para ele entrar.

 

“Você é amigo do Baek hyung?” Myung perguntou um pouco mais animado, saindo de trás das minhas pernas.

 

Kyungsoo tirou os sapatos e sorriu para meu irmão, confirmando com a cabeça.

 

“Parece que o Baekhyun tem vindo muito aqui”, sorriu doce.

 

“O Baek é meu melhor amigo, um dia vou casar com ele.” Myung disse inocente, todo orgulhoso de sua fala, me obrigando a fazer uma cara de poucos amigos, e o Kyungsoo rir.

 

“Então parece que vamos ter uma guerra dos Parks”, ele sorriu divertido, olhando para mim. “O que você queria falar comigo? Eu tenho que terminar um trabalho ainda hoje.”

 

“Eu não vou demorar, vem pro meu quarto”, pedi, e deixei Myung para trás, guiando o mais baixo até meu quarto.

 

Entramos no cômodo e nos acomodamos na cama, e o mais baixo ficou me encarando, esperando que eu começasse a falar. Mas quando eu senti aqueles olhos em cima de mim, a ficha pareceu finalmente cair.

 

Eu estava prestes a dizer a ele que já tive um crush nele. Como eu iria fazer aquilo?

 

“Er...” cocei a cabeça, tentando pensar em uma forma de dizer aquilo sem que parecesse tão estranho. “Baekhyun te contou alguma coisa?”

 

“Sobre você e ele?”

 

“Sobre eu e você, na verdade.” Ele me olhou curioso, sem entender nada e eu suspirei, pelo visto Baekhyun manteve sua promessa de não contar nada.

 

“Eu não sei como falar isso, mas... Não tem jeito, vou te contar o que realmente aconteceu. Eu me aproximei do Baekhyun porque meu objetivo desde o começo foi conquistar você.” Ele arregalou os olhos, surpreso, mas logo riu baixinho.

 

“Então foi por isso... Eu sabia que tinha uma coisa que não se encaixava”, foi a minha vez de olhar surpreso para ele. “Você acha que eu não sabia o quanto que vocês estavam juntos ultimamente? Vocês são muito óbvios, todo o campus já falava disso, as pessoas mais curiosas vinham perguntar para mim se vocês estavam tendo alguma coisa. Vocês andavam juntos para cima e para baixo, sempre com sorrisos bobos no rosto. Não conseguiam nem disfarçar, eu até tentei tirar alguma coisa do Baekhyun, falando que ele gostava do Sehun para ver se ele se irritava, e falava que na verdade era de você que ele gostava. Mas vocês são dois idiotas e nem mesmo sabiam o óbvio.” Suspirou. “Eu só não sabia como vocês tinham se aproximado tão de repente. Mas agora tudo faz sentido, você gostava de mim e pediu ajuda a ele, mas acabou que se apaixonou por ele. Ahh, dá um bom livro isso”, sorriu gentil e eu olhei embasbacado para ele.

 

“Você sabia esse tempo todo?”, perguntei surpreso demais. Eu jurava que eu e Baekhyun éramos os mais discretos possíveis quando o assunto se tratava de esconder a nossa amizade do Kyungsoo.

 

“Sim, por isso que eu me afastei de vocês nessas duas últimas semanas. Na verdade foi uma ideia do Jongin. Bom... vindo dele eu deveria saber que não daria certo”, ele sorriu radiante quando mencionou o garoto, e ali eu soube como ele descobriu. Será que eu sorria assim para o Baekhyun também? “Ele me perguntou no dia seguinte do cinema se eu via alguma coisa entre vocês, e foi aí que a gente conversou e ele deu essa ideia de eu me afastar e deixar vocês dois um tempo sozinhos, para ver se assim vocês se tocavam. E como eu estava voltando a namorar com ele, eu não achei tão ruim assim perder alguns almoços para recuperar o tempo perdido...”

 

“Espera... Vocês namoravam antes?” perguntei curioso.

 

“Sim, Baekhyun não te contou?”, olhou surpreso para mim, mas logo deu um sorriso. “Ahhhh, claro que não, ele ainda acha que você gosta de mim.”

 

Arregalei os olhos, surpreso, porque eu nunca tinha pensado naquilo. Eu sempre reclamava com ele que ele não era carinhoso comigo e essas coisas, mas eu nunca parei para pensar que para ele, eu ainda gostava do Kyungsoo. Por isso que no dia anterior ele disse que só tinha me beijado por vingança, e quando ia falar mais alguma coisa, ele parou e quis deixar para lá. Tudo fazia sentido agora.

 

“Espero que você tenha contado para ele que não gosta mais de mim.”

 

“É... Eu meio que contei para ele ontem, e é por isso que eu te chamei para conversar. Eu não ia conseguir seguir em frente sem te contar isso. Estava entalado aqui há muito tempo. Me desculpa por te irritar todos os almoços por nada.” Ele riu mais uma vez.

 

“Tudo bem, Chanyeol, você deve achar que eu te odeio, mas não é bem assim. Tudo bem que você me irrita um pouco, mas você é um cara legal, e mesmo que eu não te conheça muito para afirmar isso, o sorriso estampado no rosto do meu amigo quando ele te vê já é a prova suficiente para mim. Eu só quero que vocês sejam felizes. Principalmente ele, que sofreu tanto na infância... E se eu souber que você magoou o meu amigo, uma vez sequer, pode se considerar um homem morto”, sorriu no final, e eu soube ali porque Baekhyun tem tanto medo de ver ele irritado, porque ali eu também tremi na base.

 

“Eu vou fazer o possível e o impossível.”

 

“Acho bom mesmo.”

 

“Obrigado, Kyungsoo, eu me sinto muito melhor agora”, disse sincero, porque aquilo era verdade. Tirar aquele peso do segredo de mim e do Baekhyun também era um alívio e tanto. Agora que tudo estava esclarecido, eu estava mais do que pronto para seguir as coisas com o Baekhyun.

 

“Espero que tudo dê certo para vocês.”

 

 

 


Notas Finais


Hoje temos muitos links pessoas kkk

Pra quem não sabe esse é o Ezreal, ele é o personagem preferido do baek no LOL > http://ddragon.leagueoflegends.com/cdn/img/champion/splash/Ezreal_1.jpg
Video dos gatos com os pepinos (pf vejam isso é mt engraçado kkkk) > https://www.youtube.com/watch?v=TEqlOISJ4n8
Roupa que o Baek ta usando > https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/1f/0e/e9/1f0ee9f4ce506ab19ea88f85a5973fc5.jpg
Moletom do rilakkuma (agr imaginem o baek usando isso, amem) > https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/564x/70/22/fa/7022fac4c415debee6434af161fb208e.jpg
Chan baby > https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/564x/27/e7/4f/27e74fcdf9dbaa6a57fdd7f70bc11548.jpg
Chan baby 2 (com o furão) > https://windaalam.files.wordpress.com/2012/08/tumblr_mdocqdpqss1re8mwho1_1280.jpg

Ufaaaa meu deus, qnt link kkkkkkkkkk
Enfim... eai?! oq vcs acharam desse Chan todo dramatico, ciumento e carente?! kkkkk Eu me divirto mto com ele serio kkkk
E finalmente temos o beijo beijo, que lindo esses dois, agora vai heim kkkk
E ainda temos mais um pouco do nosso Kyung dando total apoio ao nosso casal estrelinha

Ahhh... queria falar mais um pouco aqui, mas depois desses links isso aqui vai ficar gigante kkkkk então a gente conversa mais nos comentários ^^ Espero que tenham gostado
~XOXO


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