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História Walk On. - Metamorfose.


Escrita por: snowindelicada

Notas do Autor


Olá! Gente, eu estive muito desanimada para escrever esse cap. Foi um desafio mt grande. Não pelo que está rondando a Laura, etc, mas por desanimo. (Claro que aquela notícia - cês sabem - me deixou mais desmotivada ainda.) Mas.. Isso é uma fic, certo? Certo. Eu a continuarei do meu jeito, a vida real das atrizes não está no meu poder, no nosso. Que todas elas, eles, o elenco todo, sejam felizes. Eu os amo muito! :) PONTO.
Como disse, não havia conseguido desenvolver o cap como eu adoraria, sobre as partes do Poker, eu adaptei o capítulo usando coisas que li em um livro.

E.. Uaaaaaaaaaaaaau! Taylor esteve no show da BEY! OMG! Eu nunca estive tão realizada em toda a minha vida. Hauhaua, para alguns pode parecer bobeira, mas os que me conhecem sabem o quanto eu os enchi com ''Imagine a Taylor no show da Bey?'' TCHARAAM! ( Acreditem ou não, eu havia escrito metade do capítulo com a ideia do show. CHOREI, e não foi pouco. hauahauha.)
É isso, gente.. Huahauah, e ah, capítulo ENORME. :x So SORRY.

Não corrigi tudo, perdoem os erros.

Capítulo 14 - Metamorfose.


Terminado o café da manhã na companhia de Laura, Taylor moveu-se para o seu apartamento. Seus pensamentos estavam muito confusos, desorganizados, por diante. Aos seus olhos Laura Prepon agia como se estivesse atuando, e o pior é que ela fazia aquilo tão bem. Recorrendo aos ouvidos de Eloise, Taylor se abriu profundamente. As duas chegaram à conclusão de que algo estava acontecendo para Laura resolver ser afetiva assim, do nada.  Ao mesmo tempo em que isso confortava Taylor, a magoava.. Tudo na mesma proporção. Olhando o lado bom da noite passada, Taylor não se importou, sinceramente, não. Se fosse para Laura continuar com aquilo, seja lá o que fosse, Taylor aguentaria, desde que não brigassem mais. Embora isso fosse impossível. Antes de sair do apartamento de Prepon, as duas ligaram para Natasha, a atriz adorou o convite para irem à Vegas, contudo, ela precisou verificar seus compromissos, deixando o convite em aberto. No outro caso, vovó Lucia achou o maior barato. Ela nunca se imaginou em Las Vegas, ainda mais com Taylor e Laura. Porém, a alegria em saber que o convite era feito pelas duas a convenceu. A avó de Taylor se conteve para não fazer perguntas pessoais as duas, pelo menos não por telefone. Lucia decidiu que quem a pegaria no aeroporto seria Prepon, fato que fez Eloise rir ao escutar Schilling detalhar a fala da avó.

No aeroporto, Laura aguardava o desembarque de Lucia em uma área VIP. Ela não estava com a menor condição de parar para fotos com os fãs. A cabeça estava fora do lugar, o humor havia mudado, tornou-se azeda. Tirando o livro da nova dianética da bolsa, ela sentou-se e ignorou o celular de um adolescente apontado para a sua direção. A noite calma e singela que tivera com Taylor, esvaiu. Ambas precisavam de um momento de tranquilidade, e tiveram. Fora ótimo, mas Laura sentia que a loira estava fatigada com algo. Entretanto, não deixou de tratá-la bem. Nervosa, Laura dobrou a página do livro, soltando um pequeno palavrão. O que estava acontecendo? Sentia-se pirada. Taylor era tão inevitável quanto Piper Chapman. Laura fora instruída a manter uma distância segura de Schilling, mas, entrando em cena, o seu coração não lhe obedecia, agia perante os encantos de Taylor.

Seus pensamentos foram interrompidos com a chegada de Lucia Taylor, ela apresentava-se toda sorridente, já escancarando os braços para um abraço. Laura a abraçou, recuperando-se dos devaneios.

– Você está tão bonita. – a mais velha soltou o primeiro elogio.

– Não mais do que a vovó Lucy! – Sendo mais alta, Laura passou uma mão por cima do braço de Lucia, segurando a alça de sua mala. – O voo foi tranquilo?

– Tão tranquilo quanto o sono de um bebê!

As duas chegaram ao carro de Laura no estacionamento. A atriz deu suporte a bisa de Violet, ajustando o banco para que ela ficasse bem confortável.

– E vocês, como estão?

Laura pensou em uma resposta rápida, porém, Lucia completou:

– Taylor e você, querida, Taylor e você. Como estão?

– Estamos bem. – Ela precisou olhá-la, desviando os olhos da direção. – Aos poucos nós nos ajeitamos.

– E Violet? Lali, sua babá, tem me enviado vídeos dela. Sinto tantas saudades. – Lucia sentiu que não devesse se intrometer na vida pessoal das duas atrizes, por isso vagou por outro assunto. – Oh! Eu trouxe um presente especial para Violet. Você irá adorar.

– Disso eu tenho certeza! – Laura ficou levemente curiosa. – Ela está ótima.

– Pelas fotos, notei que ela cresceu um pouco mais. Esses bebês crescem muito rápido. Tish me relatou que Violet havia vomitado naquela amiguinha de Taylor. – Olhou Laura por cima dos óculos. – Como é mesmo o nome?

– Caitlin. – Seus dedos apertaram o volante. Apesar de querer matar Taylor, adorou saber da obra de arte da herdeira na tal de Caitlin.

– É nessa mocinha mesmo. Querida, me perdoe por dizer isso, mas eu não fui com a cara dela. Nunca me fez nada.

Laura deu uma risada. Ela compartilhava do mesmo pensamento, no entanto escolheu ser sábia, não falar demais.

– Taylor parece gostar dela.

– Taylor é uma barata tonta. – Ela fez a outra rir até ficar corada. – Mas eu a amo. Como será que ela está fisicamente?

– Bem. Eu diria..

– Eu só terei certeza após olhá-la nos olhos. Aqueles olhinhos bonitos não me escondem nada.

– Ela olha como Violet. – Era um lamento bom.

– O bebê tem uma mistura de vocês duas.

– Espero que ela não seja tão confusa quanto a nós, Taylor e eu.

– Ora! São confusas porque querem. O casamento é como uma plantinha, querida. – Bem humorada, ela desafiava o jeito intimidador de Prepon. – Tem que saber regar para poder vingar.

– Eu concordo. – Laura reduziu a velocidade para fazer o retorno. – Taylor e eu nos precipitamos em muitas coisas.

– Sinto que vocês precisam conversar para saberem o que querem.

– Nós não conseguimos. A nossa química cega a nossa razão. Quando estamos muito perto.. Eu sei la. Dá para entender?

– É a falta de um bom diálogo, meu doce. Quer uma força?

Prepon levou-se a sorrir.

– É muito generoso de tua parte, vovó. – Ela passou os dedos por sua testa, como querendo analisar as ruguinhas provocadas pelas sobrancelhas franzidas. Tentando relaxar os músculos do rosto, ela considerou a pergunta, aproveitando para inquirir-se também. O que queria com Taylor? Era uma pergunta repleta de confusão. Ao mesmo tempo em que sentia a necessidade de tê-la por perto, queria-a o mais longe possível, pois isso a faria amadurecer um pouco mais. Vovó Lucia deixou-a livre do nome de Taylor, pelo menos até chegarem ao apartamento.

– Vejamos aqui. – Lucia fez com que Violet ficasse em pé em seu colo, naturalmente, o bebê se interessou por seus óculos, apresentando um sorriso sincero. – Vocês estão fazendo um ótimo trabalho com essa preciosidade.

Laura deu risada.

– Agora olhem para cá, tirarei uma foto das duas. – Prepon balançou as mãos para os dois lados, querendo fisgar os olhinhos de Violet. A menina a olhou, bocejando. – Ela saiu bocejando. – Suspirou, tentando pela segunda vez, para a sua satisfação deu certo.

– Abra o presente dela, querida.

– Pensei nisso. – Laura animou-se, passando para o colo uma caixa retangular cheia de fitas rosadas. Ela as desuniu com calma, e ao terminar, notou que se tratava de vestidinho no estilo marinheiro nas cores branca e azul. – É tão lindo, vovó. – Laura colocou a caixa no chão, segurando somente a peça. De dentro dela caiu uma fotografia.

– Era de Taylor.

 – Uau! – brincou ela, tentando não demonstrar sua perturbação. – Creio que essa garotinha na fotografia também se trata de Taylor. – Ela ficou a olhá-la. Taylor estava sentada em um jardim com o rosto lavado por lágrimas, trajando o vestido que se encontrava nas pernas de Laura. O cabelo dela estava repartido e preso com dois laços. Ela era uma criança tão maravilhosa.

– Taylor sempre odiou tirar fotos! – Lucia sentou Violet no sofá, sem se descuidar. – Era um desafio enorme convencê-la a ser boazinha e sorrir.

– Eu tive uma ideia. – Laura soltou tudo dentro da caixinha. – Levarei Violet para fazer um ensaio fotográfico quando nós voltarmos de Las Vegas.

– Boa tarde.

Jodi havia chegado de algum lugar, Laura ficou curiosa para sabe onde diabos ela havia se metido. Ela começou a conversar com Lucia, deixando-a esperar. Desistiu de querer saber.

– Las Vegas? Eu juro que estou surpresa.

– Eu contaria a você, mas quando acordei não a vi aqui. – respondeu Laura, observando os raios de sol que se refletiam nas paredes da sala. – Está convidada.

– Nah! – Devagar, Jodi procurou um lugar para repousar. – Dessa vez eu passo.

– Ótimo, levarei Lali. Você cuida da garota.

Jodi fez uma cara de ofendida, no fim, sorriu.

– Falando na criança, hoje ela nadou em dupla com um garotinho.

– Como assim? – Mesmo sem saber da história, Laura já se encontrava toda sorridente. Enquanto Jodi não contava, ela encontrou os olhinhos de Violet no rosto de Lucia. A matriarca se desfazia em ternura para com ela.

– Emmanuel, esse é o nome do novo companheiro de Violet nas aulas de natação.

– Violet precisava de um par para a atividade dos bracinhos na água. – Lali explicou assim que aproximou-se da sala. – Encontramos Emmanuel. Depois verifique as fotos que tiramos no celular de Viv. – Ela esperou Lucia se despedir da menina, antes de tirá-la do sofá.

– Vamos com calma com Emmanuel, ok? – Laura segurou no pezinho dela, fazendo-a soltar uma gargalhada. – Ok, Violet?

 Viv olhou Lali.

– Ele é adorável. É o primeiro amigo dela, Laura.

– Bem, de qualquer forma eu estarei de olho. – Brincou. – Bom banho, Violet.

Lali deixou-as, em seguida.

Laura foi até o quarto para apanhar o seu celular e o de Violet. No minuto seguinte ela já estava de volta à sala com os aparelhos. Taylor havia mandado algumas mensagens perguntando por Lucia. Prepon foi respondendo aos poucos, alheia à conversa das outras duas. Fiscalizando o celular de Violet, ela encontrou muitas fotos, a maioria era tirada por Lali. A babá levava jeito, a menina ficava quietinha e linda demais, nas imagens. Laura deu o seu melhor sorriso ao se deparar com os vídeos de Violet na aula de natação. Sendo segurada por Jodi, a pequena mostrava-se confiável a ponto de sorrir. Perdida no seu orgulho maternal, ela aproveitou para buscar as imagens de Emmanuel.

O garotinho era o dobro de Violet. A julgar pelas fotos Laura diria que ele tinha em torno de dez meses. Emmanuel tinha os olhos esverdeados, bochechas enormes, cabelinho crespo e mãozinhas admiráveis. Aquele excesso de gostosura encantava qualquer um.

‘’Natasha disse alguma coisa?’’

Prepon olhou para a mensagem de Taylor.

‘’Não! Veja isso..’’ – Laura a enviou duas imagens.

‘’Whoa! Quem é esse garotão?’’

‘’Viv’s boyfriend.. LOL.’’

Ela deu uma risada rouca ao ler a resposta.

"Namorado? Ela nem completou 48 anos, Laura. O garoto combina mais comigo."

"Sinto que Violet lhe deixará de cabelos brancos."

"Ha ha ha. Funny." – a mensagem foi emendada à outra. – "Muito bem, eu preciso sair agora. Malhar, dançar, você sabe.."

"Dançar? Desde quando?"

"De agora. Peter me convidou para uma aula gratuita. Levarei Uzo comigo."

"Parece divertido. Até mais, Schilling."

"Dê um beijo em vovó. Eu as vejo mais tarde. X."

Horas mais tarde, Taylor havia chegado ao apartamento de Laura. Na sala estava Lucia, Jodi e Lali. Taylor conversou com as três por uns quinze minutos. Lucia já estava preparada para a viagem. Havia tanto dentro daqueles olhos azuis. Taylor deixou as três sozinhas e foi até o quarto de Laura. Ela não precisou fazer cerimônia para avançar até aquele cômodo. As outras mulheres na sala estavam tranquilas com a sua presença ali. Afinal das contas, Laura e ela teriam que se dar bem, diga-se de passagem.

Abrindo a porta devagar, Schilling encontrou Laura deitada na cama, de longe parecia que ela usava as pernocas de Violet como travesseiro. Engano. Taylor riu da cena. Violet segurava um bolo de cabelos negros por entre os dedinhos gordinhos, os olhos estavam fechados, contudo, Taylor sabia que ela não estava dormindo, parecia meditar, diferente de Laura, que, adormeceu com a cabeça próxima da pequena garotinha com pijama de coelhinhos. Taylor fez um barulhinho com os lábios, e Violet abriu os olhos. A atriz sentiu um friozinho na barriga. Deus! Como aquele pequeno ser tinha tanto efeito sobre ela? Era quase maluco. Violet Lafayette explorava todo o seu lado como mãe, desde o egoísta até a ansiedade em vê-la sorrir com os olhinhos. A menina levitou o braço, espreguiçando. Laura mexeu o pescoço, passando um braço por cima da barriguinha dela, deixando-a levemente incomodada. O que Violet não entendia é que sua mãe era um ser muito protetor, até na hora do cochilo. Choramingando, ela olhou Taylor, pedindo socorro em sua linguagem de anjo.

– Ei, meu docinho. – A voz alta foi de propósito. Laura despertou e levantou a cabeça, olhando-a. – Vem aqui. – Ela pegou o bebê.

– Que horas são? – Prepon parecia desnorteada.

– Sete e meia.

– Ótimo. O nosso voo sai as dez. – Despreocupada, ela tornou a deitar. – Você leu as minhas mensagens?

– Sim. – Sentou Violet em seus joelhos. – Eu posso repeti-las.

– Dá um tempo. – Sorriu, dobrando as pernas.

– Nós iremos com um jato particular, Natasha confirmou a presença, encontraremos seus amigos na base. – Taylor respirou fundo. – Uh, é isso.

– Você sempre faz isso.

– Mm. Eu amo memorizar textos, não me culpe. – Balançou as pernas e, consequentemente, Violet. – Hola, mi amor. – Como de costume, a menina curvou os lábios em um sorriso. – Eu soube que você ganhou um amigo novo.

– Emmanuel.

– Oh. O Emmanuel. – Taylor olhou Laura. – É o primeiro amigo dela. Estou feliz.

– Tenho a impressão de que você tratará todos os garotos como "amigos" de Violet.

– Ela não irá me decepcionar e namorar antes dos 48, Laura.

Laura balançou a cabeça.

– Aos 15 ela dará um chapéu em você.

Taylor olhou aquele pingo de gente sentado em seu colo.

– Eu confio em você, bunny. Nós seremos grandes amigas, não é? – Ela abriu a boca, olhando-a, hipnotizada. – O que houve? – Um sorriso surgiu. – Ah! Você esta sorrindo? – Taylor balançou o corpinho dela. – Ah se você soubesse o quanto eu te amo, baby.

– Ela sabe.

– Eu pensei que você também não soubesse Prepon.

– E ai está você pisando no passado. – Laura levantou e acendeu as luzes do closet.

– Não estou.

Silêncio.

Um barulho chato se fez dentro do closet.

– Laura?

– Eu estou legal. – A voz dela saiu arrastada. – Derrubei a mala no meu pé.. – Ela apareceu esfregando o pé direito.

Taylor deitou Viv na cama sem desconfiar que aquilo a irritava.

– Que mala enorme.

– Louis Vuitton.

– Metida. – Ela a ajudou com a tal da mala. – Oh, Lord. O que há dentro dessa mala? Roteiros?

– Roupas. – revirou os olhos.

– Espere! Violet não irá conosco. Pra quê tantas roupas?

– Taylor, o que pesa não são as roupas, querida. – Laura respondeu com humor retorcido.

Schilling sabia, queria apenas vê-la como ela era: Sorridente, impaciente e serena.

– Oh.

As duas foram atraídas por um choro horroroso. Violet Irritada Schilling-Prepon queria que alguém a salvasse do tédio. Laura a pegou com carinho, fazendo-a se sentir melhor.

– Suspeito que isso seja fome. – Taylor apertou o pescoço, dando uma olhadinha quase inocente no decote do pijama que Laura usava.

Nada boba Prepon revidou:

– Violet acabou de tomar uma mamadeira enorme. – Como se confirmasse, a pequena soltou um arrotinho, e sorriu, estranhando. – Viu? Você só quer olhar os meus seios. – Soltou uma risada maléfica, zanzando pelo quarto, imitando passos de valsa com um bebê curioso nos braços.

Taylor perdeu a voz.

Laura cantava uma musiquinha, rodopiando devagar.

– Bem, eu não estava com isso em mente. – Sentou no tapete, olhando as duas dançarinas.

– Shh.

– Shh?

– Estou concentrada aqui na dancinha. – Ela apoiou a maçã do rosto na de Viv, sentindo a pele macia e bem quentinha.

– Violet adora isso, ela até pisca com lentidão. Acho que ela vai adormecer.

Dito e feito! A inocente acabou por adormecer com o rosto colado ao da mãe. Laura a deitou na cama.

– Levarei vovó no show da Beyoncé no hotel Wynn, aliás, este será o hotel em que nos hospedaremos.

– Você está brincando? No Wynn? Taylor! – Laura ficou um tanto surpresa. – Ainda tem um show...

– Sim. Eu achei que seria divertido. – Taylor sentou-se em um jogo de estofados, falando baixinho. – Você irá se divertir com os seus amigos, não é mesmo? Então.

– Eu a convidei para isso. Precisamos nos divertir. – Laura começou a dobrar algumas peças de roupas que estavam avulsas por todo quarto.

– Você não está se sentindo sufocada? Não me entenda mal.

– Eu estou fazendo o que sei que é o melhor.

– E...?

Ela dobrou uma calça com raiva.

– E?

– Por que você me beijou? É para que eu não conte sobre Naomi? – Ela encolheu os olhos, receosa.

– Eu a beijei porque eu devia. Foi um beijo. Nós o faremos nos sets.

– Para de ser assim, Laura. – Ela fez cara de preguiça. – Eu só queria te entender, não sei o que está acontecendo. Hoje de tarde eu dançava e montava teorias do que estava acontecendo.

Prepon sorriu.

– Você não acha que estou te usando, huh?!

– Sim.. Eu acho. Você o fez depois que eu a vi beijando outra mulher!

– Eu não usaria você. – Ela obrigou Taylor a sustentar o seu olhar.

– Diz então, o que há de errado? Não sei qual será o nosso próximo passo. Não sei se devo ficar e tentar colocar as coisas em ordem, eu não sei se me afasto e te esqueço.. Eu só sei que eu não sei.. – Ela ficou tão desesperada que ameaçou chorar.

– Fale baixo. – Angustiada, Laura conferiu para saber se Violet ainda dormia bem.

– Você não assinou aquele contrato, não é?

– Por favor, eu te peço para que esqueça esse detalhe. Você já soube demais.

– Me preocupo com você. Estamos divorciadas, mas há muito dentro de nós, podemos nos envolver com outras pessoas, mas não podemos negar que nos amamos. Eu tenho medo do desconhecido que te envolve.

– Com licença, queridas. – Lucia e Jodi entraram no quarto em um momento inapropriado. Taylor fazia uma carranca confusa, Laura dobrava as mesmas peças de roupa. – Estamos interrompendo algo?

– Oh não. – Laura mentiu, jamais seria grossa com a vovó. – Nós estávamos discutindo sobre o hotel.

– É... Sobre o hotel. – Taylor passou as duas mãos no rosto.

– Viemos ver se precisavam de ajuda com as malas.

– Está tudo arrumado, Jodi.

Ela abraçou Lucia pelos ombros.

– Sendo assim, nós voltaremos à sala.

– Sim, sim. – Lucia adorou a ideia. Não era cega, notava que as netas discutiam. – Não demorem ai.

Assim que elas se foram, Laura foi até Taylor para abraçá-la. Ela o fez com cuidado.

– Apenas relaxe.

– É quase impossível. – Empurrou-a um pouquinho, olhando-a nos mínimos detalhes. – Nós nos perdemos.. Encontramo-nos.. É desastroso.

– Eu sei. Eu sei. Só precisamos ir com calma.

– Então, você está querendo voltar a se relacionar comigo?

– Eu quero ter paz com você para poder ter comigo mesma.

Taylor a soltou, suspirando.

– Ok, Laura. Como queira. – Sorriu, dando um tapinha no ombro dela. – Espero que funcione para você.

– Funcionará para nós duas. – Ela fez um esgar, voltando à tarefa de dobrar as roupas espalhadas.

– Só me esclareça uma dúvida.. – Laura a olhou. – Você não está fazendo isso porque sua religião pediu, não é? Não é nada do tipo "Enfrente suas enfermidades, aprenda a conviver com elas..."

– Você não acredita que eu possa ter minhas próprias vontades? Nem tudo é, ou foi demandado por minha doutrina. Nem todas as minhas ações são ordem de terceiros.

– Tudo bem. – Ela não queria brigar, discutir ou tocar mais naquele assunto. Laura queria paz? Então ela teria! – Estarei na sala. – Taylor saiu sem ouvir a resposta.

 

O voo ate Las Vegas foi feito de forma sossegada. Laura brindava com os cinco amigos, Natasha entrava no meio, depois mexia com Taylor. A loira até tentou se envolver na conversa, mas os boys tinham tantos códigos ao falarem, que ela não sabia o que fazer. Laura mostrou-se atenciosa com ela e Lucia. Lucia, a que encantava o bando de rapazes. De repente todos a chamavam de vovó! Ela era toda sorrisos para eles. Laura acabou por convencendo todos a ficarem no mesmo hotel em que Taylor se hospedaria. Visto que, eles resolveriam essa questão chegando lá.

Schilling já havia estado no hotel, Laura, claro, adoraria saber mais, mas Taylor não deu mais referencias ao assunto. Ela também não havia contado a avó sobre o show. Lucia era muito rígida em se tratando de música. Beyoncé, segundo ela, fazia muito barulho com suas canções agitadas. Taylor sorria de sua implicância.

Três horas e meia depois, o jatinho arriava no aeroporto de Las Vegas. Taylor e Danny se ocuparam de alugar dois carros enquanto Laura e os demais se ajudavam com as malas. Dez minutos depois, estavam todos a caminho do hotel. Taylor dirigia ao lado de Laura, escutando-a falar com Jodi com o celular pendurado no ombro. Atrás, Natasha e Lucia checavam os principais pontos turísticos da cidade. No segundo carro estava Danny e seus irmãos, Jordan e Will, o aniversariante, Evan, e Jobby, seu irmão.

Laura ficou estupefata ao ver Taylor sacar o cartão para a estalagem na suíte presidencial, desembolsando apenas 14 mil dólares. A suíte requintada contava com mais três quartos adicionais. Taylor se recusou a ouvir os protestos, ela não era de gastar tanto dinheiro por coisas banais, no mais, sempre havia uma primeira vez.  Laura deu de ombros, ela lembrou-se de que apostaria 40 mil em uma mesa de Poker. Danny e os outros optaram por uma suíte mais trivial, eles estavam ok quanto a isso. Nada de luxo.

A suíte de aproximadamente 7.000 pés quadrados, continha três quartos acrescentais, sala de bilhar, sala de estar, que oferecia vistas panorâmicas do horizonte de Las Vegas, e por último vinha à pista de boliche. Natasha estava boquiaberta, ela soltava vários tipos de expressões, animando as demais. Taylor se ausentou para poder ajudar a avó com as malas até o quarto, Laura e Lyonne correram para a pista de boliche.

Já era bem tarde quando Taylor se juntou as outras duas, ela tão cansada que não se animou para jogar, apenas sentou-se e assistiu a diversão de Laura e Natasha.

– Vocês estão adorando, não é?

– Fazia tempos que eu não jogava boliche. – Natasha soltou, exuberante. – Isso é muita ostentação.

– Tudo pelo conforto de vocês. – Taylor tirou os sapatos, se encolhendo na poltrona. – Aproveitem.

– Você já esteve aqui, não é? – Laura virou-se para ela, passando por trás de Natasha.

– Sim, com meu primo.

– O seu ex?

Natasha não se conteve e intrometeu-se.

– Mas nossa! Taylor, você já namorou o seu primo?

– Sim para as duas perguntas. – Ela deu um sorriso cansado. Laura ficou enfrentando-a com a sobrancelha arqueada.

– E aqui está você, Tayloface, de novo.. Com um ‘’ex.’’ – As duas atrizes olharam-na. – Prepon, é sua vez. – Com o queixo ela apontou a pista piscando.

– Passo a vez. – Prepon tirou a blusa, ficando apenas de regata. Seus braços eram tão brancos que Taylor sorriu.

– Não quero me intrometer na vida pessoal de vocês.. – Natasha colocou a bola para deslizar na pista. – Mas..

– Oh Deus, lá vem ela.

– Eu só tenho dúvidas, Taylor... Droga! – Ela fez uma cara chateada ao derrubar dois pinos. – Enfim. – Esqueceu-se do jogo por um minuto. – Vocês estão juntas? Se não estiverem, me avise.. Eu tenho interesse.

– É, eu não duvido.. Você beijou Laura.

Laura cruzou os braços, surpresa.

– Você disse que ela era café com leite.

– Dafuq?! Eu sou o que? – Natasha afrontou as duas.

– Café com leite. – Repetiram.

– Vão à merda. – Ela deu uma risada, olhando a pista. – Taylor não pensava assim quando disse que queria transar comigo.

– Uh.. Oh.. Vocês.. – Laura engasgou-se com as palavras. – Nossa..

– Eu estava brincando. – Taylor bocejou.

– Mentira, Laura, ela está querendo se safar.

– Vocês iam transar? – Agora ela ficou séria, direcionando olhares avaliativos para Taylor e Natasha.

– Não.

– Sim.

– Vá à merda, Tasho.

Natasha continuou a sorrir. Fazendo uma pausa, ela apanhou o celular no bolso da calça e começou a filmá-las.

– Ela está nos filmando. – Laura avisou, deixando-se levar até a pista.

Taylor mostrou o dedo para a filmagem.

– Isso aqui é lindo demais. – Ela gravou o traseiro de Laura. – Estou me referindo à pista de boliche.

– Não poste isso, Natasha. – Com a voz aguda, Taylor deu-lhe uma ordem. Natasha deu paz as duas, e descansou ao lado de Taylor. Laura continuou jogando por mais tempo, buscando distração. Taylor achou que ela ficou tensa ao ouvir Natasha brincar.

– Vovó foi dormir?

– Sim. Ela sempre gostou de dormir cedo. – reparou no avançar das horas. O relógio marcava 03h02min.

– Para ser sincera eu também estou com sono. O que faremos amanhã?

– Eu não sei quais são os planos dos amigos de Laura. Eu não estou disposta a sair do hotel, aqui temos tudo. Cassinos, restaurantes, boates..

– Amanhã nós jogaremos Poker. – Laura disse, cansando do boliche. – Pode ser aqui no hotel, eu só preciso jogar.

– Por mim está tudo bem. Fico feliz pelo convite de vocês. – Abraçou Taylor. – É só um abraço, Prepon.

– Vá à merda.

– Vão à merda. – Rebateu. – Eu vou é dormir um pouco. – Espreguiçou-se. – Boa noite, mães. – Natasha ergueu-se e deu um abraço surpresa em Laura, a fazendo relaxar um pouco. – Me desculpem pelas brincadeiras. Agora irei mesmo. – Olhou Taylor. – Eu fico em qual quarto?

– Escolha um e tranque a porta.

– Posso ficar com o presidencial?

– Se for esse o seu desejo, sim.

Laura beliscou o braço de Natasha.

– Para a sorte de vocês, eu sou humilde demais. – As três sorriram. – Durmam bem.

– Você também, querida.

Natasha sorriu para a resposta de Schilling, antes de deixá-las a sós.

– Contou a vovó sobre o show?

– Não.. – Respondeu. – Sente aqui.

Concordou ela, rindo de modo delicado. Taylor a abraçou, deitando o rosto no ombro endurecido.

– Por que você não vem comigo?

– Ao show? – Ela balançou a cabeça. – É amanhã, certo?

– Certo. Amanhã às dez e meia da noite. Não se preocupe, não ficaremos visíveis aos olhos dos demais. Ficaremos em um camarim privado. Em outras palavras eu diria: Ninguém saberá que estaremos assistindo ao show de Beyoncé.

– Você a adora, não é?

– Por isso fiquei com a suíte. – Taylor sorriu, segurando nos longos dedos da ex-mulher. Era tão estranho aquele momento em que estavam. Qualquer deslize tudo iria para os ares. Ambas sabiam. Dessa vez, Taylor havia se preparado, desligando o celular e o deixando escondido no fundo da mala até o fim da viagem.

– Não compreendi.

– Beyoncé estará hospedada na parte privada deste andar.

– Oh, Taylor!

– Não me julgue. Nós a veremos. Pedirei um autógrafo para Vittie.

– Não disse a você que aceitei o seu convite.

Taylor expirou.

– Convidarei Natasha, porque vovó irá preferir jogar com os seus amigos a ter que ir ao show comigo. Você cuida dela. – Laura ajeitou-se, ficando com o rosto próximo ao dela.

– Não aceitei e nem recusei o seu convite. – Deixou que sua testa batesse contra a de Taylor, as duas ficaram se olhando.

– Você precisa se decidir.

– Amanhã eu lhe darei uma resposta. – Sorriu, distanciando-se. – Vamos dormir?

– Sim. – Esticou a mão para ela a puxá-la. Laura fez aquilo de modo divertido. – Eu sugiro que dormimos em quartos separados.

– Ótimo, porque eu preciso de espaço, pelo menos hoje. – As duas caminhavam abraçadas, como amigas.

– Ok, ok. – Taylor deixou-a diante de uma porta enorme. Aliás, tudo ali era gigantesco. – Durma bem, Laura.

– Você também, Taylor. – Prepon a abraçou, de novo.

Taylor não queria sair daquele abraço minúsculo, pois Laura estava tão quente que ficava difícil dar o próximo passo sem soltá-la. Desviando os braços do corpo dela, Taylor engoliu em seco. Seus olhos se encontraram e estavam provocantes, mas havia um brilho distinto dentro deles. Ambas sorriram, afastaram-se e entraram em quartos diferentes.

Xxx

 

Taylor estava enfiada dentro de uma linda banheira, reparando a movimentação dos carros lá na avenida. O dia estava bem afetuoso, de repente, Taylor não queria fazer mais nada, a não ser ficar ali e relaxar. Ela moveu os dedos até o centro das pernas, tocando-se. A porta do banheiro foi escancarada por Natasha.

– Ewwwww!

– Oh, Jesus! – Taylor muito assustada, atrapalhou-se toda, espirrando água por todo o banheiro. – Quem a convidou até aqui?

– O que é que você estava fazendo? – Natasha passou pela borda da banheira e subiu as escadinhas, sentando próxima ao chuveiro.

– Você quer que eu responda? – Perguntou com humor. – Não faça mais isso. Assustou-me.

– Me desculpe. – ela riu, olhando a outra se encolhendo toda para esconder a nudez.

– A que veio?

– Laura e vovó desceram, foram encontrar o pessoal.

– Já? Eu pensei que fossemos fazer o nosso desjejum aqui na suíte.

– Vovó queria explorar o hotel.

 Taylor deixou de esconder a nudez, levando em conta que Natasha era o tal de café com leite. Ela não a olhava com maldade, mas, sim, com gozação.

– Ela não iria querer passar o dia todo trancada aqui, entendo. – Deu uma risada enfastiada.

– Mudando de assunto, você e Laura estão...?

– Nós duas estamos em uma fase confusa. Eu te contaria outros detalhes, mas não posso. – Natasha fez uma careta duvidosa. – Ela tem me confundido. Uma hora nós brigamos, na outra... Eu sei lá! – Gesticulou.

– Vocês se separaram atoa, então.

– Não! – Protestou. – Eu acredito que Laura tomou a decisão certa, não de inicio. Eu fiz coisas que a magoaram, ela fez coisas que magoaram a mim. – Desabafou. – No entanto, parece que a separação nos uniu, é louco, não? Senão, complicado demais.

– E Lin?

Ela pesquisou por alguma resposta dentro de si.

– Lin?

– Você não está tendo um relacionamento sério com ela?

– Oh, não. Ela já disse a mim que não está a procura de algo durador, é como se fossemos duas aventureiras sexuais. – Elas sorriram. – Eu gosto dela.. Mas não a amo.

– Hoaaw! Você ama Prepon.

Taylor confirmou, chorosa.

– Passa-me a toalha. – Natasha o fez. – Obrigada.

– Vamos nos arrumar. Não pretendo ficar aqui. Você irá ao show de Beyoncé?

– Yep! A propósito, como soube do show? – Taylor enrolou-se na toalha, pronta para deixar o banheiro.

– Sua amada comentou conosco. Quer saber a resposta final dela?

– Ela irá comigo. Acha que eu não a conheço?

– Errou, amor, ela não irá. Participará de uma competição de Poker.

Os olhos de Taylor despencaram ao chão, Natasha queria contar que era mentira. Deixou passar. Ela descobriria.

– Supere, Taylor.

– Você é cruel, Lyonne. – Disse ela, expulsando-a do quarto. Taylor suspirou, sentando na cama. Entediada, ela deitou-se.

[]

– Meu Deus Laura! – Ela colocou a mão na boca. – Você permitiu que vovó tomasse tequila? Não posso acreditar. Ela tem 89 anos! Vovó! – As duas sorriam de sua cara.

– Eu não estou morta, querida.

– Sim, amor, eu sei, mas não é para ingerir bebidas alcóolicas. – Tomou-lhe as mãos entre as suas.

– Você precisa beber um pouquinho. – Lucia falava baixinho, parecendo inebriada. Taylor endoidou!

– Não, vovó. Olhe aqui, não iremos beber. Você não pode, entendeu? Porque toma remédios para o coração. Mamãe se chatearia comigo, e eu morreria se algo a acontecesse a você. 

– Eu não sabia que ela tomava.. – Laura vacilou, lembrando-se de si. – Esses remédios.

– Não é culpa sua. – Respondeu, ajudando Lucia a sentar-se no sofá da sala de estar. – Ela sempre gostou de provar essas bebidas.

– Parece que ela está altinha. – comentou, amenizando a queimação em seu peito. – Danny apegou-se a ela.

– Vocês são uns malucos. Quem bebe tequila ás.. – Conferiu as horas no relógio da sala. – 11h30min?

– Danny e Natasha.

– Olha, eu mato! Aquela doida me deixou aqui, disse que traria vovó para descansar..

– Taylor, filha, eu não sou criança. Estou sóbria e feliz por vê-las juntas. – Taylor coçou a cabeça. Laura sorriu. – Deixem o bebê em casa e vão viajar juntas, depois vocês casam de novo, e mocinha-

– Ok, vovó. – ela sentiu um impulso dentro do coração. Ele pulava como se estivesse em um trampolim. – Nós já entendemos. – Para afundar aquelas sensações, Tay deu um beijo na testa de Lucia. – Quer jogar um pouco?

– Você acha que me engana?

– Laura.. – Chamou-a. – Me ajude aqui.

Prepon estava parada como se fosse feita para tal coisa. O que ela faria? Lucia sóbria já era sincera, embriagada.. Era castigo!

– Laura, meu amor, ignore-a. Taylor está muito rabugenta. Natasha disse que nos levará ao show dos rapazinhos.

Prepon mordeu o lábio, barrando a risada.

– Ei Jesus! O que deram a minha vó? Tequila não foi.

– Talvez duas..

– Laura!

– Ou.. Três.

– Já chega! – Os olhos de Schilling se esbugalharam. – Por favor, pegue duas garrafinhas de água no frigobar.

– Um minuto.

– Lucia Taylor, eu estou muito brava com a senhora. – Taylor abaixou-se ao lado das pernas da avó. – Danny e Natasha são boêmios com a bebida.

– Não me chame de senhora, não gosto. – Deu um tapinha na cabeça dela.

– Aqui! – Laura trouxe um copo cheio de água. – Tome um pouquinho, vovó.

– Você bebeu Laura?

– Uma ou duas doses, não de tequila. – Esclarecia. – Esqueci o nome da bebida. Era fraquinha.

– Podemos descer?

– Vovó, não!

– Iremos ao show, Taylor.

– Que show é esse? – Ela perguntou diretamente à Laura.

– Você surtará, então, é melhor eu descer com vovó. Não permitirei que ela tome bebidas alcóolicas.

– Ninguém sairá daqui. Quero saber detalhes do show.

– É um show diurno de Stripers.

– Sim.. – Sorriu, exagerada. – Vocês só podem estar de gozação com a minha cara.

– Você irá conosco, Taylor. – Prosseguiu. – Será divertido.

– Minha vó em um show de Stripers! É divertido para você?

– Um pouquinho. – Laura fez uma carinha meiga. – Pare de se coçar, estou ficando com agonia.

– O hotel oferece outros tipos de entretenimentos. 

– Sim!  A Pool Party. Evan esteve lá, ele disse que está bombástico. Todas as músicas tocadas são as de Beyoncé. A grande atração de hoje.

– Eu vou matar você, Laura.

– Eu faço isso sozinha, não se preocupe. – Alisou-a no rosto. – Agora se mova. O almoço será no Calif-Striper.

– Vamos lá, vovó. – Ainda emburrada, Taylor desceu com as duas.

 

 

Taylor, Laura, Natasha e Danny foram reconhecidos por muitas pessoas. Elas pediam fotos, fotos, fotos. Os atores atenderam aos pedidos, e se mostraram divertidos, até mesmo Taylor. Lucia ainda estava fora da casinha, mas percebia o alvoroço por conta dos atores. Ganhando crédito pela fama, eles não enfrentaram a espera do lado de fora do Calif-Striper. O restaurante era muito sofisticado e bem amplo. As luzes eram baixíssimas, com o palco e as mesas iluminadas.

O almoço tailandês foi feito com muita empolgação, fotos e conversas. Evan, o aniversariante, ganhou um bolo de sobremesa das mãos de uma striper de topless. Taylor quase se engasgou com a refeição. Laura chegou a olhá-la. A striper era muito bonita, semelhando uma modelo pin-up. O impossível foi desviar os olhos daqueles belos seios. Os garotos adoraram! Tarados! Laura queria matar todos.

A mesa voltada para o palco ganhou uma apresentação privilegiada. O grande espetáculo havia dado inicio de uma forma inesperada para os garotos. Os dançarinos eram de alto nível e as coreografias impressionantes. Eles arrancaram as roupas, ficando apenas de sungas brancas, dançando ao som de músicas famosas no mundo inteiro. Eram tão lindos, malhados. Laura abriu a boca quando um deles se aproximou, brincando com ela e Taylor.

Schilling virou o rosto para o outro lado, não estava gostando daquela idiotice. Danny e os demais pensavam como ela, porém, eles faziam a maior bagunça como jovens universitários.

– Jesus! Que calor! – Laura não brincava, sua testa começou a suar. Ela virou uma taça inteira com champanhe na boca, apagando aquela coisa que nascia em seu intimo. Natasha riu, entendendo bem o que ela sentia.

– Quer que eu os chame para apagar o teu fogo? – Taylor bateu os dois cotovelos na mesa, fuzilando Laura com os olhos.

– Obrigada, querida. Não será necessário, pois eles o acenderiam de novo. – Abanou-se com as mãos.

Schilling rebateria, mas os saradões se aproximaram de novo, chamando Lucia até eles.

– Vai lá, vó! – Os homens da mesa gritaram.

– Vá por nós, vovó. – Natasha ajudou-a levantar. Taylor quase quebrou o pescoço para a aquela atitude. Onde já se viu!

– Aproveite. – Laura deu o maior apoio.

– Eu não.. Acredito.. – Schilling não sabia o que fazer, o que olhar, onde colocar as mãos. Lucia subiu ao palco toda animada. Eles a sentaram em uma cadeira real, colocando um manto sobre os seus ombros e uma coroa em sua cabeça. Todos em posição começaram a dançar em volta dela, permitindo que suas mãos os tocassem. De repente, Lucia, a avó de Taylor, virou a grande atração. Os clientes tiravam fotos dela, uns a apelidaram de ‘’Queen Elizabeth II. ’’

– Vão matar a vovó do coração. – Evan mensurou, risonho ao ver a mais velha naquela alegria toda.

– Vovô Harry estaria em desespero se a visse. – Laura cochichou no ouvido de Taylor.

– Vovô Will mataria todos vocês. – Ela afirmou com força.

– Lucia foi casada com dois?

– Não, boba. – Prepon deu risada de Natasha. – Taylor o chamava de Will. – Ela disse, se dando conta de que sabia muito a respeito daquela loira de cara emburrada ao seu lado.

– Aí vem ela. – Tay deu um salto, indo ajudar Lucia a descer do palco. – Se divertiu amor?

– Eu adorei. Eles são tão bonitos, durinhos.

–Oh, vó! – Fez cara de nojo, irradiando a risada dos demais. – Vovô Will está decepcionado.

– Vovô colecionava playboys. – Bateu no rosto dela, carinhosa. – Obrigada por me trazerem até aqui.

Todos disseram algum tipo de palavra carinhosa para ela.

O contexto do show mudou. Lindas stripers invadiram o palco, todas de topless. A leveza da apresentação era tão óbvia. Não tinha aquela sensação bruta como as dos homens. A beleza das mulheres junto com a linda coreografia e iluminação fazia a dança ser apreciada com admiração e luxuria. Taylor sorriu, acompanhando cada movimentar daqueles belíssimos corpos.

– Agora está tudo ok para você, não é? – Prepon a olhou. Bobagem! Taylor nem a escutava, estava perdidinha naquele balançar de seios em cima do palco.

– Que belos seios. – Natasha mostrou que sabia admirar as duas coisas. – Como balançam..

– Balançam muito. – Completou Taylor, hipnotizada.

– Que nojo! – Laura balançou a cabeça para o lado. Lucia sorria, aproveitando para beber um pouquinho de champanhe. Seus amigos babavam nas maravilhosas dançarinas. Duas delas serpentearam até a mesa. Danny pendurou uma nota de cem dólares em sua calcinha minúscula. Prepon puxou o ar e o prendeu.

– Oh my goodness.. – Taylor cobriu uma parte do rosto com a mão, mantendo um sorriso nos lábios ao sentir a ruiva rebolar em sua perna.

– Dê duzentos a ela, Taylor! – Will jogou duas notas de cem em seu braço.

– Vai, garota! – Jordan fez pressão.

– Go Taylor! Go Taylor! Go Taylor! Go Taylor! – Eles falavam em uníssono. Laura ficou enfurecida e bateu a mão na mesa, ela mesma apanhou as duas notas, enfiou na calcinha da striper e a empurrou para longe.

– Não volte aqui! – Sua forma ameaçadora deixou-a amedrontada.

A pobre mulher ficou sem saber onde enfiar a cara. Passado um segundo, ela recuperou-se e subiu ao palco, porém, não se aproximou das outras mesas. Taylor deu um gole em sua bebida, rindo por dentro, por fora ela fingiu que não reconhecia aquela fúria monstruosa de Laura.

Após o almoço, Lucia quis subir para descansar um pouco. Laura e Taylor subiram com ela. Natasha ficou na companhia dos garotos, junto deles ela iria fazer um tour na cidade com dois guias do hotel.

 

– Essa é a primeira vez que venho a Vegas e fico aqui, deitada no sofá da suíte presidencial, assistindo TV.. – Laura começou a dizer. Ela o fez de repente, já que perdera a habilidade de falar após o evento com a striper. – O bizarro é que eu estou adorando. Preciso de energias para às 18h30min.

– Eu não gosto de muita agitação. – Taylor esticou-se, ela fazia yoga em cima de uma das mesinhas espalhadas pela sala.

– Oh. Você adorou aquela agitação em seu colo..

– Pulando esse tipo de agitação.. – Brincou de sorrir. – As outras eu descarto.

Prepon fechou os olhos, deitando a cabeça no sofá.

– Você é idiota.

– Assumo: Eu sou idiota. – Mudou de posição, agarrando os dedos dos pés. – Você está com cólica?

– Não.. E o meu ciclo dura quatro dias. Eu pensei que você soubesse disso.

Taylor mostrou-lhe a língua.

– Então,  Natasha me contou que você não irá ao show comigo.

– Obviamente ela mentiu. Eu irei com você.

– Aw! – Ela ficou tentada a pular. – Jura?

– Não, eu não juro, mas irei ao show com você. – Sorriu. Era bom o fazer de vez em quando.

– Eu te daria um abraço, mas estou ocupada.

– Você sabe me abraçar com os olhos, Taylor. – Mal terminou de falar e Taylor o fez. O olhar dela era forte, capaz de fazer com que o seu lacrimejasse. – Pesado.

A loira riu, jogando a cabeça para trás.

– Fun.

As duas ficaram quietas. Laura prosseguiu com a cabeça encostada no apoio do sofá, olhando as notícias de Nevada atrás do noticiário local. Taylor se dobrava e desdobrava em cima da mesa, alheia. Ela usava um short curto e uma blusa enorme. Laura bocejou, corrigindo seus movimentos via pensamentos.

O celular vibrou entre suas pernas. Eram mensagens de Jodi. Ela abriu e viu imagens de Violet no Central Park. Ela estava sentada em seu carrinho segurando um mordedor com rede que continha um pedaço de mamão dentro, sujando todo o babador. Laura deu risada, beijando a cria com os olhos na tela do celular. Após, clicou em um link, onde a direcionou para um site de celebridades. Continha muitas fotos de Violet. Ao seu lado estava Uzo, Lali e Jodi. Laura entendeu o porquê de sua criança ser clicada. Não se importou, adorou vê-la bem e ao lado de pessoas maravilhosas.

– Violet foi perseguida por paparazzi.

Schilling perdeu o equilíbrio, mas conseguiu manter-se em cima da mesa.

– Perdão? – Laura apontou-lhe o celular. Obrigada a caminhar até ela, Tay ficou mais calma ao ver a menina confortavelmente feliz no colo de Uzo. Ao que parecia, elas faziam um piquenique no Central Park. Schilling foi conferindo imagem por imagem, ao todo eram oito fotos. Em uma delas, ao que parecia, o fotografo estava muito perto. A maioria deles usavam brinquedos ou objetos coloridos para atrair os olhinhos dos herdeiros das celebridades. Talvez o espertinho tenha usado a tática com Viv, que apesar de muito pequena, adorava objetos coloridos. Na imagem ela encarava a lente da câmera com o mesmo olhar de Laura. Deus! Aquilo pareceria piada aos ouvidos alheios, mas estava tudo ali, em uma imagem. Taylor teria problemas com aquela olhadinha mortal. – Ela intimida com o olhar.. Veja.

– Ela é o bebê da mamãe, querida. – Laura respondeu, tomando-lhe o celular.

– Não sei o que será de mim quando ela completar dois anos.. É aquela fase adolescente dos bebês, você sabe, eles aprendem a usar a birra como moedinhas de troco.

– Violet não terá as coisas do jeito dela, não comigo. Ela terá uma vida sem tantos luxos, nós não crescemos com essa facilidade.

– Eu preciso averiguar em qual posição de mãe estou. – Sentou-se no mesmo lugar em que esteve anteriormente. – Não conseguirei dizer ‘’não’’ com tanta facilidade, você e os outros dirão que sou uma péssima mãe, prevejo.

– Você saberá o que fazer, Taylor. Sinto que Violet me verá como um muro de ordens, e você será a estrada livre dela.

– Não creia tanto nisso. – Sorriu, leve. – Eu mal posso esperar para escutá-la dizer a primeira palavra, sentir a vibração da voz dela, eu sonho com esse dia.

Laura embarcou naquela doce figura maternal que Taylor apresentava.

– Eu também.. Eu também.

[]

Naquela noite, Taylor se aprontou com antecedência para o show. Laura conseguiu com que ela a seguisse até o cassino do hotel, assim como os outros. Schilling quase se atirou da suíte ao deparar-se com 40 mil em dinheiro vivo que Laura apostaria em uma maldita mesa de Poker. Aquilo não era muito, ela já havia apostado muito, muito mais. Pensativa, Taylor se perguntava como aquele dinheiro chegou até as mãos de Prepon. Bastou Laura olhá-la para esclarecer suas duvidas. O Money havia sido sacado no banco da cidade, pela manhã.

Prepon abriu caminho entre as pessoas que enchiam o salão, escutando sons alegóricos como o de centavos cascateando de caça-níqueis, risos de eventuais ganhadores nas mesas de aposta ou o estalido das bolinhas contornando as roletas. Os jogadores, na maioria homens, a devorava com olhos esfomeados. Seu vestido preto e a maquiagem pesada atraiam aquele tipo de reação. Ela abriu um sorriso forçado ao sentar-se à mesa com seus oponentes. Após ter sido recolhido, declarado, e depositado no cofre do local, seu dinheiro fora revertido em fichas. Taylor, que também usava um vestido típico ao de Prepon, era cortejada da mesma forma por os demais. Ela revirou os olhos, e manteve-se próxima de Laura. Ao seu lado estava Natasha e Lucia. Danny e seus amigos apostavam míseros 10 mil em mesas com poucos jogadores. Taylor achou absurdo, ela preferia pagar 14 mil em uma suíte a ter que sentar em uma mesa daquelas para jogar e, possivelmente, perder tudo sem aproveitar nada. Laura tinha uma energia avassaladora. Todos queriam se aproximar para vê-la jogar. Ela era tão linda.

Antes de o jogo iniciar, Laura levantou-se, indo até o bar. Lá ela tomou uma dose de Vodka com suco de limão bem amargo. Taylor a acompanhava, fazendo suas caretas. Queria cuspir tudo, sem alternativas, ela foi forte e engoliu tudo.

– Você não poderá ficar muito perto da mesa.

– Por que não? Eu quero vê-la jogar.

– Sei, eu sei. – Ela sorriu amigavelmente, arrumando os cabelos por cima do ombro. – Há câmeras minadas em todos os locais. – Apontou uma por uma, deixando Taylor a base do espanto. Laura havia pisado ali uma única vez, como diabos ela sabia de tudo aquilo? Tay convenceu-se de que a mulher era de outro planeta. – Elas convêm para a segurança de nós, jogadores, do cassino, e para os meios fiscalizatórios. – Segurou no antebraço dela, abraçando-a por cima do ombro. Taylor quase perdeu a explicação, seu perfume a deixava zonza de atração. – Todas essas câmeras possuem zooms qualificados, reconhecimentos faciais, e etc. – Ela molhou os lábios com a pontinha da língua. – Em minha mesa tem dois homens disfarçados, ou seja, eles ficam sempre por perto, é normal. São especialistas em leitura labial. Por esse motivo os dealers são proibidos de usar bigodes.

– Mas Alan de Hangover usava.

Laura riu, paciente.

– Outra hora eu te explico. – Tirou as mãos de cima dela, devolvendo-as ao copo.

– Você apostou 40 mil em um jogo.. Você está sujeita a perder tudo, não te corrói?

– O que importa é competir, querida. – Ela a beijou na bochecha. – E, além do mais, eu já perdi mais de um milhão em mesas de Poker. Busque sobre isso no google.

– Me sinto horrível ao saber disso. Esse dinheiro todo poderia ter sido aplicado em outros tipos de ações.

– É o meu jogo, ok? Ganhando ou perdendo, não deixarei de ajudar aos necessitados.

– Eu sei, mas-

– Ssssss! – Ela fez, enrugando o nariz, tirando a marca do batom na bochecha pálida de Taylor. – Eu irei ganhar esse dinheiro. Estou disposta.  O doarei para o orfanato na Índia.

Taylor abraçou-a, cuidadosa.

– Acabe com eles. Acredito nesse seu preparo sobrenatural. – As duas riam uma da outra.

– Cuide de vovó, Natasha está deixando-a louca naquelas máquinas atrás de nós.

– Como você consegue observar tudo ao mesmo tempo? Eu estou quase perdida nesse buraco de máquinas e pessoas.. – Olhou ao redor.

– A arte de observar. Conhece?

– Mais ou menos..

– Ótimo! Red Dragon precisa voltar ao jogo. – Prepon deixou uma nota de 50 dólares em cima do balcão. – Fique com minha bolsa. Não use o meu cartão para nada. – Brincou, óbvio. Taylor segurou sua bolsa minúscula, e despediu-se dela.

 Mesmo entendendo os motivos para manter-se afastada, Taylor esticou o pescoço para a mesa sobre a plataforma, abraçada por uma grade, olhando o rosto de Laura. O semblante cândido, enquadrado por cabelos negros, expunha meditação. Os olhos verdes analisaram primeiro o homem à sua direita e em seguida o da esquerda, antes que ela pusesse as cartas alteradas para baixo ante si. Os lábios apáticos não ofereciam o menor vestígio de seus pensamentos. Taylor estava deslumbrada, não tirava os olhos dela. Laura não brincava em serviço. Naquele momento ela copilava as fichas, sobre a mesa. Tinha ganhado a partida. Um dos apostadores se ergueu, fez-lhe uma veneração e se apartou. Schilling orgulhou-se, e Laura a olhou, abraçando-a com os olhos. Ela riu.

– Você está igual uma idiota babando em cima dela. – Natasha disse, cumprimentando-a.

– Não se chega assim, sabia?

– Há! E aí, a branca de neve punk ganhou alguma rodada? – As duas conversavam. Ao mesmo tempo em que as cartas eram embaralhadas, Prepon reempilhava suas fichas. Continuava serena e não observava o oponente, embora este não sacasse os olhos dela. Taylor sentia vontade de arrancá-los com uma faca bem afiada.

– Ela ganhou uma até agora..

– O careca não tira os olhos dela.

– Por isso que ela acabará com ele. – Riu. – Espere.. Cadê a vovó?

– Tá jogando.

– Desde quando ela entende desses jogos?

– Não tem segredos para máquinas caça niqueis!

– Se ela viciar nessa merda, eu te esgano.

– Acredite, Taylo, ela vai ficar é puta por perder tanto dinheiro nessa merda, como diz você.

– Não me fale em perder dinheiro. Estou evitando tais pensamentos. – Natasha esfregou suas costas. – Ela só precisa acabar com o careca para vencer.

– Ela vai ganhar, sis, ela vai ganhar. – Olharam para Laura.

A partida reiniciou, chamando-lhes a atenção. Schilling examinava a expressão de Laura, que se mantinha tênue. O jogador à sua esquerda tinha o semblante embaraçado. Tay supôs que ele se agitava num burburinho interior.

– Porra! Ele vai perder. – Comemorava Natasha com a mesma impressão de Taylor.

– Ele deve ser bom, mas ainda tem muito a aprender para alcançar o estágio de Laura.

Após um momento de hesitação, o careca deixou as cartas calmamente sobre a mesa e se ergueu. Laura despencou em um olhar surpreso enquanto ele se dirigia ao juiz da prova. O juiz do torneamento parou na margem da plataforma para proclamar que a vitória do jogo e consequentemente a do combate pertenciam a Prepon.

– Oh.. My! Eu estou tão orgulhosa dela.

– Disso nós sabemos. Você diz isso com esses olhinhos brilhantes. Agora vocês se acertam, huh?! Ela está rica.

– Nós três somos milionárias, me poupe. – Taylor deu uma bela disfarçada.

Ao terminar de juntar todas as fichas, Laura estendeu a mão ao árbitro e sorriu racionalmente. Dali ela seguiu até o caixa, acompanhada por seguranças. Ela analisava com atenção à medida que o caixa acastelava seus cartões sob o escopo de um administrador e internamente computava seus lucros. Ela não afugentou a vista das fichas até o caixa divulgar o total de oitenta e seis mil, oitocentos e noventa e cinco dólares. Ainda sob a mira do supervisor, Laura somou as notas, empilhando-as. Aquilo era mais do que ela apostara, estava tão feliz por ter conseguido o dobro. Rematada a operação, assinou o recibo e moveu-se até Taylor e Natasha.

– Precisamos subir. – Agitou uma bolsa discreta. – Não posso andar com mais de oitenta mil dólares em uma bolsa, vocês não concordam?

– Mais de oitenta mil dólares? – Taylor repetiu, baixinho. – Você é a rainha da porra toda, Laura. – A morena sorriu apenas para ela. Natasha fez sua cara de paisagem. – Vamos lá.

– Subiremos pelo elevador do cassino, é melhor.

– Eu ficarei aqui com a vovó. – Natasha disse. As duas concordaram e subiram juntas.

 

Na suíte, Laura jogou a bolsa atrás do sofá, suspirando.

– Eu estava morrendo de ansiedade. – Ela contava, massageando os pés livres dos saltos. – Ainda bem que tudo deu certo.

– Estou feliz, você foi maravilhosa.

Laura abraçou-a pela cintura e puxou-a para o colo.

– Obrigada. – Agradeceu. – Nós iremos ao show, certo?

– Certíssimo!

– Whoa! Alguém está empolgada..

– Eu sempre fico em se tratando da Bey. – Arrumou os cabelos. – Fui ao show do Destiny's Child em 2005, foi um dos melhores shows de toda a minha vida. Você precisava ver como eu fiquei ao ver Beyoncé, Kelly e Michelle.. Nossa! Inexplicável.

– Posso imaginar. – Empurrou-a do colo. – Vamos trocar de roupa.

– Por quê? Não estou com coragem para isso. – Atirou-se no sofá. – Ligarei para Lali.

– Você irá ao show com esse vestido? Que cafona.

– Tanto faz. – Deu de ombros. – Aqueles caras estavam gostando.

– Não estou dizendo que você está horrível, TayTay. – A atriz sorriu luminosamente. – Seu vestido não combinará com o evento, assim como o meu.

– Okay! Vá se arrumar, eu irei daqui a pouco!

Enquanto Laura mudava de roupa, Taylor aproveitou para usar o telefone da suíte, ligando para o celular de Violet. Soube que a menina dormia após ter um dia agitado entre passeios, compras e presentes. Lali sorriu quando ela a perguntou como havia sido o seu dia. Nada diferente do de Viv. Encerrando a ligação, ela correu para trocar de roupa.

As duas usavam jeans, sapatos e jaquetas, por isso riam da coincidência. Taylor começou a ficar nervosa. Ela conheceria a sua cantora favorita! Entendeu a euforia que os seus fãs tinham ao vê-la, pois era a mesma que estava a sentir. Laura nem tanto, ela não era tão apegada à cantora. Para ser sincera, ela não tinha grandes ídolos musicais, gostava de alguns e só. Ponto. As duas saíram da suíte e seguiram em direção oposta. Taylor achou que Laura estivesse evitando descer no hall.

– Você está tão nervosa. – Laura deu uma observada um pouco óbvia.

– Yeah. – Taylor apontou os elevadores, mas Prepon não notou, ela digitava uma mensagem. Schilling suspirou, não tinha ideia de com quem ela conversava. Sentiu falta do seu celular, principalmente em um momento como aquele.

– Será divertido, aposto.

– Estou começando a sentir enjoos! Nervosismo. – A cada passo que davam, parecia que os elevadores se afastavam.

– Relaxe. Será apenas uma foto.

– Eu não sei como reagir! – Sacudiu as duas mãos. – As pessoas na sessão de fotos tirarão sarro de mim.

– Bobagem! – Laura enfiou o celular dentro do bolso da jaqueta, sorrindo. Taylor fez-lhe um esgar indignado. A um passo do elevador, alguém deu um pulo na direção delas.

Os olhos de Taylor ficaram vermelhos como os de uma lebre. Ela parou de caminhar, o coração quase nem batia. Entrou em estado catatônico. Em sua frente estava ela, toda cheia de vida, sorriso enorme e olhar generoso. Vestia um roupão branco por cima de uma roupa extremamente sexy. Jesus! Ela estava ali mesmo.

– Taylor? – a cantora olhou-a, puxando-a para um abraço. – Meu Deus, ela perdeu a voz.

– Eu.. Estou.. – Taylor a abraçou, sem entender muito o que se passava. Sentiu os lábios secos, assim como o seu corpo. – Nós a veríamos lá embaixo.

– Tudo bem. – Beyoncé a desprendeu de seu abraço, cumprimentando uma Laura risonha. – Eu soube que você estaria aqui em cima.. – Outro sorriso. – E pensei: Por que não?! – Atrás dela vinha algumas pessoas, Taylor desconfiou que fossem seus assessores.

– Ainda não consigo acreditar. – Ela fechou a boca com as duas mãos. – Oh, Jesus! É você mesma? – A sorridente cantora a abraçou. – Nós iremos ao show.. Eu estou muito honrada por vê-la. Não sei o que dizer, me desculpe.

– Não se desculpe. Está tudo bem. – Ela falava olhando-a nos olhos, passando-lhe calmaria e segurança. Reconhecia o seu efeito nas pessoas. – Eu e minha equipe esperamos que vocês aproveitem ao show, será feito com muito amor e carinho.

– Não tenha dúvidas! – Laura respondeu por Taylor.

A cantora fez um sinal para um homem alto, ele dobrou o corredor por dois segundos e, ao voltar, trouxe um enorme urso em forma de coelho com um laço lilás.

– É para o seu bebê. A minha adora esse tipo de pelúcia.

– Awwww! – Taylor não se segurou e deu um abraço na mulher, fazendo-a impulsionar para frente. As duas deram risadas. Laura segurou o urso, após, segurou um kit com três CDs e duas camisetas autografadas com o nome de Taylor. Ela morreria ao ver aquilo, mas só quando terminasse de tietar sua ídolo. – Obrigada! Obrigada!

Foi difícil para separá-la da cantora. O pessoal da equipe de Beyoncé quem as fotografaram naquele corredor luxuoso. Taylor havia conseguido se recuperar do choque inicial. Ela notou que a cantora era igual ela, brincava, falava rindo, ria de suas gagueiras. Laura se juntou a elas para uma foto. Depois desse encontro, as duas atrizes voltaram à suíte para guardarem os presentes.

– Esse encontro teve dedo seu, não é?

– Não sei do que você está falando. – Ela contestou usando um sorriso.

– De qualquer forma, obrigada. Eu ainda estou tremendo. Havia esquecido de que ela também ocuparia esse andar, por isso ele estava barrado.

– Ela é muito meiga. – Admitiu Laura. – Ela mandou que escrevessem o nome de Violet no pingente. – Tay procurou. – No pescoço do coelhinho.. Isso.

– ‘’Violet..’’ – Ela repetiu o nome. – Meu bebê ganhou um urso da Beyoncé. – Tay abraçou-o. – Como é que ele soube? Me diz!

– Somos famosas, você sabe, contatos.

– Ok! Não importa! Você me deixou muito feliz, Laura. – Não contente, ela soltou o urso e correu para abraçar Laura, levitando-a no ar. Ela segurava em seu pescoço. – Obrigada.

– Não foi nada. – Foi colocada ao chão.

– Ela ainda me deu esse kit! Eu estou pirando! Santo Deus! Eu amo aquela mulher..

– Percebi.

– Não é desse jeito, Laura. – Sorriu e cruzou os braços. – Agora nós podemos sair e curtir o show.. – Taylor fez um gesto estranho. – E as fotos?

– Serão enviadas ao seu e-mail.

– Oh sim. – Ela ficou aliviada. – Agora sim, podemos ir.

 

Taylor parou na porta do teatro e aguardou que um jovem lhes mostrasse o caminho para a sua sala reservada. Laura ficou contemplada ao ver como o lugar parecia dessemelhante à noite, e cheio de gente, a maioria chamava o seu nome, ela sorriu sendo pega no flagra. Taylor acenou para alguns, sorriu para outros, nada muito além disso. A aérea que lhes fora reservada era ampla e o sofá fazia um hemiciclo ao seu redor, proporcionando espaços a várias pessoas, porém eram apenas as duas ali. Um garçom trouxe-lhes uma garrafa de uísque, morangos e trufas de chocolate. Taylor foi até a borda da sala e observou a aglomeração. Havia um clima excitante na atmosfera e era possível sentir a onda de animação que ficava mais forte à medida que o momento da apresentação se aproximava. Os televisores da área transmitiam as imagens em HD mostrando o palco e os bastidores do show. Enquanto conversavam, Laura mandou mensagens aos amigos e Lyonne. Ela percebeu que Taylor havia desaparecido com o próprio celular desde que se hospedaram no hotel.

As cortinas se abriram. O clima de expectativa fez com que Taylor prendesse a respiração. Lá no palco começou a tocar as músicas dos últimos sucessos da cantora. Á voz que se tornara apreciada de milhões de pessoas alastrou-se pelo sistema de som, enquanto amplos rolos de fumaça colorida enchiam o palco. Laura chegou por trás de Taylor e a abraçou, espionando a multidão eufórica.

– Que lindo.

– Não é? – Ela se aninhou ao corpo de Prepon. – Eu adoro essa emoção inicial.

De súbito, saindo da névoa, ela surgiu. As atrizes admiraram-se com o resultado provocado, pensando como haviam feito aquilo. Beyoncé se concretizava perante os olhos contemplados da plateia. Pelas exclamações de espanto que ouvia de Laura, Taylor intuiu que não fora a única a admirar-se com aquela abertura espetacular. A cantora desceu lentamente por um declive delicado e turvo até chegar ao centro do palco, deixando-se fulgurar pelas luzes da ribalta, sempre cantando. Se Taylor a achara maravilhosa, horas atrás, naquele momento achou-a avassaladora, esbanjando seu dom sobre os espectadores. Ela tentou concentrar-se na música e nas letras das canções, e não em Laura respirando em seu pescoço, mas era difícil.

– Ela dança bem.. – Laura a beijou na orelha.

Taylor fez um favor a si em se virar para ela. Laura engordou os lábios em um sorriso iluminado pelas luzes que vinham do palco. O olhar dela repousou na boca de Taylor, deixando-a ciente do que queria.

A loira cruzou as mãos por sobre os ombros de Laura, a trazendo para perto, os lábios se tocaram por algum tempo, não fora um beijo, não ainda. Prepon desviou a boca para a bochecha de Schilling, mantendo o mesmo sorriso inicial.

– Por que você faz isso?

– Porque estamos assistindo ao show. – Respondia com os lábios pressionados no rosto dela. Taylor a balançou, apertando-a entre os seus braços.

– Você está gostando?

– Muito. – Laura respondeu olhando-a nos olhos, depois de beijá-la no nariz, a virou para o palco, abraçando-a por trás, novamente.

– Eu adoro essa música.

Helloooo. - Laura cantarolou, rindo de si mesma. – É tudo o que sei.

Tay deu risada.

– Está quase lá, basta afinar a voz. – Laura mordeu seu pescoço. – Não faça isso, Prepon.. – Seus olhos até se fecharam, tamanha era a excitação que a invadiu. E Laura o fez de novo. – Laura. – Taylor resolveu dar uma risada para dissipar os pensamentos da porta do sexo.

– Desculpa.

– Você está inebriada?

– Não estou. - Descansou o queixo no ombro dela. Reparando no jogo de bailarinas coreografadas que acompanhavam os movimentos de Beyoncé, que terminava a música Hello em grande estilo. O público ia ao delírio.

– Wow!

– Ela dança demais. Eu ficaria toda dolorida no ritmo dela.

– Você está fazendo aulas de dança, hm? – Instalou outro beijo no pescoço dela. – Eu adoraria ver essa proeza.

Taylor a estapeou nos braços, fraquinho.

– Não tem graça.

– Eu sei que não, mas adoraria vê-la dançar.

– Radio! A música da Viv.

– Vamos filmar isso.. – Laura a soltou para apanhar o celular em cima do assento.

– Se eu dançasse igual Beyoncé não me importaria que me visse. – Laura voltou a abraçá-la, o celular já estava gravando a dança no palco.

– Eu não ligo. O que importa é vê-la se divertindo.

As duas ficaram caladas por um tempo. Taylor queria elogiar as pernas de Beyoncé, mas sabia que Laura revidaria com uma resposta burlesca. Então, para evitar, ela o fez em pensamentos. Imaginou que Prepon fazia o mesmo ao ver os dançarinos exibirem seus corpos perfeitos na apresentação. De repente, a câmera frontal do celular foi colocada em seu rosto por Laura.

– Ah! - Ela abriu a boca, olhando Laura beijar seu pescoço. Gargalhou. – Você está filmando sua maldade comigo?

– Sim.

– Ok! – Taylor segurou o aparelho no alto. - Estamos no Wynn, no show da Beyoncé, escutando a música de Violet. Imaginamos que ela já esteja dormindo. – Laura escondeu o rosto em seu braço. – Okay, Laura está tímida. E... Corta. – Ela finalizou a gravação, devolvendo o celular à dona.

– Beberei uísque.

– Oh, no, Laura.

– Ow ye-eh-ah. – Ela disse e foi.

Taylor pensou no que faria se precisasse arrastá-la bêbada por oito andares na frente dos outros.

– Caramba! Eu nem acredito que a conheci. – dizia, olhando para o show com nostalgia.

– Para falar a verdade... Nem eu. – Laura descansou as pernas no assento, vendo show através da televisão.

– Se vovó estivesse aqui, nossa, eu nem imagino.. – Deu risada, se aproximando dela.

– Vovó já subiu. Natasha me mandou mensagens.

– Hmmm.. – Taylor mordia um pedaço de morango. – Ela está sozinha?

– Nope. Lyonne encerrou o tour, sente dores de cabeça.

– Poor Tash.

– Ego! – Laura disse.

– Você me surpreendeu..

– Essa música é conhecida.

– Me dá um beijinho?

Laura riu tilintando a taça na testa. Taylor esperou, paciente. Ela depositou a bebida no apoio do assento, cuidadosa, arrumou-se e beijou Taylor nos lábios. Não foi um beijo profundo, mas bastou para as duas.

– Seu beijo tem gosto de uísque. Tem certeza de que você não quer parar de beber?

– Absoluta.

– Vamos beber na suíte.

– Lá não terá show.

– Ohhhsssh. – Taylor resmungou. Queria entender o porquê de querer privar todo mundo da bebida, sendo que amava encher a cara. Enigmas. Ela andou até Prepon, tomando-lhe a taça das mãos.

– Jane Schilling! – Ela levantou-se, e numa fração de segundos, Taylor a abraçou e caiu com ela no sofá, este rangeu, desesperado, fazendo-as sorrirem. – Meu Deus, quebramos o sofá!

– Eu até sinto o gosto da madeira.

– Que colocação pesada. – Ela riu, maliciosa.

– Ew! – Taylor rolou até o chão, querendo cuspir só de ouvir aquilo. – Que coisa nojenta, Lau.

Laura sorriu, avistando sua bebida. Lendo seus pensamentos, Schilling a segurou pelo braço.

– Não.. Não..

– Isso sou eu quem decide.

– Você vai ficar bêbada, então. Não a levarei para cima.

– Se esse for o problema.. – Molhou os lábios com a bebida deliciosamente quente. – Eu arrumo alguém num estalar de dedos.

– Você acha mesmo que eu irei permitir?

– Não, porque você não verá.

– Laura Helene.

– Taylor Jane.. – Ela sorriu e soprou-lhe um beijo, o que causou um verdadeiro tumulto nas  entranhas de Schilling.

– Tudo bem. Pode beber que eu a levo para cima.

– Não sei o porquê de tanto zelo! Eu não estou bêbada.

– Eu adoraria que estivesse! – Tay exclamou sorrindo.

– O que? Por quê?

– Seria divertido.

– Você se aproveitaria.

– De você? – Laura soltou um ruído. – É óbvio, não é?

– Está brincando. – Ela sorriu, aceitando a brincadeira.

Taylor deixou-a e voltou até o parapeito do cubículo, sentindo a energia vibrante que vinha de todas as formas dos fãs de Beyoncé. Laura apareceu ao seu lado, tocando-lhe no braço. Apertou-o, puxou-o e o abraçou, envolvendo-a pela cintura.

– Ame e agradeça todos os minutos que você tem ao lado daqueles que são importantes para você. – Beyoncé dizia, apontando-os de modo geral.

– O que achou? – Taylor perguntou.

Ela a olhou como se acabasse de despertar e ainda estivesse sob a influência de um sonho esplêndido.

– Ela é única.

A loira sorriu, beijando-a no rosto.

– 1+1. – Taylor deitou a cabeça no colo de Laura e sentiu quando ela apoiou o pescoço em sua cabeça, abraçando-a com certa força. – Ela cantará essa música..

Schilling estava certa. A música chegou e invadiu as duas. Laura balançava o corpo de uma Taylor de lágrimas nos olhos. Elas só se afastaram quando a música terminou. A reação da plateia não deixou dúvidas a respeito da adoração que todas aquelas pessoas devotavam a cantora. Eles gritavam o nome dela sem parar, deixando-a emocionada. Ela era tão querida e amável. Uma verdadeira espécie de anjo.

– Acho que preciso de uma dose de uísque. – Taylor comentou, coçando os olhos. Laura se manteve discreta. – Você não vai implicar?

– É claro que não. Eu sabia que uma hora ou outra você cederia. – Ela sorriu. – Mas estou bastante impressionada.

– Sei o que quer dizer. – Tay colocou um pouco da bebida na imponente taça, saboreando aquele gosto único. – Me segurei demais.

– Flawless.. Essa música me faz lembrar você.

A outra sorriu com a alma.

– Oh. – Deixou de beber para ir apertá-la em um abraço. – Você é incrível... Quando não me intimida.

Ela sorriu e balançou a cabeça concordando.

– O que houve? O gato comeu a sua língua? – Tay perguntou aproximando o rosto do dela.

Laura deu de ombros e tornou a sorrir.

– Estou apreciando a música.

– Ainda bem que não podem nos ver aqui. – Ela ergueu uma das mãos e pegou uma mecha de cabelos negros que roçava ao ombro largo. - Você é linda.

O olhar dela fez com que Laura se sentisse mais do que bonita.. Desejada. Sua resposta foi simples, lenta e bem explorada por ambas as bocas. A mão de Taylor se encurralou em seus cabelos, pressionado seu rosto contra o dela. O balançar das línguas dentro do beijo acendia o calor dos infernos nos dois corpos. Taylor despencou a mão da cabeça de Laura, levando-a até o abdômen que lhe trazia tantas lembranças. Arranhou a pele quente, arrancando um suspiro de Laura. O maldito cinto da calça dela impedia-a de continuar.

– Droga! – ela terminou o beijo esbravejando.

– Não iremos transar aqui.

– Eu a farei mudar de ideia.

Ela atirou a cabeça para trás e riu. Taylor Schilling olhou-a detidamente e foi como se estivesse estudando sua alma. No ato contínuo, Taylor a segurou por entre os braços, apagando aquele sorriso debochado dos lábios dela.

– Mami let me upgrade ya..

– Fala sério? – O sorriso voltou rapidinho. E Laura não era a culpada disso. Quem manda Taylor ser tão doida?!

– Escute a música. – Ela a sentou em cima da mesa.

– Upgrade U? Estou ouvindo... Eeeei! – ela percebeu que estava sentada em cima de algumas trufas. – Taylor!

– Oooow. – Taylor caiu na gargalhada. – Eu não tinha visto. – Tirou-a dali de cima. Laurita ficou a tirar os restos de trufas que ficaram grudadas em sua calça. – Tire a calça.

– Você está maluca. Depois a bêbada sou eu.

– Tire, Prepon.

– Não! – exclamou. – Não tirarei. Temos câmeras aqui também. Taylor começou a procurar.

– Vamos sair.

– Endoidou? E o show?

– Você quer sair daqui comigo?

Laura pensou, pensou..

– Sim.

– Ótimo! – Feliz, ela a beijou nos lábios. – Beyoncé nos perdoará. – Olharam para o palco. –Vamos! – Taylor tomou-a pelo braço e guiou-a para a porta larga que levava ao terraço suspenso sobre o jardim extenso e de gramado impecável.

Lá, Prepon exclamou:

– Isso é lindo! – Sorriu, não ousando a chegar até o parapeito. Dali via-se toda a cidade. – Você tem uma facilidade em encontrar terraços.

– Você teria lido as placas se não estivesse tão concentrada em seu celular.

– Jodi mandou-me mensagens.. Uh! Aqui faz frio. – Murmurou.

O luar clareava a cena e tudo parecia delirante sob a luz prateada.

Sem nada dizer, Taylor foi abraçá-la. Estava ficando boa naquilo.

– Eu acho melhor nós-

Laura a calou com um beijo. Ela ia empurrando-a para trás, longe da visão da metrópole. Taylor sorriu, pausando o beijo.

– Não podemos fazer aqui em cima..

– Quem dita às regras?

– O hotel.. – Apontou uma plaquinha onde dizia que aquele era um local proibido para tal coisa.

– Foda-se. – Laura fez questão de fazer sexo ali sim. – Tire sua roupa.

– Que romântica.

– Não estamos trabalhando com romantismo. – Ela disse e tirou a blusa, ficando apenas de sutiã. Os seus seios saltaram aos olhos de Taylor. Tão lindos.. Salientes.. Os tocaria, mas Laura não permitiu. – Não. Meus seios são sagrados.

– Violet não iria se importar se eu os tocar. – Ela a puxou pela cintura. – Vem aqui, Prepon.. – Taylor a beijou no pescoço como sempre fazia. Deus! Ela sentia tanta falta daquela mulher. Estava a ponto de enlouquecer! De repente, ela ficou quieta, abraçada ao corpo de Laura. Sentindo a pele dela esquentando os seus braços.

– Eu não quero fazer amor. Quero ficar abraçada a você. Basta-me.

Laura a beijou nos cabelos, destrancando um sorriso doce.

– Estou com medo de voltar à realidade. Nós podemos ficar aqui?

– Aqui faz.. Frio. – Laura desvinculou-se dela, colocando a blusa e a jaqueta. Não, ela estava vivendo o agora, não o depois. Não falaria a respeito. O depois não era importante naquele momento.

– Laura..

– Vem aqui.

Tay concordou balançando a cabeça, achando difícil falar. Laura a deteve em seus braços. As duas sentaram-se no jardim das alturas. As estrelas estavam tão perto, brilhantes, frias.. Taylor apoiou as costas no peito de Laura, lacrando os braços dela em torno de si, buscava segurança. Precisava. Queria.

– Parece que não teremos sexo. – Disse Prepon, quebrando o silêncio.

– Eu não faço sexo com você.

– Sim.. Eu entendi. É o modo de dizer. – Taylor a olhou, notando como a luz da lua embelezava-lhe os feitios já tão magníficos e expressivos. Elevou a mão e acarinhou o rosto belo.

– Eu estou feliz por hoje.

– Estamos, Taylor. – Ela a beijou no braço.

Schilling sorriu, sentindo um calorzinho onde Prepon havia beijado.

– Droga! Eu terei de me masturbar no banho.

– Quer que eu a masturbe? – Ela perguntou.

Os olhos azuis ficaram mais redondinhos.

– Quer?

Pela voz clara Taylor percebeu que Laura estava totalmente lustrosa e nada envergonhada. Havia uma nota gracejada no tom da voz, demostrando que Schilling não estava conseguindo enganá-la fingindo sentir vergonha.

– Por que você está rindo?

– Você.. É engraçada.

– Quero!

Laura soltou uma risada, levando a boca até o ombro dela, dirigindo-a até o pescoço que tanto adorava.

– Desabotoe sua calça.

Taylor fez aquilo num piscar de olhos. Laura arrumou-a entre as pernas, usando a mão direita para tocá-la. A loira se espremia em seus domínios, respirando tão profundamente.

– Sss. – Pediu Laura, penetrando-a com dois dedos. Ela encolheu-se ao sentir que seus lábios pousavam em seu rosto. – Relaxe..

O amor que Laura esparramava em seu corpo era incomparável, Taylor queria lhe dizer tudo o que sua mente ostentava naquele momento, mas ela reconhecia que Laura não estava preparada. Aquele simples e delicioso toque se aprofundou em seu sexo, tirando-lhe um gemido baixo. A corrente de ar passou por ali e levou o orgasmo de Taylor, deixando-a toda mole nos braços da morena.

– Eu.. – Schilling deixou as palavras viajarem para o fundo de sua garganta. – Obrigada. – Ela queria ser o máximo, sorrir e ficar por isso mesmo, mas nada disso ocorreu. Abraçou Laura e lacrimejou.

– Seus dedos estão gelados.

– Você está quente. – Alisou-a na coluna, roubando-lhe um sorriso. – Vamos descer.

– Eu preciso de um banho.

– Duas! – Laura moveu-se, esperando ela erguer-se. – Você dormirá comigo?

– Sim! – A resposta veio a trem bala.

 

As luzes da suíte estavam apagadas. Taylor sentiu dor na vista quando Laura as acendeu. Natasha e Lucia já estavam dormindo. Não era tão, tão tarde assim. O relógio apontava 01h40min.

As duas seguiram para quartos separados, onde tomaram um banho longo. Quase uma hora depois, Taylor adentrou o quarto de Laura, encontrando-a deitada de bumbum para cima. Ela usava um pijama vermelho bem curto e sedoso. Droga! Taylor pediu para Deus ser piedoso.

– Seu traseiro está cada vez maior. – Dane-se a piedade. Ela a tocou, apertando as duas nádegas.

– Pare. – Laura sorriu, sonolenta. – Taylor. – Mal sabia ela que Taylor estava cega por seu corpo. As mãos dela puxaram seu short para baixo. – Schilling.

– Não me julgue, a visão é dos deuses.. – Engraçadinha, Laura virou-se, deixando-lhe sentada em cima de suas coxas. – Estraga prazeres!

Ela ficou olhando-a com aqueles lindos olhos verdes.

– Eu quero te tocar.

– Você já o está fazendo.

Sorrindo, Taylor a beijou nos lábios, passeando a boca por seu pescoço, seios..

– Não!

– Ah droga! Eu sabia!

– Eu lhe darei um tapa!

As duas faziam suas caretas zangadas. Eram tão loucas. Lindas.

– Ok! Sem explorar.. – tocou-os. – Os seus seios.

– Você não gosta de leite. Então, eu sugiro que os deixem como estão.

– Ah, Laura.. – Ela ria mesmo achando ruim. – Que coisa broxante!

Laura caiu na risada, ficando vermelha.

– Desculpe..

– Está tudo bem. Só não tire sarro.  – Taylor deitou a mão na boca dela, obrigando-a parar de rir. – Prepon.

Ela não parava.

– Laura..

– Ok! – Tentou recuperar a seriedade, mas estava tão difícil.

– Arrrrgh! – Tay jogou-se em cima dela, prendendo-a com as pernas e braços. A risada dela batia em seu ombro. Tão quente. A pele de Taylor arrepiou-se. – Ahhhhh! Pare de rir.

– Você é foda. – Buscou ar, saindo dos domínios dela.

Ficaram em silêncio. Laura parou de rir um pouco, abraçando-a.

Taylor enfiou a mão pelas laterais de seu short, deslizando a metade de um dedo em seu sexo.

– Gostosa. – Ela brincava com a pontinha do dedo, fazendo os olhos verdes escurecerem de tanto prazer. – Gosto de quando você dorme sem calcinha.

A morena pendurou as duas mãos no pescoço dela.

– Sim.. Penetra-me.. – Ela pediu com a voz rouca. – Isso. Rápido.. – Taylor balançou a sobrancelha. – Taylor..

Schilling manteve o dedo dentro dela, beijando-a no rosto, nariz.. Lábios.

Alguns minutos se passaram e as duas rolavam na cama de modo sensual. Explorando, amando e soltando algumas farpas. Taylor tocava os seios de Laura não para irritá-la, gostava da textura deles, mas a morena virava uma arara. Só Violet tinha aquele poder sem irritá-la.

Consternada, Schilling sentou Prepon sobre os ombros, sugando-a entre as pernas. Laura gemia devagar, como se receasse que suas vizinhas de quarto ouvissem. A língua de Taylor entrava e saia de dentro de si. As duas começaram na cama e agora estavam apoiadas nas paredes, derrubando alguns objetos. Quem as visse naquela posição, chamaria um padre para exorcizá-las. Por dentro só as duas entendiam aquele jeito louco de fazer amor. Era como se nada existisse além delas.

Laura agarrou nos cabelos loiros, puxando-os, gemendo, ela não aguentava mais aquela tortura do vaivém da língua de Taylor dentro de si. Seu corpo perdeu o equilíbrio, indo ao chão.

– Jesus! – Taylor correu para segurá-la. – Eu não consegui sustentá-la. – ela a abraçou, sorrindo do rosto dela. Laura havia gozado de um jeito novo, louco e dolorido. Seu coração estava muito acelerado. Ela sentia dores e pontadas no peito. Um formigamento nasceu em suas costas. – Laura?

– Hm?

– Seu coração está batendo muito rápido..

– Sim.. Eu.. Você me deixou sem fôlego. – Laura engatinhou até os pés da cama, escalando-os e jogando-se nela. – Taylor. .

– Sim? – Taylor perguntou com uma risadinha, mas tomou um susto dos infernos ao ver que Laura estava ficando pálida demais. – Você está sem ar?

– Um pouco. – Gostaria de sentar, mas estava difícil, sinceramente estava. – Busque um pouco de água para mim?

– Querida. O que há?

– Água. Só um pouco.

– Sente.. ok? Eu já.. Venho.

Ela saiu correndo do quarto, chegando a confundir as portas.

Laura fez um pouco de força para sentar-se. Jesus! Era só o que faltava, morrer naquelas circunstâncias. Percebeu que havia deixado de tomar os remédios, pausou a ida ao médico.. Relaxou. Cobrindo-se, ela respirou fundo, a dor ainda estava ali com ela, mas ia diminuindo, era como se ela não chegasse ao limite, mas estava ali.. Esperando o momento certo.

– Aqui.. – Taylor lhe entregou um copo cheio de água.

– Você foi nua? – Queria brincar, qualquer coisa.

– Laura, está tremendo.. – Sentou aos pés dela, unindo as sobrancelhas em uma expressão de preocupação. – Você está com problemas no coração?

– Não. Eu só tive um orgasmo monstruoso.

– Oh... Então, eu a levarei ao médico, isso aqui não foi normal! – rebateu, brava. – Se você estiver me escondendo isso, eu juro...

Prepon abaixou a vista.

– É isso, não é?

– Como eu posso saber? Você quem está dando o diagnóstico. – Laura não falaria a respeito. Não queria. Ponto. Por mais que estivesse em uma boa com Taylor, não se sentia a vontade.

– Ótimo. Eu a levarei ao médico.

– Você não fará nada. Eu estou bem.

– Bem? Não, você não está bem. Está evasiva a respeito disso, e sei que está mentindo.

– Vamos deitar. – Procurou um local para deixar o copo. Sua respiração voltava aos poucos. Tay segurou o copo, cobrindo a sua nudez com os edredons.

– Fique calma. Seja lá o que for, eu peço desculpas.

– Não foi culpa sua. Nosso sexo foi esquisito.

Taylor deixou-se sorrir, largando o copo vazio no chão.

– Chega de sexo... Por hoje. – O coração de Taylor estava fora do corpo. Ela sentia-se péssima. Lutava como um samurai para não deixar que suas lágrimas saíssem e revelassem o seu estado por dentro. Para não aborrecer Prepon, ela manteve-se longe do assunto ''coração.'' Não era tão asna assim, juntou todas as peças e temeu ao resultado.

– Isso foi radical. – Laura deitou de lado, deitando o rosto no estômago de Schilling.

– Você está melhor?

– Sim, obrigada.

Elas ficaram conversando amenidades, esquecendo o evento estranho pós-orgasmo. Taylor sorriu ao saber que Violet faria algumas fotos usando um vestidinho que era seu. O orgulho maternal cobria as duas atrizes como um manto. Laura foi a primeira a pegar no sono. Taylor não estava conseguindo dormir, preocupada, ela ficou segurando a mulher nos braços, querendo eternizar aquele momento tranquilo.

[]

– Acordando.. Acordando.. Acordaaando! – Laura batia a ponta do dedo no nariz de Taylor. – Taylor Schilling.

– Meu Deus, Laura! – Ela cobriu o rosto.

– Querida, vamos acordando. – Puxou o edredom, rindo do traseiro branco. – Que bela bunda pálida.

– Não brinque assim. – Tay despertou, sentando na cama toda encolhida. Laura carregava uma bandeja com cereais. Seu estomago fez barulho. – Bom dia. – Se aquilo fosse um sonho, Taylor pediu para nunca mais acordar. Prepon usava um traje branco por cima da nudez, sorridente, bem humorada. Ela a cobriu e colocou a bandeja em seu colo. – Obrigada.

– Você não vai acreditar no que fizeram. – Laura sentou-se de joelhos.

– Conte-me. – Ela fechou o semblante.

– Natasha, vovó Lucia e os garotos espalharam o dinheiro na pista do boliche.

– Ah! Brincou, né? Não creio. E agora?

– Coloquei todo mundo para contar nota por nota. Quer dizer, menos vovó. Ela quem preparou o seu café. – Olharam o cereal boiar no suco. Sim, Taylor adorava cereal com suco de laranja.

– E você o trouxe. – sorriu, graciosa. – Obrigada.

Laura a beijou na mão estendida em seu rosto.

– Você está melhor?

– Estou ótima, Taylor. Obrigada por perguntar.

Aqueles olhos azuis e significativos acenderam-se com uma estranha luz àquelas palavras carinhosas.

Depois de arrumarem tudo, eles passaram a tarde jogando e conversando baboseiras na suíte. Os amigos de Laura adoraram toda aquela comodidade, lamentando por não terem aproveitado antes. Iriam embora ao finalzinho da noite. Todos perceberam o quanto Prepon e Schilling se aproximaram. As duas tentavam ao máximo minimizar a troca de olhares, sorrisos, gestos e até mesmo toques. Aos olhos de Danny, Prepon estava mais corada, falante, feliz. Vovó Lucia não as importunou com perguntinhas que as deixariam desconfortáveis. Deixou com que elas encontrassem o caminho de volta.. Sozinhas.

– O que vocês farão com toda essa grana? – Jobby quis saber. Laura o olhou rindo de sua barba estranha. Ele era gordinho como Evan, os dois pareciam gêmeos.

– Nós podemos gastar aqui, as stripers..Vocês sabem. Taylor teve sorte. Nós podemos levá-la como um amuleto. – Will rolou a bola na pista, risonho, ele sabia que Laura o fuzilava com os olhos.

Taylor riu, deitando a cabeça no braço de Lucia.

– Laura doará o dinheiro para um orfanato na Índia. – Ela respondeu.

– Ow! – Eles bateram palmas, ensaiados.

– Eu preciso depositar esse dinheiro. – Laura falou em voz alta. Danny fez uma referencia. – Não poderei viajar com tanta grana.

– Vamos lá. – Evan levantou, aconselhando os outros a fazerem o mesmo.

– Claro, eu só preciso ir até o quarto apanhar minha bolsa. Já volto! – Laura saiu.

– Eu vou até lá falar com ela. – Disse Taylor, erguendo-se entre Natasha e Lucia.

No quarto, Laura colocava a mala em cima da cama, abrindo-a e tirando uma blusa de capuz.

– Você não quer ser reconhecida.

Ela deu um salto, assustada.

– Meu Deus, Taylor. Você quer me matar de susto?

Taylor a olhou em silêncio e depois balançou a cabeça negativamente. Laura sorriu e pegou-a pela mão, conduzindo-a a um abraço.

– Não demore lá, tome cuidado.

– Não demoraremos. – Ela gemeu abraçando-a e buscando cegamente a boca que a tentava. Beijaram-se por alguns minutos, perdendo a noção do tempo. Alguém vinha em direção ao quarto, fazendo barulho no corredor. As duas tomaram uma distancia confortável.

– Ei, Prepon, vamos lá. – Danny chamou-a da porta, saindo na sequencia.

 

Horas passadas, Schilling acordou com Lucia a chamando. Ela havia cochilado no quarto em que dormira com Laura. Estava na hora de partir, mas Taylor não queria voltar para os dramas que sua rotina ofereceria. Lucia não embarcaria no mesmo voo que os demais, fato que deixou Taylor mais deprimida ainda. A matriarca precisava voltar para casa, mas prometeu que a visitaria. Promessas.. Distancias.. Realidade. Taylor estava tomada por inseguranças. Laura havia retornado, ainda continuava carinhosa, atenciosa e preocupada com Lucia. Eles sentiam muito por ela ter de partir em um voo direto. Gostavam tanto dela, era uma pessoa de alma livre, jovem.. Sábia.

Laura quem dirigiu a caminho do aeroporto, Taylor foi sentada atrás com a avó. Natasha estava quieta, reparando nos carros, essa era a única forma de vê-la agir como um ser humano normal. Ela adorava dirigir, ou sentar-se no banco da frente e apreciar.

Taylor despediu-se de Lucia aos prantos, a pobre estava muito chateada por tudo ter chegado ao fim. A jovem senhora pediu a ela que ficasse bem, que não chorasse, a visitaria dali a duas semanas. Com o embarque da mais velha, todos seguiram o mesmo rumo. No voo privado, Laura ignorou a conversa animada de Natasha e os amigos, indo se sentar ao lado de Taylor.

– Como será de agora em diante?

– Não estarei ignorando o que vivemos em Las Vegas, se é o que está pensando.

– Isso me alivia, sim.. De alguma forma, mas.. – Taylor olhou-a dolorosamente. – Não sei. Quando as coisas parecem estar entrando nos trilhos.. – Suspirou, apreciando os dedos de Laura enroscados aos seus.

– O depois é importante, mas eu estou bem vivendo o agora. – passou a mão pelo rosto dela num carinho lento.

– O agora também é importante, Laura. Ao sairmos daqui o que faremos? Continuaremos com as nossas vidas, nossos projetos, dividimos um bebê, relacionamo-nos com outras pessoas? É isso? – Ela perguntou baixinho, para não chamar a atenção.

– Adoraria ficar em Vegas com você, dormir na sua cama, acordar amanhã e encontrá-la em meus braços. – Fez uma pausa, observando distraidamente ao redor: – Mas não podemos. Não ainda, nós precisamos conversar com calma. Divorciamo-nos recentemente.. Não nos perdoamos por nossos erros.  Não estou arrependida de ter passado as últimas 24 horas ao seu lado, fez-me bem. Só não me decepcione, procurarei não decepcioná-la também.

Ela fechou os olhos balançando a cabeça. Laura a puxou tirando-lhe o sinto de segurança.

– Violet pode passar o dia comigo?

– Amanhã eu a levarei para o estúdio de Marc.

– Ela será uma modelo incrível. – Schilling sorriu para ela, pelo ingênuo prazer de sorrir. Sabia que no dia seguinte teria de encarar a dura realidade, mas queria cruzar aquela noite ainda imersa na magia provocada por seus momentos de amor.

– Você a leva para dormir com você e amanhã eu as encontro.

– Eu adoraria.

– Está convidada para a sessão fotográfica dela.

– É claro! Eu iria de qualquer forma. – Taylor finalmente inclinou-se para beijá-la de modo vagaroso.

 

Era de madrugada quando chegaram a Manhattan. Todos se despediram dentro da sala privada do desembarque. Taylor adorou passar aquele tempo com todos eles, não só com Laura. Foram todos muito educados e brincalhões. No fundo, ela esperava por mais viagens do tipo. Natasha morria de sono, abraçou as amigas de uma única vez, chamando-as de ‘’mães.’’ Elas se encontrariam nos sets, não pela manhã, talvez um dia depois.

As duas atrizes tomaram um táxi até o apartamento de Laura, quietas, apenas escutando as músicas que tocavam na rádio. O taxista fora gentil, tentou puxar conversa, mas a cara fechada de Laura o convenceu a deixá-las em paz. Ao chegarem, Taylor o pediu para que esperasse.

No apartamento, Laura encontrou com Violet acordada, tomando sua mamadeira no colo de Lali, segundo a babá, a menina havia despertado com fome. Taylor a segurou no colo, enchendo-a de abraços. Ela a reconheceu, sorrindo e quase fechando os olhos de sono. Após ser passada para o colo de Prepon, Violet não resistiu e adormeceu. Ela parecia um bebê ursinho. Taylor não podia demorar muito, entregou as malas e o urso de Violet para Laura.

Prepon explicou à Lali que Violet dormiria com a loira. Assim sendo, Lali beijou a bochecha gordinha da garotinha, retirando-se para o seus aposentos.

– Não dê porcaria a ela, você sabe a dinâmica. – Laura não se segurou e abraçou as duas. – É brincadeira.

– Você me mataria caso eu o fizesse. Mas fique tranquila, ela não descobriu o poder do chocolate, caramelos, etc. – Sorriram. – Certo, brincadeiras à parte, eu preciso descer.

– Eu as vejo amanhã. – Ela a acompanhou até a porta. – Não precisa de nada?

– Se for para Viv, não. Tenho tudo o que preciso comigo. – Mudou a garotinha de braço. – Já eu preciso de um beijo de boa noite. – Ela a cercou contra o peito e beijou-a perto da orelha, causando-lhe arrepios agradáveis. Violet resmungou. – Ok, você ouviu isso, não é? É melhor parar.

– Ela é tão chatinha. – Laura presenteou a cabecinha ruiva com deliciosos beijos apaixonantes.

– Perderemos o táxi com as minhas malas, Prepon.

– Desculpe. – Ela acomodou-se e passou um braço ao redor do corpo de Taylor. A seguir, beijou-a delicadamente, roçando os lábios quentes nos dela. O beijo precisou ser interrompido. – Até amanhã.

– É melhor que eu vá. – Apressou-se, corada. – Até amanhã, durma bem.

 

Taylor entrou no apartamento equilibrando Violet dentro de sua jaqueta, a bolsa no ombro e a mala sendo arrastada. Foi difícil a jornada até ali, mas graças aos céus tudo deu certo. Eloise tinha passado por ali, deixando um recado colado ao televisor. "Irei matá-la pelo sumiço! É melhor que me ligue." Tay fez careta, indo colocar Violet em sua cama. A expressão do rosto dela chegou a mudar, ela parecia um bebê agradecido por ter um lugar macio para dormir tranquilamente. Protegendo-a com inúmeros travesseiros, Schilling ligou o celular e recebeu uma chuva de mensagens. Ela respondeu as principais. Mandou mensagens à Laura, Natasha e Sam. Ela lembrava o irmão de ir apanhar Lucia no aeroporto. Sem resposta dos três, Tay foi tomar um banho, só não demorou muito por estar preocupada com Viv em sua cama.

Deitar ao lado dela era a melhor coisa da vida. Violet dormia serenamente, os longos cílios ruivos eram pontudos e majestosos. O biquinho que ela apresentava, também.

Taylor ficou a sorrir, lembrando os momentos em que passou ao lado da mãe dela. Cobrindo-a com os braços, ela se juntou ao sono do bebê, relaxando.

 

[]

Quando Taylor acordou, a intensa luz do dia manava através das amplas janelas do quarto. Ela se esqueceu de puxar as persianas e fora despertada pelos primeiros raios de sol. Violet estava bem acordadinha, esperando ouvir a sua voz para em troca, sorrir.

– Morning, hon. – Ah! O sorriso, ele veio e ficou. A menininha de narizinho empinado sorria sem exibir a gengiva. – Será que você dormiu bem? Pode confirmar para a mamãe? – Taylor a sentou, segurando-a nas costinhas. – Certo, meu bem. Daqui a pouco nós a levaremos para fotografar. – Violet olhou as janelas, bocejando.

Taylor levantou da cama e a levou para um banho, deixando-a arrumada. Após, seguiu com ela até a cozinha. Ela preparou-lhe uma mamadeira e a deu, feliz em ver que ela adorava o seu café da manhã. Taylor ligou para Laura, acordando-a. Ela afirmou que estaria passando entre 10h30min. Ainda era cedo, 8h58min.

Colocando a criança na cadeirinha, Taylor a levou até o banheiro. Viciada em tomar banho, ela o fez sob a mira de dois olhinhos azuis. Violet dava risada ao ouvi-la cantar a música da abertura de Orange.

Um tempo depois, sentada na sala e passando os olhos nos scripts, Taylor levantou para atender à porta. Pensou que fosse Laura, mas não.. Era Caitlin. Jesus! Taylor entrou em alerta geral. A loira a beijou nos lábios, rápido, sem deixá-la pensar a respeito. Ela podia transitar por ali, os porteiros a conheciam.

– Surpresa! – Ela entrou após ser permitida. – Eu ligaria, mas não queria estragar a surpresa. – Lin estava bonita. Usava short hippie e uma blusa descolada. Em sua mão estava um donut  com cobertura de nozes.

– Eu estive fora, sente. – Taylor apontou o sofá. Deus! Deus! O que ela falaria? Não pensou que fosse vê-la tão já.

– Oh, que belezura. – Lin se abaixou perto da cadeirinha de Violet, a tirando de lá. Simpática, a filha de Laura sorriu. – Olá princesa. Você está muito linda.

O celular de Taylor vibrou. LAURA! Ela estava quase soltando um palavrão. Prepon dizia que estaria no apartamento às 11h. Ela precisou se encontrar com Elizabeth em uma feira de orgânicos. Enquanto a respondia, escutava Lin conversar com Violet.

– Isso parece bom, não é?! Eu sei.

– Você chegou hoje a Manhattan?

– Sim. Minha mãe veio passar uns dias. Eu gostaria que você a conhecesse. – Sentou Violet no assento. – Não me olhe com esse olhar apavorado. Ela sabe que eu tenho algumas amigas..

– Oh, eu adoraria.. Mas Levarei Violet para uma sessão fotográfica.

– Ei, você tirará fotos bonitas, não é? – a menina se afundava em sorrisos, era tão bobinha. –Nós podemos jantar com minha mãe.

– Eu prefiro jantar com você a sós. – Taylor decidiu que conversaria com ela a respeito do que estava revivendo com Laura.

Lin sorriu maliciosamente, indo até ela.

 – Eu senti a sua falta. Como tem passado? Seu celular esteve desligado, hm? Tentei te ligar. – sentou na perna dela.

Violet esfregou a mão no rosto repetidamente, um minuto depois ela estava ficando irritada. Taylor julgou ser a falta de atenção. Ela odiava aquilo.

– Ok, querida, ok.. – Ela buscou a menina, olhando algumas bolinhas brotarem em suas bochechas. – O que houve? Ela está ficando vermelha.. – Levou-a até a claridade. – Ou é impressão minha?

– Espere. – Lin foi checá-la. – O rostinho dela está vermelho. Será que algum bichinho não a mordeu?

– São raros esses eventos aqui. – Taylor a balançou. O punho gordinho se fechou no próprio rostinho, Violet coçava, coçava, ficando mais vermelha. Ela parecia uma joaninha. Irritada, ela começou a choramingar. Algumas bolinhas iam surgindo nos bracinhos, bem lentamente.

– Lin, você deu Donuts a ela?

– Não! – Lin ficou assustada. – Donuts não, mas eu coloquei o creme na ponta do dedo e o levei até a boca dela.

– Jesus! – Taylor tremia. Laura a mataria! – Eu preciso levá-la ao hospital, ela está ficando vermelha. – Seus olhos embaçaram em lágrimas.

CONTINUA...


Notas Finais


Até mais. :)
Snow, Bia.


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