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História Wallflower - Parte dois - Cinco doses do Uchiha


Escrita por: Bad-Lady

Notas do Autor


Sim, demorou MAS EU CHEGUEI!

Vou deixar vocês lerem KKKKKKKK

Desculpa os eventuais erros, vou revisar amanhã no serviço KKKKKKKKKKKKK

Capítulo 2 - Parte dois - Cinco doses do Uchiha


PARTE 2 – CINCO DOSES DO UCHIHA

 

Sem esperar uma resposta, entro de volta no bar. Lá dentro tudo continua animado, e eu sinto vontade de voltar lá para fora. Solto um suspiro baixo, jogando as embalagens no lixo. Caminho de volta para a mesa, vendo que havia mais alguns copos de doses vazios, junto com limão já chupado e um pouco de sal espalhado. Todas ali tomavam cerveja direto da garrafa.

Me sentei ao lado da Temari.

- Demorou, em? – Ino falou, sorrindo.

- Não muito – respondi, sem ter certeza de quanto tempo se passou desde que eu saí.

Uns vinte minutos, talvez?

- Onde arrumou esse refrigerante? – Tenten, que estava na minha frente perguntou.

Olhei para a lata e depois para ela, sem saber o que responder. Não queria mentir, mas também não sabia se era uma boa ideia falar a verdade.

- Meu deus, não me fala que tu achou essa lata por aí e decidiu beber – Karin resmungou, com uma expressão assombrada.

Fiz uma careta.

- Eca. Não, claro que não - fiz uma pausa, quase que deliberada - O Sasuke comprou pra mim.

Todas elas me olharam, mas minha atenção permaneceu na Ino. A maioria das universitárias tinham um crush no Uchiha, mas a Ino certamente era a mais obcecada com ele. Não vou dizer que ela gosta dele, mas com certeza quer transar com badboy de qualquer modo.

A loira piscou seus grandes olhos algumas vezes, e então se inclinou um pouco para frente.

- Está me dizendo que o Sasuke está aqui, e ele te comprou uma Coca-Cola?

Concordei com a cabeça. Ela piscou mais algumas vezes e então começou a rir. A rir mesmo, de verdade, como se eu tivesse acabado de contar uma piada muito engraçada. Ninguém na mesa acompanhou sua gargalhada, as meninas apenas ficaram olhando para ela, sem reação.

- O que é tão engraçado? – perguntei, ficando irritada.

Assim que ela parou de rir, me olha, secando o canto dos olhos.

- Por favor, né, Sakura. Se quer me atingir, pelo menos conte uma mentira plausível. Algo que seja minimamente acreditável.

Abri a boca, mas nenhum som saiu. Fora a confusão do amigo colorido, nunca mentia, nunca mesmo. Já tinha lido livros demais para saber como as mentiras acabam, então procurava evitar o máximo possível.

- Está me chamando de mentirosa? – questionei, ainda sem acreditar.

Ino não respondeu diretamente, só deu os ombros.

- Espera mesmo que a gente acredite que você se encontrou com o Sasuke Uchiha e ele te comprou uma bebida?

Senti meu rosto ficar vermelho e fechei as mãos com força.

- Eu acredito – Karin falou, com a maior naturalidade.

- Eu também – Tenten concordou.

- Ela não teria porque mentir – Temari começou – Até mesmo porque o Uchiha está ali no bar, e não para de olhar para a nossa mesa.

Automaticamente minha atenção foi para o bar, e eu o procurei com os olhos. Assim que nosso olhar se encontrou, me senti mais calma. Eu não estava mentindo, e não precisava provar nada para ela.

- Então prove, Sakura, - falou, atraindo minha atenção - Vá lá e converse com ele. Vamos ver se ele vai te responder ou só vai te ignorar, como faz com todo mundo.

Aparentemente eu precisava provar sim. Geralmente não me deixava levar por suas provocações, mas já estava cansada disso. Sabia que provavelmente com exceção da Karin, nenhuma delas acreditava muito em mim, e apesar de saber que não devia me importar com isso, eu me importava. Odiava ser mesquinha a esse ponto, e odiava me comportar como uma adolescente idiota. Mas, só por deus, por que era tão difícil acreditar que ele tinha mesmo conversado comigo e me comprado um refrigerante? Isso com certeza não significava nada, somente que ele conseguia falar nossa língua, apesar dos boatos que diziam o contrário.

Empurro a lata de refrigerante para ela e sorrio.

- Por que não lambe a lata? Tem o DNA do Sasuke aí. Provavelmente é o mais perto que você vai chegar dele mesmo.  

Me levanto, ouvindo a risada da Karin enquanto as meninas tentavam se controlar. Assim que me afastei da mesa e comecei a me aproximar dele, já começo a ver que era uma péssima ideia. Uma péssima ideia mesmo. O que diabos eu estava pensando? Engulo o seco, tentando pensar no que falar.

Sempe fui péssima puxando conversa, péssima mesmo. Antes que conseguisse pensar em qualquer justificativa que pudesse dar, já estava parada na sua frente. Sasuke está sentado em um dos bancos, apoiando seu braço no balcão. Ele tinha tirado a jaqueta de couro e a deixado no encosto do banco, mostrando os músculos dos seus braços. Meu deus...

- Sentiu saudades? – perguntou, com o canto dos lábios levantados.

Ignorei sua provocação.

- Na verdade... – comecei, sem saber o que dizer. Era melhor falar a verdade, não é? Respirei fundo, tomando coragem – Na verdade, eu vim aqui porque a Ino não acredita que você falou comigo, e nem que me comprou um refrigerante. Geralmente eu não ia te incomodar por causa de uma coisa tão besta, mas ela está mesmo me enchendo o saco, e eu só queria mostrar que... – parei de falar, sem saber ao certo o que eu queria mostrar.

Sasuke não sorria mais, apenas me observava atentamente. Meu deus, parabéns para mim, consegui irritar o menino.

- Por que ela não acredita que eu falaria com você? – perguntou, em um tom sério.

Um tom que ele não tinha usado comigo nenhuma vez durante a nossa pequena conversa. Engoli o seco, ficando nervosa.

- Porque você é o Sasuke Uchiha, crush de metade de universidade, incluindo uma boa porcentagem de garotos. Você não fala com ninguém, não olha para ninguém, até seus colegas de sala dizem que você é reservado e quase nunca abre a boca. Por que conversaria comigo? Justamente comigo? 

Quando terminei de falar, percebi que realmente era inacreditável o fato dele ter falado comigo lá fora. Nem podia culpar a Ino por não acreditar: nem mesmo eu estava acreditando. Suspirei, fechando os olhos durante alguns segundos.

Devia ter ficado em casa.

Estava prestes a me desculpar quando senti suas mãos passando pela lateral do meu braço. Sasuke se levantou e parou na minha frente, me puxando para mais perto. Prendi a respiração de novo, sem saber o que esperar. Ele era alto e quente, muito quente. Engoli o seco, ainda sentindo seus dedos nos meus braços, aquecendo minha pele e me fazendo arrepiar.

Ele se inclinou um pouco para frente, passando uma mão pela minha cintura e colocando a outra na lateral do meu pescoço. Quando me puxou para mais perto, prendi a respiração. Precisei levantar ainda mais a cabeça para poder olhar em seu rosto, e logo me arrependi. De perto, Sasuke conseguia ser ainda mais bonito. Como isso é possível?

- Vou te beijar agora – sussurrou contra os meus lábios.

Mexi a cabeça, concordando, sem confiar nas minhas próprias palavras.

Seus dedos deslizaram pelo meu pescoço até chegarem na minha nuca, e então se enfiaram no meu cabelo. Fiquei na ponta dos pés, buscando sua boca.

O beijo começou suave, apenas tocando de leve. Sasuke me puxou para mais perto, me fazendo sentir cada centímetro do seu corpo. Passei os braços pelo seu pescoço e mordi de leve seu lábio inferior. Sua mão na minha cintura me apertou com mais força, e eu senti sua língua tocar o canto dos meus lábios, como se estivesse provando o sabor da minha boca.

Senti um frio na barriga e tudo o que conseguia ouvir era meus próprios batimentos cardíacos, acelerados dentro do meu peito, pulsando em meus ouvidos. Sua boca tinha um leve sabor de limão e seu corpo era quente, muito quente. Arranhei sua nuca, sentindo-o se arrepiar.

Sasuke puxou meu cabelo de leve como resposta, e tudo o que eu mais queria era tirar sua roupa e sentir sua pele. Comecei a fantasiar sobre suas mãos no meu corpo, sua boca no meu pescoço, na minha barriga, entre as minhas pernas.

Certeza que a minha calcinha molhou.

Ele se afastou um pouco de mim, mas eu mantive meus olhos fechados, sentindo sua respiração quente no meu rosto. O beijo havia sido muito mais suave do que eu esperava vindo dele, porém, também havia sido muito mais avassalador.

- Vamos sair daqui... – sussurrei.

Senti ele concordar com a cabeça, e eu tive quase certeza que ele sorria, mesmo sem ver.

Me afastei dele e abri os olhos, tirando minhas mãos do seu pescoço, mas ele manteve a dele na minha cintura por mais alguns segundos, e então me soltou. Ele pegou a carteira e deixou uma quantia no balcão, pegando em seguida sua jaqueta. Caminhamos para a minha mesa, mas eu estava constrangida demais para olhar no rosto das meninas. Assim que parei, busquei o rosto da Karin, evitando olhar a Ino. Não estava a fim de ouvir qualquer tipo de provocação dela, só queria minha bolsa e ir para um quarto com o Sasuke.

Ou uma cozinha.

Como seria transar com ele em cima da mesa?

Senti meu rosto corar, e queria ter bebido mais, o bastante para não sentir tanta vergonha.

- Karin, pode me passar minha bolsa? – pedi.

Ela sorriu, meio maliciosa e meio orgulhosa.

- Vai para algum lugar? – perguntou, me provocando.

Olhei de canto para o Sasuke, vendo que o mesmo me observava. Voltei minha atenção para a Karin.

- Vou seguir seu conselho.

Ela concordou, me estendendo minha bolsa preta.

- Assim que terminar me liga que eu vou te buscar.

Antes que eu pudesse responder, Sasuke parou atrás de mim, colocando a mão nas minhas costas, por baixo da jaqueta de couro, tocando aquele pequeno centímetro de pele exposta. Senti um arrepio com o seu toque e engoli o seco, tendo a certeza absoluta que a minha calcinha estava encharcada.

- Não se preocupe com ela. Vamos terminar tarde, e ela vai estar cansada demais para ir embora.

Senti meu rosto corar e já fiquei na expectativa. As meninas falaram alguma coisa, mas não consegui ouvir. A única coisa que se passava na minha cabeça era a ideia de ficar exausta na cama dele, exausta o bastante para não conseguir ir embora.

Coloquei a alça da minha bolsa no ombro, já me preparando para ir.

- Essa jaqueta não é sua – a voz da Ino chamou minha atenção.

Olhei para ela, vendo que a mesma me encarava com raiva. Pisquei algumas vezes, processando o que ela havia dito.

- Nem sua – respondi, dando os ombros.

Ela franziu a testa e pressionou os lábios com força.

- Eu dei para a Karin de presente – justificou.

Ela só estava procurando um motivo para implicar comigo, e eu não ia me irritar com isso. Coloquei minha bolsa na mesa e tirei a bendita jaqueta, fazendo um sinal para a Karin não se incomodar. Estava frio lá fora, mas logo estaria na casa do Sasuke. Ou em algum motel. Não tinha certeza do que ele preferia. De qualquer modo, logo eu estaria longe do frio.

- Nossa, Ino, que ridículo da sua parte – Tenten resmungou.

Temari olha feio para a loira e se levantou, tirando a própria blusa de frio para me dar. Antes que eu pudesse recusar, senti um pano quente cobrir meus ombros. Olhei para a jaqueta preta do Sasuke, e então olhei para ele.

Ele pisca para mim, com aquela expressão maliciosa no rosto. 

- Ela pode usar a minha.

Concordei, vestindo meus braços nela. Automaticamente senti o seu cheiro e evitei respirar fundo para aproveitar mais. Me virei para o Sasuke, e ele fechou o zíper devagar, fazendo por fim um carinho no meu rosto. Pisquei os olhos algumas vezes, tentando me recuperar.

Não sabia o que esperar de Sasuke Uchiha, mas com certeza não era isso.

- Obrigada – sussurrei.

- Espero que não se incomode com o meu cheiro.

Sorrio.

- Gosto do seu cheiro.

Nós nos olhamos durante alguns segundos, e então eu desviei os olhos, pegando minha bolsa de novo. Karin piscou para mim, mais animada do que deveria estar.

- Passo amanhã à noite na sua casa – falou.

Eu sabia o que isso significava. Ela ia atrás de detalhes, todos os detalhes possíveis. Sasuke passou um dos braços pelo meu ombro e me puxou para perto, sorrindo malicioso por cima da minha cabeça.

- Não garanto que já vamos ter acabado até lá – respondeu por mim.

Mesmo sem olhar, conseguia ouvir a animação das três, e eu sorri comigo mesma, já ansiosa para chegar logo na parte que tiramos a roupa.

Essa parte, aparentemente, demorou um pouco mais que o previsto.

Após sair do bar, procuramos sua moto. Quando a encontramos, Sasuke pegou seu capacete e colocou em mim, prendendo em baixo do meu queixo. Observei cada movimento seu atentamente, reparando em novos detalhes.

Ele é lindo.

Muito lindo mesmo.

Lindo tipo aquelas imagens de deuses gregos, ou fanarts de livros de romance que eu tanto gosto de ler. Cada vez era mais compreensivo o motivo de tantas pessoas quererem ficar com ele, e a cada minuto eu ficava mais curiosa para saber o porquê ele não ficava com ninguém.

Talvez Sasuke não fosse o tipo que namora.

Mas isso não seria julgá-lo, exatamente como estavam fazendo comigo?

O melhor seria lhe perguntar, quem sabe mais tarde.

Ele sorriu para mim, e indicou a moto.

- Pronta?

Revisei o olhar para ele e para ela.

- E seu capacete? - questionei.

Sasuke deu os ombros, como se não fosse grande coisa.

- Trouxe apenas um - levantei as sobrancelhas - Não achei que iria embora acompanhado.

É errado eu ficar feliz com isso? Pois eu estava muito feliz com essa informação, mais feliz do que devia estar. Olhei para a moto de novo.

- Não é perigoso?

Ele deu uma risada e me puxou para perto. Mesmo sem a jaqueta e estando aqui fora que estava bem mais frio do que lá dentro, Sasuke continuava quente. Apoiei as mãos em seu corpo, adorando sentir os músculos rígidos, quase como se ele estivesse tenso.  

Uma de suas mãos subiu pelas minhas costas, e mesmo estando por cima da jaqueta, meu corpo reagiu quase como se não houvesse nada nos separando.

Qual era a dificuldade de irmos logo com isso?

- Prometo que vou devagar.

Ele falou em um tom que me fez ter dúvidas sobre o que ele se referia.

Apenas assenti, sem confiar em mim mesma para pronunciar uma resposta. Assim que ele subiu na moto, eu me sentei atrás, passando meus braços pela sua cintura. Talvez, só talvez, eu tenha deixado as mãos um pouco mais para baixo do que o necessário.

Sasuke não pareceu notar, ou se notou, não comentou nada.

Como prometido, ele foi devagar. O que não me impediu de ficar nervosa não só com a perspectiva do que iria acontecer entre a gente mas também com o medo de morrer em um acidente.

O mais interessante - e talvez levemente preocupante - era o fato de meu temor pela morte estar muito mais relacionado com a possibilidade de não saber como seria transar com o Sasuke do que com o fato que eu morreria.

E foi refletindo sobre isso que me vi na entrada de um prédio. Sasuke morava no centro. Por que não estava surpresa com isso? A entrada foi liberada e logo não pude mais ver o céu ou sentir a brisa fresca da noite. Assim que ele estacionou, desci da moto, já arrancando o capacete.

Ele sorria para mim, malicioso.

- Não gosta de motos? - questionou.

- Não sou acostumada.

- Vamos ter que resolver isso, então.

Antes que pudesse processar o que ele quis dizer, Sasuke pegou o capacete das minhas mãos e o deixou pendurado na moto, logo após colocou uma das mãos em minhas costas, me guiando para o que parecia ser o elevador. A cada passo eu ficava mais nervosa.

Nunca tinha feito sexo casual.

Minha limitada experiência foi no mínimo desapontante e dolorosa, e eu não senti vontade de repetir durante muito tempo. Nos livros de romance adulto, sexo sempre é retratado como um ato prazeroso, às vezes romântico, e geralmente mágico. Na vida real não foi assim. Na vida real foi desconfortante e doloroso, não tive quase nenhum prazer depois da penetração, e quando acabou, eu só queria tomar um banho e me limpar.

Não cheguei a me arrepender, mas também não senti como se algo houvesse mudado em mim. Foi só um sexo de despedida, nada de incrível ou espetacular, nada de orgasmos ou gemidos.

Olho para o lado, observando Sasuke com a canto dos olhos. Sinto sua mão nas minhas costas, em cima da jaqueta. Tinha muitos boatos ao seu respeito, e a maioria envolve sexo. Sexo depravado, daqueles que dura horas e horas, e que ambos ficam satisfeitos.

Já tinha ouvido tantos boatos, tantas suposições, que minhas expectativas estavam cada vez maiores. E isso era um problema. Uma pessoa tão experiente quanto ele provavelmente ficaria incomodado com alguém tão...

Tão eu.

Não sei o que fazer, não sei como dar prazer pra alguém. Também não sou idiota, sei os básicos: nada de dentes.

Fora isso? Somente as cenas de sexo dos meus livros. Tudo muito teórico.

Quando entramos no elevador, não consigo ver o andar que ele seleciona. Ou melhor, não consigo prestar atenção pois estou muito ocupada sendo insegura.

Quando ele se afasta de mim, temo ter percebido cada pensamento meu, ou no mínimo adivinhado.

Me mantenho parada, sentindo o elevador subir.

E se ele não gostar? E se eu não gostar?

A segunda opção parece improvável, mas a primeira...

Engolindo o seco, tento me acalmar.

Quando o elevador abre as portas, Sasuke me espera sair. O corredor é iluminado de uma forma suave, como se as lâmpadas fossem "branco quente", perfeitamente posicionadas. Todo o chão é coberto com um carpete vinho em contraste com as paredes claras. Por um momento, me sinto naqueles hotéis de luxo, e me pergunto se não estamos em um motel.

Sasuke desce, mas dessa vez não encosta em mim.

Será que já se arrependeu?

A maior parte da universidade quer ir pra cama com ele, a maior parte saberia o que fazer. E ele fica justo comigo, uma das poucas que tira suas referências de livros.

Livros.

Talvez tenha sido por isso que o sexo tenha sido ruim. Minhas expectativas devem ser altas demais para a realidade medíocre.

Acompanho ele um pouco distante, e quando ele para para abrir uma porta, eu me mantenho encostada na parede. Dessa vez, Sasuke entra primeiro.

Respiro fundo antes de segui-lo para dentro.

A entrada do apartamento era uma sala enorme, com sofás brancos de couro, uma TV maior que a parede do meu quarto, um tapete felpudo com uma mesa de centro totalmente de vidro. Toda a sala é elegante, quase sem móveis.

 De algum modo, também é fria - apesar da grande lareira perto da TV. Sasuke fecha a porta atrás de mim, e então desce os dois degraus que levam até a sala.

O sigo, tentando me manter calma. Ele deixa as chaves em cima da mesa de vidro, e então se vira para mim.

- Quer algo para beber?

Apenas concordo, sem confiar em mim mesma para falar.

Quando ele saí do cômodo, eu aproveito para observar tudo. Nas paredes há quadros simples, porém lindos. Uma flor, um dia chuvoso, um casal observando um lago. Tudo, porém, em cores frias. Não que eu entenda muito disso, mas olhando para o ambiente, sinto um arrepio.

É como se faltasse cor. A casa não é feia, longe disso, mas não é uma casa onde eu imagino crianças brincando. Não é aconchegante: está mais para um hotel chique.

Nada indica algo pessoal, apenas elegância fria.

Talvez ele não fique muito por aqui.

Deixo minha bolsa ao lado das suas chaves e tiro sua jaqueta, e então caminho até a porta de vidro. A cortina está aberta e a porta destrancada. Quando saio para fora, sou atingida pelo ar frio da noite. A varanda também está quase vazia. Há uma mesa de jardim ao lado esquerdo da porta, com duas cadeiras posicionadas para a rua. O trio parece muito pequeno comparado ao tamanho da varanda.

Umas flores fariam uma grande diferença. Apesar que se ele não fica muito por aqui, não faria sentido ter algo que precisaria de cuidados constantes.

Observo o espaço para rede, e já me consigo imaginar sentada no final da tarde lendo um romance.

Afasto esse pensamento.

Sexo casual é somente sexo casual.

Nada de ter ideias românticas.

- Eu sei, precisa de mais decoração.

Me viro para trás, levemente assustada.

Sasuke está parado ao lado da porta, com duas taças de vinho nas mãos. Sorrio para ele, dando os ombros.

- Deixe-me adivinhar: você quase não fica por aqui.

Ele sorri, se aproximando.

Pego uma das taças, e dou um gole.

- Bingo. - ele também bebe um pouco - Passo muito tempo no serviço, basicamente só venho para casa para dormir.

- E nas folgas?

Quando ele sorri de forma maliciosa, sinto meu rosto corar.

- Vamos falar de você.

Me viro em direção a cidade, observando as luzes distantes. Em que andar será que estamos?

- Gosto de ler, ver filmes, e comer.

Sasuke para ao meu lado, porém, não me toca.

- Esqueceu estudar.

Não olho para ele quando respondo.

- Não considero estudar como folga. É mais uma obrigação.

- Até nos finais de semana?

Dessa vez, não consigo evitar olhar para ele. Minhas sobrancelhas se unem, desconfiadas.

- Como sabe disso?

Sasuke sorri de forma enigmatica, e mantem seus olhos em algum lugar longe. Por fim, dá os ombros.

- Podemos dizer que em alguns aspectos, você não é tão difícil assim de se ler.

- E em outros?

Dessa vez ele me olha.

- Em outros eu daria tudo para saber o que está pensando.

Balanço a cabeça, sorrindo, e então apoio os braços no parapeito. Parada na varanda, observando a cidade abaixo, tomei mais um gole de vinho. A vista era realmente espetacular.

Ainda não sabia em que andar estavamos, porém, os carros lá em baixo não passavam de um borrão. Daqui de cima, tudo parecia tão calmo...

- Está mais calma? - Sasuke perguntou ao meu lado.

- Sabia que eu estava nervosa?

- No elevador você praticamente virou uma estátua.

Dou uma risada, constrangida.

Nunca imaginei que ele pudesse ser tão paciente. Sorrio para ele, me sentindo um pouco envergonhada do meu nervosismo.

Tudo bem, muito envergonhada.

- Desculpe.

Ele da os ombro, ainda sorrindo.

- Só quero que se sinta bem.

E eu me surpreendo ao me dar conta de que me sinto. Pela primeira vez em muito tempo, me sinto realmente bem.

Sorrio, desviando os olhos.

- Não se preocupe, eu já estou pronta.

Consigo ouvir a risada dele, e logo Sasuke se afasta. A primeira coisa que escuto são dois vidros se encontrando. Me controlo para não olhar para trás e mordo a boca para me impedir de falar.

- Está pronta? - sua voz está rouca, um pouco distante.

Concordo, mexendo levemente a cabeça.

Dessa vez não escuto ele sorrindo.

- Estou.

Durante alguns segundos ele não me responde.

- Então tente não derrubar minha taça...

Tento me concentrar nas suas palavras, mas é difícil quando sinto seu hálito quente no meu pescoço. Suas mãos me tocam devagar, de uma forma tão leve que se eu não sentisse meu corpo queimar, diria que estou alucinando.

Com o coração disparado, me mantenho parada, ansiosa.

Devagar, como se quisesse me torturar, ele desce pela minha cintura até chegar na pela exposta onde começa meu shorts. Suas mãos contornam o cós até encontrar o botão. Sinto o pano se afrouxar conforme ele o solta. Meu coração disparava ainda mais - se é que isso é fisicamente possível - quando Sasuke desce meu shorts, encostando levemente nas minhas coxas. Seu toque, por mais leve que seja, faz minha pele pegar fogo, e eu sinto que ele está me marcando de um modo incompreensível, até mesmo para mim.

- Um passo para o lado - sussurra contra o meu ouvido.

Antes que minha mente possa processar, meu corpo já obedeceu.

Suas mãos se voltam para minha cintura, e dessa vez ele começa a subir, levando o pano com ele. Sem esperar uma ordem, levanto os braços, ainda segurando a taça nos dedos.

Quando estou somente de calcinha, sutiã e botas, percebo que não consigo me virar para olhar em seu rosto. Ou melhor, não tenho coragem para isso. Minhas mãos se voltam para o parapeito e eu olho para o vinho.

Quantas mulheres já estiveram no meu lugar? Quantas ficaram seminua em sua varanda? E quantas eram mais bonitas do que eu? Não sou insegura. Ou pelo menos não muito, mas não consigo deixar de pensar em quantas universitárias são melhores do que eu. Quantas estão mais em forma. Quantas tem um corpo mais sexy, mais atraente.

Com quantas mulheres ele está me comparando nesse exato momento?

- Boa garota.

Seu hálito me causa um arrepio delicioso, mas logo ele se afasta.

Novamente não tenho coragem de me virar, então bebo o resto do vinho. Com a taça vazia entre os dedos e com o pouco de coragem que consegui, me viro. Sasuke está parado, encostado no batente da porta com os braços cruzados.

Sinto meu rosto esquentar, e sei que não tem nada a ver com a bebida.

- O que foi?

Ele balança a cabeça devagar.

- Você é perfeita. Não me canso de te olhar.

Minha boca abre e se fecha algumas vezes.

Não tenho resposta para isso, ou pelo menos nenhuma resposta que seja boa o bastante. Desvio os olhos para o chão, constrangida pela intensidade do seu olhar.

Sasuke me observava como se eu fosse a única mulher no mundo, como se nunca houvesse visto nada como eu. É uma sensação boa ser observada assim.

- Diz isso para todas? - pergunto, e espero que tenha soado como uma brincadeira.

Não quero demonstrar minha insegurança mais do que já mostrei.

Ele se aproxima, como um felino que vai atrás de sua presa, pegando primeiro a taça da minha mão. Sasuke a coloca na mesa de vidro, ao lado da sua própria taça que ainda não está vazia, e uma parte da minha mente registra que esse foi provavelmente o barulho que ouvi antes. Considero beber o vinho dele.  

Antes que possa tomar qualquer atitude, sinto uma de suas mãos em meu rosto, me obrigando a olhar para ele. A outra fica em minha cintura, dessa vez não sendo um toque fantasma.

Seu rosto está sério e eu sinto o calor do seu corpo passando para o meu.

- Nesse momento nem me lembro da existência de outras mulheres.

Dou um sorriso sem graça, sem saber o que responder. Por fim, dou os ombros de leve.

- Se você diz.

Não acredito nele, porém, uma parte minha - aquela romântica que ama um livro clichê - se derrete com as suas palavras. Verdadeiras ou não, Sasuke sabe o que dizer para uma mulher se sentir especial.

- Quero te ouvir gemer, sentir o seu gosto e cada centímetro da sua pele. Quando gozar, quero que grite o meu nome, quero sentir sua buceta me apertar e ver cada uma de suas expressões. Quero fazer tantas coisas com você, amor, em tantas posições, que nem mesmo se passássemos uma semana em minha cama conseguiria realizar todas as minhas fantasias. - ele faz uma pausa, como se respirasse com dificuldade, e então encosta a boca na minha, roçando seus lábios de forma leve. Fecho os olhos, sem saber o que fazer - Quero você há tanto tempo, de tantas formas, que agora que está aqui não sei por onde começar.

Eu acredito em cada uma de suas palavras.

Não por causa do que ele disse em si, mas pela intensidade de seu olhar, das suas mãos em minha cintura, do modo que ele me mantêm perto.

Todas as minhas inseguranças vão embora, e então somos só nós dois.

O puxo para perto e o ouço ofegar em resposta. Cada centímetro seu é quente e musculoso. Sasuke é um deus grego esculpido.

- Pode fazer o que quiser - respondo com a voz rouca e baixa.

Como se somente esperasse essa autorização, ele me beijou. Dessa vez não foi suave, dessa vez não foi só um tocar de lábios. Esse beijo foi selvagem, como se ele estivesse procurando algo em mim, ou simplesmente exigindo.

Antes que eu pudesse aproveitar, Sasuke se afastou, descendo a língua pelo meu maxilar, pescoço, e entre meus seios. Mantive os olhos fechados, sentindo-o descer cada vez mais, até passar pelo meu umbigo e parar no inicio da minha calcinha.

Abrindo os olhos, observo ele de joelhos, com a boca a poucos centímetros de mim. Durante alguns segundos, apenas ficamos assim. Suas mãos tocam a renda da minha calcinha, e então ele a desliza para baixo, mantendo os olhos fixos nos meus.

Devagar levanto um pé de cada vez, tentando não pensar em como estou exposta. Seu hálito quente me causa arrepios, e quando suas mãos tocam meu tornozelo de novo, sinto que posso gozar só com isso.

Sasuke sorri, como se soubesse cada um dos meus pensamentos.

Seus dedos sobem pela minhas pernas, e eu sou obrigada a segurar no parapeito. Sua mão esquerda acaricia minha coxa, subindo e descendo em uma tortura deliciosa, parando por fim, no meu joelho.

Deixo que ele levante minha perna, e quando ela se encaixa perfeitamente em seu ombro, engulo o seco, me sentindo ainda mais exposta.

Devia ter bebido mais vinho.

Seus olhos se desviam dos meus.

Sinto como se estivesse tão excitada a ponto de escorrer. Talvez esteja.

Quando sua boca me toca, tudo o que posso fazer é fechar os olhos. Sinto sua língua deslizar e tento, em vão, segurar o gemido. Seus movimentos são lentos, como se ele estivesse me provando devagar, como se quisesse me fazer implorar.

Seguro o parapeito com mais força, até sentir meus dedos fiarem dormentes.

Não importa.

Suas mãos apertam minhas coxas e quando ele me suga com força, solto um grito. Sinto meu corpo começar a ficar tenso, e quando sua língua me penetra devagar, ouço minha própria voz rouca implorando por ele.

Sasuke usa uma das mãos para me abrir e sua boca encontra um ritmo perfeito, usando a língua e os lábios. Me forçando a abrir os olhos, olho para baixo.

Uma de minhas mãos vai até o seu cabelo macio, e quando os olhos negros me encontram, sinto que perdi uma batalha que nem sabia que estava lutando.

O orgasmo me atinge com força, e por mais que eu queira continuar olhando para ele, meus olhos se fecham enquanto sinto meu corpo se desfazer em espasmos.

Minutos. Foram preciso minutos para ele me fazer gozar.

Certo, a reputação dele é totalmente merecida.

Tento controlar minha respiração.

Quando Sasuke se levanta, olho para ele.

Metade do seu rosto está molhado, e eu sinto minhas bochechas corarem. Durante alguns segundos, não sei o que dizer.

- Desculpa... - minha voz sai mais baixa do que eu gostaria.

Ele solta uma risada.

- Está se desculpando por gozar?

Mordo a boca, sem saber o que dizer.

Faço um sinal para o seu rosto, e espero que ele entenda.

- Me desculpa por... isso.

Sasuke se aproxima, colocando as mãos na minha cintura e me puxando para perto. Sinto sua ereção na minha barriga, e mordo a boca, tentando me controlar para não tocar nela.

- Se você pedir desculpas mais uma vez, serei obrigado a puni-la.

Pisco os olhos, e então o encaro, sem saber o que responder. Coloco as mãos em seus ombros, o puxando um pouco mais para perto. Mais perto do que isso só se ele entrar em mim.

- É estranho eu ter ficado excitada com a ideia?

Sasuke ri, me beijando.

Sua boca está com um gosto levemente salgado.

Então os livros mentiram para mim. O gosto não é doce como mel, nem tão pouco cheira a flores. É salgado, e tem cheiro de excitação. Tenho a impressão que aquele famoso cheiro de sexo é uma mistura do meu cheiro com o dele.

Sasuke se afasta, com a respiração ainda mais acelerada do que a minha.

- Quem diria que você é uma depravada.

Dou os ombros.

- Estou nua na sua varanda. Isso deve dizer alguma coisa.

Sasuke sorri, descendo os olhos pelo meu corpo.

Suas mãos vão até o meu sutiã, e eu deixo ele tirá-lo, mantendo meus olhos fixos nele. Ainda sinto o efeito do orgasmo, mas também sinto que quero mais, principalmente sabendo que ele está excitado por causa de mim.

Livre da última peça de roupa, ele volta a me olhar.

- Agora sim está nua.

- Falta as botas.

Ele sorri, malicioso.

- Quero te comer exatamente assim.

Sinto meu rosto corar, e sei que estou excitada novamente. Minhas mãos tocam seu abdomem por cima da camisa, e sinto ele ficar tenso. Desço os dedos até sua calça, e evito olhar para ele quando toco sua ereção. Sasuke solta um rosnado, mas não tenta me impedir.

A massageio por cima da calça, fechando minhas pernas com força.

Mordendo a boca, começo a abrir o ziper. Sua cueca é preta, e ele é maior do que parecia inicialmente. O toco de novo, sintindo-o pulsar em minha mão.

- Quero você... - sussurro, sem ter coragem para o olhar nos olhos - Quero você dentro de mim...

Sasuke segura minha mão, me obrigando a parar.

Sem me responder, ele me obriga a ficar de costas. Dessa vez, não consigo apreciar a vista, tudo o que faço é empurrar o quadril em direção a ele.

Sasuke segura a minha cintura com força, me obrigando a parar. Olho por cima do ombro.

Ele está com uma expressão sombria.

- Fique quieta - ordena.

Tento me mexer, mas ele me mentem parada no mesmo lugar.

- Por que?

Dessa vez, não consigo ver nenhum sorriso malicioso.

Seu corpo encosta no meu, e eu sinto todo o seu calor.

- Porque, se sua bunda deliciosa continuar me provocando, eu vou perder o controle, e a última coisa que eu quero é ser bruto com você.

Isso me deixa ainda mais excitada.

- Talvez eu queira que você seja bruto.

Dessa vez, ele sorri, mas é um sorriso sombrio que me deixa ainda mais molhada. Eu percebo que realmente quero isso. Quero tudo. Não sei quando terei mais uma chance de fazer isso, então quero aproveitar ao máximo a experiência.

- Na próxima vez, amor.

Antes que eu possa responder, suas mãos deixam a minha cintura. Uma sobe para os meus seios, e a outra desliza entre as minhas pernas. Sinto ele apertar o mamilo e fecho os olhos, gemendo.

- Ah...

Sasuke se aproxima ainda mais, me empurrando para a frente.

- Já está pronta? - sussurra no meu ouvido - Que garota safada.

Me pressiono contra ele, adorando sentir seu pau duro e seu corpo musculoso.

- Por favor... - sussurro.

Ele ri no meu ouvido, fazendo movimentos circulares no meu clitóris e apertando meu seio.

- Por favor o que?

Novamente me empurro contra ele, querendo acabar com esse autocontrole. Não é justo que eu esteja quase gozando pela segunda vez, implorando para senti-lo dentro de mim, enquanto ele continua me provocando e sorrindo.

- Coloca em mim.

Sasuke passa a língua no meu pescoço, subindo até chegar na minha orelha. Sinto meu corpo todo arrepiar.

- Colocar o que, amor?

Abro os olhos devagar, tentando olhar para ele. Ele não está tão controlado quando parece. Passo a língua pelos lábios, criando coragem.

- Seu pau.

Sasuke sorri, dessa vez é ele quem se pressiona contra mim, me fazendo senti-lo. Ofego, sem conseguir me controlar, mas me obrigo a ficar com os olhos abertos.

- Quer que eu coloque onde? - seu dedo deixa meu clitóris, deslizando de uma forma lenta e torturante, até parar na minha entrada - Aqui? - concordo, sem conseguir falar. Devagar, ele me penetra, e eu fecho os olhos, gemendo - Quer gozar no meu pau? - pergunta.

Tento falar, mas as palavras saem como um gemido. Por fim, apenas concordo com a cabeça, torcendo para que isso seja o bastante.

Não é.

Ele ri, como se me ver implorando fosse seu maior prazer.

Sua boca para no meu pescoço e eu sinto ele morder a pele sensível, e então chupar. Seu dedo continua entrando e saindo devagar, e quando ele aperta meu mamilo, o puxando levemente, sinto o orgasmo me atingir. Dessa vez não consigo segurar o grito que escapa.

Forço as minhas pernas a ficarem em pé, mesmo sentindo que a qualquer momento posso desabar. Respirando com dificuldade, sinto suas mãos se voltarem para a minha cintura, como se ele soubesse exatamente o quanto preciso de apoio.

Sasuke beija minha nuca, mas não fala nada.

Durante um momento, permaneço parada, tentando me recompor. Minha respiração está acelerada, meu corpo ainda com espasmos pós orgasmos, e o calor do Uchiha nas minhas costas, junto com a sua boca no ponto sensível do meu pescoço.

Aproveito a sensação deliciosa enquanto me recomponho.

Finalmente endireito minha coluna, me sentindo relaxada. Me viro para ele, estreitando os olhos. Suas mãos permanecem em minha cintura nua.

Obviamente ele gosta de ficar no controle, e talvez eu também goste disso. Talvez. Certo, quem estou tentando enganar? Eu realmente gosto dele no controle, mas isso não significa que só ele pode se divertir. E porque eu sou a única sem roupa?

Tento não fazer um beicinho, mas aparentemente falho, pois ele sorri e me puxa para perto.

- Você é a combinação perfeita de sexy e fofa.

Reviro os olhos o abraçando.

- E você é pura arrogância e maldade.

Sinto sua risada no meu pescoço, onde ele deposita um beijo.

Acabei de gozar pela segunda vez e já quero de novo.

Meu deus, eu sempre fui assim? Ou é efeito do vinho? Ou é efeito dele?

Respiro fundo, sentindo seu cheiro delicioso. Devagar, passo a língua pela base do seu pescoço, contornando sua camiseta. Sinto ele se arrepiar e seu corpo fica tenso. Deslizo as mãos pelas suas costas, procurando a barra da camisa.

Sua pele é quente, e por um momento me questiono se ele é sempre assim. Quando passo as unhas de leve em seus músculos, ele me puxa para mais perto.

- Vamos entrar, amor - sussurra no meu ouvido.

Dessa vez, eu o puxo para dentro, tentando não pensar no fato que fora as minhas botas, não estou usando nada. Sinto seu olhar em mim, porém, ignoro.

“Coragem, Sakura! Está tudo bem! Vai dar tudo certo! Ele já viu seu corpo, esconder agora não vai mudar nada...” me concentro nessa voz, ignorando minha parte que quer se vestir e correr para longe, de preferência outro estado. Pensar no que acabou de acontecer é assustador, pensar que fiz algo tão vulgar faz meu rosto corar.

Mas afinal, o que é vulgar? É tão errado sentir prazer? É errado querer mais? Tenho uma tendência para não julgar as personagens dos meus livros, porém, aparentemente essa tolerância não funciona comigo mesma.

Está tudo bem.

Não tem nada errado no que fiz, e com certeza não tem nada errado no que vou fazer agora.

Levo Sasuke até o sofá, e quando ele para atrás de mim, o empurro para que ele se sente.

Seus olhos negros estão curiosos, mas ele permanece em silêncio. Tento não mostrar como estou nervosa, principalmente quando me ajoelho entre as suas pernas, o obrigando a abri-las mais para me dar espaço.

Posso jurar que sua expressão muda, mas tento não pensar muito no assunto, pois morro de medo de ele não gostar, ou me achar uma oferecida. Apesar que considerando que nos falamos pela primeira vez hoje, e eu já estou nua na sua casa, oferecida seria um termo bem preciso. Junto com puta e vadia.

“Você é adulta e solteira, pode fazer o que quiser com o seu corpo e ninguém tem o direito de te julgar por isso.” novamente me prendo nessa voz.

A sociedade usa termos como esses para fazer as mulheres sentirem vergonha de seus corpos e das suas atitudes, como se fosse errado ter desejo sexual e demonstrar isso. Não vou sentir vergonha pelo que quero, e se isso me torna uma puta, pois bem, aceito o titulo com muito prazer.

Sorrio, me sentindo bem comigo mesma.

Não tem nada de errado em querer transar com ele. Na verdade, teria algo de errado se eu não quisesse isso.

Jogo meus cabelos por cima dos ombros, desejando estar com o meu maldito lacinho agora. Volto minha atenção para Sasuke, mas não olho em seu rosto, pois mesmo tendo aceitado que o quero, ainda tenho vergonha.

Minha atenção fica em suas calças, mais especificamente no volume dentro dela. O ziper ainda está aberto, e eu posso ver sua cueca box preta.  

Passo a língua pelos lábios, e então olho em seu rosto.

Não sei descrever sua expressão.

- Tire a camisa - mando.

Sasuke pisca os olhos algumas vezes, e como se houvesse voltado ao mundo real, ele me obedece

Seu corpo consegue ser ainda mais lindo do que eu havia imaginado. Me inclino para frente, passando os dedos pelo peitoral definido, descendo até encontrar, como diz a Karin, o caminho da felicidade. Sua pele é macia e consigo sentir perfeitamente os músculos tensos sob meu toque. Até mesmo os pelos negros são atraentes, e quando encontro o início da sua cueca, as veias saltam, como se estivessem ansiosas. Fora as reações involuntárias do seu corpo, Sasuke não diz e não faz nada.

Fico determinada a tirar esse autocontrole dele.

Uso as duas mãos para abaixar sua cueca junto com a calça, e minha boca saliva no mesmo instante. Já tinha lido diversas descrições sobre pénis, e nenhuma faz jus a realidade. Engulo o excesso de saliva, me perguntando como diabos tudo isso vai caber na minha boca. Ou melhor, dentro de mim.

Sei que fisicamente é possível, porém, isso não me impede de entrar em pânico.

“Certo, tudo bem, Vamos devagar...”

Respiro fundo, me inclinando para frente. Pego sua enorme ereção com a mão direita, e uso a esquerda para me apoiar em sua perna. Devagar, deslizo até encontrar a glande, já úmida. Sasuke faz um pequeno barulho, e quando olho para cima, vejo que ele está tentando se controlar.

Isso me faz sorrir.

Não desvio os olhos dele conforme aproximo minha boca, e posso jurar que ele engoliu o seco. Primeiro passo a língua, sentindo o gosto salgado e vejo com o canto dos olhos ele apertar as almofadas com força. Quando o coloco na boca, ele fecha os olhos, gemendo.

Isso me incentiva.

Uso a boca até onde consigo ir, sem me engasgar, e uso a mão no restante. Segundos. Consigo fazer isso durante poucos segundos antes de sentir a mão do Sasuke no meu cabelo, me afastando do seu pau.

Quando olho para ele, percebo que está com uma expressão ainda mais sombria do que antes. Continuo movendo a mão, até ele a segurar também.

- Sobe - sua voz soa rouca e baixa - Agora.

Sorrio, me fazendo de ingenua.

- Subo onde, Uchiha?

Posso jurar que ele solta um rosnado em resposta.

- No meu colo, Haruno.

Levanto as sobrancelhas, ainda mantendo a expressão de desentendida.

- Por que, Uchiha?

Ele puxa meu cabelo levemente para que eu me aproxime do seu rosto, e eu mordo a boca, ansiosa e excitada.

- Porque, Haruno, eu quero sentir sua buceta me apertando quando eu gozar. Quero sentir cada centimento seu, quero te ouvir gemendo no meu ouvido, e principalmente, quero que você goze no meu pau. - sua mão deixa meu cabelo e passa pela minha nuca, e então meu pescoço, até subir e tocar meus lábios. Meus olhos focam na minha boca, usando o dedo para me fazer abri-la. Chupo seu dedo, mantendo os olhos nele - Por mais que seja tentar gozar nessa sua linda boquinha safada e te ver engolir toda a minha porra, no momento estou mais interessado em te foder até te ouvir gritar meu nome.

Bom, pedindo assim, quem pode negar?

O obedeço.

Devagar me levanto, tirando as botas, Sasuke aproveita o tempo para se livrar do resto da sua roupa e dos sapatos, e quando olho para ele, sinto que estou observando algum tipo de deus: um deus muito gostoso e excitado. Mordo a boca, montando em seu colo.

Olho para baixo, preocupada com a possibilidade de não caber tudo.

Quando volto minha atenção para o Sasuke, ele parece ler meus pensamentos. Sua expressão está mais suave e gentil, e eu me sinto melhor. Gosto do seu lado pervertido e mandão, porém, se ele agisse assim comigo agora, eu iria entrar em pânico.

- Está tudo bem - sua voz também está mais suave - Eu não vou te machucar.

Concordo com a cabeça, sem confiar em minha voz para responder. Sua pele é quente e macia, e quando apoio as mãos em seus ombros, sinto meu corpo relaxar.

Sasuke se posiciona na minha entrada, mas não me penetra. Ao invés disso, ele massageia meu clitóris, em círculos lentos e precisos. Fecho os olhos, aproveitando a sensação.

Sua boca toca meu pescoço, e sua língua deixa um rastro molhado em minha pele conforme vai até minha orelha. Ele morde de leve e eu sinto meu corpo arrepiar.

- Quando quiser, amor... - sussurra.

Colo meu corpo no dele, adorando sentir os másculos quentes e fortes.

Devagar, eu desço.

Mordo a boca para não gritar. Não sinto dor, apenas um desconforto estranho, muito diferente da minha primeira vez. Sasuke não deixa de mover seu dedo, ainda em círculos perfeitos.

Quando sinto que entrou tudo, paro.

Minha respiração está acelerada e eu tento me acostumar com a sensação. Sasuke mantem uma mão em minha cintura e continua me mando prazer com a outra.

Me afasto um pouco dele para olhar em seu rosto, e dessa vez não tenho palavras para descrever seu autocontrole. Sinto vontade de chorar e lhe agradecer por ser tão paciente comigo, mas não o faço. Ao invés disso, o beijo devagar, tentando transmitir o quanto estou grata por isso.

Nem todo homem iria se controlar tanto, e pelo o que dizer sobre o Sasuke na faculdade, nunca esperei que ele fosse gentil e preocupado.

Enquanto exploro sua boca com a língua, movo o quadril.

Ele geme. Um som rouco e profundo, que me incentiva. Começo a me mover devagar, sentindo o desconforto sumir ao poucos, dando lugar a uma sensação nova e estranha.

Mantenho os olhos fechados e a boca colada na dele, porém, não consigo mais me concentrar no beijo: são apenas nossos lábios roçando enquanto eu subo e desço, cada vez mais rápido.

Suas mãos vão para a minha cintura, me ajudando nos movimentos.

Puxo o seu cabelo e encosto meu corpo no dele, sentindo meus mamilos sensíveis se estimularem contra a sua pele.

Quase grito de prazer a cada vez que desço o meu quadril.

Sasuke coloca a boca no meu pescoço, chupando e mordendo a pele com força, o que me deixa ainda mais excitada.

- Goza pra mim... - sussurra contra o meu pescoço. Puxo seu cabelo com mais força e sinto seus dentes rasparem na minha pele - Goza no meu pau, amor...

Tento olhar para ele, mas não consigo abrir os olhos.

Sei que ele também está quase lá, e tudo o que quero sentir é ele gozando dentro de mim. Quando me tornei tão depravada?

O abraço com força, e escuto meu nome sair de seus lábios como se fosse uma oração. O orgasmo me atinge e eu não consigo impedir os gemidos misturados com o seu nome.

Sasuke me segura no lugar, mantendo sua cabeça enterrada no meu pescoço. Consigo sentir ele pulsando dentro de mim, mas estou cansada demais para me mover.

Meus olhos permanecem fechados, e sinto uma sonolência me dominar. O que só piora quando ele começa a fazer carinho no meu cabelo. Meu deus, sexo é sempre assim? Se for, não sei como as pessoas vivem. Eu seria capaz de viver na cama com esse homem.

- Você está bem? - pergunta.

Considero não responder, mas sei que não posso dormir. Não assim, com ele ainda dentro de mim. Então porque essa ideia parece tão tentadora?

Me movo devagar, olhando em seu rosto.

- Estou. E você?

Sasuke ri, como se eu tivesse contado uma piada.

Seus lábios tocam o meu em um beijo lento e calmo. Quando ele se afasta, sei que estou sorrindo, mas não consigo evitar.

- Vamos para a cama.

Tento me levantar mas ele me segura no lugar. Sua expressão tranquila é substituída por uma sombria a qual estou começando a ficar familiarizada.

Dessa vez me movo de propósito e vejo prazer passar pelo seu rosto.

Sinto uma coisa estranha no peito, e não sei como nomear. Eu gozei três vezes, e ele nenhuma? Eu sou tão ruim assim? Desvio os olhos para o outro lado do sofá, observando o couro branco e as almofadas quase no mesmo tom. Eu podia jurar que ele estava sentindo prazer, então como?

Engulo a vontade de chorar.

- Desculpa...

Sasuke usa uma das mãos para me obrigar a olhar para seu rosto. Ele parece genuinamente confuso.

- Pelo que está se desculpando dessa vez?

Mordo a boca, tentando não chorar. Não posso ser a mulher que chora durante o sexo. Ino nunca iria me deixar esquecer. Respiro fundo, me recompondo.

- Por não... - não consigo terminar - Por você não ter...

A frase morre na minha garganta.

Os olhos negros ainda me olham confusos, e então algo se ilumina na sua expressão, e Sasuke sorri.

- Você acha que eu não gozei?

Desvio os olhos de novo.

- Bem, você ainda está excitado, então...

Consigo ouvir sua risada.

- Sakura, olha para mim - dessa vez, ele não usa as mãos para me fazer olhar, apenas espera. Engulo o seco, e então viro minha cabeça em sua direção. Os olhos negros me observam com intensidade e eu sinto meu rosto corar. O que é no mínimo engraçado, já que estou nua, montada no seu colo, e até o momento não estava constrangida - Eu gozei. - abro a boca para retrucar, mas ele coloca um dedo no meu lábio, me obrigando a parar - Eu gozei tão forte que não sei se vou conseguir andar até o quarto.

Minhas sobrancelhas se unem, sem entender.

- Mas você ainda está...

Novamente não consigo completar.

- Eu estou excitado porque te quero de novo. Porque é impossível não ficar, principalmente sentindo sua buceta tão molhada e apertada me envolvendo.

- Ah.

Essa é a única resposta que consigo dar.

Tudo bem, quase chorei atoa. Quem nunca?

Mordo a boca, sem saber  o que falar agora. Sasuke sorri, me dando um selinho. Suas mãos vão até minhas costas e ele contorna minha bunda. Em um movimento rápido ele se levanta e eu não consigo conter o gritinho. O abraço com força, ouvindo sua risada no meu ouvido.

Pra quem alegou que não sabia se conseguiria andar, ele se move com muita graciosidade. A cada passo sinto ele se mover dentro de mim. É bem pouco, mas quando ele me equilibra em um braço só para poder abrir a porta do que eu suponho ser seu quarto, eu já me sinto excitada de novo.

Como diabos isso é possível?

Meu corpo está exausto, porém, eu o quero novamente.

Sasuke não acende a luz, e eu tento identificar os móveis, mas está muito escuro para isso. Ele, porém, não parece ser dificuldade nenhuma  em encontrar a cama.

Me pergunto quantas vezes ele já fez isso.

Escuto o barulho dos lençóis, e logo sinto meu corpo encontrando o colchão macio.

Mantenho minhas pernas em sua cintura, mesmo quando ele me solta para apoiar as mãos ao lado da minha cabeça. Meus olhos se acostumam com o escuro o bastante para enxergar ele e a grande cama em que estamos.

- Levanta a cabeça - ordena.

Ele é cheio de querer mandar.

- Por que?

Sasuke sorri.

- Travesseiro, garota teimosa.

Obedeço, sem conseguir conter o sorriso. Sasuke arruma o travesseiro, e quando deito de volta, estou ainda mais confortável do que antes. Ele se apoia nos joelhos e faz um carinho suave em minhas coxas.

O jeito que ele me olha faz eu me sentir a mulher mais sexy do mundo.

Nunca senti isso, e não sei o que fazer com esse sentimento. Sei que sou bonita, sei que muitos homens me olham com desejo, mas nenhum nunca foi assim. Ninguém nunca me olhou como se eu fosse um tipo de deusa, como se fosse maravilhosa e perfeita, como se não conseguisse desviar os olhos.

- O que foi? - pergunto, ainda sorrindo.

Sasuke balança a cabeça levemente.

- Hora de dormir, Haruno.

Ele tenta se afastar, saindo um pouco, mas eu mantenho minhas pernas no lugar. Sasuke se vira para mim, levantando as sobrancelhas em questionamento.

- E se eu não quiser dormir?

- Está me provocando, amor?

Dou os ombros, fingindo inocencia.

- Nunca. Estou só te lembrando que você prometeu me deixar exausta.

Dessa vez ele sorri malicioso.

- E não deixei?

- Ainda estou acordada, não é?

Sasuke se debruça sobre mim, apoiando as mãos ao lado da minha cabeça. Em um único movimento ele volta totalmente para dentro de mim. Solto um gemido baixo, colocando as mãos nas suas costas.

Seus olhos estão mais escuros, repletos de desejo. Seu cabelo negro caí ao lado do seu rosto, e eu não consigo entender como um ser tão perfeito quanto ele pode existir.

- Tem certeza? - pergunta, com a voz baixa e rouca.

- Não se controle dessa vez.

Ele beija minha boca, e então se move.

Minhas unhas se enfiam em suas costas, puxando-o para mais perto. Seus movimentos não são brutos, e eu sei que ele ainda está se controlando.  Tento dizer que está tudo bem, mas toda vez que ele enfia fundo, sinto meu fôlego sumir junto com as palavras. Seus olhos se mantém nos meus, e eu percebo que tem que ser assim.

Sexo tem que ser assim.

Sinto como se essa fosse a primeira vez que estou fazendo, pois é a primeira vez que sinto essa conexão, esses sentimentos, esse prazer. Minhas expectativas não são altas demais, meu ex que era medíocre.

Tento fazê-lo ir mais fundo, mas não sei se é possível.

- Mais forte... - sussurro.

Sasuke aumenta a velocidade, mas ainda sei que está se contendo. Peço de novo, mas ele me ignora. Sua boca encontra a minha e ele morde meu lábio inferior antes de descer os lábios até meu pescoço.

Sinto seu beijos e sua boca me chupando com força e sei que amanhã estarei marcada. Esse pensamento me excita. Quero todo o meu corpo marcado, quero me lembrar dele, quero me lembrar disso. Arranho suas costas e jogo a cabeça para trás, usando as pernas para puxa-lo para dentro.

Tento falar seu nome, mas só consigo sussurrar e gemer.

Meu corpo começa a ficar tenso de novo, e quando o orgasmo me atinge, sinto que posso morrer. Cada pedacinho de mim se desfaz e se refaz em segundos, e então eu desabo na cama, cansada demais para falar.

Sasuke continua se movendo, sua boca desce até a minha em um beijo lento e molhado. Quando ele se afasta, abro os olhos.

Ainda sinto os efeitos do orgasmo, me sinto sensível a cada movimento seu. Ele vai devagar, exatamente como se soubesse o quanto o meu corpo está vulnerável.

Não consigo encontrar outra palavra.

Cada parte minha parece feita de vidro, cada toque se espalha pelo meu corpo como um rastro de chamas. O menor dos movimentos me faz gemer baixo, exausta demais para qualquer outra coisa.

Sasuke se aproxima mais um pouco, mas não me beija. Se apoiando em um só braço, ele desliza a outra mão pelo meu corpo em uma caricia lente e leve, que me causa um frio na barriga.

Quando toca meu clitóris, sinto que posso desfazer novamente.

- Goza pra mim - pede em um tom que eu nunca tinha ouvido sair de seus lábios.

Nem sabia que ele era capaz de ser tão...

Engulo o gemido.

- Não consigo... - minha voz saí ainda mais baixa.

Sasuke continua se movendo lentamente, usando dois dedos para me estimular. Ele não desvia os olhos dos meus mesmo quando eu me agarro nele e grito seu nome.

Me obrigo a ficar com os olhos abertos, me obrigo a ver sua expressão quando goza.

Eu nunca vou conseguir me esquecer da sua expressão.

Tão exausto quanto eu, ele deita ao meu lado.

Não consigo fazer nada, nem mesmo quando ele saí de mim. Queria que ele ficasse dentro... É possível dormir assim?

Tento me mover, mas meu corpo parece ter chegado ao limite. Ele realmente não estava brincando quando disse que me deixaria exausta. Nem mesmo se o prédio começasse a desabar eu sairia daqui.

Sinto ele se mexer na cama, e antes que eu possa abrir os olhos, sinto uma coberta macia me envolver. Sasuke volta a se deitar ao meu lado e me puxa para perto.

Ouvindo seu coração bater, eu durmo, completamente relaxada.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Acordei com o barulho de alguém falando.

Abro os olhos devagar, e me sento na cama, sentindo meu corpo levemente dolorido de uma forma deliciosa. Uma pequena luz de claridade entrava pelo pequeno vão da cortina e eu percebo que já amanheceu.

Olho para os lados, observando o quarto. Exatamente como a sala, ele tem poucos móveis. Há apenas três portas, e como não vejo guarda-roupa, suponho que uma seja o clouset. A outra deve levar ao banheiro, e a outra de volta a sala.

Há apenas a cama enorme, dois criados-mudos e dois sofás em frente de uma grande TV. Deve ser uma delicia ficar aqui deitada assistindo um filme, principalmente com ele me abraçando exatamente como fez na noite passada.

Afasto esse pensamento.

Devia pegar minhas coisas e ir embora, não é?

Sexo casual acaba assim.

Uma pequena parte minha se lamenta, mas eu não vou criar nenhuma expectativa em relação a noite anterior, independente de como ela tenha sido maravilhosa.

Me recuso a ser o tipo de mulher que se ilude e se apega só por causa de uma noite.

Mesmo que tenha sido uma noite mágica.

Droga, seria muito mais fácil se ele fosse o babaca frio que haviam me retratado algumas vezes. É normal eu desejar que tivesse sido mais bruto? Ou grosso? Ou que houvesse me expulsado da cama assim que terminamos?

Era difícil não ficar com aquela minúscula esperança de sair com ele novamente. Ele foi todo gentil, delicado e me deu mais orgasmos do que eu ousaria sonhar. Ainda estou dolorida, mas em nenhum momento ele me machucou.

Sinto meu rosto ficar vermelho  ao lembrar de pedi-lo para ir com mais força.

Meu deus.

Sim, eu preciso sair daqui.

Tiro o lençol e coloco os pés no chão, tentando me lembrar onde havia deixado minhas roupas. Franzi as sobrancelhas. Varanda. Haviam ficado na varanda. Pelo menos uma parte estava por lá. As botas ficaram na sala, junto com a minha bolsa.

Puxo o lençol e me cubro, dando passo lentos pelo quarto. Sinto meu corpo doer um pouco com os movimentos, mas nada que torne impossível fugir do que vai ser provavelmente uma situação muito contrangedora.

Esse lençol é grande demais, e fica se arrastando pelo chão.

Avistei em cima do sofá a camiseta preta do Sasuke. Ele não se importaria, não é? Seria só por alguns minutos, só até encontrar minhas roupas.

Jogo o lençol azul na cama e visto a camiseta preta, satisfeita por minha bunda não ficar aparecendo. Passo as mãos pelo cabelo, tentando desfazer os nós que se formaram durante a noite.

Não consigo dar um jeito na juba.

Desisto de tentar parecer apresentável e vou em direção a porta.

Abro devagar, torcendo para ele não estar por perto. Muito mais fácil fugir sem ninguém ver. Congelo no lugar quando escuto sua voz, dessa vez de uma forma nítida.

- Pare com isso, mãe - ele fala.

Coloco o olho no vão, vendo que ele caminha em passos lentos, como o celular no ouvido. Eu devia sair agora? Esperar ele encerrar a ligação? A parte boa de ir agora é que não teríamos nenhuma conversa constrangedora: era só pegar minhas roupas, me vestir bem rápido e sair correndo. A parte ruim é que ele poderia me considerar uma intrometida e não querer conversar com a mãe comigo ouvindo.

O que deveria fazer?

Sasuke riu, atraindo minha atenção.

- Eu não vou leva-lá aí amanhã - respondeu. Estavam falando de uma garota? Arregalo os olhos. Será que ele tinha uma namorada? Meu deus, eu não podia ter ficado com um cara comprometido. Isso ia contra todos os meus princípios! - Ora, nos falamos pela primeira vez ontem. Não posso apresentá-la a você no mesmo fim de semana.

Pera, o que?

Franzi as sobrancelhas, me encostando mais na porta.

Sim, sou uma xereta curiosa, vida que segue.

Sasuke riu de novo e balançou a cabeça.

- Prometo que assim que ficarmos mais sérios você vai conhece-la.

Sérios?

Bom, isso significava que ele ainda não era comprometido. Ainda. Pelo menos não tinha ficado com o namorado de alguém, o que era certamente reconfortante. O que não me confortava, entretanto, era a ideia de imaginá-lo com alguém. Isso significava outra mulher usando sua jaqueta, ou andando em sua moto, ou acordando em sua cama. Significava que essa havia sido nossa primeira e última noite.

Irritada, mordo a boca, pensando que devia voltar para cama ou então me jogar da janela do seu quarto. Qualquer uma das opções parecia melhor do que ficar ouvindo o Sasuke falar de seu futuro relacionamento. Mas eu saí de lá? Claro que não. Apenas me aproximei mais.

- Vou chamá-la para almoçar hoje - informou, e então sorriu.

E que sorriso.

Idiota.

Sei que não tinha o direito de falar isso, ou sequer pensar, mas que tipo de cara dorme com uma tendo planos de namorar outra? Parece bem errado para mim, só acho.

Decidida a ir embora, simplesmente abro a porta e passo por ele. Consigo ouvir a voz de uma mulher no outro lado da linha, mas é impossível identificar o que ela falava. E eu com certeza não quero ouvir sobre como ela desejava conhecer sua futura nora.

Sinto os olhos do Uchiha em mim, porém só ignoro.

Consigo ver minha calcinha na varanda, ao lado do meu shorts. Meu sutiã em frente a porta de vidro, meu croped em lugar nenhum. Tinha quase certeza que havia tirado ele aqui, o que só podia significar uma coisa. Me apoiei no parapeito e olhei para baixo. Nada. Estávamos longe demais do chão para que eu conseguisse ver alguma coisa.

Tudo bem.

Iria usar a camisa dele para ir embora e podia simplesmente devolver segunda, na faculdade. Ou o mais provável: guardar no fundo da minha última gaveta como um tipo de lembrança.

Sim, eu ia roubar a camiseta do Sasuke Uchiha.

- Falo com você depois - ele diz ao telefone.

Droga.

Assim que me viro, encontro seu olhar fixo em mim. Engulo o seco, nervosa, tentando não focar em como ele está lindo usando uma camisa branca e uma bermuda preta, com os pés descalços. O cabelo negro esta bem bagunçado, e por um momento eu me perguntei se estaria dolorido depois de eu puxa-lo durante boa parte da noite.

Meu rosto fica quente com a lembrança.

- Viu o resto da minha roupa? - pergunto, tentando soar casual.

Ele levanta as sobrancelhas, como se estivesse me questionando.

- O café está pronto - informa, ignorando minha pergunta.

Concordo, sem saber o que falar. Ele caminha até uma porta que eu suponho que leva até a cozinha e some lá dentro. Bom, se eu for rápida consigo sair em dois minutos. Visto a calcinha e o short, já pegando minha bolsa e me sentando no sofá para pegar minhas botas. Coloco o primeiro pé quando percebo que um dos meus brincos sumiu. Corro para o quarto e vou direto para a cama, puxando o travesseiro para ver se está por ali.

Nada.

Bom, vida que segue.

Volto pulando para a porta da sala. Assim que passo quase dou de cara com o Sasuke.

O Sasuke com uma bandeja com comida.

Minhas sobrancelhas se unem enquanto ele levanta as dele, como se questionasse o que eu estou fazendo.

Endireito minha coluna, tentando parecer digna segurando um pé da minha bota, meu sutiã e minha bolsa.

- O que está fazendo? - pergunta

Abro a boca e fecho em seguida.  

- Indo embora - respondo, mas soou como uma pergunta.

Sasuke dá uma risada e indica a cama com a cabeça.

- Eu disse que o café estava pronto.

É, mas quando falou isso eu não pensei que ia ter um café na cama. Pra mim. Ninguém nunca tinha feito isso...

Desconfiada, volto para o quarto - até mesmo porque ele está no meu caminho -, e me sento na beirada da cama, largando as coisas no chão. Sasuke da a volta e se senta do outro lado, colocando a bandeja em cima dos lençóis bagunçados. Olho para a comida e depois para ele.

Na bandeja haviam ovos mexidos, sanduíches cortados em triângulos pequenos, uma tigela de frutas picadas, um copo de suco e uma xícara de café preto.

Meu estômago ronca e dessa vez viro um pimentão, constrangida demais para tentar me justificar.

Volto minha atenção para a comida.

Devagar, pego um dos sanduíches e dou uma mordida.

Presunto e queijo com maionese.

- Tire a bota - manda ao meu lado, com a voz dessa vez perfeitamente normal: nada de rouco e excitado, só uma ordem que ele deve estar acostumado a dar.

Olho para ele, sem entender esse tom de quem acha que eu vou obedecer.

Mandar em mim ontem tudo bem. Eu estava excitada e disposta a obedecer, mas no momento eu só estou um pouco irritada e desconfiada, sem entender qual é o objetivo dele.

Mantive minha bota e continuei comendo.

Tomei o suco e comi três lanches, e então notei que ele não havia tocado em nada.

- Não quer comer?

Ele negou.

- Estou esperando você terminar.

Franzi a testa.

- Pode comer comigo, não tem problema.

Sasuke sorri, sombrio e malicioso, e eu sinto borboletas no meu estômago. Como posso ficar excitada com um único sorriso?

- Eu não quero comer com você.

- Então o que... - paro de falar.

Ele não quer comer comigo, ele queria me comer. De novo. Sinto meu rosto esquentar ainda mais. Como ele pode ser tão pervertido logo de manhã? Engulo o seco e coloco meu quarto sanduíche mordido de volta na bandeja.

Eu quero muito dormir com ele de novo, e só de considerar essa possibilidade já sinto minha calcinha molhando. Porém, eu não me sinto exatamente confortável em ser usada, enquanto ele planejava sair em poucas horas com outra mulher. Uma mulher que aparentemente é digna de se tornar sua namorada, digna de ser levada para passar o domingo com a sua mãe.

O certo seria eu dizer que preciso ir, que tenho algum tipo de compromisso que não podia ser adiado, e sair daqui com o que me resta da minha dignidade, antes que ele me dispense para ir se encontrar com outra. Porém, aqui estou eu considerando a possibilidade de ter uma última transa com ele.

Eu sou péssima.

Afasto esses pensamentos. Não estou com ressaca, porém, preciso estudar e limpar meu quarto. E contar pra Karin que nenhum boato faz jus a ele. Sei que ele se controlou comigo e mesmo assim foi perfeito. Só imagino o que ele pode fazer quando não está preocupado em machucar sua parceira.

Parceira essa que não sou eu.

- Eu tenho um compromisso... - falo devagar, me sentindo mal por mentir.

Bom, tecnicamente não é mentira. Eu vou ter um compromisso assim que marcar com a Karin. E mesmo que não marque, tenho um compromisso com os livros e com a vassoura. Fora meu cabelo que está fazendo cosplay de um ninho de passarinhos.

- Um compromisso - repetiu, como se não acreditasse.

Assenti.

- Com a Karin.

Ele se aproxima, e seu cheiro invadiu meu espaço pessoal. Obviamente alguém tomou banho, e não foi eu. Por quanto tempo eu dormi?

- Cancele.

- O que? - minha voz soou como um chiado.

Sasuke sorri.

- Almoce comigo.

- Almoçar?

Ele ri e concorda com a cabeça.

Almoçar.

Sasuke Uchiha quer almoçar comigo.

Mas ele não ia chamar a garota para o almoço? Olho para ele, sem saber como reagir.

Por fim, pulo em cima dele e o beijo, ainda sem acreditar: era de mim que ele estava falando.

Acho que eu não devia estar tão feliz com isso, porém estou e não consigo controlar minha euforia. Passo as pernas em volta da sua cintura sem me preocupar que ainda estou com uma das botas. Minhas mão vão até seu pescoço e eu o puxo para perto, passando os dedos no seu cabelo macio, puxando os fios levemente.

Sério que eu vou poder fazer isso sempre? É difícil de acreditar.

- Tudo isso é por causa de um convite para comer? - pergunta contra a minha boca, rindo.

Eu dou risada também, mas não consigo responder, pois como não sei mentir, provavelmente vou contar que escutei sua conversa.

Ele planeja ficar comigo. Comigo.

E também quer me apresentar para a sua mãe.

Meu deus, o que eu vou usar?

 

 

Fim?

 

 

 


Notas Finais


Pois bem, meus amores. Desculpe a demora. Aconteceram diversas coisas, e eu sinceramente estava com dificuldade com esse hentai. Acho que criei uma expectativa muito grande para ele, e eu nunca sentia inspiração para escrever. E quando tentava, ficava uma bela de uma porcaria.

PORÉM, como prometido, terminei. E acho que essa vai ser a única fic encerrada esse ano KKKKKKKKKKK

TRISTE REALIDADE

Contudo, tenho outros filhinhos que são maravilhosos, então vão lá no meu perfil dar uma olhada.

Agora, uma coisa que SEMPRE me perguntam: vai ter continuação?
Pois bem, a resposta é SIM, VAI TER
Já tenho algumas ideias, porém, tenho outras ones para escrever. A proxima a ser lançada é "O garoto da locadora" que é NARUHINA, e logo em seguinda, "O garoto da porta ao lado" que é SASUSAKU, ambas no mesmo universo. Vou tentar dar uma explicadinhas delas, porque né KKKKKKKKKK

O garoto da locadora conta a história de Hinata Hyuga, uma universitaria com um crush no gatão da facul, que também trabalha na locadora perto da sua casa. Narutinho é perfeito, incrivelmente simpatico e gentil, e com uma namorada que é considerada uma deusa na universidade: Sakura Haruno. Eles convidam ela a passar um final de semana com eles, e ela, como gosta de sofrer, vai. KSKSKSKSKKSKSKS

O garoto da porta ao lado conta a história de Sakura Haruno, uma veterana que tem um melhor amigo e uma melhor amiga: Naruto e Hinata. O problema é que quando eles iniciam um relacionamento, ela fica totalmente deixada de lado, o que a faz se aproximar do quarto integrante do grupo: o arrogante Sasuke Uchiha, seu vizinho de porta. No geral, eles discutem a cada cinco minutos, mas um jogo de baralho pode mudar tudo.

Depois dessas criaturas, temos "6 da manhã", ISSO MESMO, A CONTINUAÇÃO DE 4 DA MANHÃ. Depois dessa fofinha cheia de putaria (se não leu, vai ler), vou postar a continuação dessa. Ainda não pensei em um nome, porém, quando for lançar vou informar para todos que comentarem esse cap, com o link bonitinho!

Pois bem, muito obrigada pelos comentários e pela paciencia! Vocês são uns doces! Obrigada quem foi me cobrar tantas e tantas vezes, e quem ficou comentando pra ver se eu me tocava e atualizava. A proxima prometo que vai vir pronta KKKKKKKKKKKKKK

Dessa vez não tive nenhuma inspiração para hentai, o que com certeza é muito triste kksksskkksksk

Mais alguém notou que eles não usaram camisinha? o.o

Povo irresponsável, em

Feliz ano novo, amores <3


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