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História War - Namjin - - The Way You Are


Escrita por: sonyeondream

Notas do Autor


Oláááá
Drama Queen chegou ♥
Espero que gostem ♥

Capítulo 1 - The Way You Are


Seokjin estava parado entre os corpos amontoados, amigos e inimigos mortos sem distinção no espetáculo da guerra. O cenário era de carnificina, o retrato físico do ego e do orgulho de governantes impiedosos. Segurava a arma apertado, tentando fazer com o que o tremor em suas mãos parasse. Sentia as lágrimas silenciosas escorrendo por seu rosto, formando uma trilha na sujeira ali acumulada, lembrança tênue dos dias intermináveis de batalha. Sua roupa estava tão surrada que já nem era possível distinguir a cor original. Em seu braço esquerdo, um longo corte sangrento se fazia presente. Encarava, com olhos embaçados, o homem parado à sua frente. Ele apontava a arma para o peito de Seokjin, mas, incrivelmente, este não sentia medo.

Namjoon esperava, estático, como um animal selvagem prestes a dar o bote. Menos do que 5 metros o separavam de Seokjin, mas naquele momento nenhuma distância era, para ele, tão grande quanto aquela. Apontava a arma para o peito dele e, ao contrário do mais velho, suas mãos não tremiam. Ele não tinha medo, pois sabia perfeitamente o que devia fazer. Olhou nos olhos dele, enquanto engatilhava a arma. Seokjin tremia da cabeça aos pés, e as lágrimas em cascata deixavam um rastro em seu rosto sujo. Os lábios cheios estavam ressecados e maltratados, e sua boca mantinha-se levemente aberta. Ele piscou os grandes olhos castanhos, marcados pela dor, e as lembranças daquele fatídico dia vieram à mente de Namjoon em uma enxurrada.

*Flashback on*

-Corram, CORRAM SUAS LESMAS! VOCÊS QUEREM MORRER?

Namjoon ouvia seu comandante berrando. Ele se forçava a prosseguir, segundo após segundo, tentando ignorar a dor, tentando não desistir. Estava terrivelmente doente, mas a guerra era impiedosa e, se quisesse viver, teria que continuar tentando. Terminou de amarrar o cadarço do coturno preto batido e arrastou-se para fora do abrigo improvisado para os doentes. Sentiu a cabeça girar e apoiou-se na estaca que servia de apoio para a lona precária que chamavam de barraca. Forçou suas pernas a se moverem; primeiro uma, depois a outra, sempre em frente. A dor cegava seus olhos. Ele ouvia gritos à sua volta, e os tiros ecoavam no espaço tomado por fumaça. Ele sabia que a morte o aguardava, e não podia deixar de ansiar por ela; seria sua salvação, sua válvula de escape.

Não sabia se tinham se passado segundos ou horas. Não sabia se tinha caminhado por metros ou quilômetros. Apenas sentiu o chão rodar e viu-se caindo em câmera lenta. Seu rosto bateu na terra dura e estéril, e ele sentiu o gosto do sangue em sua boca. Via, ao seu lado, milhares de pés movendo-se numa marcha perfeita, a sinfonia do desespero. Sentiu vontade de rir de sua própria mediocridade, mas já não tinha mais controle sobre o seu corpo; esboçou no rosto um esgar estranho, meio sorriso, meio careta de dor. Sentia seu corpo ficar leve pouco a pouco, e um calor agradável tomou seu peito. Fechou os olhos, lentamente, aceitando de bom grado o que estava por vir...

-Ei! Ei! Você está bem? EI! –Alguém gritava em seu ouvido. Namjoon resmungou, inquieto. Quem havia interrompido seu tão sonhado momento de paz? –Ei! Aish, o que você come para ser tão pesado? –Namjoon sentia sua camisa ser puxada insistentemente para cima. De má vontade, abriu um pouco os olhos. Sobre ele, pairava um anjo de cabelos loiros e lábios grossos. Ele não sabia que a morte era tão dolorosa, mas estava feliz porque os anjos ao menos eram bonitos. –Se você quiser viver, então vai ter que me ajudar. Eu não consigo carregá-lo sozinho. Mas que droga, Seokjin, seu estúpido. Você e seu maldito coração grande... Ei! –Seokjin, que até esse momento estava tagarelando sozinho, franziu a testa e amparou o desconhecido que cambaleava perigosamente. Arrastou-o com dificuldade para fora da batalha iminente, até a barraca mais próxima. Jogou-o de qualquer jeito sobre uma das macas duras disponíveis, suas feições contraídas de preocupação.

-Quem... –Seokjin se assustou ante a voz rouca e praticamente inaudível do homem que parecia mais cadáver do que homem. –Quem é você? –Ele perguntou, esforçando-se para focar o olhar naquele que o havia salvado.

-Meu nome é Seokjin. Kim Seokjin.

E essa foi a ultima coisa que Kim Namjoon ouviu antes de se entregar, contente, à inconsciência.

*Flashback off*

Namjoon piscou com força os olhos marejados, tentando manter as lágrimas afastadas. Aquele fora apenas o primeiro momento de muitos. Eles nunca falaram da guerra, nem tampouco da dor. Quando estavam juntos, conversavam sobre outras coisas. Falavam das comidas que gostavam de comer, dos lugares que gostariam de conhecer, das coisas que deixaram para trás. Mas nunca da guerra. Kim Namjoon se apaixonara perdidamente pelo seu inimigo de guerra, e esse paradoxo nem mesmo a mente mais fértil seria capaz de conceber. E agora, frente a frente com ele, era como se todos os momentos que passaram juntos fossem farpas que se cravavam com força em sua consciência. Ele sabia o que devia fazer.

-Seokjin... –Namjoon falou, e viu o outro sobressaltar-se, quase derrubando a arma já equilibrada precariamente em suas mãos, as lágrimas ainda escorrendo silenciosamente pelo belo rosto marcado pelo sofrimento. As mãos do mais velho tremiam convulsivamente. –Me desculpe, Seokjin. Eu te amo.

Namjoon, num átimo, apontou a arma para a própria cabeça. Olhou uma última vez para o homem que fizera sua vida valer à pena. Mesmo com o cabelo despenteado, o rosto sujo e as vestes despedaçadas, Seokjin ainda era a mais bela criatura que ele já tinha visto. Naquele momento, soube que estava fazendo a escolha certa. Kim Seokjin fazia parte de Kim Namjoon, e nem a guerra, nem deus ou o diabo seria capaz de separá-los.

Namjoon apertou o gatilho. O som, apenas um entre tantos outros na orquestra da guerra, pareceu ecoar indefinidamente nos quatro cantos daquele campo crivado de corpos. Kim Namjoon se fora.

Seokjin observava atônito a cena à sua frente. Sentia que ia desabar a qualquer momento. Sabia que não seria capaz de disparar contra Namjoon, mesmo que quisesse fazê-lo. Ele o amava demais, e morreria de bom grado, se soubesse que ele ficaria bem e feliz. Mas, quando Namjoon apontou a arma para a própria cabeça, Seokjin sentiu seu mundo desabar. Nunca havia sequer cogitado a hipótese de viver uma vida sem ele. As lágrimas cessaram, juntamente com os tremores. Veio a convicção.

Seokjin caminhou a passos lentos até onde seu amado repousava, o rosto mais sereno do que já estivera em anos. Deitou-se ao lado dele sobre o chão duro, e admirou suas feições apenas mais uma vez. Os lábios cheios, as pálpebras arroxeadas, a pele brilhante. Sentiu a primeira gota de chuva em sua testa, seguida das outras. Em poucos segundos, chovia torrencialmente. Seokjin segurou a mão flácida de Namjoon e a apertou, como costumava fazer nos raros momentos em que eles estavam a sós. Sentia-se estranhamente em paz.

-Eu te amo, Kim Namjoon.

E, dizendo isso, apontou e arma para a própria têmpora e disparou.


Notas Finais


HELLO
Como vão?? Já faz um tempo que eu terminei minha fic, então já não aguentava mais de tanta saudade de escrever.
Esse capitulo pode se desenrolar em uma long fic, ou não. Isso vai depender do meu tempo e da minha criatividade, e eles nem sempre colaboram comigo </3
Enfim, espero que tenham gostado. Beijinhos ♥


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