História War for love (Hiatus) - Chapter fifteen

Eu estava tão animado que não conseguia conter meu sorriso. Eu subia com algumas malas com uma áurea radiante. Meu cheiro não estava diferente. Yoongi podia senti-lo e por isso ria soprado a medida que me acompanhava até o andar de cima, onde ficavam os quartos. Eu, apressado e entusiasmado como estava, cheguei primeiro e fiquei esperando o alfa enquanto dava pulinhos histéricos e olhava em volta. A madeira do chão, as diversas portas de prováveis quartos e banheiros, alguns móveis cobertos por lençóis brancos para não ficarem empoeirados, alguns quadros que, infelizmente, ficaram cobertos por uma camada não muito grande de poeira.

Soltei um agudo espirro devido á sujeira do local.

-Já vi que, assim que voltarmos, teremos que passar a tarde toda limpando isto tudo. - Disse ao que parava ao meu lado no topo da escada e observava tudo com ternura. Ele suspirou ao que fechava seus olhos e sorria pequeno. – Ah, como senti saudades deste lugar. Nós só teremos um probleminha.

-E qual seria? – Foquei minha atenção no alfa que estava ao meu lado, agora coçando sua nuca de modo meio desajeitado.

-Aqui só tem quatro quartos. – Tombei minha cabeça para o lado, afinal, era um número grande de quartos. Ele pareceu entender minha confusão interna e se apressou a explicar. – Bom, vamos abrigar você e mais quatro ômegas, já são cinco. Agora conte a mim e mais quatro alfas também. Teremos um total de dez híbridos e, mesmo que ficássemos em casais, não daria para todos ficarem acomodados em quartos.

-Entendo. E se fizermos o seguinte: Eu posso me acomodar na sala enquanto os outros ômegas se acomodam em dois quartos, em casais. – Comecei a propor. – Meus machucados já estão quase cicatrizados, enquanto os dos outros tenho certeza de que estão bem piores do que os meus. Principalmente meu hyung.

-Entendo sua preocupação com os outros e até sou um pouco a favor de sua proposta, mas sabe que se não cuidar bem de si mesmo, sua cicatrização será ruim e continuará com dores no corpo. – Disse com um pouco de preocupação e eu sorri terno em sua direção.

-Não se preocupe tanto, eu me sinto confortável em quase todos os locais. Não ficarei com dores, posso lhe garantir. – Ele suspirou pesadamente e me fitou mais profundamente.

-Tem certeza? – Sua pergunta me fez repensar em minha resposta. Não era totalmente verdade, mas também não era mentira. Eu até conseguia dormir em lugares como o sofá, mas por tanto tempo, ou seja, o tempo necessário para que os outros ficassem em boa condição e pudéssemos revezar, eu com certeza sentiria dores horríveis pelo corpo. Eu sou um ômega, afinal, ômegas são ridiculamente frágeis.

-E...Eu... – Abaixei minha cabeça e fitei meus pés. – Não te...tenho certeza.

-Não se preocupe, tenho certeza de que os meninos podem lhe dar um quarto para se acomoda corretamente. – Eu estava prestes a protestar, mas Yoon pousou delicadamente seu dedo indicador em meus lábios enquanto fazia um breve “Shh”. – Não aceito rejeições, apenas o seu bem. – Sorriu e bagunçou meus cabelos. Ele começou a caminhar até o primeiro quarto. – Escolha qual lhe agradar mais, estarei esperando lá embaixo para apresentar a casa. – Disse e entrou em seu quarto.

(...)

Depois de já escolher meu quarto e deixar minha mala ali mesmo, desci para encontrar o alfa moreno, para que ele pudesse me mostrar a casa com mais calma e talvez até darmos um passeio no exterior.

Assim que terminei de descer a escadaria, encontrei o mais alto na sala, já tirando os lençóis dos moveis para podermos começar a arrumar tudo. Ele não havia me visto, estava centrado demais – arrisco dizer que estava pensativo – recolhendo as coisas e as empilhando em um canto da sala para poder ser mais fácil para fazer a limpeza.

Aproveitei a situação e decidi fazer uma pequena brincadeira que e fazia com meu hyung. Respirei fundo e acalmei meu lobo ao máximo. Deixei meu instinto de lobo predador aflorar em meu estado humano e segui até o maior – agora com meus passos quase imperceptíveis de tão silenciosos. Cada passo dado, um pouso de pluma. Calmo e silencioso, como um verdadeiro predador. Faltavam menos de cinco passos para eu poder alcança-lo e poder tapar seus olhos. Deixei um sorriso bobo surgir em meus lábios e continuei meu caminho. Porém, antes de eu conseguir chegar até o mais velho, ele virou-se com uma rapidez absurda e avançou em minha direção. Foi muito rápido, em um segundo eu estava quase completando minha brincadeira e em outro ele havia percebido minha presença e vindo até mim. Ele me segurou e me deitou em seu ombro, me deixando de cabeça para baixo. Soltei um grito alto e fino. Eu me debatia e segurava sua roupa com força, com medo de cair.

Ele começou a gargalhar e girar com rapidez. Se eu estava com medo de cair antes, aquele era o momento perfeito para achar que eu morreria batendo minha cabeça no chão. Depois de alguns segundos girando, ele me segurou corretamente e se jogou no sofá. Eu estava por cima de si, deitado com meu rosto escondido em seu peito tentando recuperar o ar perdido de meus pulmões, enquanto o alfa idiota ria descontroladamente de minha reação e tentava fazer o mesmo que eu, recuperar o fôlego perdido.

-Tem que se esforçar mais para me surpreender. – Disse quando finalmente conseguiu parar de rir. – Eu sou um alfa. Consegui perceber sua presença com rapidez. – Sorriu sapeca e bagunçou meus cabelos. Eu lhe encarei incrédulo.

-Mas não precisava quase me matar! – Soquei seu peito com pouca força. – E se e...eu caísse? Hã? Você quase me ma...matou de duas maneiras! – Eu ainda estava ofegante. Ele voltou a rir.

Meu rosto inteiro havia ficado em uma tonalidade avermelhada, estava um pouco mais quente, diferente de minha barriga – que estava fria pelo susto e nervosismo. Abri minha mão trêmula e lhe dei um tapa fraco em seu ombro.

-I...Idiota... – Escondi novamente meu rosto em seu peito e ele pousou sua mão em minha cabeça.

-Vo...Você fica muito fofo assim. – Disse voltando a respirar e acariciando minhas madeixas louras. – Fica vermelhinho como um moranguinho! – Riu fraco de seu próprio comentário.

Eu sentia o peito do alfa subir e descer pelo riso e sua respiração, até que um tempo depois ele se acalmou e sua respiração ficou calma. Ele intensificou um pouco o cafuné e carinhos em meus cabelos e, as vezes, rosto. Eu estava tão constrangido e nervoso por ter um contato desse tipo, mas ao mesmo tempo tão relaxado e calmo. Novamente sentimentos tão opostos entre si, mas que pareciam se completar. Eu sentia um frio na barriga e algumas borboletas em meu estomago. O tempo parecia passar mais devagar e eu, que estava até agora com meu rosto escondido, ousei olhar para o alfa abaixo de mim.

Ele também estava um pouco corado, mas me encarava com uma expressão totalmente fofa de ternura. Assim que nossos olhares se encontraram ele soltou um sorriso e acariciou meu rosto. Ficamos ali por alguns minutos, apenas aproveitando o aconchego de nossos corpos e o silencio de chalé.

Eu estava confortável ali. Yoon me fazia bem, me acalmava ao mesmo tempo que me deixava eufórico e constrangido com facilidade. Tudo em si é bom, até mesmo sua respiração calma batendo em minha franja e bochecha.

Eu ando mais carente do que o normal. Talvez seja pelas coisas que estamos passando. Eu ando tendo mais atenção dos alfas e principalmente de Yoongi, isso me acalma e me faz sentir amado. Eu sei. É muita carência até mesmo para um ômega, mas o que importa é que os outros me dão carinho o suficiente. Rio baixinho de mim mesmo a medida que nego com minha cabeça.

-O que foi? – Indaga o moreno.

-Nada, não. Apenas parando para analisar o meu nível de carência. – Rimos juntos e ele me puxa para mais perto de si, deixando me rosto em seu pescoço.

-É bem alto, mas, se até eu consegui dar conta, acho que isso não será um problema. – Sorri terno e, em resposta, esfreguei meu nariz em seu pescoço, o que lhe causou um arrepio.

-Estou atrapalhando? – Uma voz grave foi ouvida e eu, involuntariamente, olhei para a porta do chalé.

Era Namjoon. Estava mais do que aparente que estava exausto. Estava apoiado no batente da porta, cansado demais para se sustentar, em seu corpo havia marcas arroxeadas de chupões, algumas mordidas e diversos arranhados, os cabelos desgrenhados e sujos.

-Nossa! Voltou de uma batalha, bravo Namjoon? – Perguntou debochado o mais velho, ignorando a pergunta do outro alfa.

-Quase isso. – Suspirou – Podem parar de se agarrarem no sofá e me ajudarem com uma coisa? – Indagou divertido, com um sorriso malicioso em seu rosto cansado.

Meu rosto voltou a corar, o frio na barriga logo se intensificou e mão dava indícios de suor.

Olhei para o mais alto a baixo de mim e fiz uma expressão manhosa, com direito a um biquinho em meus lábios cheinhos e róseos. O moreno me fitou por alguns segundos e riu soprado logo se sentando no sofá. Escondi meu rosto como podia em seu ombro e ele tentou se desvencilhar de meu aperto. Sorrindo incrédulo quando viu que seria impossível.

-Não poderei ajudar Namjoon, se continuar em meu colo. – Disse brincando a medida que ele Namjoon riam com a cena.

Me soltei do alfa e tive que encontrar outra maneira de me esconder da situação constrangedora. Me deitei de bruços no sofá e por lá fiquei sem mostrar meu rosto, apenas ouvindo a conversa dos dois alfas na entrada.

-Por que veio hoje? Aconteceu algo? Achamos que viria amanhã. – O mais baixo começou um pequeno interrogatório.

-Nada demais. Os outros viram o meu estado e acharam melhor eu voltar para casa. – Respondeu simples.

-Mas e Jin? O que aconteceu por lá? Já o comprou? – A voz dos dois se aproximavam e supus que eles estivessem sentando-se no outro sofá.

-Sim, sim. Eu já tinha feito isso antes do cio dele acabar, na verdade. O que aconteceu foi que me pegaram no flagra entrando na cela do ômega e eu tive que responder algumas perguntas, mas nada muito importante. Apenas queriam saber o porquê de eu estar entrando lá. – Começou a explicar com calma, não ouvia a voz do Min a nenhum instante.

-E então? – Finalmente uma indagação.

-Eu respondi que iria ajuda-lo com isso, que era meu instinto. O que era verdade. Aí eles me deram uma bronca, dizendo que somente os donos poderiam fazer esse tipo de coisa e que eu não tinha permissão para tal coisa. Até me ameaçaram de perder o emprego se fizesse tal coisa novamente. – Disse risonho e o mais baixo o acompanhou deixando escapar um riso soprado.

-E o que você fez? Do jeito que você é, sei que não ficaria quieto. – Levantei meu olhar para acompanhar melhor a conversa dos mais velhos.

-Eu fiquei tão estressado que joguei dinheiro mais do que necessário na cara deles e o comprei ali mesmo. – Respondeu e nesse momento os dois começaram a rir alto. Eu até os acompanhei, porém em um tom mais baixo.

-Não creio. Na cara de quem?

-Na do Jiyoung. – A expressão o Min mudou para uma incrédula misturada com de puro riso.

-Está brincando. – O maior respondeu com um simples “Não” e o moreno voltou a gargalhar. – Meu Deus! A cara dele deve ter sido hilária.

-E como... Agora podem me ajudar com uma coisa?

-Com o quê?

-Jin está lá no carro.