História Way To Omelas - Jikook - Chapter 21 - Rope

N/A’s Pov.

Sentir o beijo de Kim Taehyung, a textura macia de seus lábios e o leve gosto do achocolatado que ele tomara, não surgiu efeito algum em Jungkook, ele ao menos conseguiu fechar os olhos para aproveitar mais do contato, pois ele não queria aproveitar e, mesmo se tivesse fechado seus olhos, o sentimento vazio continuava o mesmo.

De fato era errado o que estava acontecendo, por mais que Jungkook fosse maior de idade, era errado por Taehyung saber dos seus sentimentos, por saber que seu coração pertencia exclusivamente a Park Jimin.

E pensando nisso, ele se afastou e se levantou do sofá rapidamente, pegando seu casaco que estava no braço do sofá e o vestindo de forma apressada.

- Jungkook eu... – Taehyung começou a falar, mas foi interrompido pelo o mais novo.

- Apenas, me leve para casa. – Falou de forma fria, Taehyung o olhou chateado e se arrependendo de cada ato seu. Claro que Jungkook não iria corresponder, seu coração já tinha dono.

- Tudo bem. – Disse um pouco baixo depois de soltar um suspiro. Pegou seu casaco e o vestiu, seguindo para a saída do apartamento e Jungkook foi logo atrás de si.

Ficaram em silêncio desde da entrada no elevador até chegarem na rua do mais novo. Por sorte, a chuva já tinha parado e uma das estradas já estavam liberadas.

Quando se aproximaram da casa de Jungkook, viram uma ambulância estacionada ali e Seokjin entrando na mesma, logo atrás havia o carro da família Kim, que estava sendo ocupado por Namjoon no banco do motorista.

Havia algumas pessoas por ali, curiosos tentando saber o que estava acontecendo. Jungkook saiu do carro angustiado e tentando não pensar no pior, mas era inevitável.

E tudo pareceu ficar em câmera lenta, seus pais e seus irmãos olhando preocupados para a ambulância, a do veículo sendo fechada, mas ainda deu para ver de relance Seokjin sentado ao lado de uma maca e chorando.

- O que está acontecendo? – Perguntou aflito para ninguém especifico quando chegou perto de sua família e observava a ambulância ir embora, e sendo seguida por Namjoon.

- Querido... – Sua mãe se aproximou de si e tocou no seu ombro, o olhando de forma triste.

- Omma...o que aconteceu?? Foi...foi o Jimin?? – Perguntou já com lágrimas nos olhos, não se importando que seu pai notasse seu estado.

- Ele caiu no riacho e bateu a cabeça...não se sabe bem o estado dele...mas não parece ser bom...eu sinto muito filho... – E foi como se tudo tivesse parado depois de ouvir as palavras da mais velha, a respiração de Jungkook ficou mais forte, ele tremia e as lágrimas intensificaram.

Ele olhou para estrada, onde a ambulância e o carro seguiram – e já estavam se perdendo de vista – e correu na mesma direção. Seus pais, seus irmãos e Taehyung chamavam por si, mas ele não os ouvia e sim apenas o barulho irritantemente assustador da sirena da ambulância.

Ele precisava alcançar o veículo, ficar com Jimin – coisa que ele já deveria ter feito, mesmo sendo proibido – ele precisava salvar o primeiro e único amor da sua vida.

Seus pulmões imploravam por ar, suas pernas imploravam por descanso, mas ele não queria dar atenção para suas necessidades, ele apenas queria alcançar Jimin.

Quando a ambulância e o carro de Namjoon viraram a rua, Jungkook tropeçou ralando seu joelho e não conseguindo se levantar. Não valia mais correr atrás dos veículos, eles já estavam longe demais para alcançar.

Ele ficou ali na estrada molhada e fria chorando de forma dolorosa, perguntava aos Céus por que daquilo, chamava por Jimin e tentava se levantar para tentar ir atrás novamente. Ele não tinha mais força, pois sua força não estava ali consigo.

O carro de sua família parou ao seu lado, Sungjin o pegou e tentou acalmá-lo e dizendo que o levaria para o hospital para ver Jimin, ele assentiu e entrou no veiculo, que estava sendo dirigido por seu pai. Ele não entendeu o motivo dos mais velho fazer isso, mas não queria saber de mais nada a não ser o estado do seu amado.

A few hours before...

Jimin estava em sua cama e encarando o teto, tinha acabado de acordar e, como de costume, sua mente o levou a pensar em Jeon Jungkook.

Por que é tão doloroso te ter? Por que temos que sofrer tanto por amor?

Essas eram as perguntas que ele fazia inicialmente.

Será que você está bem? Está se alimentando bem? É tão estranho não te ver na aulas e te ver raramente no intervalo, pois você não fica mais embaixo da árvore e Yoongi não me conta onde você fica, apesar de ter uma noção.

Eu queria que pudéssemos ser felizes juntos, mas percebo que isso não será possível.

Ele suspirou cansado e se levantou de forma preguiçosa, e foi até o banheiro fazer suas necessidades matinais. Notara que havia acordado mais cedo do que de costume e bufou frustrado por saber que aquele sábado iria demorar para acabar.

Ou não...

Depois de devidamente vestido, fez menção de sair do quarto, mas foi até sua janela para ver como o dia estava. Abriu a mesma e viu que o céu estava nublado e o vento era bem frio.

Um bom dia para ficar em casa e ler um livro. Pensou Jimin.

Respirou o ar fresco da manhã e viu um carro Sport estacionar na rua e a pessoa que saiu do carro ser seu professor de música, Kim Taehyung.

Ele estranhou o fato do seu professor está ali, com vestimentas normais e ainda mais indo em direção a casa dos Jeon.

- Será que aconteceu alguma coisa? – Perguntou a si mesmo preocupado.

O Kim Park decidiu se sentar ali e esperar a volta do professor e tentar descobrir o que estava acontecendo, e não demorou muito para o mais velho voltar e na companhia de Jungkook, que sorria com algo que o mais velho dizia.

Por um momento, Jimin se sentiu incomodado com isso, afinal eles iriam para algum lugar e Jungkook parecia muito feliz. Muito feliz sem ele.

Sua mente estava confusa, ele não sabia mais o que pensar e ainda teve a impressão de que Jungkook olhou para a sua janela quando entrara no carro.

Bobagem. Pensou ele e se levantou, saindo do quarto.

Ele não queria sentir ciúmes e nem se sentir abandonado, mas esses sentimentos estavam sendo inevitáveis no seu ser. Aquilo o chateava profundamente.

Tentou disfarçar na frente dos seus pais e tomou seu café normalmente, ajudou Seokjin com alguns afazeres de casa, brincou um pouco com Chimmy e depois voltou para seu quarto para iniciar algum livro da sua coleção. Infelizmente, ele já tinha lido todos ali e foi obrigado a reler algum aleatório, ele apenas queria manter sua mente longe de Jeon Jungkook.

O fato era que Jimin só tinha livros de romance e sua mente pregava peças em si, fazendo ele imaginar que era Jungkook e ele vivendo aquela estória de amor clichê.

Por mais que sua mente não lhe ajudara, ele leu o livro por duas horas até bufar em frustração e deixar o livro de lado, olhou para a janela e viu que começara a chover.

Passou os dedos entre seus fios rosas, que já estavam desbotando e suspirou derrotado, deixando suas lágrimas caírem.

Estava cansado, machucado e com saudades e todas essas sensações não fazia bem para o seu ser sentimental e frágil.

Olhou para Chimmy, que estava próximo de si brincando com alguns brinquedos para cachorro, mas que parou para olhar o seu dono de forma curiosa.

- Só me restou você para me lembrar dele. – Fungou e chamou o filhote para o seu colo, e acariciou o seu pelo macio. – Você sente falta dele também? Eu sinto muito e não sei o que fazer, Chimmy. – Abraçou levemente o filhote e teve uma ideia segundos depois. – Omelas. – Sorriu levemente e deu um selar na cabeça do filhote e se levantou, pegando um moletom e vestindo, logo saindo do quarto.

Ele precisava se conectar com Jungkook de outra forma e essa forma era indo para Omelas, onde tudo realmente começou.

Não pensou em avisar os pais naquele momento, afinal a chuva ficara forte e não o deixariam sair.

Pegou um post-it que tinha no mural da cozinha e escreveu avisando que havia ido para o bosque e que não demoraria. Colou o papel na geladeira, calçou suas botas de chuva, capa e saiu de casa.

A chuva estava ainda mais forte e quase não se conseguia andar por causa do vento forte e a lama, mas ele não iria desistir. Apenas queria ir para Omelas e deixar sua mente criar sua própria estória.

Quando chegou no riacho, se assustou com o nível da água que já passava do ponto normal e transbordava, engoliu em seco e foi até o tronco, subindo com cuidado para não escorregar. Pegou a corda com um galho e se posicionou para pegar impulso para ir para o outro lado.

Mas, ao dar impulso para frente, a corda arrebentou e ele caiu no riacho, batendo sua cabeça fortemente em uma pedra ali.

Não deu tempo de pensar ou sentir, apenas a escuridão ocupou o seu ser.