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História We and he. (Miraculous Ladybug) - Start to run.


Escrita por: VictoriaKatsuki

Notas do Autor


Yaaaaay! Oi, tudo bom com vocês?
E aí vocês leram o livro? Gostaram? Eu adorei escrever o primeiro capítulo e o segundo está quaaaaase pronto!
Go go!

Capítulo 4 - Start to run.


Fanfic / Fanfiction We and he. (Miraculous Ladybug) - Start to run.

 

Marinette´s on.

 

 

Adrien e eu estávamos sentados na cozinha, cada um com uma cópia do registro do acidente do meu pai. Nenhum de nós dizia uma palavra desde o momento em que havíamos nos sentado ali, mais ou menos uma hora e meia atrás, pois não havia muito o que dizer. No entanto, apesar de eu estar calada, a minha cabeça borbulhava com um milhão de pensamentos em um caldeirão fervente de raiva e indignação. Eu não conseguia aceitar o fato de os policiais daquele ano terem investigado tão pouco e depois sumido com qualquer tipo de resposta que eles deviam pra mim e pra minha mãe, arquivaram o caso com uma solução meia boca e inaceitável. Era revoltante.

O acidente do meu pai foi um mistério pra eles, como havia escrito em algumas folhas avulsas juntas do registro, que eu também tinha copiado enquanto todo mundo estava em uma reunião com o delegado, um dia desses por aí. Claro que eu não podia fazer isso, pois não era um caso meu e já estava arquivado há muito tempo, mas quem disse que eu me ligava? Eu não dava a mínima para o que eu podia fazer ou não no momento, tudo que eu queria era começar a minha corrida atrás da verdade. Adrien não estava totalmente errado quando dizia que eu queria vingança. Queria mesmo.

No arquivo dizia que o carro se encontrava em perfeitas condições, apesar de ali estar escrito que o motivo do acidente havia sido uma falha técnica. Sublinhei com um marcador de texto, já que aquilo não se condizia consigo mesmo. Também dizia que, na autopsia feita no corpo do meu pai logo após o encontrarem, não havia sinal de toxinas, álcool ou qualquer coisa que pudesse danificar seus sentidos, o que tornava a resposta apresentada ali ainda mais relevante. Mas alguma coisa não se encaixava, deixava minha cabeça martelando. Eu só precisava descobrir o que.

Tomei mais um gole do café que tinha feito mais cedo, lendo cada palavra minuciosamente, sem pular uma vírgula sequer. Enquanto isso, eu imaginava o porque da minha mãe não ter ido tão a fundo nisso como eu estava indo. Ela pareceu tão revoltada quanto eu quando desistiram do caso, mas agora nem parecia que ele se lembrava disso. Ela me mandou pra Paris, pra viver com a minha avó, logo depois que o meu pai morreu, ela disse algo sobre não conseguir cuidar de mim sozinha, pois era "fraca e irresponsável". Eu sempre discordei, particularmente. Minha mãe sempre foi uma mulher incrível, completamente altruísta, confidente e corajosa. Mas, mesmo assim, ela não foi forte pra suportar a carga.

E era por isso que eu não queria filhos nem tão cedo. Se nem minha mãe, sendo quem ela era, conseguiu cuidar de uma menina de quinze anos, o que eu faria se eu, irresponsável e insuficiente como eu sou agora, tivesse que cuidar de uma criança completamente dependente de mim? Não tinha como. E mesmo que eu soubesse que filhos eram tudo que Adrien queria e mesmo que a mãe dele me pressionasse sutilmente para lhe dar um neto, tal como Bridgette, eu não podia fazer isso. Eu não estava pronta pra isso.

Mas essa não era a questão. A questão era saber porque havia tanta coisa ali que não se condizia,porque havia tanta brecha no meio daquelas informações, tantos furos. Até parecia que alguém saiu cortando e adicionando pedaços naquele registro, como se quisesse encobrir alguma coisa. E foi só pensar nisso que a minha cabeça começou a martelar ainda mais. Ao longe, pude ouvir Adrien bocejar.

— Você não precisa fazer isso se está cansado.  — falei, sem tirar os olhos do papel em minhas mãos, dando mais um gole no café.

— Não, não. É só que... Nada parece errado aqui.  — ele disse, soltando o registro em cima da mesa.

— Você é um bom policial, querido, mas não é por causa da sua atenção.  — entreguei pra ele a minha cópia, completamente sublinhada e riscada nas partes que se contradiziam. Ele pareceu surpreso.

— Uau. Como você ficou tão boa nisso? 

— Eu era a melhor detetive no meu bairro, quando eu ainda morava na China. Ninguém encontrava gatos desaparecidos melhor do que eu.  —ri baixinho, tentando descontrair  — Mas enfim. O policial que escreveu isso aí com certeza não escreveu tudo o que deveria. Está faltando muita informação nesse treco. O ruim é que já faz tanto tempo...Nem dá pra saber mais quem foi que escreveu.

— Você é uma ótima detetive, querida, mas não é por causa dos seus contatos.  — ele brincou  — Eu conheço um cara na delegacia que pode achar qualquer um que você quiser. Se temos que achar quem escreveu isso, ele é a pessoa certa pra procurar.

— Ótimo, iremos falar com ele amanhã. Por hora, precisamos relaxar.

— Ah, e o que você sugere?  — ele perguntou com um sorriso malicioso.

— Eu imaginava que você pudesse me dizer, Sr. Agreste...  — me levantei da minha cadeira, indo até ele e sentando em seu colo, com uma perna em cada lado de seu corpo. O beijei lentamente, enquanto ele colocava as mãos na minha cintura e apertava de leve.

— Então deixa comigo, Sra. Agreste.  — ele aprofundou o beijo, mordendo meu lábio inferior.

Não tivemos tempo de ir pro quarto. Esse era o bom de não ter crianças em casa. Podíamos fazer o que a gente quisesse, o que a gente quisesse, quando a gente quisesse...

(...)

No dia seguinte, Adrien e eu saímos cedo de casa cedo, com pressa. Na verdade, eu estava com pressa. Pressa para fazer com que Adrien falasse lá com seu amigo, para descobrir o policial que havia feito o registro da morte do meu pai. Minhas mãos tremiam de ansiedade e o meu coração estava acelerado. Eu me sentia da mesma maneira que me senti quando Alya precisou fazer uma cirurgia séria e eu precisei ficar esperando por ela por mais de quatorze horas. 

No carro, ninguém disse nada. Ele estava concentrado na rua e eu focava apenas nos meus pensamentos. Quando eu encontrasse o tal policial, eu o detonaria caso não me contasse a verdade. Como eu iria saber se ele estava mentindo ou não? Eu não ia saber, mas ía descobrir. Em um sinal vermelho, Adrien parou e apertou a minha mão, sorrindo pra mim. 

Ele não disse nada, mas só aquele olhar foi o suficiente pra me deixar mais calma. Nosso casamento era exatamente sobre isso, sobre aqueles olhares silenciosos, sorrisos pequenos e apertos firmes de mão. Nós dois éramos exatamente sobre isso, sobre nos entendermos mesmo sem falar nada, sobre estarmos conectados apesar de todos os desentendimentos. 

Deitei minha cabeça no ombro dele, enquanto ele voltou a dirigir. Eu sabia que ía ficar tudo bem, que Adrien estaria ali pra me defender e pra me impedir de fazer qualquer besteira, mas eu sabia que estava prestes a subir numa corda bamba, que estava prestes a mergulhar em um lugar que podia ser razo de mais. 

Quando chegamos na delegacia, tive uma surpresa horrível. Ali estava Alya, sentada em uma cadeira, tremendo muito e com o rosto inchado de lágrimas. Saí do carro rapidamente assim que eu a vi, então corri de encontro à fla, que, quando me viu, correu até mim e me abraçou o mais forte que podia. Retribui, preocupada e sem entender nada. Ela chorava, o que era estranho. Ela, assim como eu, nunca chorava. 

— Mari, foi horrível! — ela disse agarrada à mim, com a voz entrecortada pelas lágrimas. A agarrei também, apertando-a contra mim, acariciando seus cabelos. 

— Calma, Alya, o que aconteceu? — perguntei, mas ela não conseguiu responder. Olhei para Adrien por um segundo, que parecia tão confuso quanto eu. 

— Invadiram a casa dela durante a noite. — Chloé disse após um momento de relutância — E a fizeram de refém. 

— Como é? E como ninguém me avisou?! — perguntei incrédula. Foi-se o tempo em que as pessoas naquela delegacia me avisavam sobre coisas do tipo. 

— Não era seu turno, Marinette. Você não poderia ter interferido. — Nino respondeu. 

Me voltei pra Alya. 

— Você está bem? Eles machucaram você? 

— Mari, eles... — ela não conseguiu terminar, começou a chorar de novo. 

Ela não precisou falar mais nada, eu entendi tudo. Eles abusaram dela. Da minha amiga! Eu fiquei possessa de raiva,  mal consegui pensar direito no que fazer para ajuda-la.  Ela começou a tremer ainda mais, sinal de que não estava bem. 

— E porque ela está aqui? — olhei para os outros presentes na sala — Ela tem que ir pro hospital! Qual é o problema de vocês? 

Todos me encararam, mas eu não me importei. Eu mesma a peguei no colo, já que eu era consideravelmente forte e elas sempre foi magrinha, a colocando com cuidado na viatura, dando partida e dirigindo como uma louca até o hospital mais próximo. 

Não demorei muito pra chegar, uma vez que eu dirigia como uma louca. No banco de trás do carro,  Alya tremia, ainda chorava baixinho. Eu não podia imaginar as coisas horríveis que tinham feito com ela, uma menina tão boa. Me revoltava saber que alguém havia ousado encostar um dedo na minha garota! Desci do carro batendo a porta forte, gritando o mais alto que podia para que alguém trouxesse uma cadeira de rodas, já que ela com certeza não ia conseguir andar. 

Um enfermeiro chegou tão logo em comecei a gritar, trazendo a cadeira. Abri a porta de traz do carro, enquanto ele a tirava com cuidado. Ela tremia, chorava, respirava com dificuldade. Como ninguém da delegacia percebeu que ela não estava bem? Porque a mantiveram lá? Eles com certeza a interrogaram antes de cuidar dela, isso estava errado! 

Entrei no hospital logo atrás deles, tão nervosa quanto todo mundo. Meu coração batia forte, minha respiração estava acelerada, eu não conseguia pensar. Quando o enfermeiro correu levando Alya para o consultório, fiquei para trás. Não podia ir além disso. Esfreguei as mãos, respirei fundo, pensando no que fazer. Mas eu sabia o que fazer. E fui fazer. 

Voltei pro carro e dirigi de volta para a delegacia. Tudo em mim era sobre o ódio que eu estava sentindo daqueles incompetentes. Não havia sido nada ético, nada humano! Quando estacionei em frente ao local, caminhei rápido, mas não havia ninguém lá. Só William, o faxineiro. 

— Onde está todo mundo? — perguntei assim que entrei. 

— Foram atender um chamado, já devem estar voltando. Eles não são tão nervosinhos a ponto de sair correndo daqui como certas pessoas... — ele disse, dando de ombros. 

— Como é que é? 

— Convenhamos, policial. Era só mais um caso como todos os que vocês têm aqui todos os dias! — ele esbravejou, mas logo sorriu — E você viu o tamanho do shorts dela? Ela estava pedindo pra... 

Ele não terminou. Não teve tempo pra isso. Tão logo deduzi o final da frase, o soquei bem no rosto. Ao longe, ouvi mais um carro estacionar em frente à delegacia. Logo, alguém me segurava. Era isso ou eu ia partir aquele desgraçado no meio! 

— Como você se atreve a dizer isso dela?! Você é um babaca, William! Um babaca! Escroto! — gritei o mais alto que pude, esbravejando. O lábio dele sangrava, o que era pouco. 

— Marinette, controle-se! — Nino gritou, mas era Adrien quem me segurava. 

— Me solta, Adrien! — puxei meus braços de volta e me aproximei de William — Escuta aqui, da próxima vez que você ousar falar da minha amiga assim, eu juro que eu acabo com você, imbecil! 

Depois disso, voltei para o hospital, com Adrien me seguindo com nosso carro bem atrás. Já no hospital, procurei pelo mesmo enfermeiro que atendeu Alya quando chegamos. O hospital parecia maid vazio agora, mas demorei cinco minutos para encontrá-lo no balcão dois corredores depois da entrada. 

Quando perguntei, ele disse que ela estava no quarto, recebendo calmantes e remédios para normalizar a frequência cardíaca, o que significava que eu não iria poder vê-la agora. Perguntei se o estado dela era grave e ele disse que ainda não sabia, mas que ela apresentava desequilíbrio emocional, fora o trauma, estava com alguns machucados. Uns leves e outros bem feios. 

Aquilo foi uma facada. O enfermeiro foi embora, atender outro paciente, me deixando sozinha com Adrien. Eu não conseguia pensar direito, tudo que eu queria era matar quem havia feito aquilo com ela. Adrien me abraçou, jogando os dois braços ao meu redor, me apertando forte. Eu só conseguia chorar, abraçada à ele. Como existia tanta gente ruim no mundo? 

— Calma, amor, vai dar tudo bem. Ela vai melhorar... Ela vai ficar bem, okay? — ele me fez encará-lo. Logo, se pôs a enxugar o meu rosto — Ei, me escuta. A Alya é a forte, ela é dura como pedra. Ela vai se recuperar nós vamos pegar quem fez isso com ela, okay? Fica calma. 

Ele continuou me abraçando. Era exatamente por isso que eu havia me tornado policial, pra pegar esse tipo de desgraçados. Eu iria encontrar quem fez aquilo com Alya, iria encontrar o assassino do meu pai. Nem que eu precisasse morrer pra isso. 

 

 

 


Notas Finais


Bom, foi um pouco pesado, mas eu só trabalho assim ksksks
À partir de agora as coisas vão começar a pegar fogo muahahhaha
Até o próximo, chuchus~ ♥


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