1. Spirit Fanfics >
  2. We Fight Together >
  3. Capítulo 29 -Epifania

História We Fight Together - Capítulo 29 -Epifania


Escrita por: lmjmuller

Notas do Autor


Olá pessoas que ainda acompanham essa tumultuosa história entre Ana Paula e Munik!
É nessa tarde de domingo que deixo uma epifania para vocês, ou uma súbita compreensão de algo, como diz o dicionário ;)
Mas antes de mergulharem nessa compreensão, preciso informar que minha semana de provas está chegando então não sei se postarei com a mesma frequência dos últimos dias. Essa faculdade já está atrapalhando demais o desenvolvimento dessa fanfic, não é mesmo? To pensando em largar. Mentira.
Vamos lá?
Boa Leitura!

Capítulo 30 - Capítulo 29 -Epifania


 

-Certo, certo. Você já me convenceu. - Massageou as têmporas e vasculhou nas memórias dos dias anteriores pensando por onde podia começar e optou por corrigir Luísa. -Não foi somente uma pessoa, foram duas.

-Duas? -Luisa estranhou a resposta, pois tinha uma única grande suspeita, por mais que não quisesse admitir que a amiga tenha feito aquilo, não podia descartar as grandes evidências que levava a isso. 

-Sim, o chefe me chamou na sala dele e...

 

 

Ricardo tentava ajeitar os últimos papéis das informações de uma notícia que ainda precisava terminar de escrever, estava em atraso com isso e sabia que podia ser chamado atenção a qualquer momento. Ele havia sido contratado no início do ano depois de trabalhar como estagiário em uma das filiais da empresa em uma cidade do interior de Minas, sua boa escrita e seu bom rendimento foi o que chamou a atenção do chefe do jornal, mas sua inexperiência com algo tão grande ainda era evidente. Ainda se atrapalhava por receber tanto trabalho e ser tão exigido todos os dias, mas no fim ainda conseguia superar as expectativas e as dúvidas de todos ao seu redor. 

Concentrado nas leituras que tinha de fazer daqueles papéis, quase deixou o copo de plástico de café cair quando foi chamado por sua colega de trabalho. Trina era poucos anos mais velha que ele e sempre se divertia com seu jeito atrapalhado e dedicado, sendo uma das únicas ali a não subestimar o rapaz. Ele não ficava para trás e era encantado pela escrita dela, o que dizem ser um grande passo para essa paixão passar a dona delas... O que ele não negava em nada, mas o medo de chamá-la para sair lhe fazia tremer só de imaginar sendo rejeitado.

-O chefe está te chamando na sala dele Rick! -Ela disse o chamando pelo apelido que somente ela adotara. 

-Oh, não acredito. -Ele deixou o café em cima da escrivaninha. -Eu ainda não terminei essa notícia, estou finalizando isso hoje... Por Deus! -Ele disse rápido e exagerado fazendo a garota sorrir de seu desespero. -Ele parecia zangado?

-Quando o chefe não está zangado? -Ele riu nervoso da pergunta retórica, pois a garota de cabelos curtos tinha toda razão. -Mas ele não me parecia zangado com você... -Ela se aproximou dele para poder falar baixo e ele escutar. -Mais cedo entrou um cara bem estranho na sala dele, parecia zangado e tinha uma feição bem dura. Os outros disseram que já viram ele por aqui há algum tempo, quando o jornal estava prestes a falência e depois dessa visita tudo voltou aos conformes. -Ela deu de ombros. -Fofoca de corredor, você sabe... Porém! Pouco tempo depois apareceu uma mulher e também foi direto para a sala dele, onde ainda estão enfurnados lá... Parece que agora qualquer um pode entrar ali sem ser anunciado, quem diria.

-Uma mulher e um homem, você diz... Não tem nem ideia de quem seja? -Perguntou tentando entender o que iria enfrentar nos próximos minutos.

-Ela não me é estranha, sabe? Deve ser algum tipo daquelas subcelebridades, ou pessoas que se aproveitam do sucesso das outras para serem reconhecidas. -Ela comentou sem saber o quanto estava certa sobre o que dizia. -Isso tá ficando cada vez mais comum e eu não me engano quanto a primeiras impressões, você sabe.

-É claro que sei. -Ricardo riu, mas continuou. -E ele?

-Olha, ele passou muito rápido e não pude analisar bem... -Ela colocou a mão no queixo tentando se lembrar. -Mas parecia ser muito bem de vida, dava para se notar de longe que as roupas eram bem caras...

-Ótimo, uma quinze minutos de fama e um rico antipático, o que eu tenho a ver com isso? -Ela gargalhou e ele se lembrou o quanto gostava daquela risada.

-Ricardo! Na minha sala, agora! -Ele escutou dessa vez o chefe chamá-lo da porta.

-Me deseje sorte! -O rapaz pediu já se levantando e indo até a sala.

Ao entrar no local ele deu de cara com realmente o que acabara de dizer, um rico bem antipático que tinha os braços cruzados e permanecia em pé de uma lado da sala e uma mulher sentada em uma das cadeiras em frente a mesa do chefe, ela tinha as pernas cruzadas e um semblante arrogante no rosto. Como sempre seu superior estava zangado, mas dessa vez era diferente, ele parecia acuado diante a presença daqueles dois e o rapaz se sentia cada vez mais curioso ao que acontecia ali. 

-Senhor, se é sobre a matéria de hoje eu...

-Pode deixar isso de lado que a Trina vai cuidar disso. Você vai escrever uma nova matéria. -O dono do jornal disse olhando mais uma vez para as figuras ao seu redor e bufando. -Eles vão lhe dar tudo que você precisa, fotos e relatos, só precisará transcrever e colocar seu nome na notícia. -Ricardo franziu o cenho com a última frase, claramente o chefe precisava de alguém que se arriscasse a colocar o nome em tal matéria onde não deveria vir coisa boa de algo assim.

-Esse garoto vai fazer algo desse porte? Acho que viemos ao jornal errado. -Paula comentou revirando os olhos, a sua mania de interferir e reclamar de tudo ainda era evidente.

-A sua notícia já vai ser feita, quem cuida dos detalhes de como, ainda sou eu, pois este é o meu jornal. -Lá estava o mal humor que Trina falava há minutos atrás.

-Ele está certo, Paula Cristina, não se intrometa nisso. -O dono do terno caro disse fazendo a mulher resmungar, mas permanecer quieta. -Você vai fazer tudo que eu te disser, garoto. 

-E se eu recusar...?  -Perguntou encarando seu chefe, pois não devia satisfações a rico esnobe nenhum.

-Será demitido. –Quem respondeu foi o chefe, deixando toda a situação finalmente clara.
 

 

Ele encostou as mãos no carro, abaixando a cabeça e encarando o chão enquanto se lamentava pelo ocorrido. Depois de tudo isso nem mesmo Trina falava normalmente com ele mais, pois como jornalista sabia muito bem como uma notícia dessa pode afetar diretamente na vida de alguém e ainda mais quando se é fruto de uma armação tão fria e calculista. 

-Esse é o meu primeiro emprego depois do estágio, se eu fosse demitido seria quase impossível conseguir algo tão bom. Quando se procura confusão com esse tipo de gente, você tem seu nome queimado em várias empresas e acaba tendo de desistir de tudo que lutou por causa desses aproveitadores. -Suspirou. -Eu sei que o que fiz com sua amiga foi errado, mas eu fiz essa escolha para a minha carreira, e se eu não fizesse qualquer um daquela empresa acabaria fazendo. 

-Não estou te culpando de nada Ricardo, como eu disse antes isso vai muito além de você. -Ela apoiou a mão nas costas do garoto e ele sorriu de lado. -Só preciso que me diga o que sabe do homem rico que você mencionou... 

-Ah sim, dele eu não sei quase nada... -Ricardo disse, mas algo lhe veio em mente. -Há uma coisa que eu fiquei surpreso ao saber, ele possui um sobrenome não muito comum e que coincide com uma das mulheres da notícia. Fiquei transtornado ao imaginar que alguém da própria família podia fazer isso...  -Luisa arregalou os olhos surpresa, mas deixou o rapaz continuar, percebendo que sua suspeita -já confirmada- com Paula Cristina era a menos pior. -Seu segundo nome era Renault. 


***

-Você se acertou com a Luisa então? -A psicóloga perguntou enquanto ajustava os óculos de grau no rosto.

Já fazia mais de meia hora que Ana estava naquela sala e ela já se sentia confortável na presença da profissional a sua frente, todo o seu medo de encarar uma terapia, hoje pareciam ter se dispersado. Ela percebeu que não precisaria entrar em seus assuntos mais delicados de uma só vez, então a pauta "morte de sua mãe" havia sido deixada de lado por enquanto, mas a medida que a conversa evoluía ela percebia que algum dia conseguiria tratar disso até com certa normalidade. Encarar seus problemas de frente não doía o tanto que ela imaginara, só precisava de um primeiro passo que caminhar por essa estrada já se tornaria aprazível.

As duas começaram a conversa com a estadia de Ana pelo programa da rede globo, onde passou por situações estressantes e que testaram todos os seus limites. Além do mais, foi lá que começou a descontar seus problemas na bebida semanalmente, onde a festa parecia todo a sua válvula de escape daquele hospício vigiado 24 horas. Antes de entrar naquela casa não era frequente toda sua dependência sobre a bebida, onde os casos de perder os sentidos com o álcool eram quase nulos, mas as extrapolações de seus limites só contribuíram para acelerar o desenvolvimento desse problema escondido dentro dela. Passaram então a discutir sobre como ela encarou isso do lado de fora e a reação de sua família a isso tudo, além de seus amigos e foi aí que não conseguiu falar de Munik, mas tentou explicar o restante. 

-Sim, ela me explicou que não sabia de nada do que minha família estava fazendo, então eu me arrependi de tê-la tratado daquela forma. Luisa não merecia escutar nada do que eu disse. -Durante os quatro dias que Luisa cuidara de Ana elas tiveram muito tempo para conversar e em um deles a funcionária pública explicara o que realmente acontecera naquela noite e como estava por fora de todo o plano dos Renault e de Paula Cristina.

-E o que sua família estava fazendo de tão ruim? -Ela perguntou fazendo Ana relembrar os detalhes daquele dia para poder contar nem que seja brevemente sobre o corrido.

-Eles se reuniram secretamente, ás minhas costas, sabe? -Mexeu no cabelo nervosa ao se lembrar da situação. -Me colocando contra a parede depois, me forçando a encarar algum tipo de terapia! Eles só me viam como uma alcoólatra louca, como todos os outros...

-Você está se sentindo mal aqui na terapia? -Mudou de assunto brevemente com um propósito que Ana não entendeu no momento.

-Não, pelo contrário, surpreendentemente estou me sentindo muito bem dividindo isso com você.

-Então você não acha que sua família só queria o seu bem? -Ana Paula franziu o cenho e encarou a psicóloga.

Toda a cena de sua família lhe falando sobre: intervenção, terapia e tratamento; voltou á sua mente. Pra loira aquele momento tinha sido de maior traição em toda sua vida, pois já havia sido realmente abandonada por amigos e colegas, mas nunca por sua família. Com exceção de seu irmão, é claro, para ele Ana sempre seria a parte dos Renault que não deveria ser ouvida graças ao seu comportamento exagerado. Mas depois da fala da psicóloga, ela passou a ver essa parte de seu passado de outra forma, de repente toda a traição lhe parecia mais uma preocupação com seu estado de saúde mental e físico. De repente ela percebera que nunca esteve sozinha e tudo finalmente parecia fazer sentido, que talvez tinha sido injusta demais com sua família e também com Paula Cristina na época.

-Então, eles não me viam como uma alcoólatra louca... -Tinha a cabeça baixa e soltava o ar com força.

-Talvez eles só queriam te ajudar a resolver seus problemas como está fazendo agora. -Ana ergueu a cabeça encarando novamente a mulher a sua frente, percebendo o quanto ela tinha razão. 

-Talvez... -Comentou e mordeu o lábio -Se eles tinham um bom motivo por trás disso, então Munik também tenha... -Concluiu se lembrando de como a morena havia deixado a casa tão decidida e como ficou nervosa depois da conversa ao telefone que ela teve.

-Do que está falando Ana? -A mulher perguntou confusa.

-Eu... Preciso ir! -Disse de repente pegando a bolsa e se levantando.

-Espera, ainda temos alguns minutos de sessão. -A profissional disse olhando brevemente no relógio de pulso, mas não foi suficiente para a loira ficar.

-Desculpe, eu preciso ver se ela não desistiu de mim! -Disse e saiu deixando uma psicóloga confusa para trás.

Passou pela porta do consultório afobada sendo alvo de olhares estranhos da sala de espera, mas nem se importou, pois a única coisa que estava preocupada no momento era responder todas as chamadas de Munik. O arrependimento lhe tomou inteira, começando por ter julgado sua família tão mal, quando na verdade eles só queriam seu bem. Fugiu, viajou e deixou todas para trás depois de uma conclusão precipitada e iria corrigir isso, mas primeiro precisava reparar algo que não estava completamente quebrado, ainda. A procura da morena por ela era sinal que ainda não havia desistido delas, mesmo depois desses dias que Ana preferiu se isolar, mas agora sentia como se fosse tarde demais e precisava urgentemente escutar Munik lhe dizendo o contrário.

Quando chegou no elevador já estava com o celular em mãos e procurava ansiosamente pelo contato da goiana, tremia de leve e por isso teve tanta dificuldade, mas logo já estava com o aparelho no ouvido escutando os bipes da chamada sendo feitos. Quando os onze andares foram atravessados ela já começava a segunda ligação, tentando encontrar uma razão que não fosse tão ruim para que Munik não estivesse atendendo. Ela devia estar ocupada, podia estar tomando banho, podia estar conversando com seu empresário, descansando talvez? Qualquer coisa que não fosse evitando a mineira. 

Saiu do prédio com o celular ainda no ouvido e bufou frustrada, não queria desistir então discou mais uma vez para o número. Chegou a calçada e procurou pelo carro da amiga, mas nada encontrou então somente lhe restara esperar ali ainda esperançosa por alguma resposta. Como se Deus ouvisse suas preces, a chamada finalmente havia sido atendida e ela suspirou aliviada ansiosa por ouvir a voz da morena depois de tanto tempo, mas o que veio a seguir fez seu semblante se desmanchar por inteiro.

-Laura?
 

Continua...


Notas Finais


"Laura?"
Tantantan
Desculpem o suspense de novela mexicana, eu não resisti...Não desistam de mim!
Beijos e até a próxima!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...