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História We Got Married - More Than That


Escrita por: suniyye

Capítulo 35 - More Than That


JIMIN

Desço as escadas do palco enquanto seco meu rosto. Ainda posso ouvir os gritos dos fãs que me impedem de ouvir meu coração acelerado pela adrenalina. Eu e os meninos batemos as mãos num gesto de que tudo deu certo. Um dos assistentes aparece e começa a tirar os fios escondidos dentro da minha blusa, enquanto estou bebendo da garrafa de água.

Passamos pelo pessoal, que comemora e nos enche de elogios pelo caminho. Ainda conseguimos ouvir os gritos vindos da arena mesmo com a porta fechada.

— Já tinha me esquecido da sensação — Yoongi comenta enquanto nos jogamos pelos cantos do camarim.

Me esparramo no sofá, encostando minha cabeça na parede. Encaro o teto, ainda tentando fazer a respiração voltar ao normal.

— Cara, eu podia ir pra Las Vegas nesse exato momento e transar em cima de uma mesa de cassino só pela adrenalina que eu sinto — é Hoseok quem fala, animado.

— Isso infelizmente não é possível, mas quem sabe alguma boate? — Jungkook sugere, refletindo o mesmo entusiasmo.

Todos concordam e percebo que esperam pela minha resposta final.

— Não tô muito afim hoje — digo.

— Qual é, você não quer ir pra uma boate? — ouço o tom sarcástico de Taehyung.

— Eu não vivo só disso, sabiam? — abro um sorriso fraco.

— Ah, entendi — Jin assente. — O seu negócio agora é se divertir sozinho.

Reviro os olhos, sabendo muito bem o que ele quer dizer. À essa altura eles já perceberam minhas compras compulsivas de cigarros e outras coisinhas que guardo no meu quarto. Os garotos também concordam, com exceção de Namjoon.

— Se eu mudar de ideia aviso vocês — é minha resposta final.

Enquanto os garotos começam a discutir sobre qual boate frequentariam e sobre quem ganharia a noite primeiro, há apenas um pensamento na minha cabeça, que tenho desde o momento em que comecei o show. Ela não estava aqui.

Parece ser idiotice, não, na verdade eu sei que é, mas a parte trouxa de mim, que também surgiu no momento em que comecei a me apaixonar por alguém pela primeira vez, decidiu me deixar esperançoso com esse pensamento. Lembrei das nossas conversas e do meu convite para ela ir a um dos nossos shows e acabei acreditando, mesmo que minimamente, nisso. Agora é essa a decepção que tenho quando não vejo sua presença familiar na área vip ou alguma mensagem mencionando sua visita. Ela não veio.

Não sei o que me fez acreditar nisso, honestamente. Eu e Nahyun nunca mais nos falamos e sequer nos encontramos desde que a droga daquele programa terminou. Então por que me deixei ficar esperançoso com essa ideia? Sinceramente, meu coração apaixonado veio com uma dose enorme de estupidez, que também está afetando meu cérebro, aparentemente.

Quando chegamos em casa, entro no quarto e fecho a porta, não querendo lidar com as perguntas sobre qual tipo de roupa ou perfume será mais eficiente para atrair as garotas. Os caras se transformam em mulheres no instante em que decidem tentar satisfazê-las. Mas é aquele ditado, né, você é o que come.

Depois que tomo um banho, nem mesmo me dou ao trabalho de colocar uma roupa, deixo a toalha pendurada na cintura enquanto desço até nosso armário de bebidas, que fica na sala, e pego uma garrafa de tequila escondido. Os garotos vão embora em seguida e preciso dar uma resposta vaga de que talvez passaria para encontrá-los depois. É desse jeito que funciona, você coloca vários talvezes — isso é uma palavra? — na frase e eles deixam de encher seu saco. No dia seguinte, quando estão emburrados pela falta da minha incrível presença na noite, você apenas responde: eu disse que talvez. Então pronto.

Coloco músicas aleatórias para tocar e me sinto como na minha própria boate privada. Só que sem mulheres e todo o resto da diversão. Porém, no momento da minha súbita falta de interesse pelo sexo feminino — com exceção de uma pessoa em especial —, eu fico tranquilo em saber que tenho tudo para me divertir por enquanto: música, bebida e maconha.

Deixo o pó branco de lado porque não quero acordar amanhã totalmente acabado sendo que tenho vários compromissos. Além de que da última vez quase que fui pego e a sensação depois que o efeito passa nunca é agradável.

Sento na beirada da cama, soltando a fumaça para o alto. Murmuro a letra da música baixinho, balançando a cabeça no ritmo. É uma merda sempre imaginar aquela mesma pessoa toda vez que meus olhos se fecham. Tento me concentrar em outra coisa, mas minha cabeça já está embaçada o suficiente para não fazer o esforço. Bebo mais da tequila, apertando os olhos pela queimação que desce na garganta.

— Jimin — resmungo, jogando meu corpo contra o colchão —, que merda você fez, cara?




(...)

Uma semana depois, atravesso a porta do restaurante. Vou até a mesa dos fundos, que é privada, e peço mentalmente para que ninguém me reconheça no caminho. Tenho sorte do lugar estar vazio, então me forço a ficar mais tranquilo.

Quando chego até a mesa certa, o recepcionista vai embora, não desfazendo o sorriso no rosto. Chaewon está sentada do outro lado da mesa, aparentando estar do mesmo jeito que da última vez, com os mesmos cabelos tingidos de loiro e o mesmo sorriso receoso.

— Como vai? — ela resolve perguntar, percebendo meu silêncio.

Não tenho tanto rancor dela quanto antes, porém temo o que irá me falar. Quando recebi sua mensagem ontem, pedindo para que nos encontrássemos, pensei seriamente em recusar. Mas não tenho tempo de continuar fingindo ainda estar com raiva quando agora estou indiferente com a situação. 

— Bem e você? — ela parece ficar surpresa pela falta de exaltação na minha voz, mas esconde isso bem.

— Estou bem. Quer pedir alguma coisa primeiro? — ela coloca a mecha loira atrás da orelha. Demoro alguns segundos para responder.

— Claro. Mas não tenho muito tempo.

— Sei que não — ela dá um pequeno sorriso.

Chamamos a garçonete e então uma garota, que parece da nossa idade, nos atende. Ela tenta não demonstrar, mas vejo as encaradas nada discretas que lança na nossa direção.

— Tivemos um final ruim — Chaewon começa, assim que estamos sozinhos novamente. Dou uma risada fraca.

— Você dizendo desse jeito parece que terminamos um namoro — não me importo com o modo como minhas palavras soam e o que elas possam significar. Foi esse um dos motivos para eu aceitar seu convite: deixar as coisas entre nós ainda mais claras.

— De jeito algum quero insinuar isso — ela nega com a cabeça rapidamente e morde o lábio. — Apesar de tudo, você é meu amigo, Jimin. Ou era.

— Ainda sou — completo depois de alguns segundos. — E estou disposto a perdoá-la.

— Sério? — Chaewon arregala levemente os olhos. Prendo um suspiro.

— Sim, aquilo que aconteceu já passou. Tive tempo suficiente, tempo que você aceitou me dar, e sei que suas intenções não foram ruins. Ou não totalmente verdadeiras.

— Eu sei que errei. Fui uma vaca rancorosa e ciumenta, mas a culpa que senti depois só aumentou a cada dia, até que não consegui aguentar — ela fala, colocando seus pulsos finos sobre a mesa. — Foi por isso que te liguei ontem. Não estava esperando por um perdão seu, só queria que soubesse o quanto sua amizade é importante pra mim. E queria me desculpar uma última vez.

— Está tudo bem — abro um sorriso divertido. — Só me prometa que não irá me matar e matar minha futura namorada.

Ela revira os olhos, abrindo um sorriso constrangido.

— Não planejo fazer algo assim, fique tranquilo. Até porque não acho que terá uma muito em breve.

— Por que todo mundo acha que eu daria um péssimo namorado? — reclamo. Chaewon dá de ombros.

— E também porque o que eu sentia por você já passou.

— É mesmo? — aproximo meu corpo da mesa, curioso. — E como foi essa sua missão horrível e completamente falsa?

— Acha que é tão difícil assim me desencantar por você? — Chaewon levanta a sobrancelha, também se divertindo.

— Completamente.

— Bom, foi muito fácil, na verdade. Eu só precisei encontrar um cara que gostaria da ideia de ter um compromisso, sabe — ela completa. Não ligo para como suas palavras são diretas, uma vez que sempre prezei isso na nossa relação.

— E quem é o escolhido?

— É um cara que conheci da agência de modelos. Estamos deixando as coisas discretas — ela responde e noto o brilho irritante no seu olhar. Aquele de quando alguém está apaixonado. Ao que parece já estou ficando até experiente nesse tipo de assunto.

— E como é o sexo? Aposto que não é tão bom quanto antes, hein? — provoco. Chaewon gargalha. Alto até demais.

— Você só pensa nisso? — ela revira os olhos. — É ótimo, se quer saber. Não me leve a mal, Jimin, você é muito bom no que faz, mas é bem melhor ter alguém que só tenha atenção pra você, se sabe o que quero dizer.

— Não sei, me explica? — finjo inocência. Ela bufa, mas também está sorrindo.

— Você nunca vai mudar, não é?

Nossa comida chega nesse momento. A garçonete de antes aparece com nossos pratos e vai embora rapidamente.

— E aquele programa, We Got Married, você terminou de gravar, não é? — Chaewon pergunta entre uma garfada. Assinto, indiferente. — Acredito que tenha ficado amigo da Nahyun, caso não a tenha chamado para a cama na primeira oportunidade, óbvio.

— Pensa tão pouco assim de mim? — pergunto, tentando mudar de assunto. Um detalhe que noto, que comprova a mudança de Chaewon, é que ela finalmente diz o nome de Nahyun, e sem o tom desagradável de antes. Seu nome, dito em voz alta, me traz uma sensação estranha. Deixei de ouvi-lo e dizê-lo há semanas atrás.

— Estou sendo sincera aqui, como sempre fomos — ela levanta as mãos. — E então?

Dou de ombros, com o olhar ainda concentrado no meu copo. Demoro tempo demais para responder, fingindo estar concentrado em dar todas as trinta mastigadas recomendáveis na comida antes de engolir. Aprendo algo sobre isso: é inútil.

— O que foi? Por que está demorando tanto pra responder? — Chaewon pergunta, depois da minha tentativa péssima de ocultar o que penso.

— Por que está tão curiosa?

— Jimin — ela repreende e então faz uma careta — Ah, merda. Vocês fizeram sexo. Caramba, você nunca aprende?

— O quê? Nossa, não — suspiro. — Não quero falar sobre isso.

— Pelas suas respostas eu sei que tem algo de errado.

— Jesus, Chaewon, você vai mesmo me fazer falar sobre a garota que eu gosto quando você é, sei lá, minha ex-foda? — digo tudo de uma só vez, impaciente, que mal percebo o que sai da minha boca até que apenas ouço o silêncio que se forma.

— O quê? — seu som sai estridente.

— Merda — passo as mãos pelo rosto, deixando a comida de lado. — Preciso ir, tá legal?

— Jimin, senta agora e não faz um barulho até que eu tenha terminado.

— Que Déjà Vu — sorrio, voltando a me ajeitar na cadeira. Chaewon me ignora.

— Como assim a garota que você gosta? Você... Você está apaixonado?

— Que ótimo — murmuro, suspirando. — Não, não estou. Ela... Já acabou, ok, é tudo o que precisa saber.

— Jimin — Chaewon fala, ainda esperando. Faço uma careta, brincando com o guardanapo sobre a mesa.

— Ela não sente o mesmo. Nunca chegamos a fazer nada e eu não quis arriscar. E agora acabou, isso passou.

As palavras saem apertadas pela garganta. A conversa apenas me deixa mais aflito ao pensar sobre o assunto.

— Caramba — Chaewon murmura.

— Eu sei, como eu pude me apaixonar? 

— Não, estou mais surpresa pelo fato de que você começou a ter sentimentos por uma pessoa antes de levá-la pra cama — dou um sorriso falso. Chaewon ri. — Que evolução.

— Obrigado — ironizo. — Agora pronto? Estou com vontade de me socar só por ter tido essa conversa constrangedora com você.

— Não tem porquê ficar assim. Toda pessoa vai passar por isso uma vez. Alguns casos ainda são extremamente chocantes... — ela nota meu olhar. — Tudo bem, parei. Ainda tem mais tempo para ficar?

— Na verdade, preciso ir. A gente se vê por aí. Talvez não mais em uma balada...

— O quê? Só por que estou namorando deixarei a diversão de lado? Eu ainda quero te pagar uma bebida depois de tudo — ela sorri.

Fico grato por Chaewon não mencionar o assunto das drogas, quando ela me viu na última vez que nos esbarramos. Não considero essa como a última vez que conversamos, porque vamos dizer que eu não tive muito tempo para isso. Sei que com suas últimas palavras ela quer me perguntar sobre o que aconteceu naquela noite, ou talvez me dar o habitual sermão, mas agradeço por não dizer nada.

Decidimos sair do restaurante juntos, então preciso tomar o dobro de cuidado para que ninguém nos reconheça. Atravessamos o restaurante e sugiro que Chaewon esconda o máximo do seu rosto. Nossos carros ficam na rua ao lado, então nossa despedida é rápida.

Quando vou embora, porém, a única parte da nossa conversa que continua na minha cabeça é a confissão que fiz sobre Nahyun. Quanto mais digo e penso sobre isso em voz alta, mais os meus sentimentos parecem se intensificar. E não é isso o que quero.




NAHYUN

Como precisamos agora aproveitar cada espaço na nossa agenda para descansar, eu e as meninas decidimos dar uma volta pela cidade. Tínhamos um compromisso hoje, mas precisou ser agendado para outro dia, então decidimos aproveitar esse momento para relaxarmos um pouco.

A ideia de passear pela cidade foi sugerida por Amy, porém como é melhor não acabarmos atraindo uma multidão de fãs, decidimos nos disfarçar do melhor jeito: máscara, óculos escuros e boné.

A situação me faz lembrar de quando eu e Jimin precisávamos fazer isso para gravar cenas do programa em lugares públicos e cheios. Na época, ele era o mais propício a ser reconhecido. Agora é estranho pensar que tenho as mesmas chances que ele do mesmo acontecer. Antes não era tão notório, porém agora já podemos ter um gostinho de como é isso, visto que já fomos cercadas por fãs até na saída da empresa.

Por um lado, agora consigo entender ainda mais o que ele queria dizer sobre os fotógrafos e multidões. Não lido com a situação do mesmo jeito que ele, porém a sensação é semelhante. Isso me faz pensar se seus ataques de ansiedade continuam frequentes e se, diferente do que me disse, ele está agora enfrentando esses episódios de uma outra maneira. 

Descemos da van e decidimos que vamos passear pelas ruas primeiro. Aproveito para admirar a paisagem, a liberdade de finalmente sair sozinha com as garotas.

— Nossa, há quanto tempo nós não fazíamos isso? — Yoojin comenta, enquanto andamos pela calçada.

— Estávamos precisando de um tempinho juntas — Amy completa.

— É nossa música! — Hyemi de repente exclama, parando na frente de um café. Preciso prestar atenção para perceber que é uma das nossas canções tocando dentro da loja. — Preciso começar a me acostumar com isso — ela murmura depois que algumas pessoas nos encaram, meio surpresas.

— E falar um pouco mais baixo — Jihyun resmunga.

Voltamos a caminhar, aproveitando o sol fraco de outono. As folhas das árvores enfeitam a rua, colorindo a paisagem com tons de laranja, vermelho e marrom.

Enquanto estamos atravessando uma rua extensa, notamos ao mesmo tempo o que parece ser uma manifestação mais à frente. Conforme nos aproximamos, observo uma mulher no degrau de uma das escadas em frente ao que parece ser um museu. Na sua frente, há várias outras mulheres e garotas, segurando placas.

Nós somos fortes! — a mulher diz pelo alto-falante que segura contra a boca.

Não desistiremos! — há um coro de resposta.

— O que é isso? — ouço Hyemi perguntar ao meu lado.

— Parece um tipo de manifestação — respondo.

Como para comprovar, leio seus cartazes que dizem coisas relacionadas a abusos físicos e mentais, relacionamentos tóxicos e o poder que nós mulheres temos. Alguns minutos depois o encontro parece terminar e então algumas delas começam a ir embora, outras ficam conversando entre si.

— Se interessaram? — viro-me com o som da voz e percebo que é a mulher que estava comandando a manifestação. Eu e as meninas a cumprimentamos.

Ela está usando máscara e óculos escuros, como algumas de nós, então não consigo ver sua expressão.

— Admiramos muito o que vocês fazem — Amy diz e todas nós assentimos.

— Fico feliz. Quem sabe vocês não passam aqui algum dia? Ficaria muito satisfeita em ter mais pessoas apoiando a causa — ela diz, tirando a máscara rapidamente para falar. Seu tom de voz é gentil, porém firme. O esperado de uma líder respeitosa e também respeitável.

— Claro — concordamos, mesmo que a ideia seja improvável. Adoraria participar, porém é quase impossível agora.

Nos despedimos dela e voltamos a caminhar. Nessa hora decidimos por finalmente comer alguma coisa e, com a sugestão, automaticamente sinto o suór frio começar a aparecer.

Desde a última vez que acabei vomitando, não me senti bem e confortável com a ideia de comer. Obviamente tive refeições desde o acontecimento, porém não passei dos limites como da última vez.

Entretanto, desde aquele dia, ainda tinha conseguido comer longe das garotas, dando desculpas toda vez para que tivesse uma refeição sozinha. Desse jeito não ouviria seus comentários sobre estar comendo pouco demais. O que não foi totalmente eficiente, já que os staffs começaram a me lembrar disso a cada minuto de cada dia. Sobre o meu ganho de peso e a pressão que teria da mídia e de fãs caso fosse fotografada.

A última parte eu não consigo concordar, porque acredito que nossos fãs de verdade não se importariam com isso. Mas é apenas uma pequena exceção de todos os comentários que eu estaria recebendo. Então prefiro não arriscar e decido fazer tudo certinho para desapontar a mínima quantidade de pessoas possível.

Resolvemos entrar em um restaurante que está vazio e pegamos uma das mesas no fundo, bem escondida. Fazemos nossos pedidos e decido pela opção com menos comida possível e que fosse o mais perto de uma salada.

— Não quer mais nada, Nahyun? — Yoojin pergunta, me encarando. Dou de ombros.

— Não estou com muita fome, comi antes de sairmos de casa — minto.

Hyemi, ao contrário, pede o prato mais cheio da casa. Fico com certa inveja, seu tamanho é tão pequeno. Hyemi também nunca teve problemas com ganho de peso, seu metabolismo sempre pareceu rápido.

— O que foi? — ela pergunta depois que termina seu pedido. As meninas estão lhe encarando. — Agora que eu tenho dinheiro pra isso, posso comprar todo esse restaurante.

— Não quer dizer que precisa gastar tudo com comida — Amy retruca, parecendo constrangida depois que algumas pessoas se viram pra nós.

— E com o que é melhor gastar dinheiro do que isso? — a caçula implica.

— Eu sei lá, talvez um controle pra conseguir abaixar essa sua voz — e então as duas começam a discutir, o que não é nenhuma novidade.

Depois de alguns minutos nossa comida chega. Não fico muito animada, mas preciso me forçar a parecer satisfeita em dar garfadas na salada. Enquanto estamos comendo, acompanho a televisão que fica colada na parede, de frente para onde estou.

É um canal de fofocas e celebridades. Por mais que odeie isso, também é muito viciante. Vejo notícias sobre atores que estão fazendo um novo filme, casais famosos que irão se casar ou que são vistos juntos, grupos que estão estreando e várias outras coisas. Isso me faz questionar se tudo o que passa ali é a verdade ou se é apenas a mídia novamente tentando contorcer notícias ao seu favor.

E então vejo algo que prende minha atenção. É questão de segundos até que possa reconhecer Jimin em uma das imagens. Não consigo ouvir o som por causa do barulho no restaurante, porém leio a legenda abaixo:

“Park Jimin, integrante do BTS, é visto saindo de restaurante com garota misteriosa apenas alguns meses depois do término das gravações com Kim Nahyun, do grupo Dower, que foi sua esposa de mentirinha no reality show ‘We Got Married’”.

Não sei por qual motivo a menção ao programa e ao meu nome é tão relevante assim para ser colocada. De qualquer modo, não deixo de ser atingida pela notícia. 

Observo as fotos. Mesmo que tenham tentado esconder, é visível a imagem de Jimin. E da garota também. Não reconheço quem é, porém, ao perceber seu corpo esguio e alto, seus cabelos loiros, isso apenas me deixa pior. Não fico surpresa pelo fato de Jimin estar com outra pessoa, isso somente comprova que nunca fui interessante pra ele em primeiro lugar.

Interessante para ser sua amiga. Mas não o suficiente para ser mais do que isso.



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