História We Met Evil - WINGS (BTS Fanfiction) - Lying

LIE || Chapter 2 || Park Jimin 
  A imagem daquele quadro sempre atingia minha mente. Ele sempre estava ali, se destacando no quarto encharcado de paredes brancas, segredos e palavras que não deviam ser ditas. 
Antes, tudo se resumia apenas à minha casa. Se formos falar da realidade de minha situação, preciso dizer que: era algo ainda mais restrito do que um mundo apenas formado pelo local onde você mora; meu mundo era reduzido apenas e completamente por meus pais.
De certo modo, esse mundo era algo muito familiar à mim e significava amor e severidade, meus pais, escola e maneiras exemplares.
Sempre que pensava no passado, quando voltava aos meus sentidos, estava sentado naquela cadeira. Sentia a ansiedade, a pressão, a vontade de gritar e correr dali percorrer meu corpo por inteiro toda vez que botava meus olhos naquela câmera. Mesmo ela me lembrando alguém, eu não gostava daquela situação.
Era algo sufocante. Antes, a dança era algo que eu amava. Meus movimentos eram naturais, sinceros e nem um pouco rígidos. Mas tais momentos agora se encontravam no passado, no outro mundo, na outra realidade em que, uma vez, vivi.
Toda vez que estava ali, cada suspiro ou respiração pareciam como algo surreal. Agora, me encontrava sempre nos quartos azulados com detalhes brancos. A sensação de estar me sufocando era constante, assim como palavras vindas de mim não eram permitidas.
Eu sorria para a câmera, sempre reagia aos inúmeros cartões com desenhos pretos e brancos... Apenas sentava ali - agora, sem mais ninguém ao meu lado - sentindo o ar fugir de meus pulmões, sentindo que estava a sufocar constantemente, de forma lenta e agonizantemente calma.
Ali, ajuda era algo inexistente. Antes, a companhia era algo que me mantinha melhor, mas agora até isso se foi... Até isso foi-se tirado de mim.
Os cartões mostrados a mim eram sempre os mesmos, ou, era o que aparentava ser. Círculos, cada um com detalhes diferentes, sendo mostrados a mim diante àquela câmera pela mão esbranquiçada situada na mesa.
Sempre que retornava à minha cama, encarava os travesseiros. O colchão ao meu lado, agora, se encontrava vazio. Nossos travesseiros extremamente brancos - assim como tudo o que naquele quieto lugar - sempre traziam recordações, sentimentos e palavras ditas e sentidas naquela noite. 
As penas, os movimentos e os sorrisos calmos e sinceros.
Uma das cartas que me mostravam, sempre pareciam - aos meus olhos - a palavra "Eva", de novo e de novo. Me perguntava se podia ser algum sinal vindo de você, hyung. 
Este nome sempre me trouxe de volta à você.
Não apenas isso, mas como as pílulas. Os coquetéis, repletos de cores escuras e claras juntas vindas de pílulas; vindas de um vício, porém necessário.
Mas, as penas brancas eram a única coisa que ainda eram capazes de fazerem um sorriso sincero formar-se em meus lábios. A sensação delas caindo ao meu rosto toda vez que as mesmas saiam do travesseiro nos momentos em que eu os balançava contra o ar à minha volta; aquilo era algo bom. Era um toque suave, e me lembrava de você. Aquilo, eventualmente, conseguia me fazer dançar de uma forma que geralmente não era capaz de dançar. Os movimentos calmos e espontâneos voltavam, e eu apenas dançava lentamente pelo quarto repleto de solidão e paredes esbranquiçadas. 
Tudo ao meu redor assimilava- se à apenas uma palavra: mentiras. Verdades manipuladas, mentiras, manipulações e desonestidade. Mas eu não conseguia escapar. Não mais. Não daquele jeito e certamente, não sozinho.
Tudo o que eu desejava era meu sorriso de volta. Reencontrar minha pureza era algo, no momento, necessário. Necessitava de sentir as gotas de chuva chocarem- se contra meu rosto, precisava, novamente, ouvir o som daquele piano que em minha mente, encontrava- se em chamas.
Fui pego numa mentira, e agora, mais que tudo, esses eram meus desejos.
Eu queria - e precisava - ser salvo daquilo. Eu precisava sair e ser salvo daquele inferno, precisava sair daquele caos. Eu não podia dizer, absolutamente, nada. Quem estava sendo punido, salve- me.
Salve- me das paredes azuladas e daquela banheira que sempre está a transbordar, a me trazer lembranças e me arrastar, me fazendo cair e logo, fazer meu corpo chocar- se contra a água gelada que ali se encontra.
Toda vez, eu caía e logo, estava de volta àquele quarto, mas dessa vez, as cortinas estavam a subir e lembranças de mim num local cheio de cores retornavam.
Maçãs. Era o alimento que se encontrava em minha boca no momento. Eu me encontrava implorando para que, por favor, me deixes respirar. Eu estou preso dentro de mim e estou morto.
Em meus antigos mundo no outro mundo, a maçã era a representação do pecado na religião nos ensinada. Mas no momento, não se parecia com um pecado. Parecia- se como minha salvação; o único jeito de eu ter conseguido enxergar tudo o que ali, ocorria, e tudo que já havia ocorrido posteriormente. Ela foi minha saída, foi palavras saindo de minha boca, mesmo que não se ouvisse som algum ou sequer se visse meus lábios mexerem- se. Movi- a para o quadro. Sim, o quadro azulado com bordas escuras e delicadas, que sempre se destacava. E ali, acabou- se. Agora, meus olhos apenas estavam à olhar para aquele quadro que antes parecia me dar arrepios e causar- me aquelas horríveis e agonizantes sensações, hyung.