História We will be like a dream - You

Já fazia quase um mês que eu estava aqui, e os dias passavam lentos. Era como se ele estivesse compensando milimetricamente o tempo que eu passei longe dele. Longe de quem eu sempre pertenci. Passávamos a maior parte do tempo possível juntos, para suprir a falta que um fazia ao outro. Eu tinha "me mudado" para casa dele, e meus pais não acharam problema, pois sabiam que a mãe dele estaria lá. As nossas noites eram longas, onde assistíamos algo na televisão ou dávamos voltas na cidade de madrugada, sentindo como se o mundo fosse nosso ou nos beijávamos loucamente.                                     

Finalmente havia esquentado o suficiente para irmos dar um passeio na praia. Meu vestido rodado curto se mexia com o forte vento que batia, e eu passava as mãos em meu cabelo toda hora tentando desfazer os nós que o vento fazia. Benjamin andava do meu lado e nós conversávamos sobre qualquer coisa, enquanto sua quente mão envolvia a minha fortemente. Ele ria descontroladamente de algo que eu disse e eu fiquei olhando para seu rosto abobada, enquanto ria também. Sua risada era contagiante, do mesmo jeito que ele era. Suas covinhas faziam um contorno perfeito com seu rosto, enquanto seu cabelo cor de mel voava, o vento assanhando-o.                              

- Você é um idiota, sabia? – eu disse, enquanto ele ria, apertando minhas bochechas. Ele deitou no pano que estendemos na areia e eu deitei do seu lado, nossos rostos virados um para o outro. O lugar estava praticamente vazio, ao não ser por um casal com umas crianças mais à frente. O sol estava se pondo, fazendo com que o sol adquirisse uma coloração roseada com vermelho.  
- O idiota que você ama, disso eu sei. – ele disse convicto do que dizia, e ficou olhando fixamente para meus olhos. Argh, eu odiava quando alguém me olhava daquele jeito, principalmente ele. Me sentia exposta e tinha medo que ele pudesse me ver por dentro. Observei os raios do sol de fim de tarde refletirem em seus doces olhos azuis e me permiti observá-lo também, coisa que eu sempre fazia desde pequena.
- Eu amo você, Katerina. – ele falou pausadamente, com sua voz rouca e suave meu nome eu arrepiei, enquanto ele me beijava levemente. Então ele ficou me olhando sorrindo, como se eu fosse uma pintura abstrata que ele descobria um pouco a cada dia, enquanto abaixava a cabeça, e eu só conseguia pensar em como o sorriso dele é lindo, e como há tantos versos de poesias em seus olhos. Eu poderia observá-lo para sempre.     
- Vem. – eu o puxei pela mão, enquanto me levantava apressadamente, correndo descalça pela areia. Quando eu olhei para trás ele estava sentado, sorrindo, me olhando.
- Por que não vem? – eu gritei, impaciente.
- Quanto você gosta de mim? – ele perguntou, o sorriso sem sair dos seus lábios.
- O quê? – perguntei sem entender
- Apenas responda.

Franzi minha testa, mas logo em seguida sorri.

- Você não faz ideia do quanto. – eu gritei, e voltei a correr para o mar, sentindo seus olhos em mim. Eu o amava.

...

Ben estava de luto, eu sabia, apesar dele fingir bem, mas é como se quando estávamos juntos, essa dor passasse por um instante, e era isso que importava. Resolvi ficar um tempo a mais em casa, ajeitando as coisas. A minha vida. Eu não poderia perde-lo novamente. Meus pais ficaram radiantes diante da nova novidade: Benjamin tinha se tornado genro deles. Minha mãe quase pulou e saiu correndo pela casa quando eu lhe contei. “Eu sabia, sempre soube.” Ela disse. Eu estava explodindo de tanta felicidade também.

- Então quer dizer que você finalmente conseguiu convencer minha filha? - meu pai perguntava a Benjamin, enquanto jantávamos em minha casa.

- Pai. – repreendi-o com um sorriso no canto da boca, enquanto olhava para baixo, tentando ajeitar algo em minha saia. Olhei e vi que Benjamin me fitava com o mesmo sorriso.

- Olha, senhor, não foi fácil. - ele riu docemente, e eu me derreti por dentro.

- Sempre soube que seria você. - minha sorriu para nós, e eu peguei em sua mão.

- Prometo cuidar dela, e fazê-la muito feliz. Eu a amo e sempre amarei. – ele sorriu para mim, e eu senti meus olhos encherem d’água.

- Eu sei disso. Confio em você. Agradeço por aguentar ela. – meu pai riu e eu revirei meus olhos.

- Ei, eu sou legal, okay? Agora me passa mais um pedaço desse frango. Está uma delícia.

- Obrigada, querida. - minha mãe agradecia. E mesmo sem olhar para Benjamin, sabia que ele olhava para mim e sorria largamente.

...

- Dorme lá em casa comigo hoje? Prometo irei me comportar. – ele disse, enquanto assistíamos um filme em meu quarto.

- Pede para meus pais. - sorri, o beijando, e senti seu cheiro invadir meu espaço, e fiquei um pouco tonta.

- Ah, Kat, por favor. Preciso tanto de você. Tanto. - ele fez voz manhosa.

- Só porque está pedindo com jeitinho - ri -, vou pegar minhas coisas.

- Ei – ele me puxou pelo braço – antes, tenho uma proposta para te fazer. – ele sorriu maroto e eu assenti para que ele continuasse. – Tem uma festa amanhã a tarde, o pessoal vai, queria saber se queria ir. – ele perguntou meio inseguro, e eu sorri, por ele ser tão fofo.

- Vou para qualquer lugar com você. – eu me estiquei e dei um selinho nele, saindo do quarto.