História Weight of Love - Descompasso do Compasso

AUTORA

O dia amanheceu mais ensolarado e mais luminoso, talvez por fatores de energia espiritual, talvez por meros fatores climáticos. Natsu já estava acordado há um tempo, e mesmo sabendo que ambos estavam atrasados, não se incomodou em ficar olhando a namorada dormir um sono leve. Ele brincava com seus cabelos enquanto só se podia ouvir o som da respiração dela.

‘’Hmmmm.’’ Ela resmungou fazendo menção de acordar.

‘’Bom dia, amor.’’ Ele sussurrou quase mudo no ouvido da loira.

‘’B-bom dia….Que horas são?’’ Lucy questionou ainda sonolenta.

‘’Acho que umas nove horas.’’ O rosado respondeu tranquilo.

‘’MEU DEUS!’’ Ela deu um salto e se sentou na cama, se cobrindo com o lençol.

‘’Tão bom acordar com você.’’ Ele deu uma risada e deu um beijo grande na namorada.

‘’ESTAMOS ATRASADOS!’’ Lucy levantou com o lençol enrolado no corpo depois do beijo.

‘’Cuidado para o seu chefe não brigar com quando você chegar.’’ O Natsu riu baixo.

‘’Meu Deus, não tenho roupa! Preciso ir pra casa ainda tomar banho!’’ Ela ficou andando de um lado pro outro.

‘’Aqui em casa não é lá essas coisas, mas tem um chuveiro aqui, ele funciona a cada quinze dias, melhor aproveitar.’’ Ele ironizou ainda sentado na cama com a voz de sono e a feição de menino.

‘’P-posso tomar banho aqui?’’ Ela gaguejou sem razão.

‘’Lucy, você pode fazer o que você quiser aqui. Aliás, a Erza sempre deixa um par de roupa extra na casa do Gray e aqui, posso procurar pra você usar.’’ Ele disse um pouco mais atento a ela.

‘’Ok...Vou fingir que isso é normal e entrar no banheiro.’’ Ela foi com uma cara engraçada.

‘’Ah, tem uma escova de dente nova no armário, se quiser. Mas pode usar a minha também.’’ Ele brincou.

‘’Eca.’’ Lucy fez uma cara de nojo e entrou no banheiro, ouvindo a risada do Natsu.

O rosado foi rápido na procura do conjunto de Erza, e logo depois decidiu preparar um café da manhã para a Lucy. No meio tempo, pegou o telefone, fez algumas ligações importantes sobre questões empresariais e foi fumar um cigarro.

Ele normalmente fuma três de manhã, mas dessa vez preferiu fumar só um.

Parecia que o vício dele tinha se ligado a outra coisa.

Outro ser.

‘’Natsu, seu chuveiro é muito bom.’’ Ela apareceu no corredor desfazendo o coque do cabelo.

‘’Sim, ele é-’’ Ao se virar para a namorada, ele engoliu seco a fumaça por não conseguir reagir.

A roupa que ela usava era uma calça jeans bem mais apertada que o normal, empinando ainda mais sua bunda e realçando suas coxas, somado a isso, uma blusa preta bem justa com decote v.

‘’Que foi?’’ Ela se encostou na parede.

‘’Você é gostosa pra caralho.’’ Ele se levantou, usando a cueca branca, e chegou bem pertinho dela.

‘’Você é gostoso pra caralho também.’’ Lucy acariciou sua barriga praticamente trincada.

‘’É, eu malho muito mesmo.’’ Natsu brincou e a beijou com vontade antes de mostrar a ela o café da manhã.

''Como você consegue manter esse física sem fazer exercícios físico?'' Lucy se questionou.

''De verdade, não faço a menor ideia, acho que cigarro emagrece.'' Ele sorriu.

Lucy insistiu para que o Natsu fosse se arrumar logo, mas ele usava o argumento de que era o chefe e que não havia problema chegar atrasado, e que fazia questão de tomar o café junto a ela.

‘’Pra quem não gosta de café, esse aqui está perfeito.’’ Ela sorriu antes de quase acabar com a xícara de café.

‘’Meu pai me obrigava a fazer para ele, sempre odiei, mas peguei a prática.’’ Ele engoliu um pedaço do sanduíche que tinha feito.

Naquela manhã, parecia que o tempo tinha sido congelado para os dois. Eles conversaram durante o café inteiro, esquecendo das suas obrigações, e quando a responsabilidade da Lucy batia na porta, o Natsu fazia questão de tirá-la de perto. Por fim, o Natsu se arrumou e os dois deram partida para a Fairy Tail, ao som de conversas sólidas.

‘’Natsu?’’

‘’Hum.’’

‘’Não posso chegar mais atrasada.’’ Ela colocou a cabeça na janela.

‘’Primeira vez que a senhorita chegou atrasada, seu chefe pode te perdoar por isso.’’ Ele colocou a mão na coxa da namorada e riu do próprio comentário irônico.

‘’Daqui a pouco vão falar que ganho privilégio por namorar o chefe…’’ Ela confessou para si mesmo.

‘’Ninguém vai falar isso, Lucy, meu deus.’’ Ele lembrou da conversa que havia tido com a Flame, e se alterou um pouco consigo mesmo.

‘’Como você sabe?’’ Ela o encarou enquanto ele dirigia.

‘’Porque ninguém é idiota o suficiente para falar isso.’’ Natsu a defendia com tudo.

‘’Hmm…’’ Ela discordou internamente, porque não queria entrar ainda mais nesse assunto, mas pensou sobre isso por um bom tempo.

Até que eles chegaram na empresa, a maioria já acostumado com o atraso do Natsu, e não se preocupando com o atraso da Lucy também. Natsu se despediu da Lucy com um beijo na testa, com o jeito mais delicado impossível, e essa demonstração foi olhada por todos ao redor, alguns de admiração pelo casal, e outros por invejas.

‘’Lucy, a Cana precisa de ajuda no escritório dela, ela pediu para que quando você chegasse, mandasse alguém para lá.’’ Mira avisou conferindo as anotações.

‘’Eu pedi para todos ajudaram a equipe de economia com o Gray, mas eu posso ir lá, sem problemas.’’ Ela sorriu e caminhou até a sala da colega.

‘’Lucy! O sistema caiu, mas parece que foi só no meu…’’ Cana ficou tímida.

‘’Pera, deixa eu ver.’’ Ela riu e começou a mexer no sistema da Cana.

Enquanto a Lucy arrumava, as duas ficaram conversando por um bom tempo, mas a Cana pensava em outra coisa.

‘’Quando você entrou na empresa, eu já tinha percebido uma energia diferente em você, e essa energia se misturava bastante com a do Natsu.’’ Ela sorriu.

‘’Me falaram que você gosta muito dessas coisas misticas, né? Você é até cartomante. Então fico feliz em ouvir isso.’’ Ela colocou a fé nas cartas.

''Místico? Você não tem crença nas cartas?'' Ela riu

''Nunca tive muito contato com isso, então não sei, mas se me fizer bem, estou acreditando!'' Lucy sorriu de um jeito delicado.

‘’Vem aqui.’’ Ela levantou a Lucy da cadeira, segurou suas mãos, e a encarava por quase dois minutos.

‘’Q-que isso?’’ Lucy se assustou.

‘’Quero tentar ler suas mãos, posso?’’ Cana se focou bastante nos olhos e nas mãos da amiga.

Cana fechou os olhos e deixou fluir, deixou sentir, deixou permitir todas as sensações que esse mundo, chamado de místico pela Lucy, oferecia para ela. Ela estava arrepiada com todas as visões que vinham daquele momento, e abriu os olhos com uma rapidez que assustou Lucy e a si mesmo, afastando a amiga sem perceber.

‘’Você..você e o Natsu...vocês...'' Cana se sentou e começou a respirar fundo.

‘’Vocês…?’’ Lucy se preocupou e fechou perto da amiga.

Cana usava seus taros de forma tão magnífica, que já não precisava mais de cartas para ver o futuro. Ela viu um futuro diferente para ela. Um futuro distante para eles. Ela conseguiu achar felicidade no futuro, mas quem disse que era a felicidade de ambos?

‘’Nada. Não consegui ver direito, só vi uma futura felicidade.’’ Cana respirava fundo e olhou para a Lucy.

‘’Isso é bom, não é?’’ Lucy estranhou a reação da amiga.

‘’Sim! Isso é ótimo! Desculpa meu jeito, faz tempo que não mexia com isso, fiquei um pouco intensa demais com a felicidade de vocês.’’ Ela se recompôs para a amiga.

‘’Que susto! Pensei que era algo ruim. Bom, vou terminar de arrumar seu computador logo porque estou cheia de coisa para fazer, e obrigada por essa sessão de futuro.'' Lucy como sempre, foi inocente.

E assim, ela foi para seu trabalho, e Cana deu uma desculpa para se encontrar com Charlie.

‘’Cana, andou vendo aquelas visões de novo?’’ Charlie se sentou na poltrona.

‘’Eu odeio ter essas visões…’’

‘’Não queria ter te ensinado isso, desculpa…’’

‘’Não foi culpa sua, mas eu vi algo diferente na Lucy.’’ Cana olhou para a amiga.

‘’O mesmo que eu vi no Natsu?’’ Charlie questionou.

‘’Charlie, você me disse que antes da Lucy aparecer na empresa, você já havia tido algumas visões do Natsu com ela, e confirmou essas visões quando ela apareceu. Mas eu vi algo além, no fim...eles não vão estar juntos, mas a conexão mental ainda existia, ele vai...não sei, não entendi direito.’’ Ela abaixou a cabeça pela dor que sentia.

As visões são dons que nem todos têm, mas naquela empresa, Charlie e Cana se conectaram perante a isso, e pelo dom, nunca nenhuma visão foi falha.

‘’Cana, não sei se você sentiu a conexão dos dois, mas é capaz deles irem contra qualquer regra do destino.’’ Charlie tentou acalmar a amiga.

‘’O que eu vi não foi destino, foi escolha.’’ Cana não se acalmava.

‘’Me conta o que você viu.’’ Charlie se levantou para ficar perto de Cana.

E assim, Cana contou o futuro dos dois, mas não poderia confirmar, mas ela torceu, até o fim, para seu dom ser negado pelo amor dos dois.

Amor que poderia ser escritos de várias formas, com vários desfechos.

Amor que um iria ensinar o outro, ao longo do percurso, a forma certa de amar.

Mesmo eles não acreditando que existia forma certa.

Era intenso demais para definir como certo e errado.

Na sala da loira, Virgo trouxe o almoço e das duas almoçamos juntos enquanto continuavam trabalhando, até dar o fim de tarde, a Virgo se despediu da chefe mas ela continuou trabalhando até mais tarde.

‘’Lucy, vamos no bar?’’ Erza apareceu na sala da amiga.

‘’Preciso ir para a casa, estou exausta.’’ Ela desligou o computador e abaixou a cabeça.

‘’Amor, vamos no bar?’’ Natsu entrou na sala mastigando um chiclete e indo na direção da amada.

‘’Estou exausta.’’ Ela repetiu rindo.

‘’Por isso que a ideia é ir para um bar.’’ Ele mexia no cabelo da namorada.

‘’Lucy, por acaso você está usando minha roupa?’’ Erza prestou mais atenção.

‘’Era a única que tinha na casa dele.’’ Ela aontou para o Natsu.

‘’Você ficou gostosa pra cacete com ela.’’ Erza riu.

‘’Não ficou?’’ Natsu intensificou.

‘’Gente…’’ Lucy ficou tímida.

‘’Vamos logo!’’ Gray apareceu na sala.

Depois de tentar convencer a Lucy de ir, ela aceitou, mesmo estando cansada, e assim, todos foram para o bar ao lado da Fairy Tail e lá ficaram, todos os casais. O clima de lá mudou quando eles chegaram, ao som de risada, carinho, conversa, e cerveja, e Natsu se apaixonava cada vez mais pela Lucy, e ela admirava cada vez o jeito do Natsu. O namoro deles seria aquilo, durante muito tempo. Logicamente eles teriam discussões, brigas, desentendimentos, mas isso seria só depois, porque agora, eles queriam sentir aquela energia boa.

Escrever sobre cada dia de amor do dois seria difícil, descrever as sensações dos dois a cada dia seria quase impossível, por isso, o namoro dos dois foi se desenvolvendo ao longo do tempo, o sexo foi ficando cada vez mais intenso, o conhecimento que cada um leva-lá foi ficando cada vez mais intenso, o pensamento sobre o futuro foi ficando cada vez mais intenso.