1. Spirit Fanfics >
  2. Welcome to Soprano Valley; interativa >
  3. 00. teaser II: actually, i never had any idea

História Welcome to Soprano Valley; interativa - 00. teaser II: actually, i never had any idea


Escrita por: sopranovalley

Notas do Autor


;;☘ Oi, gente! Como prometido, aqui está nosso segundo teaser! Esse foca um pouco mais na mãe da Mildred, que possui uma história bem interessante, que, embora não seja muito explorada no resto da fic, achei interessante apresentar!
;;☘ Estou muito feliz com as fichas enviadas até o momento, desculpa aqueles que não receberam seus feedbacks ainda, logo vocês receberão! Lembrando que faltam vinte dias para o fim do prazo, estou bem ansiosa, rs.
;;☘ Sem mais demoras, boa leitura!

Capítulo 3 - 00. teaser II: actually, i never had any idea


Fanfic / Fanfiction Welcome to Soprano Valley; interativa - 00. teaser II: actually, i never had any idea

Se você perguntasse para a Felicity de catorze anos onde ela estaria dali trinta anos, ela jamais diria que estaria em sua casa, em sua cidade natal, olhando fotos antigas. 

Para começar, porque os Everest nunca foram uma família muito afetiva, do tipo que tirava centenas de fotos em um evento, já pensando em olhá-las dali trinta anos; não era como se não se importassem, mas tinham um jeito diferente de demonstrar afeto. 

Depois, porque, quando adolescente, tinha plena certeza que aos quarenta seria ocupada demais para sentar-se e precisar procurar algo para passar o tempo, achava que sua vida seria entrevista, reunião, coletiva de imprensa, entrevista... 

Bom, empecilhos acontecem, e ali estava Felicity. 

Javier, por outro lado, sempre soube que aquele era seu destino final, nunca quis mais do que isso, era seu sonho dourado: ter uma família, uma casa aconchegante, ser dono de algo grandioso, mas nem tão grande assim. Javier tinha tudo o que queria, e, naquele momento, admirava sua amada trajetória por meio das milhares de fotografias que capturou ao longo dela. 

— Meu deus, mãe, é impressionante como eu sou parecida contigo quando tinha minha idade — Millie comentou ao ver uma foto de seus pais vestidos para seu baile de formatura. 

— Como se fosse novidade que você não puxou um traço meu — Javier reclamou, revirando os olhos e sorrindo, naquele ponto, ele já havia se acostumado com a injustiça da genética. 

As semelhanças entre as duas não se limitavam a aparência física, Mildred também não se imaginava dali trinta anos revirando álbuns, pelo menos não ainda em Soprano Valley. Assim como Felicity, ela sentia que havia mais para ela no mundo. 

Millie encontra outra foto dos pais, no dia de sua colação de grau, sorriam abraçados, de capelo e toga azul. 

— Brigamos tanto nesse dia — disse a mãe ao ver a cena na mão da filha. 

— Não consigo imaginar vocês brigando — ela respondeu. De fato, não conseguia, dava para contar nos dedos de uma mão quantas vezes os dois brigaram desde que a garota nasceu, não apenas porque eram um casal admirável, mas também porque a principal estratégia da mulher para lidar com a teimosia do marido era deixá-lo falando sozinho. E vice-versa — Se brigaram tanto, como foram no baile juntos no outro dia? 

— Estávamos brigando porque sua mãe ia embora, então percebemos que o melhor que a gente podia fazer era aproveitar o resto do tempo que tínhamos juntos. 

— Faz sentido — a menina respondeu — mas acho que vocês deveriam ter ido embora juntos. 

— Como se houvesse alguma possibilidade de seu pai querer sair daqui, Mildred — a mulher olhou de canto de olho, rindo para o marido. 

— Se tivéssemos feito isso, você seria Nova Iorquina, Millie, acha mesmo que faríamos isso com você? — Javier brincou. 

— Pelo menos a mãe não foi para a Universidade da Flórida, então — a garota riu de volta. 

— Bom, mesmo que tivéssemos saído daqui, teríamos que voltar. São dois caminhos diferentes para o mesmo destino — finalizou Felicity. 

A mulher não tinha intenção alguma que cortar o clima dizendo aquilo, mas tal constatação sempre entristecia Mildred. Ela sabia que a mãe tinha grandes planos, que a vida prontamente tratou de despedaçar; ela não apenas sobreviveu, como foi muito feliz de qualquer jeito, mas, no fundo, não era nada como ela queria. 

Felicity se recorda exatamente do momento em que prestou atenção em política pela primeira vez: viu mulheres que estava mudando o mundo — não que ela entendesse se era para o bem ou para o mal, mas sabia que ela estava colocando a si mesma na história, e então, decidiu que gostaria de fazer exatamente a mesma coisa. 

Com dezoito anos, ganhou uma bolsa para cursar Direito na Columbia, e foi. Seus planos para depois do diploma, era obter estabilidade financeira e pessoal, então entrar na política, e não parar até a presidência. De fato, ela estudou muito para garantir que tudo fosse como ela sonhava, e, se dependesse apenas dela, teria dado tudo certo; o problema é que não dependia. Quase um ano após completar a faculdade, já acostumada com a vida da cidade grande e a realidade do resto do mundo, o pai de Felicity adoeceu. Filha única, órfã de mãe, ela teve que voltar para cuidar dele. Era sobre isso que me referia quando disse que os Everest tinham um jeito diferente de demonstrar afeto. 

E, bem, é assim que a vida é, às vezes, ela te dá uma rasteira na beira de um precipício, e você cai, e cai, e cai, até chegar em um ponto que não há mais como voltar. A idealista jovem que achava que vinha conhecendo o mundo real, deparava-se com ele pela primeira vez. E a promessa de Soprano Valley, a que todos confiavam que seria presidente, se transformou em mais uma moradora, mais uma que todos sabiam que não iria longe. 

Era melancólico para Millie pensar que era fruto de uma série de decepções. Se perguntasse para mãe “o que você mudaria em sua vida?”, ela responderia que nada, que ela não queria nada diferente do que tinha, e talvez nem fosse mentira, mas certamente era muito mais por apego do que racionalidade. Sua mãe não deveria estar ali, e isso era triste por muitos motivos. 

No entanto, é inegável que Felicity ainda é uma inspiração sem igual, ao ver sua vida se acomodando em um lugar onde não gostaria de estar, ela resolveu que faria o melhor que pudesse fazer, e, aos 36 anos, virou prefeita. Ora, se aquele seria todo o seu mundo, ela o mudaria, e assim o fez. Foi sua participação na política da cidade que trouxe diversas melhorias e reformas, como o Centrinho, por exemplo. No fim das contas, a mulher entrou na história, uma muito menor do que merecia, mas ela fez o que estava a seu alcance. Tudo deu certo não dando: ela casou-se com o amor de sua vida e teve a melhor filha que poderia pedir.  

— Ai, querida, olha essa daqui! — a mulher anunciou enquanto mostrava uma foto de Millie com uns seis anos de idade, vestida de juíza, em um dia das profissões na escola, quando ela deveria ir fantasiada como um dos pais, na época em que a mãe ainda trabalhava na justiça da cidade — vou pôr em um porta-retrato depois, é linda demais para ficar guardada! 

Agridoce, era, no fim das contas, a vida de Felicity Everest. 


Notas Finais


;;☘ Aceito críticas construtivas e quaisquer outros comentários que vocês tenham a fazer, amo receber seus feedbacks! Beijinhos e até o próximos teaser, onde já pretendo introduzir alguns personagens de vocês!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...