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História Welcome to the Apocalypse - Jeon Jungkook - X - Help


Escrita por: Madsweetie

Notas do Autor


❤Eu demoro sempre, não sei porque ainda tento akkaka, em compensação, esse capítulo está maior do que o normal

💜Sei que muita gente quer saber o que realmente rolou com o Hoseok, o que aconteceu no passado deles e agora sobre o bebê, mas tenham calma, tudo vai ser esclarecido no seu tempo.

⚠Esse capítulo pode conter gatilhos relacionados a ansiedade!!

💕Boa leitura!

Capítulo 10 - X - Help


Fanfic / Fanfiction Welcome to the Apocalypse - Jeon Jungkook - X - Help

EU ME SENTI mal por pensar no meu relacionamento com Jungkook enquanto disparava pelos corredores juntamente de parte do nosso grupo. Eu tinha que pensar em Yerin agora, porque ela podia estar realmente machucada; mas minha cabeça insistia em voltar naquele dia, no que eu tinha presenciado.

Merda, eu queria tanto ser capaz de simplesmente apagar aquele dia da minha memória e seguir em frente.

Meus amigos gritaram o nome da garotinha ainda mais alto, e quando eu perguntei o que estava acontecendo, eles apenas apontaram para o lado de fora da casa, dizendo que ela precisava de ajuda. Com pressa, agora colocando na minha cabeça a gravidade daquela situação, eu peguei minha adaga e enfiei um carregador com algumas balas dentro da pistola, para então disparar para o lado de fora. Não deixei que ninguém viesse comigo.

Yoongi gritou onde ela estava, e eu preparei a arma antes de seguir seus gritos, buscando pela garotinha. Entendi o que estava acontecendo no segundo que eu coloquei os pés para fora e vi a quantidade de alienígenas e zumbis do lado de fora. Os aliens são cegos e provavelmente burros, mas os zumbis enxergam, e provavelmente a quantidade de lâmpadas ligadas na casa em que estávamos chamou a atenção de alguns zumbis, que guiaram os aliens até ali.

Merda. Se eu não tivesse sido burra o bastante para cair totalmente naquela tentativa de resolver as coisas, proposta por Jungkook; eu teria reparado quando Yerin passou por nós e quando o local ficou infestado de monstros.

Segui em silêncio na direção dela, mas não consegui evitar chamar a atenção de alguns zumbis porque eles enxergavam — estranhamente bem, inclusive; então usei a adaga para matá-los, afundando a arma na cabeça deles e tirando no maior silêncio possível — e tentando não sofrer um único arranhão. Para o meu azar, e para o sofrimento da pobre garotinha, Yerin estava distante da casa e na parte de trás, então eu levaria um certo tempo para chegar lá.

Segui na direção da menor, mas ao mesmo tempo que eu a avistei e tentei seguir até lá, um dos aliens, acompanhado de um zumbi, também seguiu na direção da menor. Em estado de choque, Yerin não conseguia fazer nada além de gritar, pedindo por ajuda, enquanto se encolhia no chão. No entanto, eu não podia só disparar até lá, porque isso ia causar muito barulho e colocaria nós duas em risco, e eu também não podia atirar em todos que se aproximavam dela, porque eles iam vir na minha direção e eu não podia salvar Yerin se fosse pega e morta.

Minha única opção era seguir até lá rapidamente, mas em silêncio.

Arranquei meus sapatos e os deixei na grama mesmo, antes de dar a volta e caminhar o mais rápido que conseguia nas pontas dos pés. Yerin ainda gritava, implorando por ajuda, e eu tinha certeza que aquele som ia me aterrorizar pela eternidade; principalmente se eu não conseguisse salvar a vida da garotinha porque estava distraída com meu ex-namorado.

Usando a adaga para poder me defender, eu continuei afundando o objeto em qualquer monstro que aparecia na minha frente, buscando não fazer barulho; mas quando eu estava perto o suficiente para poder pedir para a Kim vir até mim, o alienígena pernudo estendeu um dos braços compridos e enfiou um tubo no pescoço da menor. Ela gritou, e eu pressionei as pálpebras com força para não chorar e atrapalhar minha visão.

Sem me importar com o barulho agora, eu acelerei o passo e chutei o zumbi que tentou morder a perna da pequena para longe, antes de afundar minha adaga no olho do monstrengo branco. Ele tinha olhos vermelhos como sangue; ia matar Yerin se tivesse chegado até o fim. Com o golpe, ele cambaleou para trás e afastou o tubo dela; e eu não pensei nas consequências ao sacar a arma e atirar nos outros que se aproximavam.

Peguei Yerin no colo e corri de volta para casa enquanto atirava nos outros que se aproximavam, só me dando conta da quantidade de monstros quando tive que tentar acabar com todos eles. A menor amoleceu em meus braços, e meus olhos arderam quando eu chamei por seu nome e ela não respondeu.

Jungkook, que já estava perto da porta de entrada, puxou uma arma e me deu cobertura quando eu me aproximei dali. Enfiei a arma dentro da saia e segurei Yerin com mais cuidado, tentando pressionar o ponto perfurado do seu pescoço para evitar que mais sangue escorresse por ali; e passei para o lado de dentro, sendo acompanhada do Jeon, que trancou a porta depois de se certificar que era seguro.

Caminhei até o andar de cima, deixando a garotinha deitada na cama que eu julguei ser sua, e eu não consegui conter as lágrimas que escorreram quando eu vi sua pele extremamente pálida e sangue escorrendo pelo pescoço.

Me virei para Namjoon, não conseguindo nem pensar direito.

— Transfusão. O que você precisa para fazer uma transfusão de sangue? — Perguntei, segurando minhas próprias mãos para ninguém notar que eu tremia.

Eu tinha uma ansiedade fodida, e minhas crises eram mais fortes em situações desesperadoras; mas ninguém precisa notar que eu estou mal quando algo muito mais grave está acontecendo.

Jungkook me olhou estranho, mas eu apenas ignorei. Minha ansiedade não tinha se manifestado até agora, e eu passei por momentos muito mais complicados antes; eu conseguia enganar meu cérebro por alguns minutos, por um bem muito maior.

— Preciso de um suporte e de um equipo, o restante eu tenho na minha mala. — Respondeu, já correndo até suas coisas para poder pegar o que ia ser necessário.

— Descreva o suporte e o equipo para mim. Consigo encontrar isso em qualquer hospital? — Ele assentiu.

— Consegue, mas eu vou com você.

Eu ia negar, mas era melhor que Namjoon fosse mesmo, principalmente porque por mais que eu tivesse uma descrição, ainda existia a enorme possibilidade de eu trazer o equipamento errado.

— Tudo bem. Namjoon vem comigo, o restante de vocês fica de olho na Yerin e protege a casa. Dividam as tarefas de acordo com as habilidades de cada um e acabem com bichos lá fora, por favor. — Jisoo, provavelmente preparada para assumir o comando quando eu não estivesse, assentiu com a cabeça.

— Vou com vocês. — Jen afirmou.

— Não vai não. — Respondi, amarga; e procurei pelas balas que eu tinha deixado na mala em seguida. Tinha gastado praticamente todas do carregador agora.

Jennie me ignorou, e não me deu chance de retrucar ao puxar a chave do nosso carro e seguir para o andar de baixo com pressa. Namjoon pegou uma arma antes de segui-la. Respirei fundo, tentando me controlar, e me concentrei em retirar o carregador da pistola e colocar mais balas. Meus dedos tremiam; eu estava morrendo de medo de não conseguir salvar Yerin e agora ainda tinha o risco de dois dos meus amigos saírem machucados.

Respirando com dificuldade, eu saí do quarto ao som de diversos "boa sorte" sussurrados. Jeon me acompanhou com o olhar.

Conferi se eu tinha tudo o que precisava antes de seguir até a porta, não querendo mais perder tempo. Coloquei a mão sobre a maçaneta, tentando esconder os tremores; quando escutei alguém me gritar. Me virei, fingindo ajeitar a saia para ninguém notar meu tremor insistente.

Jungkook.

Ele caminhou na minha direção em passos determinados, e me avaliou de cima a baixo algumas vezes antes de se colocar na minha frente.

Esperei por um abraço, um desejo de boa sorte, um pedido para tomar cuidado, talvez até mesmo um beijo de surpresa/despedida por conta do medo do que ia acontecer comigo. Eu esperei por tudo, tudo, menos o que veio a seguir:

— Ainda não terminamos nossa conversa.

Arregalei os olhos, não conseguindo acreditar no que eu tinha acabado de ouvir.

— Você só pode estar brincando. — Soltei uma risada incrédula. — A garota pode morrer e você está preocupado com o nosso passado. Sério mesmo, Jungkook?

Ele me avaliou mais uma vez.

— Eu tenho que ir, você acabou de me dar mais um motivo para não querer te dar mais uma chance.

Apesar de aquilo ter, nitidamente, o afetado, ele afastou o possível pensamento pessimista e se voltou para o meu rosto mais uma vez.

— Vocês podem não voltar, eu preciso saber o que aconteceu. Eu não fiz nada de errado e você me deixou! Por mensagem!

Meu sangue começou a esquentar, eu apertei a borda da saia com força para poder controlar a vontade de avançar até ele e acertar um tapa em seu rosto que deixaria uma marca pelas próximas semanas. Eu tenho que ir, não posso perder tempo com uma conversa que não vai mudar em nada a minha vida.

Me voltei para a porta mais uma vez, decidindo ignorar de vez o que tinha acontecido. No entanto, Jungkook agarrou o meu pulso e se aproximou mais alguns passos.

— Você não pode fazer isso comigo. Se algo acontecer a você, eu vou morrer com essa maldita culpa em mim. Sem saber o que realmente aconteceu com a gente! Faz um ano, um ano, e eu ainda não sei a droga do motivo de você ter ido embora!

Nada de: "se algo acontecer a você, Yerin pode não sobreviver", nem "se algo acontecer a você, esse grupo desmorona", nem mesmo um surpreendente "se algo acontecer a você, eu não sei o que será de mim". Sua preocupação era com a sua culpa, era em não saber o que aconteceu e se deve ou não se culpar pelo nosso término. Talvez ele nem me quisesse de volta realmente, só saber se tinha feito mesmo algo que fosse capaz de me afastar de si.

Esse não era o Jungkook que eu conhecia.

Me virei apenas o suficiente para acertar um tapa em seu rosto enquanto rosnava de ódio. Jungkook grunhiu, tocando a área com cuidado; e eu proferi com tanta raiva que não consegui me importar se aquilo ia machucá-lo ou não:

— Pela primeira vez, quem está feliz de termos terminado sou eu.

Jeon respirou fundo e me olhou inteiramente antes de suspirar e assentir com a cabeça, como se tivesse chegado a algum tipo de conclusão. Em seguida, se afastou de mim e tentou recuperar a postura; colocando um sorriso debochado no rosto.

— Tome cuidado, não precisamos de mais alguém machucado.

Virou as costas e seguiu em passos rápidos para o segundo andar.

Eu não tremia mais quando passei para o lado de fora e disparei até o carro.

 

[...]

 

Eu não tinha ideia se era por conta da ambição de Namjoon de sempre saber mais, se era por conta de algum período do curso de medicina ou se era, simplesmente, porque ele já tinha vindo até aqui; mas o Kim nos guiou diretamente até o hospital mais próximo, sendo que era Jen quem estava dirigindo no momento. O nevoeiro ainda estava presente, mas estava mais baixo do que o normal, o que facilitou nosso caminho.

Estacionamos o mais perto possível da porta do hospital — a dos fundos, que não era uma daquelas automática; e descemos depois de pegarmos nossas coisas. Não sei se foi o momento mais cedo que me distraiu ou o fato de eu estar realmente meio distante nos últimos dias, mas eu não tenho ideia de quando Jennie pegou uma bolsa e algumas lanternas e as trouxe para cá; só agradeci por ela ter pensado nisso.

Entramos no local com cuidado, apontando as armas e atentos a qualquer mínimo barulho ou movimento suspeito. Mas não havia nada, e isso começou a se tornar preocupante. Nada. Não havia nada. Nem mesmo restos mortais humanos ou daqueles monstros, ou sangue nas paredes. O hospital estava limpo.

— Gente, tem alguém aqui… — Murmurei, enquanto andávamos por um corredor extenso e estranhamente iluminado do segundo andar. De acordo com as lembranças de Namjoon, o local que ele precisava achar para conseguir os equipamentos fica aqui.

Com os corpos rígidos e os olhos mais atentos do que antes, eles começaram a procurar com mais afinco por qualquer movimento suspeito; mas demorou alguns segundos até Nam se virar e procurar por algo nas nossas costas. Seus olhos se arregalaram e ele apontou com o queixo naquela direção.

Não foi uma surpresa para mim quando eu me deparei com um grupo de pessoas, duas armadas, virado totalmente na nossa direção.

— Olha só o que temos aqui… ratos. — O garoto sorriu, dando um passo na minha direção.

Tive uma breve troca de olhares com Jennie. Aquilo bastou para ela entender que se fosse necessário atacar, era para fazer sem pensar duas vezes.

— Namjoon, vá. Pegue o que precisa. Cuidamos deles.

— Pode ir parando aí. Não queremos machucar ninguém.

Comecei a ficar irritada de verdade, principalmente quando me lembrei do ocorrido com Jungkook. Sem pensar muito, eu destravei minha pistola e apontei na direção do homem que estava no meio, diretamente na sua cabeça.

— Se você ousar a apontar qualquer arma para o meu amigo, eu meto tanta bala na sua cabeça que não vai restar nada para zumbir comer. — Ameacei, rosnando em seguida. — Namjoon. Vá.

Olhei rapidamente para trás, conferindo quando o Kim disparou pelos corredores, parecendo procurar uma sala específica; e se enfiando dentro dela em seguida. Me voltei para o pequeno grupo a nossa frente; soltando um sorriso debochado enquanto demonstrava com meu corpo estar completamente tranquila.

— Tudo bem, gracinha. O que você acha de guardar a arminha de brinquedo… — Apontou para a pistola rosa em minhas mãos, aproximando um passo lentamente. — E pegar os seus amigos para dar o fora daqui, hun?! Estou perdendo a paciência, é a sua última chance.

Mirei a arma na lâmpada acima dele, dando um tiro em cada ponta. O objeto caiu no chão e espalhou vidro para todo lado; e eu fechei os olhos apenas por precaução, apesar de não encolher o corpo em momento algum. Como resultado, ganhei um corte pequeno no braço de um dos cacos que se espalhou, mas os dois amigos do homem à minha frente ganharam cortes mais visíveis e preocupantes. Mesmo assim, eles pareciam prontos para atirar, esperando a ordem.

— Ainda parece um brinquedo para você? — Perguntei, irônica; e inclinei a cabeça para o lado. — Quer que eu atire na sua perna agora, apenas para você ter certeza? Ou prefere na cabeça de uma vez?! — Apontei para as duas áreas, sorrindo maldosa.

— Se vocês pensarem em fazer isso, vão levar tiros até que nem mesmo os zumbis vão querer vocês. — Jen alertou, apontando uma arma para cada um que nos ameaçava.

As armas deles eram mais potentes, mas Jennie era mais rápida em analisar a situação e decidir atirar. Além disso, no meu sinal, ela o faria sem pensar duas vezes. A desvantagem deles é que o líder estava desarmado, sabe-se lá o motivo, então eles tinham que apontar para mim, porque qualquer sinal de ameaça tinha que ser abatido por eles. E eu sou a ameaça aqui,

— Você não vai querer brigar comigo, gatinha. Eu não vou deixar uma princesinha como você, que se acha a dona da porra toda; mandar em mim dentro do meu hospital. — Um único sinal do homem à minha frente fez as duas armas serem destravadas. Contive a vontade de engolir em seco. — Chame o seu amigo e vá embora.

Sorri.

— Me. O-bri-gue.

Quando a mulher e o homem que estavam armados se preparam para atirar, eu agarrei o líder e o apertei contra o meu corpo enquanto reagia rápido, mirando e acertando um tiro na perna do homem armado. Jen atirou na mulher, no mesmo lugar que eu. Queríamos desarmar, não matá-los.

Namjoon voltou alguns segundos depois, e minha distração de dez segundos foi o suficiente para o homem que eu estava segurando alcançasse uma faquinha nas próprias roupas. Jennie fora quem notou, e ameaçou o homem com a arma em sua testa antes de puxar o objeto cortante para si. Eu preciso me concentrar de verdade, inferno.

— Adivinha só?! Você vai ser o passe livre para a princesinha aqui, sair do hospital totalmente ilesa com os amigos dela. — Apontei minha arma para a nuca do líder e o segurei pela gola das blusas que ele usava, guiando-o até as escadas em seguida.

Jen veio cobrindo as costas com as duas pistolas, Namjoon veio no meio de nós duas e eu fui abrindo caminho para a saída do hospital, segurando o garoto com o máximo de força possível e empurrando a pistola contra a sua nuca. Quando chegamos no local por onde tínhamos entrado, eu ordenei que meus amigos fossem para o carro e soltei um sorriso para o líder.

— Para você aprender a nunca mais duvidar de uma mulher. — Apertei o gatilho. O tiro acertou seu joelho e ele gritou de dor.

Não optei por ficar para descobrir o que tinha acontecido.

Eu ia correr até o carro, mas havia uma moto ali; tão perto que eu consegui avistar mesmo com o nevoeiro ainda levemente presente. Era preta, e haviam espaços que eu deduzi que fossem por conta de algum tipo de luz néon. O modelo era tão parecido com a minha antiga que eu não consegui me conter e fui até lá.

A chave estava presa na ignição e um corpo morto e seco estava jogado ao lado do automóvel.

— Sinto muito, moço.

Sentei na moto, girei a chave e disparei atrás do carro que Jen dirigia. Uma luz roxa e fraca surgiu da moto.

 

[...]

 

Yerin ficaria bem, garantiu Namjoon. Ele não tinha conseguido pegar sangue para doar, mas o meu tipo era o doador universal, e eu cedi o quanto fosse necessário para ela ficar bem; o resultado foi que eu fiquei um pouco fraca, mas não era nada que não fosse aguentar.

Todos tinham ido dormir, porque a casa agora estava bem segura e estava escura o suficiente para nenhum dos zumbis nos achar aqui; mas eu acabei ficando acordada, mesmo fraca e bem sonolenta. Yerin agora dormia, com o rosto mais vivo e respirando tranquilamente, enquanto o sangue ainda era injetado em sua veia.

Suspirei, aliviada porque ela ia ficar bem.

Me estiquei na poltrona do quarto apenas o suficiente para alcançar a testa da menor, deixando um beijo carinhoso ali e ajeitando um dos ursinhos de pelúcia que Jungkook tinha colocado para ela dormir abraçada.

— Trouxe para você. — Ergui o olhar, vendo Jeon caminhar na minha direção com uma bandeja em mãos. Parecia ser uma refeição completa.

Eu ainda não queria falar com ele. Estava furiosa, mas sem forças para poder discutir e jogar na cara daquele idiota o quão imbecil ele tinha sido.

— Coma, por favor. — Colocou a bandeja no meu colo, e meu estômago se revirou ao ver a comida.

Eu já estava zonza de fome, mas era orgulhosa.

— Onde você conseguiu tudo isso? — Perguntei, porque os chocolates e a bebida definitivamente não eram dessa casa.

— Tem uma farmácia aqui do lado, eu fui lá pegar algumas coisas para completar sua refeição. Chocolate dá energia, assim como as barrinhas de cereal. E preparei lámen também, porque eu sei que você gosta. Por favor, coma um pouco.

Era encantador, e mesmo que eu tivesse tentado ignorar o quanto isso tinha feito meu coração acelerar enquanto comia, não consegui me enganar. Se ele continuasse assim, ia me conquistar de novo; e eu não queria isso.

— Como você se machucou? — Jungkook perguntou após eu terminar de comer, apontando para o corte que tinha sido feito no meu corpo.

Como se lembrar de que estava machucada despertasse meu sistema nervoso, a área do corte latejou no mesmo segundo, me fazendo puxar o ar entre os dentes e levar a mão até lá. Não me dei ao trabalho de responder, eu não queria mesmo conversar com Jungkook depois de tudo o que ele tinha falado e por conta do que eu tinha acabado de descobrir. Uma refeição deliciosa não era o suficiente para perdoá-lo por aquilo.

Por conta disso, eu deixei Jungkook com Yerin e segui em direção ao quarto onde tinha deixado minha bolsa e a mala que continha os itens necessários para um kit de primeiros socorros; com o objetivo de limpar a ferida e colocar um curativo antes que tivesse a chance de infeccionar. No entanto, Jeon veio atrás de mim, e pegou o soro fisiológico, o algodão e um band-aid antes que eu tivesse a chance de fazê-lo.

Suspirei, buscando por paciência.

— Jungkook, inferno, não comece. Me dá essa merda. Agora. — Ele me ignorou, caminhando na direção do quarto de Yerin novamente, se sentando na cama dela e dando dois tapinhas no espaço ao seu lado; em um pedido silencioso para eu me sentar.

Resmungando, soltando palavrões e qualquer tipo de xingamento existente, eu me aproximei dele e me sentei ao seu lado. Tive uma tentativa falha da minha parte de arrancar os itens da sua mão; Jungkook era ágil.

— Eu vou cuidar do seu machucado. Fique parada.

Resmunguei novamente.

— Não quero a droga da sua ajuda. Me dê. Agora.

Ele respirou com força.

— Você está mesmo com raiva de mim? Não percebeu mesmo...? Droga, S/n!

Mesmo que eu fosse odiar admitir isso em voz alta e até para mim mesma, aquilo captou a minha atenção no mesmo segundo. "Não percebeu mesmo?". Que droga Jungkook queria dizer com aquilo?

— Quando elas voltaram? — Franzi o cenho, tão intrigada com sua fala anterior que não percebi quando Jeon usou o algodão e o soro para poder limpar o machucado. A confusão estava estampada no meu rosto, porque ele acrescentou: — Suas crises.

Pisquei, atônita.

Ele tinha percebido, é óbvio que ele tinha percebido. Jungkook me conhecia melhor do que todo mundo — talvez até um pouco melhor do que Jennie, mesmo que eu odiasse admitir isso; e, para aquele Jeon, minhas tentativas de esconder que tinha algo errado eram mais do que ridículas. Minhas crises de ansiedade e meus surtos constantes de raiva não eram nenhum tipo de novidade para Jungkook; ele conhecia cada um dos sintomas e… sabia como controlar.

Pisquei novamente, não conseguindo acreditar.

Jungkook tinha feito de propósito.

Ele tinha visto, tinha notado que eu estava tremendo e estava tentando esconder; e falou tudo aquilo de propósito para poder me irritar, assim distraindo meu cérebro da crise que se alastrava pelo meu corpo. Mas, além disso, ele sabia que se eu fosse buscar pelo equipamento necessário para a transfusão naquele estado, eu podia colocar em risco a vida de todos nós, porque não conseguiria controlar meu corpo e muito menos a minha mente.

Jeon provavelmente salvou a minha vida.

Engoli em seco, não sabendo ao certo o que dizer depois de me tocar do que ele tinha feito por mim. Mesmo estando brigados.

— Você inventou tudo aquilo? — Perguntei, em um murmúrio.

Jungkook sorriu fraco, deixando o Band-aid na parte interior meu braço e levando-o até sua boca em seguida, beijando ali com cuidado.

— Não tudo. Mas eu sabia que precisava fazer você se distrair, então aproveitei a deixa da nossa conversa inacabada para você não suspeitar o que eu estava fazendo. Precisava parecer real. — Seus lábios tocaram a pele logo abaixo do machucado. Meu corpo se arrepiou. — Inventei que era por conta da culpa porque sabia que ia te deixar ainda mais irritada; apesar de que, bem, eu realmente me culpo pelo que aconteceu. Machuquei você, não acredito que eu machuquei você mesmo.

Seu beijo fora deixado em meu pulso agora, se aproximando da minha palma. 

— Mas não é o principal motivo. Quero saber o que aconteceu porque quero entender o motivo de você ter me deixado, para assim consertar meu erro e tentar te reconquistar.

Agora eu pisquei com pressa para poder afastar as lágrimas.

— Não tem conserto. Mas isso não quer dizer que eu não possa te agradecer pelo que você fez. — Ele ergueu o olhar para mim, e eu deixei quando seus beijos chegaram na minha mão. — Você salvou minha vida, de Yerin e muito provavelmente dos nossos amigos também. Obrigada.

Um sorriso cresceu em seu rosto por um segundo, mas sumiu logo em seguida.

— Eu não a beijei. — Desviei o olhar, não querendo lidar com aquilo; mas Jungkook segurou meu rosto e o virou para si, lentamente. — Eu nunca toquei em Ji-eun com segundas intenções enquanto nós estávamos juntos e, porra, eu jamais trairia você… e depois de tudo o que a gente passou... Você acha mesmo que eu faria isso contigo?

— É difícil acreditar que você não o faria depois do que eu vi. — Respondi, tentando afastar a sensação ruim do meu estômago ao ver ele com lágrimas nos olhos.

— Eu amava você, mais que tudo na minha vida. Por que eu faria aquilo? Eu queria um futuro contigo! — Suspirei. Eu não queria falar sobre isso. Não tinha forças para isso. — Você deve ter chegado no segundo que ela me puxou e me beijou. Eu juro para você princesa, por tudo o que você acredita; eu não queria beijar ela. Ji-eun me puxou e me beijou, durou três segundos porque eu não sabia como reagir. Depois eu a empurrei, com tudo; e a xinguei por dias seguidos.

— Mas depois apareceu namorando com ela, não é?! Engraçado.

— Porque ela me contou que era apaixonada por mim há anos, e depois de um mês tentando fazer você falar e não tendo sucesso… principalmente depois daquela nossa briga… eu precisava tentar esquecer você. Você não me queria mais, eu tinha que aprender a deixar de te amar, princesa.

Engoli em seco, tentando controlar minhas lágrimas.

— Você não foi a única que saiu machucada disso tudo, S/n. — Acariciou a minha bochecha, deixando um selar na minha mão que ainda segurava em seguida. — Me diz como eu posso provar para você que eu não fiz aquilo. Me diz o que eu tenho que fazer para poder ter você de volta.

— Nada, Jungkook. Não tem como você me provar que aquele beijo foi uma iniciativa dela, e ainda tem mais coisa nessa história. — Neguei com a cabeça, fragilizada; e deixei que uma lágrima escorresse pela minha bochecha. — E não importa a droga do sentimento que eu tenho por você, eu não vou perdoar uma traição. Para mim, você ainda me traiu.

— Você lembra que me julgou por não confiar na sua palavra e na de Taehyung quando…

— Não! — Me exaltei. — Não tente virar isso contra mim! Era uma situação muito diferente, aquilo era uma montagem e você não estava acreditando em nós dois quando dissemos que aquilo não tinha acontecido. Eu vi você com a boca grudada na de Ji-eun, Jungkook. Você beijou ela.

— Eu vou encontrar um jeito… — Murmurou, soltando meu rosto para secar as próprias lágrimas. — Vou te mostrar que não é nada disso que você está imaginando. Mas eu preciso saber da história toda. O que mais aconteceu naquele dia?

— Jungkook…

Ele me encarou com aqueles olhos escuros brilhando em expectativa, desesperado para saber o motivo de eu ter acreditado tanto na traição; e isso me fez suspirar profundamente. Eu não queria contar porque daria a ele a brecha perfeita para poder encontrar um jeito de provar o contrário; e se já era difícil resistir a Jungkook sem essas possíveis explicações, seria impossível se eu lhe contasse essa história.

Mas… era justo eu omitir isso dele depois de tanto tempo? Era justo eu continuar omitindo tudo quando ele tinha me ajudado mesmo que fosse correr o risco de eu odiá-lo por dias?

Respirei fundo.

— Tudo bem. Vamos voltar há um ano atrás.

 

Dor percorreu meus olhos, e eu chorei antes de começar a falar.


Notas Finais


❤Será que ela vai, finalmente, contar tudo o que aconteceu para ele????

💜E sim, Jungkook cuidando dela e arriscando ainda mais a relação deles apenas para poder ajudar nas crises de ansiedade que ela tem foi o fim pra mim, ele ama ela demais demais.

🖤Caso alguém não saiba e queira ler, Consequências de um Passado está disponível no Wattpad, com cinco capítulos já:
https://www.wattpad.com/story/231994628-consequ%C3%AAncias-de-um-passado-jjk

Xoxo, Juju💕


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