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História Welcome to the West - Interativa - Procura-se: vivo ou morto.


Escrita por: TBond

Notas do Autor


Olá cowboys!

IMPORTANTE: Nas notas finais tem um link para VOTAÇÃO!!!

ACESSEM!!! É a forma que encontrei de tornar a história mais interativa.
Ao longo dos capítulos haverá diversas formas de interatividade para os leitores participarem ativamente da Fic.

Sem mais delongas, boa leitura!

Capítulo 4 - Procura-se: vivo ou morto.


Fanfic / Fanfiction Welcome to the West - Interativa - Procura-se: vivo ou morto.

 

~ Flashback ~

 

Havia sido uma longa jornada até ali. Nahimana se aproximava de WildWest, faltava apenas alguns quilômetros para chegar até seu destino final.

Ouviu ao longe sons do que parecia ser um tiroteio. A negra conhecia o pior lado dos homens brancos, a predisposição deles para o extermínio de tudo o que ela mais amava a enojava.

No entanto, poderia ser o caso de ajudar pessoas em perigo, já que a fama de WildWest não era das melhores. Assim, a negra cavalgou com seu cavalo Tallutah na direção dos tiros.

Se aproximou de uma fazenda e avistou três homens tentando roubar alguns cavalos do estábulo. Próximo à entrada da casa, e tentando se proteger da chuva de balas, um velho com uma espingarda atirava, sem sucesso, contra os bandidos.

A negra desceu de seu cavalo e se equipou como arco que carregava em suas costas, atirando um flecha contra um deles. Ela acertou a perna dele, fazendo-o cair no chão.

Nahimana correu para se aproximar ainda mais, no entanto ao perceberem a flecha, os homens puseram-se a fugir em seus cavalos, levando consigo apenas um dos corcéis da fazenda.

Ela iria sair ao encalço dos ladrões, mas percebeu que o velho fazendeiro fora atingido por um tiro. Colocou o arco em suas costas e correu para socorrer o homem.

Ele ainda estava respirando mas o ferimento estava fazendo ele perder muito sangue. Não demoraria até ele perder a consciência. Caso deixasse o homem sozinho ali, ele não resistiria.

― Aguente!

A mulher pressiona o ferimento dele mas isso causa uma dor insuportável ao homem que acaba desmaiando. Ela precisaria tirar a bala para só então estancar o ferimento.

Foi quando resolveu entrar na casa para chamar ajuda.

― Alguém? O homem precisa de ajuda.

Não demorou muito a perceber que não havia mais ninguém por ali. Ela teria que preparar tudo sozinha. Dirigiu-se à cozinha para pegar uma jarra de água e alguns panos limpos.

Ao retornar para a varanda, avistou um homem próximo ao corpo do velho. Com o susto, ela acabou derrubando a jarra de barro no chão, o que chamou a atenção do homem que rapidamente sacou sua pistola e apontou para ela.

― Quem é você? - O tom de voz do homem não era nada amigável.

― Nahimana. - Ela responde com tranquilidade.

Ele ficou um tempo encarando ela ainda desconfiado. Analisou a mulher dos pés à cabeça, ela trajava um manto de procedência conhecida por John. Era uma vestimenta típica da tribo Navajo.

Mesmo assim, ele ainda mantinha a pistola apontada para ela. John estava muito confuso sobre tudo o que estava acontecendo.

― Aquele homem está ferido, precisa de um curandeiro ou... - Ela tentava argumentar quando foi interrompida por ele.

― Como vou saber se você não atirou nele? – John chegava a ser um pouco ríspido.

Nahimana manteve-se firme e até indiferente diante das suspeitas daquele homem. No entanto, escondia um conflito gritante dentro de si. Era um misto de raiva e curiosidade sobre aquele vaqueiro misterioso.

― Não uso arma de homem branco. – Ela diz de forma calma, deixando o homem sem reação.

John guarda a arma no coldre a contragosto. Não lhe agradava a ideia de ter estranhos em suas terras. No entanto, Francis precisava de toda ajuda possível naquele momento e aquela mulher era a única pessoa ao seu alcance.

― Me ajude com isso...

Com a ajuda da mulher, que segurou os braços de Francis, Marshall foi capaz de retirar o projétil do ombro do homem com os dedos, após serem higienizados da melhor forma possível, com água e sabão.

Nahimana ficava observando John, ele parecia saber o que estava fazendo, tamanha sua segurança.

O homem retirou um pouco de pólvora de uma bala e jogou sob o ferimento de Francis.

― Segure com toda sua força agora! – Ele solicita para ela.

John acendeu um fósforo e colocou no ferimento para que a pólvora fosse capaz de estancar o sangramento de uma só vez.

Francis gemeu de dor e se contorceu com aquilo, mas agora não corria mais risco de morte.

Nahimana ajudou John a levar o velho caseiro para o quarto, onde ele receberia mais cuidados.

 

[...]

 

― Deveria evitar confusões, senhor Valazquez!

Lily dizia de forma branda enquanto limpava o corte na boca do rapaz. Ele não expressou nenhuma dor ou incômodo quando o álcool lhe tocou a ferida. Rodney estava acostumado com os maus tratos da vida, e aquele pequeno corte era ínfimo comparado com outras marcas e feridas que já experimentara antes.

Em resposta, ele dá um pequeno sorriso torto para ela, achando irônica aquela situação. Se todos na cidade conhecessem a verdade sobre ele, e soubessem das suas reais intenções talvez implorassem para que ele e seu bando não causassem confusões em WildWest.

Secretamente, o rapaz desenvolvia uma pequena paixonite pela senhorita Stuart, sua única razão para sempre frequentar o Saloon, deixando até mesmo seus assuntos com as prostitutas de lado para ficar plantado no balcão observando cada curva da loira, feito um guardião silencioso e territorial, atuando como seu protetor, mesmo sabendo que ninguém da cidade ousaria pisar nos calos de Lily.

Ela estava muito próxima dele, garantindo que o machucado fosse completamente limpo e o sangue estancado. Nem percebeu os olhos atentos dele fixos nela, admirando suas feições delicadas.

― Pronto!

Lily olha para Rowdy satisfeita e seus olhares se cruzam. Aqueles segundos pareciam uma eternidade, mas a mulher tratou logo de desviar o olhar e se afastar.

― Conhece aqueles homens? - Ela guarda o vidro de álcool e oferece um drink para o mexicano que prontamente aceita.

― Provavelmente forasteiros! - Ele pega o copo d’água ardente e vira em um só gole.

Lily acompanha o rapaz e também vira sua dose.

― Alguma notícia sobre os arruaceiros que queimaram a igreja? - Rowdy questiona curioso.

― Nada, ainda. O xerife irá investigar nas redondezas, mas provavelmente ninguém descobrirá quem está deixando a cidade de pernas pro ar. - A loira serve outra dose para Rowdy.

― Vai precisar de mim no Saloon esta noite? - Ele questiona.

Há algum tempo, o rapaz costumava ficar no Saloon como uma espécie de segurança, protegendo o lugar e evitando brigas, mesmo que ele já tenha sido o causador de algumas.

Quem ouvia a conversa atenta, era Michelle. Nada lhe escapava aos olhos e nem aos ouvidos.

Enquanto fingia estar ocupada demais limpando as mesas do Saloon, ficava maquinando em sua mente qual seria o interesse de Rowdy na sua patroa.

Todos na cidade sabiam que Lily era uma mulher autossuficiente e que dava conta de gerir o próprio negócio e protegê-lo dos mais variados tipos de clientes. A bela morena suspeitava das intenções despretensiosas daquele homem.

Seu faro para detectar atitudes suspeitas era inquestionável. Ela imaginava que além de algum interesse sexual, Rowdy com certeza possuía outros. E ela não descansaria até descobrir. Afinal, ela poderia conseguir algum benefício extra com os segredos alheios em suas mãos.

Mary, desce para o salão e se aproxima de Michelle.

― O que este sujeito faz aqui? O Saloon nem abriu ainda.

A prostituta já imaginava que o rapaz queria passar um tempo com uma das meninas que trabalhavam lá.

Michelle volta sua atenção para Mary e com um sorriso irônico, tenta acalmar a jovem.

― Não se preocupe. Ele parece estar mais interessado na senhorita Stuart no momento!

Mary encara os dois conversando no balcão e, ao contrário do que imaginava, um pouco de frustração lhe invadiu o peito.

Percebendo a expressão da prostituta, Michelle imediatamente formula um plano que talvez seja capaz de lhe dar o que ela tanto quer naquele momento: informações sobre Rowdy.

― Há forasteiros na cidade. Provavelmente hoje será uma noite bem produtiva e lucrativa para você. - Michelle comenta.

― Assim espero!

Por mais que Mary detestasse aquela vida, no momento, era a única forma de conseguir uma quantia razoável para sobreviver.

― Eu posso lhe ajudar com os clientes! Conheço algumas ervas que vai fazer eles apagarem rapidinho assim que forem para um quarto.

Mary parecia interessada na proposta de Michelle.

― E o que você quer em troca dessa ajudinha? - Mary sabia que nenhuma ajuda viria a troco de nada.

Michelle pega o pano que estava usando para limpar as mesas e o coloca sobre um dos ombros.

― Quando ele estiver dormindo no seu quarto, você me deixa entrar e procurar por algo nos bolsos dele. – Michelle aponta sutilmente com a cabeça na direção de Rowdy.

Ela pensava encontrar qualquer informação em seus bolsos e pertences. Qualquer coisa que ao menos lhe indicasse algo de fato suspeito.

― E porque você quer tanto fazer isso? - Mary ergue a sobrancelha curiosa.

― Aceita ou não? - Michelle questionava sem rodeios.

Mary fica um tempo pensativa mas logo decide que não faria mal algum permitir que Michelle revirasse os bolsos e os pertences do homem.

― De acordo!

Michelle sorri satisfeita. Agora seria apenas questão de tempo até Mary conseguir seduzir o rapaz. Com isso, ela esperaria encontrar as respostas que tanto desejava, ou ao menos alguma pista.

Enquanto isso, no balcão, Lily seguia conversando com Rowdy.

― Não preciso do seus serviços. Já é de grande ajuda quando você não arruma encrenca e briga com alguém.  

Rowdy fica em silêncio, na verdade, ele mais parecia um cão de guarda do que empregado do Saloon. Ele só se pronuncia quando deposita algumas moedas no balcão pagando pelos drinks.

― A proza está boa mas preciso ir, fiquei de ajudar o ferreiro. Obrigado por tudo, senhorita Stuart.

Ele se despede da loira e sai do Saloon, deixando uma Lily confusa para trás. Por inúmeras vezes ela se perguntava se estava pegando pesado demais com ele. Ela balança a cabeça, afastando os pensamentos e logo volta para o serviço.

― Eve? – Lily segue para a cozinha à procura da garçonete.

Eveline estava colocando fogo no fogão a lenha e assim que a patroa a chama, ela prontamente se levanta.

― Preciso que vá até a fazenda dos Graham pegar as encomendas da semana: ovos, leite e legumes. A senhora Martha Graham já sabe o que deve providenciar e eu já deixei pago. É só ir pegar os suprimentos.

Lily vai para perto do fogão e assume o lugar antes ocupado por Eve.

Antes da moça sair do Saloon e ir pegar a charrete que estava estacionada aos fundos, Lily avisa:

― Cuidado na estrada! Nunca se sabe quando esses malucos podem atacar novamente.

― Não se preocupe, Lily! Eu sei me cuidar. E nada de ruim vai acontecer. Fica tranquila, em breve estarei de volta.

A doce Eve sobe na carruagem e segue até a fazendo dos Graham.

Pelo caminho ela vai observando a bela paisagem do Oeste e aproveitando o vento tocar seu rosto suavemente. O cavalo seguia numa velocidade aceitável, não demoraria muito a chegar ao seu destino.

 

[...]

 

Anna contava o dinheiro com extrema facilidade e rapidez. As habilidades da moça impressionavam o prefeito, além é claro, de sua beleza.

A senhorita Clarck conseguia atrair a atenção do prefeito de uma forma única. Ela o desafiava com sua postura irreverente e equilibrada, com suas provocações minimamente pensadas e programadas.

― Duzentos dólares! Aqui está, Senhor Harrys! - Anna entrega o dinheiro para Billy. 

Ao pegar o dinheiro da mão da jovem ele, propositalmente, toca em sua mão. Este gesto faz Anna erguer a sobrancelha e continuar encarando o prefeito da mesma forma lasciva com que ele a encarava.

― Adoro sentir isso...

O prefeito sussurra com uma voz grave e rouca. Suas palavras eram carregadas de duplo sentido.

― O senhor deve estar se referindo ao cheiro do dinheiro! – Anna retira sua mão delicadamente.

O prefeito guarda o dinheiro dentro do paletó.

― Também! - O sorriso em seus lábios indicavam certa malícia.

As bochechas da jovem começam a corar, mas ela rapidamente muda o foco daquela conversa.

― Não vai demorar para o senhor ser, praticamente, o proprietário de WildWest!

A jovem referia-se às propriedades de Billy. Ele estava adquirindo a maior parte das fazendas e ranchos da região. Não era segredo para ninguém o poder aquisitivo do prefeito, mas Anna possuía conhecimento de todas as escrituras e finanças daquele homem já que o pai dela era responsável por gerir grande parte dos negócios do Sr. Harrys.

Billy se orgulhava do império que sua família construiu e agora ele dava continuidade, expandindo seus domínios.

― Isso eu já sou, minha cara! Mas toda glória precisa ser compartilhada, não acha?

A pergunta dele dava margem à inúmeras interpretações. Anna apenas sorriu e permaneceu em silêncio. No entanto, a chegada do senhor Arnold Clarck colocou um fim ao silêncio.

― Desculpe não atendê-lo pessoalmente, senhor prefeito! - Arnold, o banqueiro, era extremamente cortês com Billy.

― Não se desculpe. A companhia de sua filha sempre é muito agradável. - Billy dá uma piscadela para a garota, que fica espantada com a cara de pau dele em fazer aquilo na frente do pai dela.

Arnold limpa a garganta e arruma o nó da gravata. Ele não aprovaria em nenhuma hipótese a aproximação do prefeito com sua única e querida filha, Anna.

― Tenho alguns negócios em mente e seria bom que você verificasse os riscos financeiros para mim. Vá jantar em casa para conversarmos melhor. - Billy se levanta e ajeita o pequeno chapéu na cabeça.

O convite para o jantar se estendia para a filha do banqueiro e no fundo, ela gostou da proposta do prefeito. Seria, no mínimo, interessante jantar na casa grande.

Mesmo parecendo um pouco contrariado, o banqueiro acabou aceitando.

― Vou pedir para a crioula preparar o melhor porco que o senhor comeu na sua vida! - Billy parecia estar animado com o jantar.

Arnold assentiu e despediu-se do prefeito. A ideia de comer carne de porco no jantar não agradava Anna, mas nem por isso ela perderia o banquete daquela noite.

― Nos vemos no jantar, passar bem. – Billy sorriu ao se despedir de Anna.

A moça iria sorrir, mas o olhar inquisidor do pai fez seu semblante ficar sério repentinamente.

 

[...]

 

Na rua da cidade, algumas crianças brincavam no bebedouro de madeira dos cavalos. Elas jogavam água na terra para moldar o barro que se formava.

Berta passava pela rua quando Aimeé pulou na poça de água que havia se formado. Com isso, acabou sujando o vestido da donzela com barro.

― Sua pirralha desastrada! Olha o que fez com meu vestido! - Berta estava furiosa.

Ela detestava aqueles pivetes. Crianças não lhe agradavam. E agora seu ódio por esses pequenos só aumentava.

Aimeé mostra a língua para a moça. Ninguém falaria daquela forma rude com ela.

― Seus pais não lhe deram educação?

Enquanto questionava, Berta se aproximava da garota ameaçando pegá-la pelo braço.

Ouvindo certa algazarra no meio da rua, Mathias sai de casa para ver o que estava acontecendo. Seu sangue ferveu quando avistou uma senhorita ameaçando sua filha.

Ele rapidamente se aproximou e puxou Aimeé para si.

― Qual o problema com a educação da minha filha?

Berta respira fundo e começa a mostrar a sujeira no seu vestido.

― Olha o que ela fez!

Mathias revira os olhos enquanto Aimeé ria baixinho da sua pequena travessura.

― Isso pode ser resolvido com água e sabão. São apenas crianças! - Mathias mostrava-se indiferente com todo aquele drama criado pela senhorita.

― Agora vejo com quem sua filha aprendeu bons modos! - Berta era irônica.

― Papai! Quer que eu traga a Loba para assustar essa senhorita metida? – Aimeé referia-se à galinha, mas Berta não sabia desse pequeno detalhe.

― Não seria má ideia! - Mathias dá corda para o plano da filha.

Assustada com a ideia de ser atacada por um cão, ou algo pior, Berta dá as costas e segue pisando firme em direção à costureira onde sua mãe estava lhe esperando.

Mathias sorria satisfeito pela peça que a menina pregou na donzela. Se Berta soubesse que Loba era apenas uma galinha...

 

[...]

 

Na delegacia, Roger estava tirando um cochilo quando Tobias abre a cela e o acorda com um chute nos pés.

― Vamos logo! Saia antes que o xerife mude de ideia.

Imediatamente, Roger se põe de pé e caminha para fora da cela.

― Melhor não ser pego novamente vagando bêbado pelas ruas da cidade! - Tobias avisa.

Roger ouvia as ameaças de T-Pine em silêncio.

O xerife James estava em sua mesa observando um mapa da região enquanto Matthew, que estava em pé, fazia algumas marcações no mapa. Ambos conversavam sobre os roubos de gado da região.

James notava que a trilha de roubos e crimes violentos tinha início nas fazendas do México e se aproximava dos arredores de WildWest.

― Malditos mexicanos! - O xerife bradava irritado.

Matthew era pago para executar seu trabalho e pouco se importava quem seria sua vítima. Mas, no fundo, lhe dava um certo prazer em caçar mexicanos.

― Eles devem estar escondidos nas montanhas! É um terreno perigoso de se investigar. Podemos ser facilmente emboscados. - O mercenário ponderava com cautela.

Roger escuta a conversa e se intromete.

― E se não forem mexicanos? - Roger colocava em dúvida a teoria do xerife.

Por um momento, todos ali ficaram em silêncio.

― Não vamos descartar nenhuma possibilidade! - James pondera.

Roger dá um sorriso, mas é empurrado por Tobias para fora da delegacia. Ele sabia que todas as desgraças que estavam ocorrendo em WildWest eram por culpa do prefeito. Infelizmente ele não tinha nada que comprovasse sua teoria.

Pelo menos agora estava livre e poderia voltar a seguir os rastros de Billy Harrys.

 

[...]

 

Longe dali, numa mina abandonada, Shada fazia uma pequena fogueira para assar a pequena lebre que havia conseguido capturar.

Com suas habilidades e um pouco de sorte, a mestiça tinha encontrado um esconderijo repleto de objetos pontiagudos e úteis para sua sobrevivência.

A mina era enorme, mas por enquanto ela se contentava em ter um pequeno espaço seguro e privado.

A solidão era o que a deixava abatida, mas ela sabia que o espírito da águia sempre estaria com ela.

Com alguns frutos que encontrou no deserto, fez uma mistura colorida e começou a rabiscar as paredes da mina.

Aquele era o seu passatempo.

Seus desenhos representavam os animais e os espíritos das pessoas que ela amava. Com eles ali, ela não se sentiria completamente sozinha. Eles seriam sua companhia.

O cheiro da carne pronta atiça sua fome.

Ela limpa os dedos sujos de tinta na roupa e se senta próximo da fogueira para se alimentar.

Saciada pela carne, agora ela só precisava encontrar uma fonte de água para matar sua cede.

Pegou seu punhal e saiu da mina a procura de água.

 

[...]

 

Na fazenda dos Bennet, Arthus aguardava no corredor as ordens da sua nova patroa. Ele andava de um lado para outro, trocando o chapéu de mãos a cada segundo.

O rapaz estava inconformado pelo fato da filha do falecido Thomaz Bennet ser tão grossa e bruta.

E mesmo contrariado, ele teria que seguir as ordens daquela mandona, já que ela era a dona daquele lugar.

― Não fique parado aí feito um inútil! - Mérope vestia uma roupa de montaria e estava com um chapéu na cabeça.

Arthus não sabia se enforcava aquela mulher ou se admirava sua beleza.

― Me leve para conhecer a fazenda.

Ela ordena e segue na frente como se fosse a reencarnação da própria rainha Elizabeth.

Eles seguem para o estábulo e o caseiro rapidamente prepara um dos cavalos para Mérope montar.

Ele oferece a mão para ela subir no animal, mas ela recusa. Assim que monta no cavalo, a mulher sai galopando esperando que o caseiro a alcance.

― Mulherzinha pedante!

Arthus monta no cavalo e galopa até alcançar a mulher.

A fazenda era realmente muito produtiva. Mesmo contra sua vontade, Mérope tinha que admitir, o pai tinha construído uma bela propriedade e a fez prosperar em um lugar tão difícil como o Oeste. Tal feito merecia reconhecimento.

 O caseiro acompanhava a mulher por toda a extensão da fazenda e respondia suas perguntas durante o percurso.

Ao retornarem para o estábulo, Mérope desceu do cavalo e começou a escovar os pelos do animal. Ela estava animada com a nova vida que passaria a levar naquele lugar.

Arthus retirou a cela dos animais e começou a organizar as coisas nos estábulo para dar continuidade ao trabalho que ainda faltava fazer.

O rapaz pensava se a patroa lhe permitiria ir até a cidade para beber um pouco no Saloon. Ele foi retirado de seus pensamentos quando ouviu o grito desesperado da mulher!

― SOCORRO!! SOCORRO!!

Arthus se aproximou dela assustado.

― O que aconteceu, senhora?

Ele olhava para a mulher esperando uma resposta, mas ela estava paralisada pelo medo e mal conseguia pronunciar uma palavra que fizesse sentido além de “socorro”.

Mérope só conseguiu apontar na direção de uma aranha preta que estava próxima do monte de feno.

Arthus segurou a vontade de rir.

― É só uma aranha, patroa! - Ele se aproxima do animal e o mata com um único golpe.

― Odeia aranhas! Possuo verdadeira fobia. – Mérope falava com a voz trêmula. Ela parecia estar suando frio.

A mulher olha para o caseiro que estava se segurando para não rir. Orgulhosa do jeito que era, Mérope não admitiria que o caseiro zombasse dela.

― Limpe tudo! Esse lugar está uma bagunça. – ela falava com um tom zangado.

― Mas, patroa! Eu já limpei o estábulo. – Arhtus avisa.

Mérope, como boa observadora que era, tratou de pegar um balde repleto de estrume de cavalo e jogar pelo chão do estábulo.

 ― Aí está! Agora limpe... e só volte para a casa grande quando terminar seus afazeres.

Arthus olhava incrédulo para o chão sujo. Aquela mulher lhe tirava do sério. E se ele não fosse um homem ajuizado, teria feito a patroa engolir todo o estrume do chão.

Mérope deu as costas e voltou para a casa da fazenda. Havia um certo sorriso em seus lábios. A mulher acreditava que, com aquilo, o caseiro nunca mais ousaria rir de sua cara.

― É bom pra ele aprender! - Ela dizia consigo mesmo enquanto subia as escadas que davam acesso à casa grande.

Enquanto isso no estábulo, Arthus coletava o estrume com uma pá.

― Essa mulher é o próprio Diabo! - Ele resmungava baixinho com os cavalos.

 

[...]

 

Eveline já estava retornando para WildWest com os suprimentos. A viagem havia sido tranquila até ali.

O oeste tinha algumas surpresas, e nem sempre elas eram agradáveis. Alguns coiotes aproximaram-se da carroça e atacaram o cavalo.

Com o susto, o animal de colocou a correr desgovernado.

 ― OOUAAA!!!! Cavalinho, vai devagar. - Eve não conseguia controlar o animal apavorado.

Por sorte, em uma estrada próxima seguia a diligência com o detetive Holtz. Pela janela da diligência ele avistou a carroça desgovernada.

― Pare a diligência! - O homem gritou, fazendo o cocheiro parar imediatamente.

James saiu da carruagem e montou em um dos cavalos amarrados à diligência.

― Senhor! O que está fazendo? - O cocheiro perguntou preocupado.

― Alguém precisa parar aquela carroça antes que aconteça algum acidente.

Holtz segurou firme as rédeas do cavalo e galopou com toda a velocidade atrás da carroça.

O detetive ainda estava em uma boa física. A bebida ainda não tinha lhe tirado isso. Por sorte, ele se aproximou da carroça antes que algum acidente acontecesse.

Enquanto cavalgava, segurada a rédea do animal que puxava a carroça numa tentativa de pará-lo.

― Puxe com toda a força que a senhorita tiver! - Ele pedia a Eve que prontamente o atendeu.

O animal relinchou e parou em seguida.

Os coiotes haviam ficado para trás e só assim o cavalo foi capaz de se tranquilizar.

― Obrigada! Se não fosse pelo senhor, eu teria ido parar no México. - Eve agradecia o detetive que sorria satisfeito por ter ajudado.

― Acho que a senhorita ficará sem ovos no café da manhã! - Ele aponta para a estrada e para a caçamba da carroça.

A maior parte dos ovos havia se perdido pela estrada ou se quebrado por conta do imprevisto com o cavalo.

Eve suspira, imaginando o que Lily diria quando descobrisse o ocorrido.

A diligência em que Holtz estava se aproxima.

― O senhor está indo para WildWest?

― Sim. E não precisa me chamar de senhor. Sou o Detetive James Holtzmann. Mas todos me chamam de Holtz.  

Ele a cumprimenta gentilmente com um sorriso. Eve sorri agradecida.

― Prazer, senhor Holtz. Sou Eveline. E também estou indo para WildWest. Se o senhor me acompanhar, ficarei feliz em lhe servir um drink e um bom jantar no Saloon da cidade, como agradecimento por ter conseguido parar o cavalo.

― Grato, senhorita! Não vou declinar do seu convite. - Holtz aceita e segue a moça junto de sua diligência.

 

[...]

 

O dia chegava ao fim e já se podia ouvir os grilos cantando no deserto.

Francis ainda estava adormecido.

Nahimana trocava o pano úmido em sua testa de tempo em tempo. Assim, evitava que ele ficasse febril.

John ainda tinha muitas perguntas para aquela mulher. Ele já havia esperado tempo demais em silêncio.

― O que aconteceu? Será que agora você pode me dizer?

Seu tom de voz era sério. Entretanto, isso não intimidava Nahimana.

― Estava na estrada quando ouvi sons de tiros e me aproximei pensando que talvez alguém precisasse de ajuda. - Ela começa a explicar para John o que havia se passado.

― E como eles eram? Você não conseguiu ver o rosto deles?

O homem estava furioso, queria descobrir a qualquer custo quem era o responsável por aquilo.

― Eles usavam lenços que lhes tampavam o rosto. E levaram um dos seus cavalos! – Nahimana ajeita o pano úmido na testa de Francis.

John dá um murro no batente da porta.

― Malditos! Escondem seus rostos para não serem reconhecidos!

A mulher olha para ele e, naquele momento, pode enxergar bondade em seu coração. Ele não estava revoltado pelo fato de perder um de seus animais, mas sim por não saber quem fora o responsável por deixar o velho caseiro naquela situação.

― Eles foram para o Leste! Talvez ainda encontre os rastros deles.

Nahimana sabia que um homem feito John não teria dificuldades com aquilo.

― Eu fico com seu amigo, se desejar! Pelo visto ele não tem ninguém além de você...

John sorri meio sem jeito, ainda mais quando ela lhe oferece ajuda mesmo depois da forma com que ele a tratou anteriormente.

― Vou até a cidade falar com o xerife sobre o incidente! Agradeceria se ficasse com Francis enquanto estou ausente. Pode se servir na cozinha, trouxe alguns suprimentos.

Naquele instante, John deixou seu orgulho de lado e agradeceu:

― Obrigado, Nahimana!

Enquanto deixava Francis aos cuidados da sua nova amiga e hóspede Navajo, John seguiu para a cidade o mais rápido que podia.

A mulher estava certa sobre conseguir seguir o rastro dos bandidos, mas John precisaria da ajuda do xerife. Todos sabiam que as montanhas do leste eram conhecidas por emboscadas fatais.

 

[...]

 

Na cidade, começava a escurecer e todos acendiam suas lamparinas.

Victória decidiu dar uma volta pela cidade, principalmente nos arredores do banco. Acabou esbarrando em um homem que olhava atento os cartazes de “procurados”.

Mason estava determinado a conseguir o máximo de recompensas que pudesse pela região e por isso, olhava atento os cartazes pregados na parede.

― Desculpe! - Vic desculpou-se pelo esbarrão.

Quando Manson a olhou, não conseguiu deixar passar a oportunidade de jogar uma cantada pra cima daquela bela mulher.

― Não precisa se desculpar. É um prazer esbarrar com uma mulher tão bela quanto a senhorita! - A voz dele era carregada de malícia.

Ela revira os olhos entediada com aquele tipo de cantada barata que nem nos seus piores dias trabalhando em um Saloon costumava ouvir.

― Melhor o senhor sair da minha frente! Me dê passagem.

Manson insistia em ficar na frente da mulher impedindo que ela passasse por ele.

― Se eu não der, a senhorita vai fazer o quê? - Ele a desafiava.

Victoria franze a testa embravecida pela petulância daquele homem. Ela se aproxima sutilmente dele com um andar sensual.

O rosto dela se aproxima do dele e Manson, imediatamente, pensou que ganharia um beijo.

Entretanto, este não era o plano de Victoria.

― Eu vou fazer... ISSO! - Ela sussurra para ele e lhe dá um pisão no pé.

Aquela mulher sabia pisar forte. Manson mais do que depressa saiu da frente daquela mulher enquanto escorava-se na parede para aliviar a dor.

Vic sorria satisfeita com sua pequena travessura.

― Quanta agressividade! Eu adoro mulheres de sangue quente! - Manson falava enquanto observava Victoria se afastar.

A morena continuava caminhando pela cidade quando alguém que vinha cavalgando lhe chamou a atenção.

― Não pode ser! – Ele sussurrava para si.

Pelo tipo físico e de acordo com alguns desenhos espalhados, aquele era John Marshall, um temido caçador de recompensas.

Vic sabia da fama daquele homem, e temia estar na sua mira ou em sua lista de procurados.

Agora, com o temido Marshall na região, o assalto ao banco de WildWest tinha se tornado um plano altamente perigoso e quase impossível.

― Eu não vou desistir assim tão fácil!

A bela Victoria tinha algumas cartas na manga e não pouparia esforços para conseguir assaltar o banco da cidade. Nem que para isso tivesse que seduzir John Marshall, o pior inimigo de um fora da lei.

 

[...]

 

Em meio as montanhas rochosas, havia um acampamento muito bem escondido e seguro por homens armados.

― Quem vem lá? - Um dos homens grita.

― É o “perro”.  - O homem que se aproxima montado em um cavalo se identifica.

O homem que fazia a segurança do acampamento libera a passagem. O homem segue montado em cima do cavalo até a maior tenda do acampamento.

Eles desce do corcel e entra na tenda.

Havia ali um homem com um vasto bigode preto e um chapéu escuro de cowboy afiando uma faca. Aquele era Juan Castilla, mais conhecido como “El Matador”, o líder da temida gangue mexicana La Matilha.

― Novidades? - A voz daquele homem era aterrorizante, ainda mais com o som que a lâmina fazia ao ser afiada.

― O xerife fará buscas nos arredores da cidade para encontrar qualquer rastro de bandidos! O senhor tem que concordar comigo que colocar fogo na igreja e matar o padre foi uma provocação desnecessária.

Ao retirar o chapéu e o poncho que usava, o homem revela seu rosto para Juan.

― Não fizemos isso! Mas adorei a ideia, Rodney! - Juan parecia curioso. Quem mais poderia ter pensado em algo tão divertido com requintes de crueldade?

Rowdy estava surpreso pela revelação do líder do seu grupo. Se não foi “La Matilha” que causou todo aquele alvoroço na cidade, quem mais poderia ser o responsável?


Notas Finais


VOTAÇÃO: https://goo.gl/forms/HHMYUiGH8w7Fjufq2

> Pode convidar o amigo para votar e participar da Fic também (só não vale ficar enviando respostas sem parar, se o número de votos for maior do que o número de acessos do capítulo vou saber! Vamos jogar limpo);
> A votação ficará aberta por 1 mês;
> Boa sorte a todos os cowboys!!

*Não deixe de enviar seu voto!!! Participe e escolha o vencedor.


*Pra quem ainda não guardou o nome e a feição dos habitantes de WildWest, sugiro que acessem:
PERSONAGENS: https://spiritfanfics.com/jornais/welcome-to-the-west--personagens-aceitos-9971904


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