História We'll be the stars - (Jasper Hale) - Fuga.

Os minutos pareciam estar se passando mais devagar do que o normal.

Bella e eu ficamos enquanto as horas passavam tentando nos manter com expressões vazias, tentando não surtar e contar tudo para Alice e Emmett.

Emmett olhou para nós, sua expressão estava suave e reservada.

- Vocês querem tomar o café da manhã?

- Eu como alguma coisa no aeroporto. - Falei baixinho.

- Eu também. - Bella concordou.

Fui tomar banho e depois me aprontei metodicamente, já já sairíamos para o aeroporto e nos encontraríamos com os outros.

Bella abriu sua mala, pegando algumas notas de dinheiro que havia escondido em uma meia.

Nós saímos por volta das oito da manhã. Bella estava tremendo de ansiedade, mas respirava fundo pelo menos a cada três minutos para tentar se acalmar.

O carro deu a partida, Alice olhou para mim como se adivinhasse que eu iria lhe perguntar algo.

- Alice? - Falei indiferente mas com uma pitada de curiosidade. - Como isso funciona? As coisas que você vê?

Bella que estava olhando pela janela vendo também os carros em movimento olhou para mim e depois se virou para Alice.

- Edward disse que não era definitivo... que as coisas mudam. - Suspirei. - Há alguma chance do rastreador não ir para nossa casa? Ir atrás da nossa mãe...

- Sim... as coisas mudam. - Ela murmurou. - Algumas coisas são mais certas que outras...como o clima. As pessoas são mais difíceis. Eu só vejo os caminhos onde as pessoas estão quando elas ainda estão neles. Somente elas podem mudar suas mentes, tomar uma decisão, não importa o quanto ela seja pequena, muda todo o futuro.

Então era por isso que Alice ainda não tinha nos visto com o rastreador. Ainda não havíamos tomado alguma decisão de como escapar deles e ir até James.

Nós chegamos no aeroporto. O nosso único momento de sorte foi quando soubemos que o avião deles iria pousar no terminal onde havia maior fluxo de pessoas.

Alice e Emmett ficaram um longo tempo no balcão procurando os vôos que haviam chegado enquanto Bella e eu estávamos sentadas nos encarando. Eu ouvia eles discutindo os prós e contras de Nova York, Atlanta e Chicago.

Lugares que eu nunca havia visitado. E nunca visitaria.

A ansiedade me consumia por inteiro me fazendo não parar de tremer a perna esquerda.

Será que deveríamos correr? Eles ousariam nos deter fisicamente nesse local público? Ou eles simplesmente nos seguiriam?

Bella puxou a carta de sua bolsa e a entregou para Alice dizendo que era para nossa mãe.

Os minutos estavam passando e eu sabia que daqui alguns minutos poderia ver Jasper novamente, eu me peguei tentando inventar desculpas para ficar, para vê-lo antes e depois escapar. Mas sabia que seria impossível fugir com ele aqui.

Eu observava o painel de vôo, e o vôo de Seattle se aproximava cada vez mais.

E então, quando só tínhamos meia hora para escapar, os números mudaram. O vôo deles estava dez minutos adiantado. Não tínhamos mais tempo.

- Eu estou com fome, acho que vou comer algo. - Peguei na mão de Bella. - Emmett pode vim com nós? - Eu sabia que Alice viria com nós, e também sabia que ela nos veria escapando, precisava ser Emmett para termos o mínimo de chance.

Os olhos de Alice estavam confusos, mas, eu vi aliviada, que não estavam suspeitos.

Ela deve estar atribuindo a visão dela à alguma manobra do perseguidor, e não a uma traição nossa.

Fomos em direção a alá que ficavam os restaurantes, fingi interesse por alguns, mas lá no fundo do aeroporto, num lugar movimentado e longe da vista de Alice, era onde eu queria chegar.

- Você se importa? - Eu perguntei a Emmett enquanto passávamos. - Nós não vamos demorar, prometo.

- Espero vocês aqui. - Olhei para Emmett uma última vez com carinho, eu iria sentir falta dele.

No banheiro havia duas portas para entrar lá. Assim que a porta atrás de nós fechou, segurei a mão de Bella e começamos a correr pela porta dos fundos.

Se Emmett permanecesse onde estava, não conseguiria nos ver correndo para o elevador.

Eu não olhei para trás enquanto corria para conferir. As pessoas estavam nos olhando, mas a essa altura eu nem ligava mais.

Estávamos nos aproximando do elevador quando coloquei minha mão nas portas que estavam se fechando.

Apertei o botão número 1 e respiramos fundo, ansiosas para que o elevador descesse mais rápido e Alice e Emmett não viessem atrás de nós.

Assim que a porta se abriu já estávamos fora de novo, tomamos cuidado para passar pelos guardas e não gerar suspeitas.

Se Alice e Emmett estivessem sentindo nosso cheiro, só tínhamos alguns segundos. Pulei para fora pelas portas automáticas, quase me chocando com os vidros porque elas se abriram devagar demais.

Olhei para os lados vendo um táxi que estava quase partindo embora.

- Espere, nós vamos entrar! - Bella anunciou me puxando para lá dentro.

Ela puxou as notas de dinheiro que havia pegado mais cedo e deu para o motorista dando instruções sobre o endereço da nossa casa.

Olhei para fora da janela enquanto o aeroporto ia se afastando.

Eu não choraria ainda, eu disse para mim mesma. Eu sabia que daqui alguns minutos iria morrer, mas no fundo é como se eu não me importasse inteiramente. Desde que Will se foi, eu queria acabar com aquela tristeza que habitava em mim, mas jamais faria isso com Bella, Michael, Hannah, e nem Jasper, mas com o tempo eu aprendi a suportar isso e continuar seguindo cada dia que passava.

Mas e se eu conseguisse tirar Izzie de lá e impedir Bella de entrar?

Bella cruzou os braços no seu colo. A cidade familiar começou a passar correndo por mim, porém eu não olhava para a janela.

Eu fechei meus olhos tentando imaginar um universo onde eu teria ficado no aeroporto, onde eu me encontraria com Jasper.

Onde ele me abraçaria e nos beijaríamos como se estivéssemos em um filme de drama.

Imaginava que o rastreador misteriosamente sumia e nós dois podíamos ficar juntos até eu morrer.

- Ei, qual é o número? - A pergunta do motorista perfurou minhas fantasias. Medo, vazio e dor estavam esperando para preencher o vazio que elas deixaram para trás.

- 5821. - Bella respondeu tentando não mostrar que estava surtando.

- Chegamos senhoritas. - Ele anunciou.

Abrimos o portão e Bella pegou uma chave que havia no chaveiro de sua bolsa.

Bella abriu a porta. Estava escuro lá dentro, vazio, normal.

Enquanto ela pegava o papel que havia na mesinha e discava no telefone fixo, eu observava os quadros que havia na parede. As fotos da família toda reunida. Observei as cores da parede, os móveis, como tudo estava desde o momento em que deixamos a casa.

- Esse lugar não parece mais um lar... - Suspirei baixinho. - Bella, aqui não tem nada diferente do dia em que saímos.

- Eu sei, Harley, é difícil não morar mais aqui.

- Não, quero dizer que não parece que alguém esteve aqui. - Olhei para ela. - Não parece que mamãe esteve aqui e muito menos um rastreador.

Bella me olhou, mas antes que pudesse dizer algo, o telefone que estava sendo tocado foi atendido.

Me juntei perto de Bella para ouvir James.

- Olá. - A voz calma falou. - Isso foi muito rápido. Eu estou impressionado.

- Izzie está bem?

- Ela está perfeitamente bem. Não se preocupem, eu não estou disputando ela. A não ser que vocês não tenham vindo sozinhas, é claro. - Sua voz era leve, divertida.

- Estamos sozinhas.

- Muito bom. Agora, sabem onde é o estúdio de balé que fica na esquina da sua casa?

- Sim, sabemos como chegar até aí.

- Bem, então, eu as vejo em breve.

E ele desligou.

- Bella. - Olhei para ela - Izzie não está lá, tenho quase certeza.

- Como ele conseguiu a voz dela, Harley? - A olhei finalmente me deixando ser derrotada.

Dei uma última olhada na casa e nas fotos que me mostravam lembranças de momentos felizes.

Enquanto íamos para o salão de balé, segurei no braço de Bella.

- Fica perto da porta. Se izzie não estiver lá, você me deixa e sai correndo. Isso não é uma discussão. Se for para alguém morrer, não quero que sejamos nós duas.

Caminhei andando em sua frente para não dar tempo de obter uma resposta. Eu sabia que Bella faria isso por ser um pedido meu, e no fundo eu estava feliz.

Estava feliz por saber que ela viveria.

Não cogitei olhar para trás nenhuma vez. As memórias eram melhores do que qualquer realidade que eu pudesse ver hoje. Mas eu corri para longe delas, virei a esquina, deixando tudo para trás.

Eu me sentia tão lenta, como se estivesse correndo na areia molhada, eu não parecia conseguir me impulsionar o suficiente no concreto.

O sol estava quente na minha pele, eu me senti perigosamente exposta.

Eu desejava as florestas verdes, protetoras de Forks... de casa. Eu estava sentindo falta da chuva, do céu nublado.

Eu podia ver o estúdio, o estacionamento estava vazio, eu não conseguia mais achar forças para correr.

Apesar de tudo que eu disse, de tudo que pensei, eu não queria morrer, não hoje.

O esforço e o medo me esgotaram. Eu pensei em Izzie para manter meus pés se movendo um na frente do outro.

E então eu pude ver a porta.

Olhei para Bella e a vi com lágrimas rolando em seu rosto.

Eu toquei a maçaneta e virei ela cuidadosamente. Estava aberta. Eu lutei para respirar e abrir a porta.