História Twenty-Two - Bad or Good News

No Capítulo Anterior…

— Já sabe que nome vai dar a ele? — Troquei de assunto enquanto olhava o pequeno cachorro cinza com poucos pelos correr de um lado ao outro.

— Na realidade não faço a menor ideia ainda, fui pego de surpresa — Ele comentou, e acariciando meus cabelos, deitou a cabeça sobre a minha e respirando fundo perguntou — E você já escolheu?

— Sempre quis uma cadelinha para poder colocar o nome de Petal, o que você acha? — Perguntei olhando a bolinha de pelos brancos correr atrás do cinza.

— Petal... — Ele repetiu testando o som da palavra — Eu gostei, é diferente.

— Então estamos decididos será Petal — Falei, e me soltando do meu homem me sentei no chão, enquanto repetia o nome dela tentando chamar a sua atenção.

…

Quarta-Feira, Seis de Outubro de 2016, Los Angeles, Califórnia.

Abri meus olhos de supetão, enquanto sentia a ânsia chegar à garganta. Não querendo acordar o homem que dormia ao meu lado, levantei da cama quietamente, e atravessei o quarto o mais rápido que podia, ao chegar ao banheiro fechei a porta rapidamente, mas com extremo cuidado para não fazer barulho.

Logo que a tranquei me joguei em frente ao vaso sanitário sentindo tudo que havia comido no dia seguinte sair com tamanha facilidade. Quando finalmente terminei puxei a descarga e me sentei no chão de piso, respirando fundo.

Era a quarta vez na semana que acordava para vomitar tudo, sem contar no embrulho que ficava em meu estomago depois. E pelo amor de deus não invente de colocar um bacon de manha cedo na minha frente, me faz ficar fadada há passar o dia inteiro no vaso.

Eu sei muito bem o que isso pode significar, mas não é a primeira vez que, já tive enjoos repentinos, e não quero dizer nada a Jess ate ter certeza absoluta do que esta acontecendo.

Como que para me fazer voltar ao presente, vi a porta ser forçada para se abrir, o fato de estar trancada impediu o que fez meu namorado ficar preocupado e bater na porta.

— Amor? Esta tudo bem ai? — Engoli em seco, e fechando os olhos momentaneamente fiquei de pé.

— Esta sim, querido. Eu já vou sair — Falei alto para ele poder me ouvir.

— Ta, se precisar de alguma coisa chama. — Ele falou do outro lado. Soltei o ar me sentindo mal, e não era por causa do enjoo.

Não me sentia nada bem escondendo alguma coisa de Jess, mas se realmente estivesse grávida, eu queria contar a ele da forma certa, queria fazer disso algo tão especial quanto realmente é.

Levantando do chão, caminhei até a pia e lavei meu rosto, logo depois escovando os dentes. Menos de 5 minutos depois eu caminhava para fora do quarto, sabendo que Jess deveria ter descido para fazer o café da manha.

Desci as escadas, já sentindo um cheiro gostoso no ar, cheiro de panquecas. Ao chegar no primeiro andar duas bolas peludas vieram em meu pés, pulando e latindo contentes.

— Bom dia meus amores — Falei enquanto me abaixava para fazer carinho, peguei petal no colo — Cadê o papai Martin?

Perguntei rindo para o cachorro, que latiu para mim logo saindo correndo em direção à cozinha, eu o segui, assim que virei para entrar, já pude ver Jesse de costas para mim, a tatuagem de quadro continuava no mesmo lugar, ele vestia apenas uma samba canção, e conforme eu chegava mais perto dele, mas conseguia escutar as palavras que ele cantava, juntando a letra soube na hora que musica era.

Engoli em seco parando em pé atrás dele. Depois do que aconteceu com Brian, Jesse me contou que tinha tido algumas inspirações para musicas vindo daquilo, e me perguntou se poderia escrever sobre tudo aquilo, como artista, jamais podia impedir a criatividade dele de fazer o que sabia de melhor, criar. Mas como namorada, escutar aquelas musicas me faziam sentir uma puta, e a culpa voltava a me assolar.

A minha frente Jess se mexeu, me fazendo entrar em seu campo de visão, colocando um sorriso na cara me aproximei dele.

— Bom dia meu amor — Jess disse se inclinando em minha direção e me beijando.

— Bom dia — Falei sorrindo, e apoiando minhas costas contra o balcão. — O que temos para o café da manha de hoje?

Perguntei espiando o que ele fazia.

— Sua comida preferida, — Jesse disse abrindo o maior sorriso que podia, o meu murchou, eu sabia o que vinha daquilo ali — panqueca com calda de chocolate, e bacon com ovos mexidos.

Engoli em seco, e abri o melhor sorriso que consegui para ele. Infelizmente para ambos, sou muito boa atriz, Jess se virou para a panela sorrindo, e eu caminhei até o outro lado da cozinha atrás de qualquer remédio que pudesse ajudar.

———

— Tem certeza que não quer vir junto amor? — Jesse me perguntou enquanto parava perto da porta, estava todo arrumado preparado para sair.

— Eu não estou me sentindo muito bem hoje, acho melhor ficar em casa — Disse enquanto abaixava o livro que tinha nas mãos e olhava com meio sorriso para ele.

Jess parou por mais alguns segundos na porta, e não demorou a vir caminhando em minha direção. Ele se curvou sobre mim, e levantando o rosto em direção ao seu nossos lábios se tocaram, segurou meu rosto em suas mãos enquanto fazia um doce carinho.

Quando nos afastamos Jess abriu um de seus melhores sorrisos.

— Eu te amo — Ele falou, se afastando novamente até a porta.

— Também te amo — Respondi a ele sorrindo.

— Qualquer coisinha me liga — Ele falou franzindo as sobrancelhas, nada tinha acontecido e ele já estava preocupado, abri um sorriso.

— Pare de se preocupar tanto — Disse a Jess, fazendo careta, ele sorriu e passou pela porta.

Soltei o ar que prendia e fechei meus olhos me deitando para trás no sofá, a banda dele está trabalhando em um projeto novo, e Jess teve que ir para estúdio todos os dias essa semana, eu até cheguei a ir junto algumas vezes, mas hoje eu tenho outros planos.

Não demorou muito para escutar o carro saindo da garagem, abri os olhos olhando para o chão, e acabei encontrando duas bolinhas deitadas no tapete.

— Vocês são tão fofos — Disse e me sentei, passando para o chão.

Fiquei matando algum tempo e brincando com os cachorros, acho que queria tomar coragem, pensar que dessa vez a resposta para a minha pergunta estava bem mais perto de ser sim, me deixava de cabelos em pé.

A questão é que Jesse e eu escolhemos não esperar mais, ou melhor, parar de impedir, só não esperava que em menos de três messes isso fosse acontecer. Grávida, eu podia estar grávida, parecia à coisa mais hilária que já tinha escutado. Levei a mão a mina barriga acariciando-a.

Por anos, achei que isso nunca fosse acontecer em dias da minha vida eu jurei que nunca teria um filho, por que achava que isso não iria acontecer. Agora aqui estou, com um anel de noivado no pescoço, morando em uma linda casa de praia com meu namorado, e possivelmente grávida dele.

Não percebi estar chorando até as lagrimas descerem pelas minhas bochechas, só a possibilidade de ser verdade me deixava eufórica, e feliz. Decidida a descobrir isso logo, levantei do chão e caminhei até as escadas, chegando ao segundo andar passei pelas quatro portas fechadas até finalmente chegar a nosso quarto.

Fui até a cômoda do meu lado da cama, e abri a ultima gaveta, debaixo de vários pares de meias, eu tirei dali à caixinha do teste de gravidez. Comprei há dois dias, mas não tivera coragem de fazer isso até agora, não entendo do que eu tenho tanto medo, ou do que me aflige e me faz querer fugir de todas as coisas que sempre quis.

Se eu realmente estiver grávida, não tem mais como fugir do pedido de casamento, ou de fingir do compromisso que eu e Jesse vamos ter, mas mesmo assim tenho medo, as coisas para mim nunca deram tão certo, e nunca foram tão boas, sou acostumada com outro tipo de vida.

Respirei fundo ainda olhando aquela pequena embalagem em minhas mãos, respirando fundo fiquei de pé e caminhei até o banheiro.

Sentada no vaso enquanto esperava os cinco minutos necessários, peguei a bula e comecei a ler, estava ansiosa demais para ficar esperando, sentia meu peito pegar fogo.

Não sabia quanto tempo tinha se passado, mas após ler toda a bula, linha por linha tentando evitar a resposta, eu me obriguei a caminhar até a pia e olha-lo.

Ver as duas linhas azuis foi como sentir borboletas se espalharem pelo meu corpo, era real. Não era mais suposição, ou sonhos, estava se tornando realidade, tudo que um dia pedi estava acontecendo bem em frente aos meus olhos.

Meu coração batia tão acelerado, e eu só conseguia imaginar a pequena criança crescendo dentro de mim, só conseguia imagina-lá em meus braços, e via-o crescer, via um pequeno ser que dependeria de mim, que seria meu, como a minha vida.

Levei à mão a boca enquanto lagrimas escoriam sem nenhum pudor pelo meu rosto, era verdade, estava acontecendo.

Sentia que agora não tinha mais nada que pudesse me derrubar como se tivesse encontrado meu lugar no mundo. Pensar em Brian e na vida que podia ter tido com ele, não me machucava mais, não me deixava triste, ou sentimental.

Pensar em Brian, me dava coragem, me mostrava o tipo diferente de vida que vivia me fazia perceber o quanto nosso relacionamento não passava de uma relação criada em nossas mentes, nos vivíamos do jeito que queríamos, achando que o outro tinha que se encaixar ali, Brian fazia o que bem entendia como se eu apenas tivesse que aceitar.

Estar com Jess, me mostrou que um relacionamento não é assim, é ter confiança, e realmente acreditar quando a pessoa te diz alguma coisa, não balançar a cabeça concordando apenas para evitar brigas.

Limpei as lagrimas de felicidades que escoriam pelo meu rosto, e levei o palitinho debaixo da água o lavando, depois voltei a guarda-lo na caixinha.

Agora eu tinha uma missão, queria contar isso a Jess da melhor forma possível, e sabia que ele ficaria tão feliz quanto eu.

———

Depois de ter passado muito tempo na internet pesquisando, eu acabei encontrando diversas ideias divertidas e criativas de como contar a Jess, a parte ruim é que encontrei jeitos demais, e como uma pessoa indecisa não consigo decidir como devo contar a ele.

Com certeza uma das ideias que não sai da minha cabeça, é decorar a sala com diversos balões azuis e rosas, assim vai dar a entender, mas sem confessar de verdade.

Depois disso é que vem a minha confusão, posso entregar a ele um cartão feito por mim mesma e escrito algo como “Parabéns, Papai!”, eu acho uma ideia fofa e até consigo imaginar a reação dele.

Sorri para mim mesma me sentindo entusiasmada.

A minha outra opção é encomendar um jantar de comida chinesa, e pedir ao restaurante para colocar dentro do bolinho da sorte, uma frase anunciando a gravidez, acho que seria muito fofo.

Batendo a caneta sobre as folhas do caderno, eu olhava reto para a coifa na cozinha, enquanto meus pensamentos voavam longe.

Com certeza a minha ideia favorita, era preparar um tipo de presente, algo com uma camisa, e sapatinhos. Acho que combina muito mais com nos dois, e acho que Jess iria adorar.

Pulei da bancada da cozinha, com um sorriso de uma ponta a outra do rosto e subi as escadas, preparada para me arrumar e sair às compras.

Como fazia um sol forte em L.A, acabei colocando um vestidinho curto e florido, amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo, deixando parte de a franja cair no rosto, passei uma maquiagem um tanto leve, sabia que quanto mais calor mais fácil à maquiagem borraria.

O relógio marcava 11h30min quando sai de casa, e fiquei feliz por isso, sabia que Jess não tinha saído para almoçar ainda, e se chegasse lá a tempo conseguiria almoçar com ele.

Soltei Petal e Martin para a área atrás da casa, e coloquei comida para eles, fechei toda casa e dirigi até a gravadora dos garotos.

Depois de estacionar o carro em uma das vagas na beira da rua, não tive que caminhar muito, toquei o interfone, e me anunciei, depois de alguns minutos a porta foi aberta.

Subi por uma enorme escada até sair em um corredor incrivelmente silencioso, não precisei caminhar até o final dele, a que eles ficam era apenas a terceira.

Abri a porta, sabendo que se batesse poderia atrapalhar a gravação, acabei dando de cara com cinco marmanjos jogados pelo estúdio não fazendo absolutamente nada.

— Isso que é trabalho duro — Disse terminando de varrer meu olhar pelo cômodo atrás do meu namorado.

Bom não foi difícil encontra-lo assim que minha voz ecoou pelo lugar vi uma cabeça se levantar, quando nossos olhares se encontraram Jess largou o violão que afinava e veio com um sorriso em minha direção.

Assim que ele chegou perto de mim, passei meus braços pelos seus ombros, e ele os dele pela minha cintura, grudamos em um beijo contido, e rápido.

— Achei que estivesse mal — Jesse comentou enquanto levava a mão aos meus cabelos soltos os colocando atrás da orelha.

— E estava, mas tomei um remédio, e melhorei. Ai pensei em almoçar com você, tenho algumas compras para fazer, ai quis aproveitar. — Disse sorrindo e me aconchegando mais perto dele.

— vão para um motel, fazendo o favor — Escutei Zach resmungar, e Jess revirou os olhos. Sorrindo me curvei para o lado procurando-o. Quando eu achei o vi olhar em nossa direção com o olhar divertido.

— Não precisa ficar nervoso, já vou devolvê-lo eu prometo — Disse e pisquei, enquanto pegava meu namorado pela mão e o puxava porta afora. — Encontramos vocês lá.

— Eu tenho que pegar minha carteira — Jesse reclamou.

— Hoje sou eu que pago — Anunciei e não me importando com o que ele tinha esquecido continuei puxando-o pelo braço.

Descemos as escadas e saímos na calçada, Jess rindo passou o braço pelo meu ombro, me puxando para si, e quando coloquei minha mão em seu bolso fiz questão de apertar a bunda dele, que o fez pular de susto, e enquanto eu ria da reação dele, que ainda parecia um tanto assustado, percebi do outro lado da rua, um homem levantar uma câmera, e logo sabia que fotos nossas haviam sido tiradas, agradeci por ele estar bem longe.

Me endireitei ficando seria e voltando a abraçar Jess, que notou a diferença.

— O que foi? — Me perguntou confuso.

— Do outro lado da rua, um paparazzo — Resmunguei, seguindo em frente. Jess como sempre super discreto, virou a cabeça com tudo olhando para lá atrás do paparazzi — Discrição deve ser o seu nome do meio — Falei sarcástica, meu namorado acostumado ignorou.

— Você não deveria dar tanta bola para eles — Ele falou enquanto voltava a virar o olhar em minha direção.

O restaurante que sempre íamos não ficava muito mais longe dali, só precisávamos virar a direita.

Assim que viramos na outra rua, Jess pareceu se contrair, virei meu olhar para ele querendo saber o que tinha acontecido.

— O que foi? — Jesse olhava para meu colo como se algo horrível tivesse acontecido.

— Seu colar... — Jesse começou, eu abaixei o olhar e levei a mão até o anel querendo ver o que tinha de errado — Esta aparecendo.

— Há! — Soltei uma exclamação e tive que rir em seguida, tinha realmente feito isso de propósito. — Se você quiser eu posso escondê-lo, mas — Suspirei virando o anel para olha-lo — acho ele tão lindo para ficar coberto.

Pude perceber que isso o pegou de surpresa, sorri a ele calorosa, e finalmente chegamos ao restaurante.

— Voce sabe que ele poderia muito bem estar no seu dedo — Jesse resmungou enquanto atravessamos o lugar até a nossa mesa.

— Sei?? Nunca escutei nenhum pedido — Disse o provocando, enquanto seguia a sua frente, Jess ficou quieto e eu parei na enorme mesa arrastando uma cadeira e me sentando, Jess se sentou ao meu lado e podia sentir o olhar de Jess sobre mim, e foi impossível eu impedir um sorrisinho de se abrir em meu rosto.

Alcancei no meu da mesa o cardápio o abrindo e olhando as opções.

— Você é muito confusa — Jess sussurrou no meu ouvido.

— É por isso que você me ama — Confirme levantando meu olhar ao dele, eu tinha um sorriso convencido e Jess balançava a cabeça rindo.

— Acho que você tem razão — Me estiquei na direção dele e o beijei, sem tirar o sorriso do rosto.

Um garçom passou a se aproximar da nossa mesa, e na entrada do restaurante pude ver quatro caras entrarem um atrás do outro e viram até a nossa mesa.

———

Depois de almoçar com a banda varri Hollywood inteira atrás da roupinha perfeita, o sapato foi super fácil, Jess é viciado em all star, aqueles pretos e básicos mesmo, então comprei um exatamente igual ao que ele tem.

Mas definitivamente eu não conseguiria decidir qual roupinha escolhia. Cansada de ficar batendo perna e não encontrar nada resolvi me sentar na areia e tentar achar uma solução.

Não achei, depois de tanto matutar resolvi gastar um tempo mexendo no celular, nisso minha melhor amiga apareceu.

Ge — Oi, gata.

Eu — Oiiii

Ge — Como andam as coisas com o marido gostoso?

Me perguntou e eu podia ate imaginar a cara dela de provocação. Meus dedos pararam sobre a tela na hora, por causa do trabalho, Ge também tinha se mudado para LA, bem antes de mim para falar a verdade.

Rapidamente levei meu dedo até o pequeno telefone no canto da tela, logo levando o celular a orelha.

— Hey! Girl, que rápida você — Ge atendeu do outro lado rindo.

— Esta fazendo o que agora? — Perguntei a ele.

— Estava em uma reunião, estou voltando agora para casa — Ela respondeu tranquila.

— Pode dar meia volta e vir para Hollywood agora — Falei para ela.

— O que aconteceu? — Pude escutar um tom de preocupação na voz.

— Preciso da ajuda da minha melhor amiga.

— Me manda sua localização que já estou indo — Gena anunciou antes de desligar o celular.

Rapidamente mandei a minha localização a ela por conversa, depois então bloqueando o celular.

Levei meus joelhos ao peito, e os abracei. Para um dia de semana a praia estava bem lotada, varias famílias brincavam com seus filhos pequenos a beira da água, eu os observava em silencio, me perguntando se um dia seria eu ali, eu e Jess brincando com nosso bebe.

Era como respirar uma brisa de ar limpo, pensar no que o futuro poderia me reservar agora, só me fazia pensar em coisas boas. Brinquedos espalhados pela sala, noites em claro, e alguém para poder segurar em meus braços, nada no mundo conseguia ter o poder de me fazer mais feliz do que estava naquele momento.

Depois de alguns minutos, alguém se sentou ao meu lado.

— Que tipo de emergência é essa? — Gena perguntou, batendo meu ombro no seu.

Virei meu olhar para ela e sorri, a abraçando.  Quando a soltei tinha um olhar diferente no rosto, estava curiosa e preocupada.

— O que eu vou fazer agora eu sei que não é nada legal, mas eu preciso da ajuda de alguém. — Disse enquanto balançava os braços — E preciso que prometa que eu momento nenhum do resto da sua vida vai falar a Jess que soube primeiro.

Isso fez Gena se afastar arregalando os olhos.

— Taylor o que exatamente você quer me contar? — Perguntou cautelosa, não evitando abri um enorme sorriso antes de anunciar.

— Eu estou grávida — Disse quase gritando, não conseguia nem acreditar que aquelas três palavras finalmente estavam saindo da minha boca.

Ao meu lado minha melhor amiga arregalou os olhos e um sorriso se abriu em seu rosto.

— Não acredito — Disse enquanto me puxava em sua direção me dando um abraço — Isso é tão maravilhoso amiga, não consigo acreditar. Parabéns, parabéns, parabéns. — Repetiu os parabéns um atrás do outro bem rapidinho — Será que se eu falar um monte de parabéns, a sorte vem e fica com você?

— Tomara, — Respondi sorrindo. Ela me afastou do seu abraço e me olhou, seus olhos brilhavam — você sabe que vai ser a madrinha não é?

Gena riu, jogando a cabeça para trás.

— Se fosse outra pessoa eu te mataria. — Gena disse enquanto ainda me segurava — Estou tão feliz, por você.

Nos não tirávamos o sorriso do rosto.

— Você não prometeu que não contaria a Jess. — Ge revirou os olhos me soltando.

— Não precisa nem pedir né? Mas por que esta escondendo dele? — Me perguntou enquanto franzia os olhos.

— Não estou escondendo dele — Falei como se fosse obvio — Descobri hoje, e quero fazer algo bem especial para anunciar, só que eu preciso de ajuda.

— Chamou a pessoa certa — Ge disse e ficou de pé, estendendo a mão para mim, fiquei ao lado dela, e enquanto caminhávamos para fora da praia fomos discutindo sobre a surpresa que faria a Jess.

———

Depois de termos varrido as lojas juntas achamos a roupinha perfeita, Gena foi comigo para casa e me ajudou a enfeitar tudo.

Balões cor de rosa estavam todos para um lado enquanto os azuis estavam de outro, a sala dividia os balões, e na pequena mesinha e ao redor estavam diversas velas, que enfeitavam o cômodo inteiro, deixando tudo com um ar bem mais romântico.

Sabia que Jess deveria chegar a qualquer momento, Gena tinha ido embora há uma meia hora, e eu continuava ali sentada, esperando ansiosamente por ele.

Petal estava deitado do meu colo enquanto lhe fazia carinho, Martin depois de correr por horas brincando tinha decidido se deitar ao nosso lado. EU continuava mexendo no celular em silencio, esperando ouvir a tranca da porta.

Tinha imaginado esse momento durando muitos anos da minha vida, sonhando e fantasiando com a reação do pai do meu filho. Olhando a frente suspirei, lembrando-se da vez em que havia testado Brian.

Já tinha um ano que eu havia descoberto da mentira dele, e sempre senti como se não conseguisse acreditar no que ele falará, por que sabia o quanto Brian se dava bem com crianças, e pensar que ele não queria ter uma para mim era quase piada.

Bom, eu nunca mais duvidei dele depois daquele dia. A porta da garagem fora forçada, mas como eu havia trancado Jesse não conseguiria entrar.

— Taylor? Amor? — Escutei Jesse gritar e bater na porta. Levantei do sofá recuperando meu animo, e corri até a porta.

Eu havia trocado totalmente de visual agora vestia um vestido soltinho e branco, meu cabelo caia naturalmente enrolado pelos ombros, e a maquiagem era quase nula.

Respirando fundo, levei a mão no trinco e virando a chave, abri a porta em seguida.

Nossos olhares se encontraram antes mesmo de a porta se abrir por inteira, e Jesse fez questão de me olhar dos pés a cabeça.

— Nossa, isso tudo é para mim? — Perguntou se referindo a roupa que eu usava.

Sorri para ele e o peguei pela mão o puxando contra mim.

— Meia hora sem ser pervertido, acha que consegue? — Perguntei de modo provocativo, enquanto minhas mãos acariciavam seu ombro, e as dele me prensavam contra a sua cintura.

— Não com você vestida desse jeito — Ele disse também contra meus lábios, eu ri e me afastei dele, queria que ele levasse tudo aquilo a serio.

— Infelizmente, esse vestido não é bem para você — Falei, e Jesse cruzou os braços, eu sorri — mas se você se comportar no final da noite ele pode ser.

— O que você ta aprontando? — Jess me perguntou, eu me sentia tão ansiosa e feliz que quase podia sair pulando.

— Você já vai descobrir — Falei e me virei para seguir pelo corredor, enquanto o puxava junto comigo pela mão.

Parei quando o corredor se abriu para a sala, e toda a decoração ficou visível, soltando a mão do meu namorado, caminhei até o sofá, me sentando no mesmo.

Jesse me acompanhou com o olhar, e quando sentada virei meu rosto em sua direção, ele já caminhava até o sofá se sentou ao meu lado ficando calado.

— Quer um pouco de vinho? — Perguntei a ele sorrindo contida, queria gritar aos quatro ventos aquilo, mas não podia, preciso que tudo sai completamente perfeito.

— Claro — Jess respondeu, eu me inclinei na mesinha de centro e pegando uma das taças postas servi a ele, logo o entregando.

— Você não vai tomar? — Me perguntou ao perceber que não tinha servido nada. EU neguei com a cabeça, contendo um sorriso. — Então como eu posso ter certeza de que você não esta tentando me envenenar? — Perguntou logo depois levando à taça a boca e tomando um gole.

— Eu não vou tomar por que não posso — Para me comprometer, foi impossível eu não falar essa frase sorrindo, nunca na minha vida tinha achado que poderia ficar tão feliz com a possibilidade de não poder beber, e nem fumar.

— Como assim? — Jesse parecia realmente confuso, e o meu suspense não parecia ajudar em nada.

Decidida a não esperar mais, até por que eu não estava mais aguentando todo o suspense.

Me inclinei sobre a mesa alcançando a caixa de presente que tínhamos montado, me sentei bem em frente a Jess, e então soltando o ar pela boca, tentando me manter neutra, levei a caixa de presença até o seu colo.

Ele a olhou por alguns minutos, como toda a decoração, a caixa também era de duas cores, metade azul, metade rosa o laço cinza separava as duas cores. Jesse levou o olhar ao meu, e sorri para ele indicando que estava tudo bem, ele poderia abrir a caixa.

Então pegando em uma das pontas da fita, Jesse e puxou fazendo o lindo laço de desmanchar, e finalmente tirou a tampa da caixa.

Levou alguns segundos para ele entender o que havia ali dentro. Percebi que primeiro ele notou o pequeno All Star, depois subiu para a roupinha que se tinha escrito “Estou chegando, e vou ter o melhor papai do mundo!!!”, isso fez ele levantar o olhar ao meu, que já tinha o mais imenso dos sorrisos no rosto.

Voltando a abaixar o olhar, Jesse encontrou o teste de gravidez com seus dois risquinho azuis.

— Você esta grávida? — Ele me perguntou com o palito na mão e olhando para o resultado, suas sobrancelhas estavam franzidas quando levantou o olhar ao meu.

Mesmo que ele não estivesse sorrindo, eu continuei com o meu no rosto.

— Estou — Disse não contendo a animação na minha voz.

Com o olhar ainda grudado na caixa de presentes no colo, vi o rosto do meu namorado se iluminar, e um dos meus sorrisos favoritos se apareceu, o que iluminava qualquer cômodo que ele entrasse.

— Grávida — Ele confirmou sussurando, ainda olhando para os presentes — não acredito que você comprou um All star igual ao que eu tenho.

Falou levantando o pequeno tênis para me mostrar, eu sorri a ele.

— Acho que ele vai gostar de ter o mesmo sapato que o pai — Falei sorrindo, Jesse em um movimento brusco tirou a caixa do colo, a colocando sobre a mesa de centro, e então se inclinou na minha direção, e segurando meu rosto, nossos lábios se encontraram.

— Ele? — Jess perguntou a sobrancelha batendo na raiz do cabelo, eu ri.

— Eu não sei o sexo ainda, mas minha intuição de mãe me diz que vai ser menino — Falei abrindo mais o sorriso, e levando a mão a barriga.

— Você me faz o homem mais feliz desse mundo — Disse enquanto me distribuía beijos por todo o meu rosto, e eu ria me divertindo com o carinho, quando terminou de falar se afastou alguns centímetros me olhando dentro dos olhos.

— Não, — Anunciei olhando-o com carinho e firmeza, querendo mostrar que tudo que ia dizer é a mais pura verdade — você me faz a mulher mais feliz do mundo. Você esta realizando todos os meus sonhos, um atrás do outro. E toda vez que fico com medo, você segura a minha mão e me mostra que não preciso ter. Eu te amo, e se depender do amor que sinto por você, por toda a alegria que me da, eu nunca vou te deixar ir embora.

Jesse me puxou para ele, e nos beijamos. Ele me fazia perder todos os sentidos, me fazia querer pedir por mais. Quando nos afastamos, ele voltou a me olhar nos olhos.

— Você não precisa ter medo de nada, eu não vou ir embora, nem agora e nem nunca. Vou sempre estar do seu lado e te amar, mais que incondicionalmente. — Jesse disse antes de se afastar e abrir um sorriso — Agora com licença que vou conversar com o meu bebe.

Falou isso e se curvou para minha barriga, colocando a mão, eu me deitei no sofá e Jesse, passou a conversar com ela, fazia uma voz diferente, era tão bonita e engraçadinha que não podia evitar rir.