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História What a Wonderful Confusion - Parte 7


Escrita por: GabyPingituro

Notas do Autor


Última parte, leitores. Espero que gostem!
Veio vocês lá embaixo ;)
Boa leitura

Capítulo 7 - Parte 7


No dia seguinte a nossa conversa e a minha decisão de continuar tentando, eu passei cada minuto da manhã naquela escola procurando por Charlotte e seu cabelo colorido. A ansiedade de vê-la era tanta, que eu mal conseguia me concentrar nas coisas que aconteciam ao meu redor.

Foi perto da hora da saída que eu já estava prestes a desistir de encontrá-la, quando avistei uma silhueta familiar, mas ao mesmo tempo totalmente diferente e interrompi meu caminho.

O cabelo curto na altura do queixo estava completamente castanho, sem sequer um vestígio do rosa, azul ou qualquer outra cor e tom que antes costumava ter. Ela não usava nenhum piercing no nariz, na orelha e nem na boca, fosse esse verdadeiro ou falso. Vestia um jeans totalmente comum e uma blusa completamente apagada como seu olhar.

Ela estava sem luz. Se escondendo atrás de uma normalidade que não pertencia a ela. Charlotte tinha tirado todo o brilho e todas as cores fora. Era como uma completa estranha. Uma estranha sem nome.

Meu queixo quase foi de encontro ao chão. Josh, que estava ao meu lado, não conseguiu esconder a surpresa em vê-la daquela maneira também. Nos dois estávamos chocados, perplexos, parados no meio do corredor a olhando sem sequer piscar.

Então Charlotte me viu, e nós nos encaramos por um segundo, olhos nos olhos. Eu fiz com que ela ficasse assim? 

Não resisti em me aproximar. Mesmo que ela já estivesse pronta para me deixar, eu estava também pronto para detê-la. Não faria igual das duas últimas vezes e a deixaria ir.

- Charlotte!

- Não fale comigo, Niall.

- Eu vou falar sim, e você vai me ouvir! – Percebi que o silêncio e o olhar feroz dela eram minha deixa.

Imediatamente me pus a dizer:

- TODOS VOCÊS, PRESTEM ATENÇÃO! EU INVENTEI AQUILO TUDO! – Falei o mais alto que pude, praticamente aos berros, chamando a atenção de todas as pessoas que consegui, começando, enfim, a colocar todas as cartas na mesa. – Escutaram? Eu inventei todos aqueles malditos boatos sobre Charlotte! Sobre a garota de cinco cores no cabelo. Nada era verdade e nem nunca vai ser. Ela é muito mais que simples fofocas.

Charlotte cruzou os braços e me encarou estupefata, não acreditando que eu estava realmente gritando no meio do corredor da escola para toda aquela gente que eu não fazia a menor ideia de quem quer que fossem. E mesmo assim, continuei:

- Eu estava praticamente desesperado para entrar no time, espalhei aquilo porque achei que não tivesse alternativa. – Dei um passo em direção a ela. – Mas não era verdade, a alternativa estava bem ali o tempo todo e eu a ignorei. Podia ter escolhido não ser um idiota e não acabar com a sua imagem, mas não fiz. E eu sinto muito por isso. Não queria que o resultado fosse ver você mudando para ser, não sei, esquecida

- Não acha que seja tarde demais para isso? – Ela arqueou uma sobrancelha em desafio e eu acabei soltando um riso fraco antes de responder:

- Pode ser tarde para voltar atrás, mas nunca é tarde para tentar consertar o erro. – Falei. – Se essas pessoas tivessem olhado através da sua aparência intimidadora, teriam visto que tudo não se passava de algo que de fato não era real. Perceberiam que cada história esquisita que rolava por aí, não se passava de uma grande mentira.

Vi a expressão de Charlotte amolecer um pouco e seus olhos deixarem de ser assim tão duros. Se era bom, então eu deveria continuar.

- É fácil julgar pessoas sobre quem você não sabe nada. Mais fácil ainda acreditar no que se ouve delas. E talvez tenha sido por isso que tudo virou essa tempestade. Digo, eu realmente achei que você fosse a garota dona da razão, cheia de si, que não ligava para o que alguém pensava sobre você. – Falei. – Imaginei que a atenção nunca lhe incomodaria. Mas agora eu sei que, desde o começo, entendi tudo errado.

Assim como minha vizinha, que continuava a me olhar com atenção em silêncio, o corredor cheio de alunos permanecia quieto, todos atentos ao que eu dizia.

- Se vocês tivessem se dado ao trabalho, teriam percebido como aquilo era de longe algo ridículo que só podia ser inventado. Eu magoei uma garota incrível e ainda fiz com que uma escola inteira a visse como uma pessoa que não merece respeito.

No meio de toda aquela gente, vi então Andrew e James aparecerem por entre as pessoas. O primeiro me olhou confuso, claramente questionando “o que pensa que está fazendo?”, quando decidi de uma vez o que eu devia fazer.

- E é por isso que não quero fazer parte de mais nada que me faça mentir para que eu seja incluído.

Andrew caminhou até mim, James ao seu encalço, ambos começando a compreender onde eu finalmente estava querendo chegar.

- Opa, cara! – Andrew mais uma vez tentou incorporar toda sua pose de superior. – Vamos com calma aí, você não está querendo dizer que...

- Que foda-se o time? – Eu sorri para ele enquanto dizia. – Sim, é exatamente isso que estou querendo dizer! Foda-se o time e foda-se você também. Para o inferno com todo esse seu ego gigantesco. O mundo não gira ao seu redor.

Vários arquejos e olhares incrédulos se intercalaram por um segundo até Andrew parecer se recuperar de toda minha sinceridade.

- Como é?

- Quer que eu repita o discurso todo? Fique longe de mim, e principalmente, fique longe de Charlotte!

Foi a vez dela de me encarar com a boca escancarada. Por um segundo, graças ao babaca do Andrew, quase esqueci que estava no meio de algo muito importante. Algo que não podia ser interrompido. Outra vez, me dirigi a ela ignorando-o completamente:

- Sei que já disse isso quase um milhão de vezes, mas, por favor, me perdoa pelo que fiz. – Num ato muito vagaroso e totalmente hesitante, andei até ela. – Charlotte, você é tudo no que eu consigo pensar. Desde aquela tarde na piscina, você vem estado presente em cada pensamento meu. E então toda essa merda aconteceu. E então venho me questionando em como você se sente sobre mim, porque claramente não sou bom em concluir nada sozinho.

- Niall...

- Eu estou atrasado em te dizer tudo isso ? – A interrompi, incapaz de poder parar. – Juro que estou muito confuso agora com toda essa situação, isso mexeu demais com todos os meus sentimentos. Mas afirmo a você que não é só por causa dessa babaquice toda dos últimos dias que estou praticamente implorando para que você me perdoe, e sim porque estou apaixonado por você. Por isso não posso deixa-la ir assim tão fácil. Quem quer insiste em ficar, não é?

Várias pessoas puxaram o ar com força pela boca e encararam a cena se acreditar. Inclusive Charlotte, que parecia (finalmente!) sem palavras. Totalmente surpresa e imersa em pensamentos que a levavam para algum lugar bem distante de onde na verdade estava. Eu jamais conseguiria descobrir o que ela estava pensando naquele instante.

- Isso é algum tipo de piada? – Novamente Andrew decidiu que era um bom momento para me interromper. Aquilo estava começando a me irritar.

- Tem alguém aqui rindo, por caso? – Devolvi sem um pingo de vontade de prolongar meu diálogo com ele.

O cara assumiu a expressão de raiva e deixou que ela o tomasse por completo, tencionando seus músculos e me encarando com o mais puro ódio que tive o desprazer de presenciar.

- Ótimo, Niall, já entendi seu recado. Saia do time, não precisamos de você. – Eu o encarei por mais um segundo antes de virar as costas para ele, pouco ligando para o que dizia. – Não sabe como está sendo idiota por fazer isso. Tem noção do número de pessoas que fariam até mais do que você fez para fazer parte disso tudo? Mas foda-se, não é mesmo? Fique então com a vadia.

A frase foi absorvida bem lentamente por meu cérebro.

Sei que o insulto não foi direcionado a mim, mas naquele momento, eu estava pouco me importando com isso. A expressão de ofensa e mágoa que Charlotte fez foi o suficiente para eu me virar de novo para Andrew e então lhe acertar um soco bem no rosto.

Em seguida tudo aconteceu tão rápido que só mais tarde, depois do calor do momento, que eu pude compreender quão longe as coisas tinham chegado.

 

***

 

Não era possível escutar nada mais que os incansáveis gritos de “briga!, briga!, briga!” e ver um amontoado de gente em cima de Andrew e eu enquanto nós nos agredíamos fisicamente com várias tentativas de socos, cotoveladas e etc. A gravação estava tão ruim que  chegava a deixar tonto quem a assistia, porque era difícil focar em alguma coisa com tantos movimentos juntos.

A senhora Nichols então pausou o vídeo, provavelmente imaginando que para dois caras de olhos inchados e doloridos, aquilo não estava ajudando muito em nossa “recuperação”. Por fim nos encarou totalmente desgostosa. Possivelmente com raiva, porque batia o pé no chão tantas vezes seguidas, que até parecia um tique nervoso.

- Precisava mesmo disso tudo? – Ela perguntou. – Quantos anos vocês dois têm para fazer isso?

Eu ajeitei a bolsa de gelo na lateral do meu rosto e me recusei a olhar para Andrew e seu corte no supercílio.

Era a segunda vez que ela pedia que contássemos a história, como se quisesse que nos sentíssemos arrependidos.

Se ela esperava mesmo que eu fosse pedir desculpas a ele mesmo depois de ter chamado Charlotte de vadia, então todos poderíamos pegar sacos de dormir e acampar ali mesmo pelos próximos meses, porque eu não pediria nada.

Sim, claro que precisava daquilo tudo! Ela ainda tinha dúvidas daquilo? Eu não ia deixar que Andrew continuasse a fazer a vida de Charlotte um inferno, por que se não fosse por ele e a história de “provações” para entrar na porra do time, ela estaria lá, feliz, com o cabelo todo cheio de cor e ela toda cheia de vida, muito diferente do que estava hoje.

- Vocês deviam se envergonhar por esse comportamento! – A diretora voltou a falar para nós. – Acham bonito dois marmanjos desse tamanho, saírem aos socos e pontapés no meio do corredor da minha escola? E por quê? Por causa de uma garota?! Façam-me o favor, isso aqui não é filme de drama, não! Têm noção de quantas histórias ouvi dos alunos sobre esse último ocorrido? Nem parece que têm maturidade.

Imaginei que essa fosse a deixa para ficar quieto e fazer cara de cão sem dono, mas Andrew começou a falar tão rápido sobre o que achava da história toda, que mais parecia um narrador de futebol em minuto final do segundo tempo em Copa do Mundo. Eu mal conseguia entender o que ele dizia, só podia capitar partes essenciais como “aquela garota estúpida” ou “culpa dela isso tudo” e ainda “não fiz nada de errado, o culpado aí é ele”.

Então decidi me intrometer e falar junto dele também, afinal, ninguém ali era inocente. Mas caramba, ele querer dizer que não tinha feito nada era o cúmulo do absurdo!

- Chega vocês dois! – A diretora deixou uma pilha de livros cair sobre a mesa, fazendo aquele barulho ridiculamente alto e forte que ecoou por todo o ambiente, nos calando. – Pensam que eu estou de brincadeira aqui?

Ela estava tão vermelha que parecia que ia explodir. Achei mais seguro então me manter em silêncio.

- Os dois estão suspensos! – Ela decidiu, tão firme quanto uma juíza no tribunal. Andrew soltou uma espécie de grito misturado com um gemido. – Não querem resolver seus problemas, então não resolvam! Mas também não transformem minha escola num ringue de luta livre, entenderam?

- Mas se eu for suspenso perco o cargo no time! E eu sou capitão! – Andrew berrou e se levantou de repente, sentindo-se totalmente injustiçado.

- E acha que eu não sei disso, senhor Diaz? – A diretora o encarou, arqueando uma sobrancelha. – Fiquem longe um do outro. E quando digo longe, me refiro a vários e vários metros de distância. Se eu sequer vê-los trocando olhares e achar que estão se desentendendo, vão ganhar algo ainda pior que a suspensão.

- Mas...

- E repassem esse recado para o senhor James Pryor e para a senhorita Charlotte Avalon também. – Senhora Nichols continuou sem deixar que Andrew a interrompesse. – Eles podem não estar aqui agora, mas sei que estavam bem envolvidos nisso tudo. Estamos todos entendidos? Fui clara o suficiente?

Eu concordei totalmente calado enquanto esperava Andrew terminar seu chilique. Impressionante como aquele cara não conseguia parar de falar como uma criança mimada mesmo estando com o rosto todo machucado e já ferrado o suficiente para um dia.

Ele continuou ali por mais um tempo até que a diretora, de saco cheio, o mandou ficar quieto, e, para ser bem direto, praticamente nos mandou cair fora da escola dela pelos próximos três dias.

Quando saímos da sala dela depois do que pareceram ser intermináveis horas, apesar de estar todo dolorido e já imaginando a bronca iminente que eu receberia tanto da minha mãe, quanto do meu pai, não tive dúvidas de que havia feito a coisa certa.

Charlotte estava sentada na cadeira do lado de fora da sala me esperando. Josh estava lá com ela e James também. Esse último preferiu me dirigir um olhar ameaçador uma última vez antes de seguir com o amigo para o estacionamento. Era óbvio que esse não era o fim dessa tão nova rixa.

- Cara, como foi lá? – Josh se pronunciou primeiro.

- Ah, fui suspenso. Mas aparentemente está tudo ok. – Respondi.

Ele pareceu um pouco aliviado, porque afinal, não era uma expulsão. Então meu amigo trocou alguns olhares entre eu e minha vizinha, que ainda permanecia em silêncio no seu canto, e colocou a mão no meu ombro.

- Falo com você depois, ok? – Eu assenti e o vi sair dali e me deixar a sós com Charlotte.

Só depois de estarmos realmente sozinhos que ela se levantou e veio até mim.

- Foi suspenso?

- Fui sim. – Falei. – Só que podia ser pior, não é? Eu podia ter sido expulso ou então ter sido instruído a fazer trabalhos aqui dentro da escola, como limpar todos os banheiros e desentupir as privadas e pias.

A ex-garota dos cabelos coloridos soltou uma risada baixa. Me permiti sorrir também para acompanha-la, mas nenhum dos gestos durou muito. Logo nós dois já estávamos sérios de novo, até que ela soltou um suspiro e me olhou.

- Obrigada por me defender do que Andrew falou. E por ter, você sabe, falado a verdade para toda aquela gente. – Eu dei de ombros.

- Fiz a coisa certa. Não ia deixar você ficar levando uma fama que não tem. Muito menos deixar um canalha como Andrew te chamar de coisas que você não é.

Imaginei que ela fosse simplesmente agradecer mais uma vez e ir embora, mas Charlotte fez uma coisa que me surpreendeu além do normal. Ela me abraçou. Jogou seus braços sobre meus ombros e juntou nossos corpos num aperto confortável que fez eu coração acelerar e quase perder uma batida.

Acabei soltando um gemido de dor, porque ela esbarrou em um dos vários machucados recém-adquiridos meus, e por isso o contato não foi muito longo, logo ela se afastou.

- Me desculpa, não queria te machucar!

- Tá tudo bem, daqui a pouco passa. – Acabei rindo um pouco, mas não fui acompanhado por ela.

Talvez ela tenha percebido meu leve desconforto e por isso tentou mudar o foco da conversa:

- Quer dizer então que você saiu mesmo do time?

- Sim. – Falei. – Aquilo não ia acrescentar nada na minha vida, sabe?

- Mas e a reaproximação com seu pai que estava planejando e tudo mais? – Ela perguntou um tanto cautelosa.

- Acho que eu posso achar alguma outra coisa para compartilharmos.

Era verdade. Com tantas coisas para se fazer por aí, eu acharia alguma que o deixaria feliz e orgulhoso. Algum dia. Definitivamente, esse não era um problema. Eu daria um jeito mais cedo ou mais tarde.

- Sabe que Andrew e James não vão deixar nada por isso mesmo, certo?

Não, eles não deixariam. Alguma hora ou outra eles dariam um jeito de se vingar e fariam isso com o maior prazer. Era tão óbvio que até ela, que não estava aqui a sequer um mês, já tinha percebido isso.

- Sei, mas sinceramente eu não me importo. – Respondi despreocupado. – Eles que venham. Se precisar, vou fazer tudo de novo.

Achei que ela fosse falar mais alguma coisa, mas aparentemente Charlotte preferiu ficar me encarando por um tempo, observando todos os meus machucados pelo rosto e pensar no que eu havia lhe respondido. Comecei a ficar constrangido com o silêncio e também com a maneira que ela prendia seus olhos em mim e por fim acabei desviando toda minha atenção para meus pés, esperando pelo momento que ela diria ou faria algo.

- O que você disse era verdade, Nialler? 

Fechei os olhos com força e soltei um longo suspiro. Ela ainda tinha dúvidas de alguma coisa?

- Foi sim tudo verdade.  – Confirmei. – Desde a parte em que disse que me sinto um babaca pelo a que fiz até a parte em que disse que estou apaixonado por você.

Ela fez menção de dizer algo, mas a interrompi antes que isso acontecesse. Ela precisava perceber que eu estava sendo totalmente sincero no que falava.

- Olha, eu realmente falei sério quando disse que você não sai da minha cabeça. Aquele dia quando você falou que eu era diferente e que definitivamente era algo bom, tudo mudou. – Continuei. – Acho que foi a forma como você me olhou, não sei, mas eu soube que eu gostava de você. 

- Você está dizendo qu...

- Estou dizendo que naquela tarde, quando você estava lá a apenas um batimento cardíaco de distância e olhou para mim, eu soube que devia ter pegado a chance e te beijado. – Repeti. – Mesmo que eu estivesse segurando aquele esfregão horroroso e Spike estivesse bem entre a gente, eu devia ter tomado uma atitude, mas fiquei lá parado vendo você ir embora com aquele sorrisinho no rosto. E aí cheguei a escola depois pronto para dizer tudo isso, mas você me interrompeu perguntando se eu estava enjoado, porque muito provavelmente eu estava verde de medo e receio, e, de novo fiquei sem fazer nada.

Ela acabou rindo abertamente, como se realmente fosse engraçado ouvir eu contando todas as minhas frustrações, mas continuou ali, bem na minha frente sem dizer uma palavra, dando a entender que queria me ouvir falar ainda mais.

- Sério. – Me arrisquei a continuar. – Se eu pudesse repetir, eu nunca teria deixado você ir.

O sorriso antes formado por sua risada, foi gradualmente crescendo em seu rosto até alcançar seus olhos. Eu podia jurar que havia um brilho novo neles, porém corria seriamente o risco de estar vendo coisas por causa do latejar intenso na minha cabeça.

- Então não me deixe. – Ela falou. – Não me deixe ir.

Me cérebro, lento, demorou a compreender o que ela dizia. Devo ter ficado a com cara de quem não acredita no que ouve, porque ela cruzou os braços e falou:

- Vai ficar aí parado me olhando assim ou vai fazer alguma coisa?

- O que quer dizer?

- Sério, Nialler. – Ela disse com ar sarcástico. – Às vezes acho que Spike é mais inteligente que você.

Eu continuei completamente parado, sabendo perfeitamente onde ela queria chegar, mas não resisti a vontade de me fazer de idiota e fingir que não entendia nada apenas para vê-la irritada.

Charlotte revirou os olhos, mas não desistiu de explicar:

- Olha só, eu te perdoo. Mas se você continuar aí me encarando com essa cara de sonso sem fazer absolutamente nada, eu juro por todas as coisas do mundo que eu vou virar as costas, sair andando e voc...

E finalmente, depois de tantos problemas, de tantas confusões e situações totalmente ruins e esquisitas, eu pude finalmente sentir seus lábios sobre os meus. Eu queria dizer que o beijo a surpreendeu como que gostaria que tivesse sido, mas sinceramente acho que ela estava esperando que eu fizesse isso o tempo todo.

- Se eu soubesse que isso ia ser tão bom, já teria feito há muito tempo. – Acabei falando depois que nos distanciamos.

Minha vizinha sorriu, passou a mão por meu rosto levemente e comentou:

- E devia mesmo ter feito antes. – Ela falou petulante quando se inclinou para mim de novo. – Mas afinal, você mostrou realmente querer ficar, não é?

Eu arqueei uma sobrancelha e ergui um dos cantos da boca.

- Quer dizer que então estamos juntos?

- Não sei, estamos?

- Bom, eu espero que sim. – Falei. – Se não for por mim, então pelo menos por Spike. Ele já não consegue ficar longe de você.

Charlotte gargalhou, seus olhos ainda nos meus.

- Igual o dono dele? – Ela me provocou.

- É, mais ou menos isso mesmo.

- Então é bom fazermos um acordo. – Charlotte começou. – Sem mais mentiras, boatos ou qualquer outra coisa do gênero. Se acontecer, não haverão segundas chances.

- Prometo. – Respondi. – Mas você também precisa prometer que vai voltar ao que era antes.

- Como assim?

- Suas roupas. Eu adorava elas! E aquele piercing que não era piercing de verdade. E seu cabelo. Está lindo assim, mas você não parece a mesma sem as cores nele.

- Tudo bem, prometo. – Ela falou sem pensar muito de fato. – Admito que prefiro ele colorido. Até deixo escolher a cor, se quiser.

Passei a mão por seus cabelos, ou o que sobrava deles, e acabei soltando uma gargalhada por perceber a pressa dela de voltar ao diferente de sempre.

Parecia que finalmente as coisas começavam a se encaixar. De uma forma estranha só para não perder o costume, mas era o que parecia. Só que talvez, só talvez, fosse cedo demais para dizer qualquer coisa. Quem saberia o que podia vir logo em seguida? É, a vida tem dessas. Que bela confusão nós fizemos desde o começo.

- Então estamos de acordo, Lottie?

- É bom fazer valer a pena o meu perdão, Nialler.

- Pode acreditar, vai valer cada segundo.

 


Notas Finais


Mais uma história finalizada, pessoal! Espero que tenham gostado desse conto colegial adolescente, inspirado na música 5 Colours in Her Hair - McFly. Comentem aí o que acharam!
Beijos e até a próxima!

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