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História What if I said? - Panic


Escrita por: oh_anaju

Notas do Autor


tá uma merda mas é isto

Capítulo 29 - Panic


Jimin

Mais uma vez de volta a vida rotineira.

Escrevo os artigos do dia, mas dessa vez não parece tão ruim e cansativo como de costume. Acho que eu me sinto melhor ultimamente.

Por isso as coisas parecem mais agradáveis. Quando estamos bem com nós mesmos, tudo flui melhor.

Já eram quase seis horas da tarde, e era minha hora de sair. Não iria ficar até tarde como fazia antes. Não tenho motivo para me prender aqui.

A sensação de liberdade é a melhor coisa do mundo. Me sinto confortável com a minha vida, após muito tempo me sentindo apenas mal.

Bem... nem tudo está perfeito ou como eu esperava, mas em um geral, posso dizer que estou ok.

Entrego os relatórios a secretária do Sr. Kang, e pego o elevador até o térreo. Deslizo a mão pelos cabelos, pensando em tingi-los novamente.

Pensaria nisso no caminho, enquanto ando até o hotel. Como estou "morando" perto do trabalho, achei justo vir a pé hoje. Respirar, mesmo que o ar seja um tanto poluído e longe de ser puro, mas ao menos poder observar a vida em si sem estar dentro de um carro.

Mas assim que as portas automáticas da recepção se abrem, tenho uma surpresa um tanto desagradável.

Estava chovendo de novo.

- Ah não... - verifico ao redor.

Eu até poderia ir correndo, mas chegaria encharcado. Não estou com disposição pra pegar uma gripe, então o jeito seria esperar.

Apoio as costas na parede do prédio e fecho os olhos por alguns segundos. Já estava escurecendo, e se continuasse assim teria de pegar um táxi.

Pagar um táxi para andar três quadras.

Minha vida me surpreende as vezes, e não é de uma forma positiva.

Um carro escuro estaciona bem na minha frente, e o vidro desce.

Assim que vejo a pessoa ali dentro, minhas entranhas reviram e sinto uma vontade súbita de vomitar.

- Oi Jimin. - Seu sorriso cínico e nojento.

Não respondo nada, mas fico paralizado.

É o medo tomando conta de mim aos poucos.

É assim, como sempre foi. Vou paralizar e ficar quieto. Ele pode tentar qualquer coisa comigo.

- Quer uma carona? Está chovendo.

- Não, obrigado. - Respondo com grande dificuldade.

- Tem certeza? - seus olhos me correm de cima a baixo. - Onde está seu carro?

- Eu vim a pé. Não sabia que ia chover. - Por que diabos eu estou dando satisfações sobre a minha vida?

- Você é tão desatento... - Nam Il sorri e sinto vontade de arrebentar todos os seus dentes. - É por isso que eu cuidava de você. Ainda pode ser assim se você quiser.

Viro o rosto e não respondo nada.

Minhas mãos estavan tremendo.

É por isso que eu cuidava de você.

- A chuva não vai parar. Entre logo no carro. - Sua voz soa autoritária, mas me recuso a obedecer.

- Já disse que não precisa. Eu vou esperar.

- Pare de ser tão teimoso. Só vou te levar até onde você mora. Só precisa me indicar o caminho.

- Eu vou chamar um táxi. - Tento tirar o celular do bolso, apesar de minhas mãos não quererem obedecer o comando.

Queria tanto que ele fosse embora. Que me deixasse em paz.

Por que estava fazendo isso comigo?

Por que fez aquilo comigo?

- Vai ligar para JungKook. - Não é uma pergunta, mas uma afirmação acomoanhada de um tom ácido. - Eu sei que estão juntos. Você não ia perder a chance de agarrá-lo.

Tento um número qualquer de táxi, mas não funciona.

Não ligaria para JungKook. Ele não precisava se meter de novo nisso e acabar em uma briga. Eu o conheço, e ele iria atrás de Nam Il apenas pelo prazer de socar a cara dele, mas eu não queria isso.

- Tudo isso é medo de acabar sozinho Jimin? - Nam Il retoma a fala. - JungKook foi o único capaz de te aceitar além de mim?

- Pare com isso. - Peço, enquanto tento outro número.

- A verdade dói, Jimin? - ele ri. - Ou ele também não te aceitou? É por isso que está morando sozinho? Ele ta mandou embora? - suas gargalhadas são altas. - Volte logo pra mim e pare de fugir.

- Cale a merda da boca! - grito em um surto, mas ele continua rindo, nem um pouco afetado. - Eu só quero que me deixe sozinho, por favor. O que eu fiz pra você?

- Você já está sozinho Jimin. Olhe a sua volta. Onde está JungKook? 

Estou chorando, o que me prova ainda mais fraco, e ele finalmente desiste das provocações.

Fecha o vidro e vai embora, espirrando a água do asfalto em minhas roupas.

Decido sair dali assim que seu carro se distancia o suficiente. Não queria que ele soubesse para que lado eu estava morando. Estava com medo.

A chuva já não me importava, e a água se misturava as minhas lágrimas.

O que eu fiz a ele para que me tratasse assim?

Por que faz isso comigo Nam Il?

E se as coisas que ele disse forem verdade?

Mesmo sabendo que não são, mesmo tendo conversado sobre isso com a terapeuta, meu cérebro não para de pensar nisso.

E se ele estiver certo?

Talvez um dia JungKook olhe pra mim e se canse de sempre me ver chorando e reclamando.

Ele vai arrumar as coisas, e vai viajar. Não vai voltar mais pra mim. Eu vou ficar totalmente sozinho, ninguém mais vai lembrar de mim. Ninguém mais vai se importar.

Talvez ele esteja indo agora mesmo, e você nem sabe.

Meu inconsciente grita.

- Pare de pensar nisso... - peço a mim mesmo, embora pareça loucura.

E se Nam Il estiver atrás de você? Melhor verificar.

Olho para trás e constato que não estava sendo seguido. Todos os carros de tonalidade escura me assustam, e os observo com atenção.

O caminho para o hotel parece inalcançável, e meus pulmões se comprimem. É a pior crise de pânico que já tive na vida.

Quando finalmente consigo entrar no quarto, tranco a porta e sento no chão. A roupa e os cabelos pingando um pouco.

Tento respirar mais devagar, mas é difícil.

Não quero ficar sozinho. Tenho medo de ficar sozinho.

Ligo para JungKook em um ato inconsciente, pra me certificar de que ele não foi embora. Levo séculos para encontrar os números certos a serem discados.

- Oi anjo. - Sua voz me faz sentir um pouco aliviado, mas ainda assim é difícil.

- Você... v-você ainda está aqui? - pergunto tentando respirar.

- O quê?

- Aqui. Não foi embora, certo?

- Jiminnie, você bebeu? - seu tom é agora metade preocupado. - Não estou entendendo.

- Você está na cidade? É só disso que preciso saber. Por favor.

- É claro que sim. Onde mais eu estaria?

Uma nova onda de choro me invade, e não consigo falar nem desligar a ligação.

- Você está chorando? 

Ele ao menos não foi embora.

- Jimin, onde você está?

- No quarto. - Respondo devagar.

- O que aconteceu?

- Eu... só... - puxo os cabelos com força. Meu peito estava doendo. - Eu estou com medo JungKook.

- Medo de que? 

- Não sei. De ficar sozinho. - Consigo controlar o choro um pouco, mas soluço e suspiro com frequência. - Não quero ficar sozinho. 

- Jimin, tente respirar e me contar devagar o que aconteceu. Pra eu saber como te ajudar.

- Eu não consigo. Estou com medo. Minha cabeça vai explodir.

- Estou indo até aí agora. Aguente um pouquinho, tudo bem?

Não respondo nada, e deixo que ele desligue a chamada. Permaneço no mesmo lugar, esperando como ele pediu.

- - - -

Quando ouço batidas na porta, apenas levanto o braço para abrir, mas continuo sentado no chão.

Vejo JungKook entrando no quarto, o que me causa um alívio imenso. Finalmente solto o ar que prendia nos pulmões há sei lá quanto tempo.

Ele fecha a porta e se agacha a minha altura, com os olhos arregalados. 

- Por deus Jimin, o que aconteceu? - Sua mão toca meu rosto. - Por que está molhado assim?

- Eu peguei chuva voltando do trabalho. Pensei que seria bom ir a pé hoje, mas eu não sabia que iria chover.

- O que mais aconteceu? 

- Ele me viu. Hoje. Eu estava lá e aí ele veio.

- Ele quem, Minnie?

- Nam Il. - Dizer seu nome é como engolir uma pedra.

- Nam Il? - Seu tom passa para indignado e percebo o quão irritado ele está. - O que ele fez dessa vez?

- Nada. Só... ele ficou falando comigo. Foi tão horrível.

- O que ele te disse?

- Coisas... - não gosto de lembrar. - Coisas que ele me dizia antes e disse de novo. Eu fiquei com medo. Achei que ele fosse fazer alguma coisa...

- Ele encostou em você? - JungKook fica mais furioso a cada palavra.

- Não. Ele não desceu do carro. Mas eu fiquei com medo. Me desculpa.

- Desculpa por que, Jimin? Não tem que se desculpar.

- Fiz você vir aqui. Entrei em uma crise. E ele nem encostou em mim. Mas fiquei com medo que fizesse de novo. Que me obrigasse a coisas que eu não queria, que batesse em mim.

No segundo seguinte, sinto seus braços ao meu redor, e deixo que ele me abrace.

Me sinto seguro de novo, e a sensação ruim alivia ao poucos. 

Ele me segura até que minha respiração volte ao normal e eu consiga raciocinar direito.

- É a minha obrigação estar aqui. - Ele fala ao final. - E eu vou sempre estar aqui.

- Não vá embora, por favor. - Peço me agarrando as suas roupas.

- Nunca vou embora. Te prometi isso, e nunca vou ser capaz de descumprir. 

Nos beijamos lentamente, nossas testas unidas. 

- Eu te amo e nunca vou sair daqui. 

- Obrigado por tudo. Por vir até aqui, e por me ajudar quando eu preciso. Eu te amo muito, JungKookie.

Ele apenas sorri diante do comentário e aperta minha bochecha.

Me sinto tão protegido e amado ao seu lado.

 

- Tome um banho e tire essas roupas molhadas antes que fique doente. Você vem pra casa comigo hoje.


Notas Finais


to me sentindo um lixo inútil e fracassada

talvez pq eu sou (???)


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