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História What if I said? - Mom?


Escrita por: oh_anaju

Capítulo 46 - Mom?


Jimin

Acordo de sobressalto na manhã seguinte quando o despertador do celular de JungKook começa a tocar desesperadamente.

- Puta que pariu. - Ele xinga procurando o aparelho, e eu o ajudo.

Avisto o mesmo no chão, ao lado da sua calça que estava aos pés da cama.

Levanto para desligar aquele barulho terrível, e deito de volta embaixo das cobertas, pois estava frio.

- Da próxima vez que deixar o celular longe e ativado pra despertar, eu juro que enfio na sua boca. - Reclamo ainda com o coração disparado.

JungKook não responde nada, mas me puxa pela cintura e ouço sua risada próxima ao meu ouvido. Ele beija o topo da minha cabeça e me aperta um pouco mais.

- Adoro esse seu bom humor matinal. - O tom rouco pelo sono me faz esquecer instantaneamente de que estava bravo segundos atrás.

- Eu me assustei. Não tem graça. - Um bico se forma em meus lábios, e sinto seu peito nu em contado com as minhas costas.

Ambas as peles quentes, em um abraço carinhoso.

- Desculpa. - Seu polegar faz carinho em meu braço. - Eu também me assustei... - ele admite.

- Belo jeito de acordar depois de uma noite daquelas. - Sorrio diante da lembrança.

Sinto seu peito se movendo conforme ele deixa uma risada escapar.

- Foi mesmo muito bom. 

- Isso é porque não é você que tá todo dolorido. - E embora eu ria diante do que digo, falava a verdade.

Na hora eu sempre acabo me empolgando, e esqueço que existe um dia seguinte. Hoje por exemplo eu precisava sair pra trabalhar e não tinha forças nem pra levantar da cama.

E só de pensar em sair de casa pra trabalhar já me bate um desespero.

- Tá querendo dizer então que foi ruim? - ele finge um tom de ofensa, e eu faço carinho em sua mão, a que estava encostada em meu abdomen.

- Claro que não. Transar amarrado foi definitivamente a melhor ideia que você já teve até hoje. De verdade.

Ele emite uma gargalhada alta, a qual eu apenas aprecio. Amava aquele som mais do que qualquer coisa.

O celular desperta outra vez, e eu resmungo.

- Não quero levantar... - suspiro. - Nem ir trabalhar. Será que a gente pode ficar aqui?

- Bem que eu queria... mas tem um photoshoot hoje pra aquela marca nova de roupas e eu preciso ir.

Concordo conformado com a realidade, sabendo que o dia seria bem longo.

Eu também precisava resolver milhões de coisas. Correr atrás de documentos e assinaturas e liberar umas fotos para a publicação.

- Que hora você acha que termina? - ele pergunta enquanto verifica as redes sociais no celular e eu levanto finalmente, indo em direção ao banheiro para tomar um banho e me arrumar.

- Acho que já vou estar em casa até as cinco. E você?

- Não. - Se encolhe um pouco mais nos cobertores, largando o celular e me olhando com aquela carinha fofa.

As vezes queria bater na cara dele pra deixar de ser fofo e pra eu parar de me apaixonar.

- Você bem que podia ir até lá pra me esperar... - me lança um olhar pidão e sei que vou acabar cedendo, como sempre. - Aí a gente pode ir jantar juntos em um lugar legal. 

- Eu não sei... - penso sobre o frio que estaria a noite. A temperatura estava prometendo cair. 

- Por favor... vai mesmo negar isso ao seu melhor namorado do mundo? 

- Aish... você joga sujo, sabia? - junto sua blusa que estava no chão e jogo nele. - Tá bom. Eu vou.

- - - -

Acabo tão atolado em pilhas e pilhas de papéis que nem vejo a hora passar. 

Finalizo a última ligação exatamente as cinco horas. Levei meia hora a mais do que pensei que seria necessário.

O local onde as fotografias estavam sendo feitas ficavam a meia hora dali, e eu já chegaria no final.

Não valia muito a pena gastar o combustível, e eu estava prestes a ligar para JungKook e dizer que iria esperar em casa, mas lembrei que ele estava sem carro.

Como havíamos combinado de sair depois de lá, eu o deixei no lugar com o meu carro, e agora precisava buscá-lo.

Preciso enfim dirigir até lá, então paro no caminho para comprar café para nós dois. 

Eu já sabia qual era o seu favorito. O mesmo de sempre, desde o ensino médio, quando eu tentei fazer ele provar o meu favorito e ele afirmou ser horrível.

Essa era uma das poucas coisas com as quais jamais concordaríamos. Café.

Parecia bobo, mas eu ainda lembrava disso.

Existem tantos pequenos detalhes sobre nós dois que eu nunca sou capaz de esquecer. Eles simplesmente se recusam a sair da minha memória.

Lembro do seu sorriso hoje cedo quando o deixei no trabalho, e lembro de ter pensado sobre como havia uma mecha do seu cabelo que estava fora do lugar. Não tive tempo de avisar, pois estávamos atrasados.

Perdemos tempo demais nos enrolando em casa, e depois perdemos ainda mais tempo nos beijando dentro do carro, com os vidro fechados e o aquecedor ligado.

Seu lábios vermelhinhos o denunciariam, e havia uma mancha roxa em seu pescoço que ele habilidosamente escondeu usando uma blusa com a gola alta.

Desligo o carro quando chego, estacionado na mesma vaga.

Estava prestes a pegar nossos cafés e descer do carro quando meu celular toca.

Meu coração falha e o mundo todo paralisa por um tempo longo demais.

Isso estava mesmo acontecendo ou eu é quem estava enlouquecendo?

Finalmente pego o aparelho em mãos e deslizo o botão de chamadas.

- Alô? - falo tentando não deixar a voz vacilar.

- Jimin? - aquela voz tão característica.

As vezes eu esquecia de como sentia saudades dela.

Mas também lembrava de coisas tão ruins ao ouvi-la e ficava dividido entre o amor e a agonia.

- Mãe? É você mesma? - pergunto ainda sem acreditar.

- É... sim. Sou eu.

Sinto um nó na garganta e nem sei mais como seguir com aquele diálogo. Eu deveria desligar. Talvez fosse mais fácil assim, pra nós dois.

Mas eu não podia. Não conseguia. E nem queria.

Queria poder dizer que a amava, independente de tudo. Mesmo com aquilo tudo, era a minha omma.

Era a mulher mais bonita do mundo. A do abraço mais quentinho. Dos biscoitos de chocolate. Do perfume de cerejeira.

- Aconteceu alguma coisa? - retomo finalmente o ar.

Não tenho coragem de dizer tudo aquilo a ela.

- Você está aqui, não é? - ela pergunta. Pela primeira vez em muito tempo, ela não tenta me atingir. Não está gritando. Só conversando.

- Onde?

- Em Busan. Perto de mim. Não está?

Merda.

Logo que viemos embora pra cá eu pensava nisso. Mas com o passar dos dias fui deixando de lado.

Porém, era verdade. E eu ainda sabia onde moravam, mas nem sequer cruzei perto da porta. Eu tinha medo da reação deles.

Depois daquilo tudo.

- Sim. Estou. - Admito um tanto envergonhado.

Depois que fui embora, nunca mais tinha voltado pra cá. Sempre busquei distância.

Mas o destino tem umas coisas muito malucas.

- Ah... - ouço ela suspirar. Parecia nervosa.

- Quem te contou? - pergunto de repente, como se fosse óbvio sentir curiosidade por isso.

- Nossa família toda ainda mora aqui. - Ela admite em um tom vago. - Seu irmão viu você, e eu não acreditei. Mas liguei para SeokJin, e ele me contou.

- Ah... é. - Nossas conversas sempre seguiam essa linha esquisita.

Eu também não lembrava dos detalhes anteriores.

Meu irmão tem um consultório no centro da cidade. Ele sempre foi o perfeiro entre nós dois.

Ele é dentista. Se formou há cinco anos. Abriu aquele consultório caro e bonito, se casou e deu os quatro netos perfeito e preciosos para "completar a família".

E eu fui... só... dispensado dessa parte da história. Recebi o convite para o jantar de inauguração, mas eu sabia que ninguém me queria ali de verdade, então não fui.

Meu pai disse que nunca mais queria que eu voltasse pra perto antes de estar "ciente e recuperado". 

Quanto a SeokJin, eu me esqueci que minha mãe conhecia ele. Aconteceram algumas coisas ao longo dos anos que acabaram fazendo com que se conhecessem.

- Onde você está morando? - questiona, agora curiosa. - Por que mudou de emprego? Está tudo bem com você?

- Está, sim. Eu só... - pensei em inventar uma história mirabolante, mas não havia tempo.

Afinal, por que mentir? Não faria diferença se ela soubesse da verdade. Não faria com que me amasse mais, e nem menos.

- Estou morando com JungKook. - Dizer aquilo é como tirar um peso dos ombros. Não precisar esconder nosso relacionamento como fiz com Nam Il por tanto tempo. - Nós estamos morando em um apartamento perto da praia. Eu pedi transferência, e agora trabalho da revista daqui.

O silêncio que se segue é um tanto quanto assustador.

Achei que ela diria algo do tipo "então essa bobagem de namorar com homens ainda não terminou?". 

Mas não é isso que ela diz.

- Quem é JungKook? - de repente, ela parece interessada demais na minha vida, e começo a desconfiar.

- O JungKook, mãe. Os Jeon. No final da rua. Eles não moram mais aí tem alguns anos. Meu amigo do colégio.

- Ah! - ela parece surpresa, e então há silêncio de novo. - Eles eram pessoas legais. Eu gostava da mãe dele. Vocês dois... ele é... é alguma coisa seu?

Giro a aliança em meu dedo.

O café nos copos já estava frio. 

- Nós estamos namorando, mãe. 

Mesmo sem olhar pra ela, conheço sua expressão. 

Deveria estar morrendo do coração.

- E Nam Il?

Aquilo gela minha espinha, e não me sinto nem um pouco confortável para relatar aquilo tudo a ela.

Além do mais, já sei o que ela diria. A culpa daquilo tudo é porque eu era gay.

Se fosse uma pessoa correta, aquilo jamais teria acontecido. Nam Il era um psicopata porque era gay.

- Aconteceram... coisas. Entre nós dois. Não quero falar sobre isso.

- Tudo bem. - Ela suspira com pesar, e eu sei que algo está errado.

Fazia quase um ano que ela não me ligava. No natal passado, ela mandou um cartão.

Dizia "Feliz Natal.  - Park Hyelin"

Não havia nenhuma foto ou presente. Só isso escrito e mais nada.

- Mãe. - Chamo.

Ela estava chorando.

- Omma, o que aconteceu? - sinto meu coração disparado, pulsando em meus ouvidos.

- Você acha que pode vir nos v-visitar?

Meu cérebro se esvazia nesse instante.

Se eu acho que o quê?

- Por que? - é a coisa que pergunto. - Por que isso de repente? - jogo na defensiva.

- Jimin... - ela funga. - Seu pai está no hospital. As coisas não estão bem. Eu quero conversar com você. Ele quer conversar. 

Não lembro direito do que acontece em seguida.

Ela fala algo sobre meses restantes.

Sobre diagnósticos médicos. Medicamentos e números.

E eu acho que confirmo minha ida até lá.

Não sei quanto tempo passei ali. Talvez uma hora.

Olhando fixamente pelo para brisa, sem saber que reação deveria ter.

Minha mãe já havia desligado quando vejo JungKook saindo do estúdio e procurando o carro com o olhar. Seus cabelos reviram com o vento, e ele ri enquanto se despede de alguém.

Ele sorri em diração a mim quando avista o carro a poucos metros de onde estava, mas eu não consigo sorrir também.

Tudo o que consigo fazer assim que o vejo ali - o meu porto seguro, a única pessoa em quem confio e sei que posso mostrar minhas preocupações - começo a chorar.

Seu sorriso some e ele anda em passos rápidos até o carro.

O abraço de forma desajeitada, e ele retribui afagando meus cabelos e minhas costas, sem questionar.

Apenas me deixa chorar até que eu consiga dizer alguma coisa coerente, enquanto ele tenta limpar meu rosto.

- Minha mãe me ligou, JungKook.


Notas Finais


É isto.

Coisas interessantes estão por vir aaa


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