História What if I said? - So cute...

Jimin

Nos sentamos todos a mesa da cozinha, e eu observo a cena em silêncio por um tempo.

Ainda era tão irreal pra mim que isso estivesse mesmo acontecendo.

Meu irmão ajudava os filhos com a comida, e minha mãe também. Ela parecia ser uma avó bastante presente na criação deles.

JungKook estava ao meu lado, com o queixo apoiado sobre o cotovelo, admirando tudo com um sorrinho fofo.

Meu coração apertava, tamanha felicidade.

Mais cedo quando o vi brincando daquele jeito com Kwang, rindo e sentado no balanço, eu imaginei como seria se tivéssemos a nossa família.

Ainda era um assunto no qual não costumávamos tocar, e estava um pouco distante de acontecer. Mas ele me fez a proposta uma vez.

Eu consigo imaginá-lo fazendo isso. Me ajudando a cuidar da nossa própria casa. Brincando com os nossos filhos. Era uma visão bastante ilusória, por assim dizer. 

Não sabia dizer se isso de fato aconteceria algum dia, mas fico satisfeito em imaginar.

Seguro a sua outra mão por impulso, a que estava em sua perna. Ele volta a atenção para mim, e eu rio baixinho.

Mesmo sem entender, ele aperta minha mão também.

- Vocês não vão comer? - minha mãe pergunta nos despertando de nosso mundinho particular.

- Ah, vamos sim. - Eu digo. 

Coloco café em nossas xícaras, e ele agradece em um murmúrio.

- Tudo bem, JungKook? - minha mãe pergunta, dirigindo uma das primeiras frases a ele no dia de hoje.

- A-ah... tudo. - Ele é pego desprevenido, e eu percebo que está com vergonha.

Vê-lo envergonhado é definitivamente uma das minhas coisas favoritas no mundo. Ele parece até outra pessoa.

- Posso te servir um pedaço de bolo? - ela oferece e ele assente.

- Pode. Claro. Por favor.

Sua perna está tremendo embaixo da mesa, em uma daquelas descargas de ansiedade. Eu não consigo segurar uma risada, e ele parece indignado.

- O que foi? - ele me pergunta, e eu cubro a boca com a mão até conseguir parar de rir.

- Minha mãe não vai te morder. - Digo não baixo o suficiente, e ela acaba ouvindo.

- Está com medo de mim? - ela pergunta, parecendo um tanto surpresa. 

- N-não! - ele tenta se explicar, e pede desculpas. - Obrigado, Jimin. - Bufa extremamente vermelho.

- Ai meu deus... - tomo sua mão de volta. - O JungKook é um pouco ansioso. Ele está nervoso sim, e eu sei o quanto deve ser difícil. Você poderia ser bem querida com ele, pra ele perceber que gostou dele de verdade, como me disse antes? - eu peço a minha mãe.

- Não, não, não. - Jeon começa imediatamente a se explicar. - Sra. Hyelin, a senhora já está sendo muito incrível. Recebendo a gente e tudo. É sério.

- Tudo bem, JungKook. Eu não estou ofendida. - Ela o esboça um sorriso sincero, e coloca um prato com bolo a sua frente. - Jimin me disse que você estava um tanto inseguro, e eu entendo. Também fiquei assim quando conheci meus sogros pela primeira vez.

Quando a ouvi entitulando a si mesma como sendo a sogra dele, pensei que fosse explodir.

Podia parecer ridículo, mas era fantástico.

Agora ele era oficialmente parte da família.

- Obrigado. - Ele diz, se referindo a comida ou as palavras dela. Eu já nem sabia mais.

Eun chama a atenção de minha mãe, e eu acaricio seus cabelos.

- Tudo bem. - Eu digo baixinho. - Ela gostou de você de verdade, tá?

- Mesmo? Tem certeza? - ele me olha e eu controlo a vontade de beijá-lo.

- Claro que tenho. Ela me disse. - Pisco um olho para ele, que suspira mais aliviado. 

Pego o seu garfo e como um pedaço do bolo que estava em seu prato, e ele protesta.

- Ya! - ouço sua risadinha. - Por que você sempre rouba a minha comida?

- Porque você sempre demora pra comer. - Dou de ombros, e volto a atenção para meu irmão que estava me chamando. 

- - - - 

Depois que JungKook insiste em ajudar minha mãe a limpar a cozinha, nos sentamos todos na sala.

Eu e minha mãe lado a lado no sofá, Dong Sun com um Eun dorminhoco em seus braços, Jihyo assistindo um desenho na televisão e JungKook no tapete, com Kwang entre suas pernas.

- Meu deus, Kwang está fixado no seu nam... - minha mãe começa mas se interrompe. - Ele não larga mais de JungKook desde que chegaram!

- Ele é sempre assim? - pergunto.

- Na verdade não. - É Dong Sun que responde. - Ele é geralmente bastante retraído.

- Por isso se deu bem com JungKook. - Eu constato. - São até bem parecidos.

- É mesmo. - É a vez de Kwang se manifestar. Ele brincava com os dedos de JungKook, como se estivesse alheio a conversa. Mas é claro que não estava. Crianças ouvem tudo pra jogar na sua cara mais tarde. - Ele prometeu que vai me ensinar a tirar fotos, sabia?

- É mesmo? - pergunto mais para Jeon do que para o garotinho entre suas pernas. - Que fofo...

- Precisamos pedir pro seu pai. - Ele finge cochichar no ouvido de Kwang, mas todos escutamos.

- Appa, posso? - ele pede.

Todos nós rimos, e Dong Sun obviamente concorda.

- Estou ficando com ciúmes, sabia? - digo. - Eu é que sumo por anos, e todo mundo só quer saber do JungKook. - Cruzo os braços, e minha mãe ri ao meu lado.

Foi bastante inesperado o abraço que recebo dela em seguida, mas apoio minha cabeça na sua, aproveitando o carinho.

- Eu gostei muito de você também, tio Jimin. Mas tio JungKook me levou no balanço, e você não.

- Então é esse tipo de chantagem que você ensina ao seu filho, hein Sun? - digo boquiaberto, e ele apenas ri.

- Era assim que eu te convencia a me fazer os favores.

- É, eu me lembro muito bem. - Falo em tom de mágoa, mas todos sabíamos que era brincadeira.

- Eu te ajudava a fazer as tarefas da escola, então não reclame.

- Era sua obrigação. Você é o mais velho. - Acuso histericamente, enquanto todo mundo ri.

Mas o ambiente começa a se acalmar aos poucos, até que Jihyo acaba dormindo em frente a TV. Eun já estava na décima dimensão nos braços do pai, e Kwang dormia com a cabeça nas pernas de JungKook, que brincava com seus cabelos.

- Tá todo mundo com sono. É melhor a gente ir embora. - Me pronuncio e troco um olhar com Jeon, que concorda.

- Ah, não... - minha mãe protesta. - Seu quarto ainda está aqui.

Arregalo os olhos diante de toda aquela afetividade, e me distancio um pouco dela.

- Tá tudo bem com você? - ergo uma sobrancelha.

Ela me dá um tapa, me fazendo reclamar enquanto Dong Sun e JungKook tentam rir sem fazer barulho.

- Achei que você já tivesse superado. - Ela diz.

Dong Sun levanta do sofá, ainda segurando Eun.

- Eu vou colocá-lo no carro, e volto buscar Jihyo e Kwang. Nós também já vamos. - Ele diz procurando a chave do veículo.

- Eu levo ele. - JungKook diz se referindo ao garoto dorminhoco em suas pernas. - E Jihyo também.

Eu o ajudo a levantar do chão, e ele segura Kwang com tanto cuidado e carinho que sinto vontade de chorar.

- Eu levo a Jihyo. - Digo. - Você não vai conseguir levar os dois. 

Ele levanta uma sobrancelha em tom de desafio, e eu sorrio. Ele adorava poder provar que eu estava errado.

- Quem disse que não?

- Ah é? Então tá bom... se você diz.

Ele vai até a poltrona onde a garotinha dormia a sono solto, enquanto eu e minha mãe observávamos. Meu irmão já estava lá fora abrindo o carro.

- Ei... Jihyo... - ele chama baixinho. - Consegue segurar no meu pescoço? - pergunta se curvando.

Ela esfrega os olhos, mas ele parece surpreso quando ela simplesmente levanta de onde estava, mas ainda tonta de sono.

- Eu vou andando.

JungKook me olha e eu faço o maior esforço para não rir da sua cara. Jihyo 1 × 0 JungKook.

- Quer segurar minha mão? - ele oferece e ela aceita, mais dormindo do que acordada.

Me despeço de minha mãe na porta com um abraço, e Jeon também se despede como pode.

Vamos até o carro, onde Dong Sun esperava. Ele primeiro coloca Jihyo no carro, e eu espero junto de JungKook.

Kwang estava agarrado a ele feito um coala, e eu faço carinho em sua bochecha quentinha. Era mesmo muito fofo.

- Vocês ficaram tão fofos juntos. - Eu comento ainda observando aquele garotinho tão pequeno e tão terrível.

Acho que ele herdou de mim a mania de não conseguir ficar quieto.

- Minnie, a gente precisa arrumar um igual. - Ele fala, enquanto o abraça com mais força. - É muito fofo. Eu não quero deixar ir embora.

- Aish... agora tenho que aguentar mais esse drama. - Suspiro e sorrimos um para o outro. - Final de semana que vem a gente se vê de novo.

- Você não tá entendendo. Ele quer aprender a tirar fotos. Kwang é o amor da minha vida.

- Fui trocado por um pirralhinho de cinco anos? - Coloco uma mão na cintura, e faço uma expressão indignada.

- Talvez...

- Pronto. Agora só falta esse. - Meu irmão volta a atenção a nós dois, e JungKook o entrega muito a contra gosto.

Esperamos até que meu irmão termine de cumprir suas funções paternas, e finalmente nos despedimos.

Entramos no carro, e deixo que JungKook dirija novamente.

Mas antes que ele ligue o carro, me lanço em sua direção e o beijo, sendo correspondido com a mesma intensidade.

Quando nos separo, ele me olha um tanto curioso.

- Hm... boa noite? Por que isso agora?

- Porque queria fazer isso desde antes mas não podia. -

- Ah, faz bastante sentido. Eu também queria.

Eu rio e seguro em sua nuca, o beijando de novo. E de novo. E de novo.

O aquecedor do carro estava ligado, pois estava bastante frio. Não via a hora de chegar em casa e deitar embaixo das cobertas, bem pertinho dele.

- Obrigado, obrigado, obrigado. - Não consigo conter um sorriso largo por lembrar de tudo o que aconteceu hoje.

- Tudo bem anjo. - Ele faz carinho em minha nuca usando o polegar. - Ver você feliz assim... meu deus, você não faz ideia de como eu me sinto.

Sinto as bochechas coradas, mas ainda assim não consigo parar de sorrir. É perfeito demais para ser verdade.

Será que estou sonhando?

- Eu me sinto muito bem por te ver assim. De verdade. - JungKook diz, ainda me fazendo carinho. - Eu te amo.

- Eu também te amo. - Declaro o olhando diretamente nos olhos. - Hoje quando eu te vi com Kwang, pensei que fosse chorar.

- Sério? - ele ri nasalmente. - Por quê?

- Porque você é muito fofo... e por um momento eu... - mas resolvo não finalizar. Não quero tocar nesse assunto agora. São coisas muito sérias para o clima leve em que estávamos imersos. - Vocês pareciam melhores amigos, sabia?

- Acha que eu sou bom brincando no balanço? - ele questiona e eu gargalho.

- Claro. Melhor até do que eu.

- Ufa... fiquei com medo de ele só ter fingido que gostou de mim.

- Jesus, se aquilo era fingimento já podem dar um oscar pra esse garoto. Ele simplesmente amou você.

Jeon encolhe os ombros, em um gesto meio tímido e meio convencido.

- Agora vamos pra casa, por favor. - Eu peço. - Quero tomar um banho quente e dormir.

- Vai me deixar tomar banho com você?

- E eu por acaso sei dizer não pra isso?