História What is love? - Fillie - Conversas Passeios

Pov. Sadie

Quinta-feira, uma manhã fria como todas as outras, quintas de uma certa forma me animam, pois indica que mais uma semana cansativa está chegando ao fim, e cá estou eu, juntamente com Noah, esperando Mills, Wolfhard e Jaeden chegarem.

-Ué, Jaeden está vindo sozinho? – Pergunto à Noah que até então está mexendo em seu celular

-Hum? – Me olha com cara de desentendido e eu reviro os olhos e aponto com o queixo para Jaeden que se aproxima, Noah franzi a testa

-Ao invés de trocar mensagens com o Dylan poderia prestar atenção ao seu redor né? - Pergunto e Noah revira os olhos, Noah para quem não sabe é bissexual e nesses últimos dias ele e Jack tem trocados umas mensagens, mas só quem sabe disso é eu e a Mills.

-Bom dia – Jaeden fala sorridente

-Cadê a Millie? – Noah pergunta e Jaeden arqueia as sobrancelhas

-Oi Jaeden, tudo bem com você? Sim Noah eu estou bem – Jaeden fala e eu riu abafado

-Bom dia, mas cadê a Millie? – Noah pergunta impaciente e eu encaro Jaeden

-E o Finn também – Falo e os dois me olham

-Pensei que estariam com vocês, pois quando sai, as casas deles estavam com as luzes apagadas – Jaeden responde

-Estranho, mas vamos, se eles vierem mesmo chegarão atrasados – Falo e os dois concordam

Envio uma mensagem para Millie, mas ela não responde de imediato, fomos conversando sobre coisas aleatórias, ou então eu irritava Noah e Jaeden apenas ria. Chegando na escola, a campa ainda não havia tocado, nos sentamos na grama do jardim da escola, resolvo ligar para Millie mas cai na caixa postal, ok, estou começando a me preocupar, Millie não é de faltar aula, ela é a garota mais responsável que existe.

-O telefone dela está dando na caixa postal – Falo e os dois meninos me olham surpresos

-Já tentou ligar para Finn? – Jaeden pergunta e eu nego – Quer que eu ligue? – Pergunta e eu nego novamente

-Eu mesma faço isso – Respondo e eles assentem

Disco o número de Finn e levo o celular até a orelha, os dois me olham com feições de expectativa e eu suspiro, chama umas 3 vezes, na quarta ele atende, sua voz rouca e mais grossa que o normal me assusta um pouco, mas denuncia que eu o acordei.

-S-Sink? – Escuto um bocejo na outra linha e eu reviro os olhos – Me ligando a essa hora por que? Olha se quer enterrar algum corpo é com a Millie e não eu – Riu fraco, mas que diabos

-Eu hein, tá doido garoto, e já são 7:00, você sabe onde Millie está? – Pergunto e Noah encosta sua orelha na outra parte do aparelho, Jaeden se aproxima mais então eu decido pôr no viva-voz

-Puta merda já são sete horas! – Finn fala levemente alterado na outra linha – Mills, Millie, pequena, acorda – Sua voz soa distante mas ainda dá para ouvir, arregalo os olhos juntamente com Noah e Jaeden

-Ué, o que a Millie está fazendo aí? FINN VOCÊ SEQUESTROU A MINHA AMIGA E AGORA VAI MANTER ELA EM CATIVEIRO SEU DESGRAÇADO EU VOU AÍ TE MATAR AGORA E – Começo a falar mas sou interrompida por Finn

-Sadie quer parar de gritar porra! Millie veio passar a noite aqui para conversamos e caímos no sono cacete – Finn fala e eu sorrio – Para de sorrir garota, sei que está sorrindo maliciosamente sua surtada – Finn fala rindo – Vou fazer vídeo-chamada pera aê – Ele fala e então a chamada é encerrada, encaro os meninos que mantém sorrisinhos no rosto. Finn me liga por vídeo e eu atendo

-Conversaram é? Humm, interessante – Falo e Finn revira os olhos

-Deixa de ser doida mulher, vai beijar a boca do Cal vai – Finn fala e Jaeden com Noah riem, sinto minhas bochechas queimarem

-VIADO CADÊ MINHA AMIGA! – Noah coloca o rosto em frente a tela do celular e Finn direciona seu celular à Millie que está mexendo em seu celular – DESGRAAAAAAÇA! – Noah grita e Millie encara a tela séria, mas depois sorri e ri fraco

-Meu Deus No – Fala rindo – Que foi? – Pergunta e se aproxima do cacheado, de forma que os dois apareçam na tela

-Que foi? Que foi? Sadie essa maluca tá perguntando isso mesmo ou eu tô doido – Noah ri irônico – Que foi, pode isso? – Todos rimos, apenas Noah permanece alterado – Não atende e nem responde as mensagens mais o telefone não? Tem essa porcaria pra quê então? – Permaneço calada segurando o riso juntamente com Jaeden e Finn, Millie suspira. Noah está exagerando em estar assim, mas eu o entendo, ela é como sua irmãzinha, e ele quer a proteger de todo mal.

-Desculpa Noah, ele estava desligado e como dormimos tarde, perdemos a hora – Millie responde e Finn concorda

-Vocês estão na casa do Finn – Jaeden fala mais como uma afirmação do que uma pergunta, observo a parede cinza e deduzo ser sim a do Finn, já que a parede do quarto de Millie é branquinha com desenhos de planetas. Eles confirmam e Noah grita um “quê”

-Pelo amor de Deus, Finn te obrigou a participar de algum ritual satânico com espíritos e agora você não é mais a minha Milliezinha e por isso perdeu a hora Jesus eu quero minha amiga de volta e – Noah começa a falar rápido demais e Millie o interrompe

-NOAH CALA A BOCA PORRA! – Millie grita fazendo Noah calar-se rapidamente – Apenas conversamos demais oras, só isso, nada demais entendeu? – Millie pergunta e ele confirma

-Foi mal pelo que eu disse Finn, mas eu não confio em você e nem na sua casa – Noah fala e Finn apenas concorda rindo

-Gente, já que a Millie tá viva com o Finn, vou pra sala, preciso resolver uma tarefa aí, tchau babies – Jaeden fala e todos damos tchau, e então ele vai embora

-Vocês ainda vem pra escola? – Pergunto e os dois na outra linha se encaram por uns 5 segundos, Finn sorri de lado e Millie sorri mostrando os dentes – Seus folgados e preguiçosos, vão me deixar aqui sozinha com esse maluco – Falo e Noah finge indignação

-Eu é que irei sofrer com essa retardada que só fala de macho, pior que você Millie – Noah responde e eu reviro os olhos

-Tem certeza que vai faltar Millie? – Pergunto preocupada

-Acho que não ir a escola por um dia não me matará Sadds – Millie fala e encosta a cabeça no ombro de Finn, percebo uma certa tensão no cacheado mas não falo nada, pelo menos não na frente dele.

-Hum...devia ter faltado também, mas o jeito é ficar aqui e suportar esse projeto de ser humano – Falo me referindo a Noah que revira os olhos mas sorri, escutamos a campa tocar e eu encaro os dois que me olham – Tá na minha hora galerinha, juízo e por favor usem camisinha, não quero ser tia tão cedo – Falo e encerro a chamada antes mesmo de escutar os protestos dos dois.

-Vamos então? – Noah se levanta e pega em minha mão, entrelaço nossos dedos

-Vamos ao inferno migo – Respondo rindo

-Vou ficar sozinho naquela sala, obrigado Fillie – Noah resmunga enquanto passamos pelos corredores, ignoro o olhar do Jacu com a Iris em nós

-Fillie? – Pergunto e Noah confirma como se fosse algo óbvio

-Finn mais Millie, Fillie – Fala e ri

-Depois eu que sou fanfiqueira – Falo rindo também, chegamos a sala de Noah e lá nos despedimos – Boa sorte aí baby, qualquer coisa, murro no viado – Falo e ele ri.

Deixo a sala de Noah e subo as escadas para ir à minha sala quando sinto duas mãos fortes apertarem minha cintura, sorrio ao reconhecer o toque e sentir o cheiro do perfume.

-Oi gatinha – Caleb sussurra em meu ouvido

-Oi gatinho – Respondo e ele sorri colocando-se ao meu lado, ele segura minha mão firmemente e assim entramos em nossa sala, recebendo olhares de inveja e ao mesmo tempo, olhares de calentura e aprovação.  

 

Pov. Finn

Acordei puto da vida, estava agarrado ao corpo de Brown quando abri os olhos escutando o ensurdecedor toque de meu celular, apenas estiquei o braço ouvindo os resmungos de Sadie. Após a longa conversa baseada apenas nos surtos do Noah e a audácia de Sadie em insinuar que transamos e logo encerrar a chamada, encarei a morena que mantém as bochechas coradas enquanto encara as mãos.

Não sei bem o que é essa sensação que me doma quando estou perto dela, fico arrepiado por um simples toque seu, estremeço ao encarar seus lindos e hipnotizantes olhos, fico extasiado apenas por sentir seu aroma deleitoso em minhas narinas e quando ela me abraça e sorri, ah, é como se eu esquecesse tudo ao meu redor e visse apenas a sua figura em minha frente.

Se o que sinto é amor eu não sei, ou se é apenas uma atração, mas ela me desperta sensações que nunca senti antes, nem mesmo com Levy eu me senti assim, ela é a única que não me julga, que tem receio de falar comigo, ou me trata de maneira desigual por ser depressivo, muito pelo contrário, ela me trata como um garoto normal e isso é bom.

-O que se passa nessa cabeça oca? – A morena pergunta me tirando dos meus devaneios, encaro o cobertor preto cobrindo nossas pernas e a olho

-Muitas coisas – Respondo e ela ri fraco

-E eu posso saber que coisas são essas? – Pergunta me encarando com um sorrisinho

-Sabe – Pego sua mão e começo a brincar com seus dedos – Já que não vamos à escola, podemos fazer o que quisermos – Digo e ela semicerra os olhos

-E o que propõe? – Pergunta curiosa e eu sorrio

-Podemos passar o dia aqui, está friozinho lá fora, aqui está quentinho e confortável, dia perfeito para Netflix e comer porcarias – Falo e ela sorri

-Uma ótima programação, mas eu pensei em algo melhor para hoje Finnie – Estreito os olhos e sorrio

-E eu posso saber o que é melhor do que ficar na cama fazendo vários nadas? – Pergunto e ela ri

-Vai por mim Wolfhard, aonde eu irei te levar é bem melhor do que ficar aqui. Sua cama, netflix e comer porcarias é uma proposta tentadora, mas valerá a pena – Millie responde e separa sua mão da minha – Já vou indo, tenho que tomar um banho e então passarei aqui para sairmos okay? – Pergunta e eu confirmo fazendo biquinho – Ti foi? – Pergunta manhosa e eu sorrio

-Não quero que você vá, fica aqui comigo – Digo a puxando-a pela cintura contra mim, nossos corpos colados deixa meu coração acelerado, encaro seus lábios com uma vontade extrema de tomá-los para mim, ela parece calma enquanto encara fixamente meus olhos, porra eu tô doido por essa menina, ela percebe o meu desejo e sorri, tenta se separar de mim, mas consigo prendê-la a mim, Millie reluta e em um ato rápido fico por cima de seu corpo, seguro seus pulsos com força mas sem a machucar.

-Finnie me solta porra! – Ela diz alterada mas ri

-Me obrigue – Digo e ela arregala os olhos e tenta novamente sair debaixo de mim, começo a rir, ela é pequena demais, o que facilita com que eu a prenda. Permanecemos por longos minutos nisso, ela tentando sair e eu a prendendo, com a respiração alterada de ambos, ela finalmente desiste.

Observo-a de sua cintura bem modelada até seus cabelos castanhos bagunçados, encaro novamente sua boca, revezando meu olhar de sua boca e seus olhos. Percebo ela relaxar e permito-me fazer o mesmo, aproximo meu rosto do seu, sinto sua respiração em meu rosto, solto seu pulso direito e passo meus dedos sobre sua bochecha e depois em seus lábios rosados, seguro seu pescoço e encosto nossas testas, Millie está tensa, mas permanece parada, seus seios sobem e descem rapidamente, um choque elétrico me possuí ao sentir sua mão gelada em minha costa, meu coração começa a errar a batida.

Com as testas coladas, respirações incontroladas, encosto a ponta do meu nariz no seu e fecho meus olhos, prestes a finalmente sentir sua boca a minha, Millie aproveita-se do meu relaxamento e empurra-me brutalmente na cama, fazendo-me cair ao seu lado.

Abro a boca indignado enquanto a morena ri da minha cara e sai da cama, tento protestar mas ela joga um travesseiro em minha cara, pega o seu celular e corre até a porta.

-EI! Isso não se faz! – Falo indignado mas riu, corro até ela na porta que se vira rapidamente e coloca a mão na maçaneta abrindo a porta, mas sou mais rápido e a fecho.

Millie de costas para mim bufa, encosto meu corpo ao seu e vejo a pele da morena se arrepiar, sorrio, é bom saber que causo sensações nela também.

-Me deixa sair Wolfhard – Céus, como que “Wolfhard” soa sexy na voz dela

-O que te impede Millie? – Sussurro em seu ouvido e Millie suspira

Millie se vira pra mim lentamente e encosta sua costa na madeira branca, estico meus dois braços apoiando minha mão na porta, eu quero muito beijá-la, encaro seus lábios e Millie permanece encarando meus olhos. Uma mecha de seu cabelo cai sobre seus olhos e eu a afasto lentamente

-Por que está fazendo isso Finnie? – Pergunta-me calma mas sinto um certo pesar em sua voz

-Você não quer? – Pergunto quase num sussurro e Brown revira os olhos

-Não me responda com outra pergunta – Responde e eu suspiro

-Eu quero muito sentir seus lábios aos meus Millie – Falo tocando em sua boca extremamente macia – E eu acho que estou apaixo...- Sou interrompido por Millie colocando um dedo em meus lábios

-Não termina – Fecha os olhos e suspira, retira lentamente seu dedo e eu permaneço a olhando, ela então abre os olhos e me olha fixamente – Você não pode sentir isso por mim Finn – Ela diz e tenta me afastar mas eu permaneço onde estou

-Por que? – Pergunto sentindo uma pontada no peito

-Por que é perigoso, você pode se machucar Finn, e eu não quero isso – Fico a encarando

-Não precisa se preocupar comigo Millie, já sofri tanto que nada mais me abala – Falo convicto e a menina em minha frente ri sem ânimo e nega com a cabeça, ela me empurra levemente eu deixo

-Você não entende Finn, eu não quero que você sinta nada a mais por mim entendeu? Não nutra esse sentimento aí dentro – Aponta ao meu coração – Até mais tarde Finn – E então, me deixando pensativo e sozinho em meu quarto, Millie abre a porta e sai, sumindo da minha visão.

Sento-me na cama e respiro fundo, como assim eu não entenderia? Por que eu não posso me apaixonar por ela? E por que eu me machucaria?

Bufo e passo as mãos em meu rosto, caminho até o banheiro e apoio minhas mãos na pia, me encaro no espelho e suspiro, é Finn Wolfhard, você é um completo fudido.

Pov. Millie

Saio do quarto de Finn as pressas e desço a escada correndo, avisto Win na sala lendo alguma revista, ela olha para mim e sorri, não está surpresa como eu imaginei, paro para cumprimenta-la.

-Oh Millie, pensei que você e Finn já estavam na escola, mas pelo visto não vão hoje né? – Win fala rindo e me abraça – Está tudo bem querida? Parece nervosa – Fala tocando em minha mão gelada

-Estou sim Win, e-eu tenho que ir agora, sabe como é né, eu tenho que resolver uns assuntos – Digo rapidamente e beijo o rosto de Win

-Não quer tomar um café pelo menos? Finn já deve estar descendo e – Win é interrompido por uma voz masculina

-É Millie, vem tomar um café – Encaro o dono da voz no pé da escada, ele está com um sorrisinho no canto da boca o que não sei por que, mas me irritou.

-Não, não precisa, eu tenho mesmo que ir, tchau Win – Falo e corro até a porta, abrindo-a e deixando os dois para trás.

Corro até a minha casa e a adentro, respiro fundo e me sento no sofá, fecho meus olhos e sinto uma mão tocar em meu ombro, tomo um susto e vejo que é mamãe.

-Não vai à escola hoje? – Pergunta e eu nego – Tudo bem filha, quer conversar? – Mamãe se senta ao meu lado no sofá e eu suspiro, a puxo e a abraço, aconchegando-me no calor de seu corpo – Minha filhinha, aconteceu alguma coisa? – Pergunta e uma lágrima cai de meus olhos

-Finn – Respondo e mamãe suspira

-O que tem o Finn? – Pergunta ainda me abraçando, levanto meu olhar até ela, que começa a fazer carinho em meu cabelo.

-Está apaixonado por mim – Respondo e ela arqueia as sobrancelhas – Na verdade eu acho que está, pois quando ele ia falar eu o impedi que continuasse

-E isso é ruim? – Confirmo com a cabeça – E por que seria ruim? – Me separo do abraço para olhá-la melhor

-Mãe, eu não acredito nisso, não acredito que alguém possa amar e a senhora sabe muito bem disso – mamãe suspira e eu limpo uma lágrima, ela segura meu rosto e nossos olhos se encontram – Se ele me amar, será o único a sair machucado nessa história. – Digo convicta e mamãe nega calmamente com a cabeça

-Minha filha, você não pode rematar este sentimento tão bonito e singelo do seu coração para sempre. O seu último relacionamento foi trágico, mas você não acha que começar um novo poderia retirar essa ideia de que o amor não existe da sua cabeça? – Abaixo meus olhos pensativa – Eu não conheço muito o Finn, mas pude ver que ele é do bem em nossa primeira conversa – Fala calma colocando meu cabelo atrás da orelha

-Tenho medo mãe – Respondo e ela afirma

-Eu sei, mas as vezes, arriscar-se é o melhor a se fazer – Fala e beija minha testa

-Não vai trabalhar hoje? – Pergunto e ela afirma

-Na verdade já estou indo filha – sorri e se levanta pegando sua bolsa – Você vai dormir fora novamente? – Pergunta e eu nego – Okay, irei chegar no horário de sempre e ah, pode comer pizza no jantar se quiser – Fala e me entrega seu cartão de crédito, sorrio e ela faz o mesmo – Te amo filha, tenha um bom dia, qualquer coisa me liga que eu não hesitarei em atender – Dizendo isso, ela me dá outro beijo na testa, um abraço apertado, pega as chaves do carro e sai de casa. Observo pela janela seu carro sumindo e suspiro.

Arriscar-me, na última vez que fiz isso acabei na pior, mas se bem que com Finn pode ser diferente né? Não Millie, ele pode ser só mais um que te deixará machucada e sabe por quê? Porque o amor não existe, é uma ilusão, um sentimento psiquicamente ilusório e que ele não é verdadeiro e nem genuíno, pois nós o idealizamos sozinhos, o amor é uma droga que deixa as pessoas embriagadas e viciadas para no final se foderem.

Eu experimente dessa droga e no final, me fudi legal, então obrigada, mas eu dispenso essa merda que é amar, no máximo que eu faço é ficar com a pessoa, afinal não sou de ferro, mas apegar-me, amar, não, isso nunca.

Subo para meu quarto e entro no banheiro para tomar um banho, depois do banho tomado sinto-me mais leve e entro em meu quarto e caminho até a janela, o dia está frio, o céu cinza mas sei que não irá chover, observo a janela de Finn que está fechada, suspiro e caminho até meu closet, visto-me com uma camisa preta da minha série preferida Stranger Things, uma calça jeans da mesma cor, nos pés uma botinha preta também, me olho no espelho e riu fraco, estou gótica hoje, gótica suave. Coloco um casaco, bem, preto também por cima, deixo meu cabelo soltinho e coloco minha touca vermelha, pego minha mochilinha e coloco nela itens essenciais, absorvente, dinheiro, documentos, essas coisas.

Pego meu fone e meu celular e vejo uma mensagem de Finn, abro-a

Finnie: Espero que o nosso passeio ainda esteja de pé

Finnie: Me desculpe por o que eu fiz hj mais cedo, mas se eu pudesse eu faria de novo

Penso um pouco e resolvo responder

Eu: Sim Finnie, ainda está de pé e eu já estou indo para aí

Eu: Não desculpo e se tentar fazer novamente eu chuto suas bolas

Enquanto passo gloss de cereja nos lábios, escuto meu celular vibrar, me jogo na cama vendo que Finn respondeu

Finnie: No momento estou pelado tomando banho, se quiser vir assim mesmo pode vir hehe

Eu: Pra quê? Não quero ficar traumatizada fio, de visão do inferno já basta a escola

Finnie: Millie eu disse pra vc vir e ficar com a vovó kkkkkkkk mas se quiser me ver pelado tudo bem, eu deixo

Eu: A

Eu: Finn você bateu com a cabeça durante o banho?

Eu: Quer saber eu passo aí em 15 minutos e ai de vc se não estiver pronto

Bloqueio a tela do celular e saio do quarto, coloco a música Wild Roses do Of Monsters and Men e fico no sofá apenas esperando dar a hora, são 8:00 ainda, abro meu insta e fico vendo a foto que postei com Finn a uns dias atrás, nego com a cabeça e me deito no sofá, fecho os olhos e apenas aprecio a música.

Abro meus olhos e me assusto ao ver que são 8:25, me levanto em um pulo e saio correndo de casa, caminho até a casa de Wolfhard e bato em sua porta, Finn me recebe com um sorriso de orelha a orelha, e me abraça fortemente, analiso-o, ele está vestido com uma camisa preta do Beatles, uma jaqueta preta de couro por cima, calça jeans da mesma cor, e um all star nos pés, riu fraco e ele me olha da cabeça aos pés.

-Vocês vão passear ou vão à um funeral? – Win pergunta rindo, acompanho-a na risada juntamente com Finn

-Irei roubar seu neto para mim o dia inteiro hoje Win, algum problema? – Pergunto e ela nega

-Cuida bem dele então filha – Confirmo com a cabeça e encaro Finn que sorri

-Eu cuido sim Win, tá comigo, tá com Deus – Respondo causando risada nos dois, me viro a Finn e sorrio

-Espero que não tenha comido nada, quero fazer tudo fora de casa hoje – Falo e ele sorri

-Não comi nada relaxa, vamos? – Pergunta e eu confirmo – Tchau vovó, até mais tarde – Win grita um “até” e nos abraça rapidamente, saímos de sua casa e então começamos a caminhar pela rua solitária e fria.

-Qual a trilha sonora do momento? – Finn pergunta e eu penso um pouco

-Gosta do Arctic Monkeys? – Pergunto e ele sorri

-R U mine? – Pergunta se referindo a uma música da banda e eu sorrio animada

-R U mine – Respondo e ele coloca a música em seu celular me dando um lado do fone

-Aonde vamos primeiramente? – O encaro e ele me olha sereno

-Vamos primeiro ao café onde eu trabalho comer e eu ainda terei que falar com Charlie dizendo que não irei trabalhar hoje, depois é surpresa, pois hoje você será meu e eu te levarei para onde eu quiser – Respondo sapeca e ele ri fraco

-Devo me preocupar? – Pergunta brincalhão e eu reviro os olhos

-Não sei, você acha que deve? – Finn semicerra os olhos enquanto me encara

-Não sei, você acha que eu devo me preocupar? – Nos encaramos e começamos a rir

-Não precisa se preocupar Finnie, hoje será um dia tão legal, uma lembrança boa – Falo e ele ri nasalmente

-Você já é uma lembrança boa – Finn segura minha mão e entrelaça nossos dedos, começamos a caminhar e vez ou outra eu fazia Finn rir com minhas dancinhas desengonçadas ao ritmo das músicas da banda que tocava em seu celular. Logo avistamos o logo do café.

-Me carrega nas costas e corre até lá? – Pergunto e Finn franzi a testa

-Como é? – Pergunta rindo

-É isso que você ouviu, vai Finnie, vamos será divertido – Peço manhosa e ele revira os olhos, fica de costas e abaixa um pouco para que eu suba e então ele começa a correr, gargalhamos alto, atraindo olhares divertidos das pessoas que caminhavam pelas ruas.

Ao chegar na porta do café, peço para Finn me colocar no chão mas ele permanece me segurando, ele abre a porta e praticamente todos daquele estabelecimento nos olham, afundo minha cabeça nos cachos de Finn e escuto uma risada fraca vindo dele. Chegamos ao balcão e a atendente nos olha divertida.

-Olá bom dia, vamos querer uma xícara de café com leite, creme e chocolate médio e uma xícara de café com chocolate e bastante granulado para essa macaquinha, vamos querer 5 panquecas de banana, waffles amanteigados e esses 4 donuts de chocolate, tudo para aquela mesa ali por favor – Finn fala e eu apenas observo a moça calculando os preços, ela o informa o valor e eu bato em seu ombro

-Quer mais alguma coisa? – Pergunta me olhando

-Deixa que eu pago, afinal eu que trouxe aqui – Falo e ele nega revirando os olhos

-Que nada, eu pago e pronto – Antes que eu abrisse a boca em protesto, ele abre a carteira entregando a quantia correta em dinheiro para a moça, que sorri e nos deseja um bom dia

Ainda nas costas de Finn, caminhamos a tal mesa e só então Finn me solta, sentamos um de frente para o outro e eu o encaro fazendo um biquinho emburrada.

-Meu anjo, cara feia pra mim é fome – O cacheado exclama e eu reviro os olhos – Você emburrada é linda, mas me diga o motivo de estar assim – Ele pega minha mão e brinca com meus anéis de planetinhas

-Por que não me deixou pagar? – Ele leva seu olhar até mim e ri fraco

-É isso? – Confirmo – Porque eu quis pagar oras, aceita que dói menos – Reviro novamente meus olhos – Se revirar os olhos assim novamente vai acabar ficando cega, e aí não vai poder admirar minha beleza nunca mais princesa, quer isso mesmo? – Reviro meus olhos várias vezes rindo e ele dá um tapinha de leve em minha mão – Não fica emburrada anjo, eu paguei por que eu quis, eu gosto, deixa disso e aproveita – Sorri e eu relaxo meus ombros fazendo o mesmo.

-Ok então – respondo calma e ele sorri sem mostrar os dentes – O que será que está acontecendo na escola agora? – Pergunto enquanto começo encosto a palma da mão na dele, medindo o tamanho

-Bom, são – ele olha em seu relógio – 9: 20, quase na hora do intervalo, devem estar se preparando para isso – responde dando de ombros

-Sua mão é imensa Finn, um murro seu eu morro – Falo pasmada e ele ri

-A sua é que é pequena demais Mills, olha isso, parece mão de criança – Finn fala rindo e eu reviro os olhos, meu Deus já perdi as contas de quantas vezes revirei os olhos nesta manhã – Você fica bonita de preto, já é linda e ainda se veste com a melhor cor – Sinto meu rosto queimar e me repreendo, droga, devo estar mais vermelha que um tomate. Abro a boca para lhe responder, mas a garçonete aparece com nossos pedidos

-Aqui está casal – Fala e Finn sorri

-Oh, não somos um casal – respondo e a menina que aparenta ter uns 24 anos franzi a testa – não namoramos, somos amigos

-Bem, ela não eu sim – Finn responde causando uma risadinha na moça e um revirar de olhos meu

-Perdão, é que eu vi vocês entrando e pensei que eram, vocês parecem ter tanta química – A menina que possui o nome de Anny, vi em seu crachá, ela diz e eu sorrio fraco –Bem, vou deixar com que o casal que parece um casal mas não é um casal em paz, qualquer coisa é só apertar o botão aí na mesa que eu apareço, bom dia – Fala tranquila e se retira, encaro Finn que mantém um sorriso travesso no rosto, nego com a cabeça e ele ri

-Não Finn – Falo enquanto pego minha xícara

-Mas eu não falei nada ué – Pergunta desentendido enquanto apanha o prato com as panquecas

-Mas pensou que eu sei – Respondo e o cacheado em minha frente ri

Começamos a comer e a conversar sobre a vida. Acabei descobrindo mais sobre Finn e seu imenso amor pela música, o que me cativou de uma forma admirável.

-Adoraria te ouvir cantando um dia – Falo meiga e Finn sorri amarelo

-Não acho que eu canto muito bem, minha tia e meus amigos diziam que sim, mas bate a insegurança né – Finn fala e toma o último gole de café

-Aposto que você canta maravilhosamente bem – Falo sorrindo e Finn me encara com um sorrisinho de canto

-E por que acha isso? – Pergunta e apoia os cotovelos na mesa

-Porque sua voz rouca e grossa é bonita, simples – Finn me olha com um sorriso malicioso e eu reviro os olhos fazendo barulho de vômito, o que provoca uma risada gostosa em Finn

-Então você acha minha voz rouca e grossa bonita baby Brown? – Pergunta e toca em minha mão

Abro a boca para revidar mas o barulho do sininho na porta, alertando que entra alguém me distrai, congelo ao ver que é a pessoa entrando, o garoto me olha rapidamente e sorri lançando uma piscadela, Finn percebe minha cara de espanto e se vira, e quando a visão de Wolfhard cruza com a de Sartorius um ar pesado e tenso paira sobre o local.

O olhar de Jacob é provocativo, Finn pega minha mão e segura firmemente, suspiro. Jacob caminha até a moça no balcão fazendo seu pedido e Finn volta a me olhar, uma feição irritadiça domina seu belo rosto.

-Ei fica calmo – entrelaço meus dedos nos seus e ele encara nossas mãos juntas – Ele é um idiota, só ignora okay? Ele tá vindo aqui – Falo tentando parecer calma quando na verdade estou gritando de ódio por dentro

-Ora ora ora, já está pegando o novato Brown? Até que você é rapidinha – Jacob fala nojento e eu o encaro

-O que você quer aqui Jacob? – Pergunto ríspida e ele sorri

-Nada, só vim cumprimentar meus amigos – ele responde e Finn ri ironicamente

-Engraçado, não estou vendo nenhum outro babacão aqui para você cumprimentar – Finn exclama e encara sem medo algum Jacob que bufa

-Como é que é? Quem te deu o direito de falar assim comigo? – Jacob pergunta irritado e Finn revira os olhos

-O mesmo que te deu o direito de vir aqui com nós dois e cuspir aquelas palavras à Brown, qual é Jacob? Perdeu o cérebro quando nasceu? Vai pra escola estudar que é melhor – Finn fala exasperado e Jacob abre a boca e fecha diversas vezes

-É com esse tipo de companhia que você anda Millie? – Pergunta para mim e eu o olho indignada

-Bem melhor que você, pode acreditar – Respondo e Jacob apenas concorda – Agora, você pode fazer o favor de ralar peito daqui, sua cara e seu perfume estão me enjoando Sartorius – exclamo e Finn ri, Jacob o encara mal humorado

-Que foi? Não sou espelho pra ficar me encarando e se fosse já teria quebrado com essa sua cara feia – seguro minha risada e Finn me olha sorrindo – Ainda está aqui por que? Quer uma foto nossa como lembrança? – Encaro Jacob que bufa de raiva

-Olha quer saber? Vão se foder os dois, eu vou embora – O menino fala colocando as mãos pro alto

-Não devia nem ter vindo – o cacheado fala e revira os olhos quando Jacob sai pisando duro, finalmente se afastando de nós

-Obrigada – Falo para Finn – e desculpe por isso – encaro minhas mãos e Finn estica seu braço e com os dedos levanta meu queixo

-Não precisa agradecer e não é culpa sua se ele é demente, o Jacob é doente e precisa de tratamento isso sim – ele sorri e eu suspiro – ei pequena, não fica triste, não quero que o Jacobra estrague o nosso dia – sorrio e concordo com a cabeça

-Ele não estragou, eu vou falar com Charlie rapidão, pode me esperar aqui? – Pergunto e ele sorri confirmando com a cabeça

Caminho a passos largos e entro na sala de Charlie que me recebe com um sorriso no rosto, sua esposa Natalia está presente e entendo que seja esse o motivo de sua felicidade, já que na maioria das vezes está emburrado.

Explico que preciso tirar folga hoje por ter compromissos familiares, ok eu não menti totalmente já que considero Finn parte da minha família agora. Charlie hesita mas Natalia abençoada seja essa mulher, consegue convencer o esposo a me liberar, acabo perguntando se ele podia liberar Sadie e Noah também pois sei que eles merecem um descanso e ele disse que sim, ok, que feitiço é esse que Natalia pôs em Charlie?

Agradeço ao meu patrão e dou um abraço em Nat, ela é super gente boa conosco, me despeço e desejo um ótimo dia aos dois. Saio da sala pulando de alegria e encontro Finn em pé com um braço apoiado no balcão da atendente, ele está com minha mochilinha nas costas e mexe em seu celular.

Paro aonde estou e o analiso, percebo que tem uma mesa rodeada de meninas que o encaram e dão sorrisinhos aleatórios, riu fraco, analiso Wolfhard e concluo que sim, ele é extremamente bonito, não está mais tão pálido e nem tão magro quando o vi pela primeira vez. Começo a caminhar até ele que assim que escuta o barulho dos meus saltos bloqueia a tela do celular e sorri para mim, sorrio de volta.

-Estava conversando com quem? – Pergunto assim que chego até ele

-Meus amigos de Nova Iorque – responde e passa as mãos em meu ombro

-Sente falta deles né? – ele apenas confirma e suspira profundamente

-Ain fica assim não bebê, quem sabe eles não dão uma passadinha aqui qualquer dia? – Falo e ele sorri

-Quem sabe né – responde e eu sorrio confirmando

-Bem, já estamos de barriga cheia – Finn sorri e passa a mão em minha cintura enquanto andamos rumo a saída do estabelecimento, dou uma olhada rápida para as meninas e riu fraco ao ver uma certa decepção tomar conta de suas faces – está pronto para o melhor dia da sua vida lobão? – pergunto animada já fora do café, Finn para em minha frente e ri

-Nunca estive tão pronto pequena