1. Spirit Fanfics >
  2. What is love? - Fillie >
  3. Parque escondido

História What is love? - Fillie - Parque escondido


Escrita por: MillsWolfhardBr

Capítulo 22 - Parque escondido


O dia amanhecera com uma forte bruma pairando pelas ruas, o vento gélido e calmo beija cada folha das árvores presentes nas tranquilas e pacíficas ruas de Greenwood.

Alguns corações batem tranquilamente em corpos que ainda repousam no aconchego de suas camas quentinhas, outros nem tanto, Finn Wolfhard, um jovem de apenas 16 anos encara seu teto fixamente, como se este ato fosse lhe tirar a insônia que prevalece em seu corpo.

Acordara cedo demais e não conseguia voltar a dormir, se remexia de um lado para o outro e nada do sono chegar, resolveu que a melhor opção é aceitar que não dormirá mais. Pensou em assistir outro episódio de Stranger Things, mas a preguiça vencia a curiosidade.

Suspira encarando o teto cinza desbotado, o silêncio ensurdecedor o leva a querer cometer atos que prometeu a si mesmo que nunca mais cometeria. Abre seus olhos encarando os cortes e machucados que já saram em suas duas mãos, solta o ar preso em sua garganta ao ter flashes em sua mente de sua briga com Sartorius e os outros dois.

Se sentia um monstro, se sentia ruim pelo que fez, mas não se arrependia, se senta na cama e caminha até o banheiro em passos lentos, toma um banho demorado e quentinho, a água alivia suas dores e relaxam seus músculos tensos, termina suas higienes pessoais e encara seu reflexo no espelho por cima da pia, enrola seu quadril em uma toalha cinza e suspira, um magrelo agora um pouco com mais cor, nota um pouco mais de carne em seu corpo, quando chegou era extremamente magro, mas de uns dias pra cá, tem se alimentado além do normal, encara os finos cortes em sua boca e as cicatrizes em sua barriga, cicatrizes que o fazem lembrar de quando tudo em sua vida era escuridão e um emaranhado nada.

Finn passa os dedos delicadamente sobre cada uma e uma lágrima escorre de seus olhos negros, fica aliviado que Millie ainda não as percebeu, são várias cicatrizes que estão sumindo aos poucos com o passar do tempo.

Olha para suas mãos, mãos essas que antes achava incapaz de cometer qualquer atrocidade, mas sabe que é capaz de matar para proteger quem gosta ou am....

Nega com a cabeça, fecha os olhos e um nome predomina sua mente tão insana, um nome que faz colorir o cinza de sua alma, pensa em Millie e como ela mudou sua vida em alguns dias e como ela é capaz de colocar alegria em sua vida, e quando não está por perto é como se um vazio pairasse, um vazio que ninguém preencheria a não ser ela.

Pensa em todos os momentos que passaram juntos, pensa na noite em que se conheceram, quando encarou seus belos olhos cor de mel e sentiu seu coração bater forte, pensa em sua forma de agir com os outros, pensa em como ela é perfeita quando coloca o cabelo atrás da orelha, quando ela sorri mostrando suas covinhas, quando ela ri de piadas mesmo não tendo graça, pensa em quando ela chora e a ponta de seu nariz fica vermelho, pensa em suas curvas bem delineadas e em sua maluquice contagiante, pensa em seus lábios carnudos, seu cheiro gostoso, da sua pele macia...pensa em como Millie é rara, ela é boa, defende os amigos com todas as forças, é inteligente, engraçada, pensa em como é perfeita.

Sorri ao lembrar de como ela o faz feliz, como no dia em que ela o levou para um tour na cidade, e como foi legal, nunca gostou de sair, mas pela primeira vez sair de casa e andar por aí foi algo que gostou de fazer, talvez seria uma de suas melhores lembranças.

Mas sua mente para ao leva-lo para a noite desse dia, a noite em que seus lábios encontraram os seus pela primeira vez, e como uma explosão de sentimentos o dominou ao senti-los, pensa em sua pele arrepiada pelo seu toque e como ele passou seus dedos em toda a extensão de seu corpo, seus dedos em sua pele quente e macia assim como sua língua junto a dele

Abre os olhos e suspira ao lembrar dela em seu colo, encarando-o seus olhos, com luxúria, desejo, como ela tirou por minutos sua armadura, rendendo-se ao seu toque, amava cada traço dessa garota e seus comportamentos, como quando ela tombava a cabeça para o lado, para que sua boca deslizasse pelo seu longo pescoço macio. Suspira sentindo o suor escorrer em sua testa, a lembrança viva em sua mente, despertava desejos sórdidos em seu corpo, abre um pouco a boca respirando pela mesma, sentindo seu coração palpitar mais rápido.

Olha para seu amiguinho dando sinais de vida, e enquanto encara o volume se formando, tudo que vem em sua mente é o seu corpo escultural e em como ela soltava sua magia sobre ele, uma magia negra que o extasiava e o fazia ansiar pelo seu toque e seu sabor.

Lembra de Millie com uma perna de cada lado de seu corpo, em seus seios grandes e bem desenhados tão perto de seu rosto, e que se não fossem por finas camadas de tecidos, seus sexos teriam se unido ali mesmo, lembra de seu encontro com a mesma na sala de música, onde sua intimidade quase explode e que teve que se controlar para não cometer algo sem pensar.

Ahh Millie, Milliezinha, se ela ao menos soubesse como ela o fazia pensar em tantas imoralidades, em como passou noites masturbando-se para satisfazer seus desejos mais internos. Pensar em Millie o fazia a cometer isso.

 Fica de costas para o espelho e apoia as mãos na pia, lembrar em como seus sexos se encostaram, o levam ao delírio. Ergue a cabeça encarando a lâmpada, fecha os olhos fortemente com a respiração descompensada sua mente o leva ao dia de sua briga, em como ficou perturbado, e em como ela foi capaz de acalma-lo tão rápido, como se fosse uma droga, Millie era sua droga particular.

De olhos fechados, Millie agora, em sua frente, sorrindo maliciosamente, ela passa a mãos em seu abdômen nu, descendo seus dedos lentamente até a barra da toalha, fazendo-a cair propositalmente, ah, um riso escapa de seu lábio doce falando um breve “ops”, ele passa sua mão pelo contorno de sua cintura e repousa seus dedos no fecho de seu sutiã, desabotoando-o e jogando o tecido vermelho em um canto qualquer do banheiro, encanta-se ao ver seus seios amostra e com uma rapidez cheia de desejo, abocanha um, fazendo a menina de olhos mais belos gemer em satisfação, ela segura seus cachos com força e pega sua mão livre o colocando sobre seu sexo ocultado pelo tecido fino, ele aperta o local e a garota pula brevemente, ele pega o tecido com força, rasgando-o, deixando-a nua, totalmente despida em sua frente, ambos nus, ambos excitados e com desejos, ambos ansiando para sentir tão profundamente o outro.

Ela ataca seus lábios com vigor, e ele coloca as mãos em sua bunda, trazendo-a para si, finalmente colando seus corpos, ele se vira e a coloca na pia, ficando entre suas pernas, beijando-a intensamente, sentindo sua língua quente, desvia sua boca para seu seio, mamando-a, ela ergue a cabeça esticando seu pescoço, suas mãos pequenas repousadas em sua nuca arranham-no, criando marcas futuras, sem hesitação alguma, Finn passa levemente o dedo pela parte externa da intimidade de sua menina, ela abre os olhos o fitando enquanto o mesmo sorri maliciosamente.

Gemidos altos e excitantes gerados por ela dominam o ambiente, Millie com as sobrancelhas unidas, boca entreaberta, o suor escorrendo pelo seu corpo inteiro e céus, tão excitada, molhada e entregue a si, essa é a imagem mais perfeita que ele já havia visto, superando todas as pinturas famosas existentes, ele enfia um dedo em seu sexo, e quando acha o clitóris, brinca com ele, fazendo movimentos circulares e as vezes deslizando-o rapidamente em sentido de vai e vem, apenas recebendo um olhar desesperador e cheio de desejo de Millie

-Eu quero...ahhhh – um gemido de Millie que se torna música aos seus ouvidos, com os dedos enfiados dentro dela, Finn encosta sua boca em seu ouvido

-Quer o que amor? – Sussurra provocativo recebendo um suspiro de Millie

-Quero...ahh...você...uuuhh...dentro...de...mim...agora – como se suas palavras fossem o número da loteria, Finn sorri

-Seu pedido é uma ordem milady

Beijandoa-a, quase engolindo sua boca inteira, belisca seu lábio inferior, Finn, com sua genital dura feito pedra e Millie com sua intimidade tão molhada e cheia de tesão e seus seios inchados e duros, ele abre as pernas de sua garota, segura fortemente sua cintura e enfia lentamente seu pênis dentro dela, e nossa como ela é apertadinha, começa pondo a cabeça e recebe um gemido desesperado de Millie, fazendo-o rir, se ela soubesse que está tão excitado quanto ela

-F-Finn...- Millie clama – pelo amor de Deus...aahhh

-Tenha paciência amor

-Eu não tenho tempo para ter paciência, eu quero você dentro de mim, agora Finn Wolfhard – sua voz nunca ficara tão sexy ao pronunciar seu nome, e como um impulso, Finn coloca seu pênis por completo na menina, que grita de prazer

Uma série de estocadas rápidas e profundas são feitas em Millie, fodê-la, ele estava fodendo-a, como diz Christian Grey, ele não faz amor, ele fode com força e assim estava fazendo com Millie. Como um incêndio, ambos tinham seus corpos quentes e não desviavam os olhares por um segundo, Finn enfia com força e Millie geme alto, ele segura as coxas da menina fortemente criando a marca de sua mão na pele quente, os seios de Millie subindo e descendo fazem Finn os abocanhar e Millie gemer mais alto, se é que isso era possível

Ela arranha suas costas, ele lambe cada área de seu corpo, o barulho dos seus sexos unidos e os gemidos de ambos domavam o cômodo branco, o suor escorrendo, e o cheiro de sexo era presente.

Ele a beija profundamente, cheio de desejo, paixão, enquanto dá suas estocadas fundas, massageando seus seios, criando marcas em seu pescoço, passando seus dedos longos em cada parte do corpo esculpido por anjos de Millie, sentindo seu ápice chegar, Finn acelera mais suas estocadas intensas, sentindo então seu líquido quente sair de seu corpo, fazendo seu corpo relaxar e tremer, assim como o de Millie, que chega em seu ápice ao mesmo tempo que ele.

Relaxados, suados, tremendo, e ainda com seu pênis em sua vagina, Finn o retira delicadamente e repousa sua cabeça no vão entre o pescoço e ombro de Millie, ele enlaça seus braços em sua cintura e puxa a menina que envolve suas pernas em sua cintura

Com essa imaginação tão detalhada, Finn abre os olhos, suado, com seus batimentos cardíacos mais acelerados que o normal, ele retira a toalha de sua cintura e rapidamente pega um creme, iniciando sua masturbação prazerosa.

Millie Bobby Brown, uma menina doce, tímida e ousada ao mesmo tempo, provocativa, sensual sem mesmo querer ser, ela é o sol, ela é o fogo, ela incendeia seu corpo, lembra de seu corpo tão próximo ao seu, ele geme alto, e suspira, enquanto pratica seu ato de prazer fecha os olhos lembrando de Millie.

Quando finalmente goza, abre os olhos, encarando sua mão melada e seu pênis voltando ao normal, seu corpo está extasiado e totalmente relaxado, encara seu reflexo corado no espelho e sorri, mais uma vez batendo uma por causa dessa desgraçada dos infernos mais perfeita do mundo.

Lava suas mãos e sai do banheiro rindo, vê a hora, 5:15, veste um moletom branco grande e uma calça do mesmo tecido preto, calça seus tênis e pega seu celular com os fones de ouvido.

Silenciosamente sai de casa e observa o céu revelando suas cores costumeiras de cinza e branco, sente o ventinho frio em suas bochechas e respira o ar gelado que logo adentra suas narinas. Coloca uma música aleatória da banda Nirvana e sem olhar para trás começa a correr.

Corre de olhos fechados, não haveria ninguém na rua tão cedo ainda, suspira ao lembrar do que fizera a minutos antes, mas assim como isso o trouxe paz, um inferno de memórias o ataca, lembra de que quando tudo estava confuso sua tia estava lá para lhe segurar do abismo em que queria se jogar, mas ela não está mais aqui, ela é só mais uma estrelinha no céu agora.

Ela corria nas madrugadas com ele, dizia que faziam bem espairecer os pensamentos negativos, para ela uma corrida aliviava a mente, e a faziam esquecer todo o mal que rondavam nossa mente, além de claro, os deixar em forma.

Sem ao menos ver por onde corre, uma forte luz ofusca sua visão, fazendo-o quase cair ao saltar para o lado, abre os olhos lentamente e vê com dificuldade uma menina saindo do carro, com a cabeça rosa, reconhece a única pessoa que não queria

 

Pov. Finn

Puta que pariu, é tudo que penso ao ver Iris caminhando em minha direção, seu semblante desesperado e aflito faz-me revirar sutilmente meus olhos, porém tudo que tenho em mente é a curiosidade de saber o que diabos ela está fazendo aqui.

Esfrego os olhos e procuro pelo meu celular que caiu na rua, coitado, ele já não era um dos melhores e ainda levou uma queda dessa, se estiver vivo é porque a marca é boa. O acho e bufo ao ver que além de uma tela rachada, ele desligou, guardo-o no bolso do moletom e encaro Iris que me observa

-Me desculpe por isso, eu compro um novo pode ficar tranquilo – rico compra o que quiser e na hora que quiser né?

-Não precisa Iris, não foi culpa sua, eu devia ter prestado atenção – digo enquanto enxugo uma gota de suor que escorre de minha testa, ela esfrega as mãos como se estivesse nervosa – sério Iris, estou bem fica tranquila – digo, essa esfregação está me deixando aflito

-C-certo, a culpa de qualquer forma é minha sim, estava com a cabeça na lua, desculpe – ela sorri sem mostrar os dentes e olha ao redor

-O que faz por aqui Iris? – pergunto desconfiado, pelo que eu sei Iris mora bem longe deste bairro, ela bufa - É que você não mora por aqui, certo? – pergunto e ela nega

-Não, não moro. Estava no hospital – Iris fala e eu suspiro, claro que estava

-Como ele está? – pergunto por educação, afinal eu não me interesso por ele

-Bom – ela pensa – vivo – responde e ri nasalmente, concordo com a cabeça

-Pera, em que hospital ele está? – pergunto, se ela está por aqui...

-Harbour – responde, é onde a mãe de Millie trabalha – não queria voltar pra casa então comecei a rodar por aqui, pelo menos até quase te atropelar – rimos fraco e eu concordo – Estava correndo? – confirmo o óbvio – é bom correr, principalmente a essas horas quando não tem ninguém e podemos ser sequestrados por algum maníaco né? – fala irônica

-Ou então ser devorados por algum demogorgon – digo e sorrio ao lembrar da série, Iris ri e se senta no capô do carro, sento-me ao seu lado

-Não sabia que gostava dessa série – fala e eu confirmo

-Você não sabe nada sobre mim Apatow – digo encarando seus olhos e a garota morde o lábio inferior, desvio meu olhar para minhas mãos

-Queria de fato descobrir seus segredos mais profundos Wolfhard – sua voz provocativa entra em meus ouvidos, código vermelho, melhor cortar o papo antes que aconteça algo em que se arrependa

-Pena que querer não é poder né – falo e a menina revira os olhos mas sorri, deito-me e ela faz o mesmo, o céu está começando a ser banhado por vários tons quentes, rosa, laranja, roxo avisam que o sol está nascendo

-Correr é bom – encaro-a e um fino raio de sol reflete em seu rosto, apesar das olheiras e o cabelo levemente rebelde, Iris é bonita - uma corrida acalma a mente, faz esquecer todo o mal que nos rondam, e ainda deixa em forma – suas palavras me tocam, era exatamente o que titia me falava quando saíamos para correr, suspiro ao lembrar e fecho meus olhos

-Qual o motivo da sua insônia? – Me pergunta e eu sorrio sem mostrar os dentes somente pelo nome “Millie” vir em minha mente tão rápido

-Uma bela morena – respondo e Iris sorri

-Uma bela morena chamada Millie? – Pergunta e eu a encaro, ela ri ao ver minha cara de espanto – Não precisa ser uma maga para saber que gosta dela Finn – ri e eu faço o mesmo enquanto coço minha nuca

-Ah

-Bê

-Cê

-Vamos ficar nessa mesmo? – Rimos e eu nego

-Qual o motivo da sua insônia Iris? – Pergunto e menina ao meu lado encara o céu um pouco mais claro e suspira

-Jacob – responde seca e eu reviro os olhos

-Sério eu não entendo o que vocês viram nesse merda, que porra, ele tem ouro no pau? – Iris ri enquanto revira os olhos

-Ai credo, não, estou pensando na surra que ele levou ontem de você – fala e eu bufo – ele me confessou que estuprou a Brown e me disse um monte de merda hoje mais cedo – a encaro, deve ser difícil de escutar isso de alguém que amava tanto – e eu dei finalmente um fim em nós, pedi para que ele manter distância de mim e tals – fala e eu continuo a olhando

-E ele? – pergunto curioso

-Ah...-ela suspira – ele me ameaçou, dizendo que se eu fizesse algo e ele cair eu iria junto, mas eu não ligo, já estou na merda mesmo

-Pelo menos você está arrependida Iris, isso já te torna melhor que ele – falo e a menina fita meus olhos sorrindo – e se ele ousar fazer algo contra você, pode me dizer que eu não hesitarei em bate-lo novamente e dessa vez não sei se irei deixa-lo sair vivo – digo convicto e a menina sorri

-Não precisava ter batido tanto nele, você poderia ter sido expulso – fala em tom de repreensão e eu suspiro irritadiço

-Ele mereceu – digo convicto

-Justiça não é feita com violência – responde

-Mas as vezes é necessário para que a pessoa se toque e não faça mais – Iris me encara

-Jacob não vai parar Finn, eu o conheço bem, mais do que qualquer um – suspira e fecha os olhos – eu realmente quero acreditar que ele tenha aprendido, mas é difícil sabe - concordo

-Por que você? – pergunto e a menina me olha confusa – Digo, por que você, uma menina bonita e inteligente, certeza que é esperta foi burra o suficiente para se envolver com alguém como o Jacob? E ainda mais cometer tanta maldade assim com os meus amigos? – pergunto tudo o que estava entalado em minha garganta e a menina suspira

-Você quer saber de tudo Finn? – me pergunta e eu confirmo – Eu conto, mas não me odeie depois de tudo está bem? – pergunte e espera minha resposta

-Não prometo nada Iris, mas prometo não te tratar com indiferença – falo e a menina suspira

-Sabe Finn, eu sempre fui uma menina que gostou de poder, saber que os outros temem a mim me confortava e quando cheguei nessa cidade, me senti perdida, frustrada por deixar minha vida para trás e ter que começar uma nova – encaro-a atento em cada palavra sua – assim que coloquei os pés naquela escola, senti que ou eu teria uma posição ali, ou seria só mais um nada entre toda aquela gente, e assim o fiz, busquei status e teria um título, conheci Jacob que queria o mesmo que eu e bem, resolvemos nos juntar – fala calma e eu só consigo ficar mais chocado ainda, que porra – o problema foi que, pra ter poder, eu tive que ser má, Jacob me dizia que se eu quisesse que todos ficassem aos meus pés eu teria que ser cruel – fala e eu abro a boca – eu sei, eu fui tola em me deixar levar por esse pensamento e sentimento

-Caralho Iris, ser cruel para ter poder? Eu hein garota – falo incrédulo e ela suspira

-Mas eu queria, e se essa fosse a forma de ter poder, eu seria má, e assim comecei com minha reputação de abelha rainha sabe, pisava em todos e me sentia bem, céus como eu me arrependo disso – fala e limpa uma lágrima, suspiro – eu era e tinha que aparentar ser perfeita, mas eu não era, o arrependimento batia na minha porta, mas eu estava cega por poder e o pior, me apaixonei pelo Jacob, só então que vi Sadie, Millie e Noah. Eles eram felizes sem precisar serem perfeitos ou terem um status, e a Millie, ela reluzia luz e conseguia conquistar todos apenas por ela ser ela mesma. Eu senti raiva, inveja, de cada um dos três e de quem se juntava ao grupo de nerds dela.

Não consigo falar nada, na verdade tudo que eu sinto de Iris é pena por ela pensar desta forma ou ter um dia pensado desta forma.

-Os três viviam grudados demais, eram legais demais entende, sem esforço algum e isso me irritava, e os três eram os únicos que não se rebaixavam quando eu ou Jacob passávamos, então lá fui eu atentar a vida de cada um

-É, causando traumas e inseguranças, puta merda Iris você quase impediu o Noah de entrar em Harvard! – digo colocando a mão na testa

-Eu sei, eu sei okay! Eu tenho conhecimento de toda a burrada que eu cometi, de todo o mal que pratiquei e nas merdas que me meti por conta de Jacob e do meu ego inflado – fala e as lágrimas dominam seu singelo rosto corado, ela sai do capô e fica de costas encarando o parque, me aproximo e fico ao seu lado

-Você fez a maioria dessas coisas por poder Iris? – Concorda em meio as lágrimas – E por que estava apaixonada por aquele jegue? – ela ri fraco e concorda novamente

-Você tem noção de quantas pessoas vocês dois prejudicaram? Eu sei o que vocês dois fizeram com os meus amigos, mas e o resto daquela enorme escola Iris? Vocês têm noção de que possa existir pessoas que até hoje sofrem com o bullying que sofreram de vocês dois? Você Iris, tem noção de que quase fez minha amiga ir a loucura por se achar feia e insuficiente demais? Ou que meu amigo quase morre agredido em uma cela de prisão por uma coisa que não fez? Tem Iris? – Pergunto e sinto meus olhos marejarem

-E-eu tenho Finn, eu sei cada erro que cometi, pois eles insistem em martelar minha mente toda noite quando fecho meus olhos e tento dormir – fala limpando seu rosto

-E o que isso te resultou? Te fez mais poderosa ou mais feliz? – Pergunto frio e sério

-Por um momento sim, mas agora eu sinto como se eu fosse vazia, como se eu nunca tivesse tido ou sentido nada, eu sou um nada Finn – fala encarando suas mãos e eu suspiro

-Você não é vazia, tenho certeza, apenas errou feio, mas quem não erra né? – Digo e toco em seu ombro a balançando leve – Posso te fazer uma pergunta? – ela confirma

-O que te fez querer esquecer Jacob e se arrepender?

-Acho que tudo entende, olhei ao meu redor e vi que o tempo está passando, e que se um dia iremos morrer, pra quê ser má? Eu me senti sozinha, sem amigo no mundo e eu sabia o motivo e uma súbita vontade de mudar me dominou. E finalmente vi que minha relação com Jacob era tóxica demais e que continuar com Jacob impediria minha mudança, então resolvi acabar com tudo – Iris suspira e me olha – eu sou um nada Finn, então pra quer continuar sendo má juntamente com alguém tão tóxico né? – ela suspira e enxuga suas lágrimas

-Por que está se abrindo comigo?

-Porque eu sinto que você é bom, e pode ser o primeiro a conhecer o novo eu, embora saiba do meu infeliz passado

-Meu passado me condena – falo, fazendo uma brincadeira com o nome de um filme e Iris ri – Todos temos um passado em que não nos orgulhamos Iris, e tudo que podemos fazer é seguir em frente, sendo uma pessoa melhor, ou tentando ser

-Você tem raiva do seu passado?

-Sim, mas não todo sabe, tenho raiva de não ter aproveitado tanto tempo assim com meus amigos, minha família, minha tia – suspiro e fecho os olhos

-Ué, e por que não?

-Iris eu tenho depressão, desde os meus, acho que 10, 12 anos, não sei ao certo, e sempre ficava no quarto sem vontade de fazer nada – encaro-a e seu semblante é de compreensão

-Sinto muito

-Eu também – respondo olhando o céu, ficamos em silêncio por longos minutos

-E como é?

-Como é o quê?

-Ter depressão

-Ah – coço minha nuca levemente – a depressão ela te faz sentir uma sensação de impotência, um sentimento totalmente ilógico, que é tão, mais tão real que faz você se convencer de que essa incapacidade será eterna – a olho e a menina encara seus dedos – é ter picos de alegria e em questão de minutos uma tristeza te dominar, é querer chorar quando te perguntam se está bem, é sentir culpa mesmo não tendo, é sentir que o mundo se tornou um peso tremendo, é querer sumir, e tudo que era belo se tornou feio, ruim, e nada mais tem sentido, muito menos viver – encaro meus dedos sentindo uma lágrima descer em minhas bochechas – eu sentia e as vezes ainda sinto tudo isso, ela faz isso – mostro as marcas em meu pulso e Iris arregala os olhos

-Finn – sua voz sai como um sussurro, ela passa os dedos pelas cicatrizes e uma lágrima cai de seus olhinhos marejados

-Tudo bem, eu não faço mais isso – digo a tranquilizando mas recebo um olhar negativo

-Você já tentou...cê sabe

-Se eu já tentei me suicidar? – confirma – Sim, várias vezes mas estranhamente nunca dá certo

-Ainda bem né, se você estivesse morto não teria como eu o conhecer – fala e sorri, faço o mesmo só que fraquinho – eu sinto muito mesmo Finn, queria que essa doença não existisse – fala e eu concordo

-Eu também – digo fechando os olhos

-Ainda sente que quer morrer? Ou essa tristeza constante?

-Por incrível que pareça, não – ela sorri e eu faço o mesmo – quer dizer, as vezes ainda tenho pensamentos negativos, mas logo vão embora. Acho que talvez porque tenha encontrado um motivo para querer viver – falo sincero e Iris sorri

-Motivo? Motivo esse que tem nome e começa com a letra M? – Semicerra os olhos me arrancando um riso frouxo

-Exatamente – sorrio olhando para o infinito e sinto uma risadinha fraca vindo dela

-O que te trouxe aqui? Saiu de Nova Iorque por quê?

-Minha tia morreu, então tive que vir morar com a vovó – digo frio e seco, quis ser breve, não gosto de tocar nesse assunto e Iris parece compreender pois apenas confirma com a cabeça

-Meus pêsames – assinto

-Você não é um nada – a olho, ela me encara confusa – você disse que era um nada, mas não é verdade. – a menina me olha com os olhos cabisbaixos soltando uma risada sem ânimo algum- eu poderia te odiar e dizer que de fato você não é um nada, mas não enxergo isso em você. – ela me encara – quem me fez mal foi Jacob e não você Iris, mas sinto de qualquer forma as dores dos meus amigos, pois eu os considero demais.

-Eu entendo

-Iris você é uma menina com um potencial enorme entende, e tem apenas quantos anos? 17? – pergunto e ela assente – tem 17 anos e foi madura o suficiente para se arrepender, isso mostra que você não é vazia e que existe sentimentos aqui. – aponto sem tocar em seu coração - Fico feliz que sua ficha tenha caído e que você quer ser uma pessoa melhor, sério mesmo – digo e a menina sorri

 -Me desculpe – sussurra e eu suspiro

-Não é de mim que tem que pedir desculpas, e você sabe disso – falo e ela me encara

-Você acha que eles me perdoarão? – pergunta esperançosa e eu apenas dou de ombros

-Talvez sim, talvez não, vai saber. Só não se sinta mais triste, se eles não te perdoarem de primeira, confiar em você é uma utopia para eles – falo e a menina suspira, passando as mãos no cabelo - O fato é, Sadie, Noah, Millie, Jaeden, Gaten, Sophia, Caleb e Jack por mais que sofram, eles reconhecem quando alguém se arrepende, eles são do bem Iris. Isso que os torna raros e os faz como você disse “reluzirem” aos outros olhos – falo e Iris confirma sorrindo

-Você fez bem em se aproximar deles Finn – diz e eu sorrio

-Na verdade isso é culpa de Millie, ela me apresentou cada um – riu e a de headpink me acompanha

-Eles parecem ser legais – fala e eu afirmo sem hesitar

-São mesmos – digo e sorrio, Iris se põe em minha frente e eu abaixo minha cabeça um pouco

-Você é uma ótima pessoa Finn, e eu espero que você seja muito feliz – fala e eu concordo

-Espero o mesmo pra você, e relaxa, tudo irá dar certo no final – digo querendo acreditar em minhas próprias palavras

Ela enrosca seus dois braços em meu pescoço e meu puxa para um abraço, sinto-me meio desconfortável, não sou fã de abraços ou que me toquem, a não ser que seja a Millie me abraçando ou me tocando, aí sim eu gosto.

Coloco minhas mãos em sua cintura e sinto Iris cheirar meu pescoço, mas que porra, aperto sua cintura um pouco para que se afaste, mas creio que ela imaginou que era outra coisa.

Iris afasta o rosto e me encara, fito seus olhos e então ela se aproxima, começo a sentir sua respiração em meu rosto e meu coração acelera de nervosismo, e agora? Eu corro? A empurro? Começo a rir para ela me achar maluco? E se eu a soltar e sair correndo? Não será tão ruim né?

Perdido em pensamentos, não percebo quando seu nariz está praticamente encostado ao meu, um choque de realidade cai sobre mim e eu afasto Iris, retirando seu braço do meu pescoço, ela me olha e sorri fraco

-Desculpa Iris, mas não posso e não quero – esclareço e ela apenas confirma com a cabeça

-Seu coração já é de outra, eu entendo – fala tranquila e eu confirmo – mas eu teria alguma chance, caso ela não queira nada? – riu fraco, ela já não quer e mesmo assim eu não desisti

-Sinto muito, mas Millie pegou meu coração e tomou pra si, sem querer compartilhar com ninguém – digo e a menina sorri concordando – Já são quase 6:00, acho melhor eu ir, e você tem aula certo? – Pergunto e a menina revira os olhos e faz um biquinho, riu

-Tenho sim, aula chata em uma escola chata, quem aguenta? – fala enquanto caminha até o carro, acompanho-a - tchau Finn e obrigada por me ouvir – fala entrando em seu carro, ligando-o em seguida

-Eu que agradeço por falar – digo sincero e a menina sorri -Espero que dê tudo certo para você Iris, boa aula – digo e me afasto, observo o carro se afastar e antes que ele vire a esquina, ela acena, faço o mesmo, e então sua SUV preta, novamente começo a correr, dessa vez, sozinho rumo a minha casa.

 

Pov. Sadie

Acordo com um ronco parecendo uma máquina de trator, procuro o culpado e vejo que é Noah que ronca de boca aberta, ainda por cima está babando no cabelo de Millie. Começo a rir fraco imaginando a cena de Millie irritada acordando com o cabelo todo molhado.

Noah praticamente está em cima do corpo de Millie e me pergunto como ela ainda não acordou com essa máquina de ronco em seu pé do ouvido. Olho as horas, 5:59, encaro o relógio fixamente até dar o horário, fico nessa, não pisco, apenas observo o número vermelho e quando finalmente pisco, a porcaria toca.

Desligo-o e escuto um grito de Millie, rindo, viro-me

-Ahhhhhh E.U.V.O.U.T.E.M.A.T.A.R! – Millie grita enquanto separa seus cabelos grudados, começo a rir freneticamente ao olhar para Noah que a encara como se nem soubesse quem ela fosse

-Quê? – ele pergunta e Millie começa a atingi-lo com fortes tapas, o menino começa a rir enquanto tenta se defender com os braços no rosto, pego meu travesseiro e começo a bate-lo também – Ei doida, tá me batendo também por que porra!? 

-Ah sei lá, vi ela te batendo e meu deu vontade – digo enquanto soco seu estomago

-EU NASCI PRA SOFRER! – Noah grita e rindo paro de bate-lo enquanto Millie o sufoca com um travesseiro, e sai da cama após subir em seu corpo – ASSASSINA

-BABÃO

-MALUCA

-IDIOTA

-DOIDA

-FILHOTE DE CRUZ CREDO

-PSICOPATA VARRIDA

-CARA DE FUINHA

-ARROMBADOS! – Grito e os dois me olham com os olhos arregalados – nada não, só queria xingar também – digo e os dois riem e reviram os olhos

-Vou tomar banho e lavar meu cabelo, já que ALGUÉM babou nele – Mille fala levemente irritada enquanto caminha até o banheiro

-Eu sou saudável, minha baba hidrata – ele responde e eu faço cara de nojo

Me levanto e caminho até o espelho, levanto metade de minha blusa, deixando minha barriga e cintura a mostra, analiso-me, minha barriga chapadinha, mas basta comer que pareço uma grávida de 3 meses

Encaro Noah que me olha com cara de zumbi, não tínhamos vergonha dele, ele já nos viu até mesmo só de calcinha e sutiã, consideramos ele como nosso irmãozinho.

-Você acha que eu tô gorda? – pergunto e ele revira os olhos – é sério!

-Não

-Sério?

-Sadie Sink – se levanta e aponta seu indicador em minha direção – por mim você vestia tamanho PP – fala e eu sorrio

-PP – repito esperançosa enquanto analiso meu corpo no espelho e ele confirma

-Sim, tamanho peppa pig

Procuro a primeira coisa que vejo e é uma escova de pentear, jogo em sua direção, atingindo sua testa em cheio, lanço o dedo do meio e entro no closet de Millie. Peppa pig é meu rabo, Noah logo aparece com a mão na testa, mas ainda sim ri, o xingo e então sentamos nó sofá, conversamos sobre a vida e como a escola é um inferno, riu de suas travessuras, ele veste um sutiã dela e finge que tem peitos bem na hora em que ela entra, encaro Noah que me encara, olhamos para Millie que está estática, mas ao ver seu lábio tremer caio na gargalhada, somos assim, não sentimos raiva um do outro e quando sentimos, pedimos perdão rapidamente.

A próxima do banho foi eu e claro aproveitei para me lavar com todos, definitivamente todos os produtos de Millie que são extremamente cheirosos, e depois Noah, no qual Millie o trancou no banheiro como espécie de vingança.

-MILLIE SUA PUTA QUENGA ME TIRA DAQUIIIIIII – Noah grita do outro lado da porta, enquanto eu e Millie rimos do outro lado

-Me obrigue! – ela fala rindo e então paramos de escutar Noah

-Meu Deus e se ele morreu? – pergunto e Millie arregala os olhos

-Isso seria possível?

-Sei lá, já pensou ele bateu com a cabeça e agora teve um acidente craniano?

-Credo Sadie, não. Ele deve estar jogado no ch..-Millie é interrompida por fortes chutes na porta que a assustam derrubando a chave

-Puta merda Noah a Millie perdeu a chave – grito e a menina começa a rir enquanto procura

-Como é? MILLIE ME TIRA DAQUI OU EU VOU JOGAR SEUS PRODUTOS NA PIA!

-EU PERDI A MERDA DA CHAVE NOAH, ARROMBA A PORTA DESGRAÇA – começo a rir pelo desespero dos dois e começo a me arrumar, Millie já estava pronta

Visto um vestido vermelho, meus vans rosa, jaqueta jeans por cima, faço uma make leve ao som dos gritos de Millie e Noah, faço um coque e coloco meu colar e meus anéis. Pronta, me levanto até Millie que sorri de orelha a orelha ao encontrar a chave

 

Pov. Noah

Já era, vou ter que arrombar essa porta se quero sair daqui. Me sinto em um filme, como uma vítima de um sequestro que procura locais de fuga, e para minha tristeza não tem grampo para eu abrir a fechadura, a única solução é usar toda minha força e correr em direção a porta.

Suspiro, irei no três, um, dois, três, e quando corro com toda a adrenalina e força habitável em meu corpo, a porta se abre, fazendo-me voar apenas de toalha sobre o miúdo corpo de Millie. Ótimo, babei na menina e agora a molhei toda, fodase, não ligo.

A menina se debate debaixo de mim e Sadie começa a rir enquanto estapeia minha costa, que porra.  Me levanto rindo e puto, estendo minha mão e Millie a segura, puxo e a levanto, ela protesta, me lança o dedo do meio, reclama que o universo nunca está ao seu favor, joga um travesseiro em mim e finalmente entra em seu closet procurando outra roupa.

-As vezes eu me pergunto que diabos o Finn viu nessa maluca – digo enquanto Sadie ri e revira os olhos

-O amor faz isso com as pessoas – ela fala e sorri

-O amor deixa as pessoas cegas, mas isso é algo bom, né? – pergunto e Sadie pensa

-Bem, as vezes sim, quando o apaixonado não liga para as maluquices do outro ou outra, e leva isso como uma qualidade única, tipo o Finn, ele deve achar essa maluquice da Mills uma coisa boa. Mas quando a pessoa é tóxica, e faz coisas ruins e o outro não vê por estar apaixonado, aí já não é bom não – a ruiva fala e pega sua bolsa rosa com vários chaveiros de unicórnios colocando-a na costa

-É verdade – falo por fim

-Vou preparar algo para comermos, ainda temos tempo – Sadie fala enquanto sai do quarto

Visto-me com uma calça jeans clara, camisa branca, jaqueta jeans escura e meu vans preto. Millie sai do closet usando um vestido branco com estampa de girassóis na parte de baixo, tênis branco, e uma jaqueta marrom por cima, está linda como sempre.

Informo Millie que Sadie foi preparar nosso café e bastou eu mencionar algo sobre comer que ela passou por mim como se eu fosse invisível. Bufo e pego minhas coisas indo atrás. Na cozinha praticamente esvaziamos a dispensa da tia Kelly, e de barriga cheia saímos de casa em meio a risadas, pois Millie tomou um copo de leite, mas se engasgou fazendo o leite sair pelo seu nariz, nojento, mas engraçado.

-Caralho Millie, qual é o cheiro do leite? –Pergunto e a morena revira os olhos

-Tem cheiro de queijo – fala e eu com a ruiva fazemos uma careta, credo

-Aquele ali não é o Finn? Que diabos ele está fazendo na rua uma hora dessas? – Sadie fala pensativa enquanto avisto Finn se aproximando, ele está com os fones de ouvido e pelo suor e as bochechas coradas, deduzo o óbvio, ele saiu pra correr, encaro Millie que está de costas digitando a senha de segurança

-Ah vai ver ele saiu pra correr oras, é bom – a morena fala e nós dois a olhamos

-E por acaso você já saiu pra correr? – Pergunto e Millie dá uma risadinha sarcástica

-Meu filho, eu sou a Millie Sedentária Brown, odeio exercícios a não ser luta – fala e eu reviro os olhos

Esperamos Millie e então fomos os três até Finn, avisto Jaeden saindo de sua casa, acenamos e ele sorri enquanto corre ao nosso encontro, encaro Finn e percebo que seu olhar recaí em Millie que está digitando algo em seu celular.

A cena se tornou um pouco cômica, senão constrangedora. Finn fita Millie, que encara seu celular fixamente, enquanto Jaeden encara Finn e depois olha para Millie e dá um sorrisinho, eu encaro Jaeden que sorri enquanto nega com a cabeça, depois encaro Sadie que me olha entediada, olho para Millie que não para de digitar, isso tudo em um perfeito silêncio.

-Millie pega minha água – Sadie fala estendendo sua garrafinha e só então Millie larga o celular e o coloca no bolso da jaqueta – bebe, se não vai morrer desidratada de tanto te secarem bebê – não evito e riu fraco, assim como Jaeden que tosse

-Ué, mas eu bebo água constantemente – a morena fala e seu olhar demostra confusão, não evito em rir, sério, as vezes me surpreendo com a inocência e lerdeza que habita nesse ser humano

-Então...não sabia que corria Finn – Jaeden fala e todos encaramo-lo, mas sua boca só abre ao receber o olhar dela, que moço apaixonado

-Se for pra manter a forma não precisa, é tão magrinho, tenho medo do vento te levar – Millie fala e todos rimos, inclusive Finn que ri e revira os olhos – sério Finn, colocar pedra no seu bolso – me descontrolo e começo a rir juntamente com Sadie e Jaeden, porra Millie, coitado do magrelin 

-Alguém já mandou você se ferrar hoje Milena? – o cacheado fita os olhos de Millie que o encara debochadamente

-Não, quer fazer as honras? – Pergunta e eu encaro Sadie que parece adorar o dialogo dos dois

-Eu adoraria – ele sorri e Millie estreita os olhos

-Gente eu sei que a tensão sexual tá forte, mas se não formos iremos nos atrasar – digo e o contato visual dos dois é quebrado

-Então tchau – Jaeden fala enquanto aperta a mão de Finn – a gente se vê mais tarde

-Bye Finnlard, vê se faz algo útil ao invés de ser mais um vagabundo no mundo – Sadie fala e Finn ri

-Até cara, e vai tomar banho, cê tá fedendo – digo brincalhão, e Finn revira os olhos, dou um abraço leve e minhas narinas detectam um cheiro irritavelmente doce, que é familiar, mas não sei de quem é ou onde o senti, dou de ombros

-Tchau gente, boa aula pra vocês – Finn fala enquanto eu, Sadie e Jaeden caminhamos, sinto falta de alguém segurar meu braço e olho para trás, reviro os olhos, isso é hora de pegação?

 

Pov. Millie

Dou um tchau quase inaudível para Finn, mas assim que tento me afastar o maior segura meu braço fazendo-me parar imediatamente. Ao olhar, flashes dele cantando de madrugada vinham em minha mente, sua voz, a luz da lua, a letra, o som, tudo vinha em minha mente, mas eu nunca confessaria que além de ter o espionado, eu havia gostado, não só da letra, e sim dele cantando

A verdade é que ver Finn totalmente concentrado enquanto canta e seus dedos longos dedilham o violão para que ele não erre nada me...excita, ele fica incrivelmente sexy ao fazer uma coisa tão simples, e pensar assim me deixa extasiada e corada

Encaro os profundos olhos de Finn que penetram os meus com um brilho imensurável, ele reveza entre meus olhos e meus lábios e isso de certo modo estava me incomodando, deixei claro que sua amizade é o que eu quero, só isso, tá que eu já imaginei novamente assim como desejei mais uma vez seus lábios no meu, mas não posso, pois é o melhor a se fazer

-Puta merda você é tão linda – ele fala e encara minha boca, sinto minhas bochechas queimarem e ele sorri de canto

-Me puxou para falar o que eu já sei Finn? – pergunto e ele sorri

-Te puxei por que quero te beijar, e muito – diz e eu abro a boca pela audácia

Pra piorar minha situação, Finn está incrivelmente perfeito, está ofegante, com as bochechas vermelhas, seus lábios entreabertos carnudos cor carmesim me hipnotizam, afasto uns cachos grudados de sua testa por conta do suor e ele segura minha cintura, respiro fundo ao sentir seus dedos longos e firmes repousadas nela, fico de ponta de pé e seguro seu ombro, encosto minha cabeça no lado de seu rosto, para que minha boca fique próxima do seu ouvido

-Pena que querer não é poder – sussurro e escuto um suspiro pesado – me afasto e Finn estreita os olhos, sorrio provocativa e ele nega com a cabeça

-Eu te odeio – fala enquanto coloca a mão na cintura

-Odeia nada, me ama que eu sei – digo me distanciando e ele revira os olhos

-Por isso que eu te odeio – abro a boca e ele ri, nego e então dou um tchauzinho, corro até o trio que me olham maliciosamente, Noah com as mãos na cintura e um biquinho, Sadie com os braços cruzados e um sorriso sem vergonha na cara e Jaeden com as mãos no bolso, mas seu olhar diz “você gosta né safada”, passo reto entre os três e escuto suas risadinhas.

Tive que ir o percurso inteiro ouvindo piadinhas entre eu e Finn, o pior é que eu não conseguia me controlar e ria e começava a falar sem parar por ficar nervosa, a minha sorte é que a escola é perto, então quando chegamos não houve necessidade de escutar mais nenhuma asneira sobre fillie.

-Amor da minha vida – Caleb aparece cantando e sorrindo abertamente para Sadie quando chegamos na escola

-Daqui até a eternidade – Sadie completa a música

-Nossos destinos foram traçados na maternidade – Caleb canta e eu com Noah fazemos barulho de vômito

-Tão melosos, quero vomitar – Noah fala e eu concordo

-Tão doces que sinto minha diabetes subir – falo fazendo o casal revirar os olhos

-Oi amor – Sophia aparece e abraça Jaeden, pera...”amor”?

-Oi bebê – ele responde, “bebê”?

Encaro Noah que me olha e parece tão confuso quanto eu, Sadie e Caleb me olham da mesma forma, mas sorriem

-Vocês tão namorando e nem avisam né seus arrombados – digo colocando a mão na cintura e Jae e Soph riem corados, fofos

-N-não, somos só amigos – ela responde e eu semicerro meus olhos

-Vai mentir pro capeta – falo e o grupo ri

-Tá, estamos namorando – Jaeden fala e todos sorrimos – e sem piadinhas por favor, caso contrário vocês vão se arrepender

-Ué, você vai bater neles por acaso? – Sophia pergunta

-Não amor, pensei que você que fosse bater neles – responde e Sophia ri revirando os olhos, faço uma nota mental para a chamar mais tarde para contar exatamente tudo sobre os dois

-Ok ok, definitivamente o amor está no ar – digo e todos me olham – que foi gente? É cadie, Joah, Galizzy e agora Jophia – falo contando nos dedos e os casais riem

-Pera, cadie? – Caleb pergunta

-Joah – vez de Jaeden

-Que porra é Galizzy? – Noah pergunta e coça a nuca

-E Jophia? – Sadie pergunta e eu respiro buscando paciência de meu ser tão pequeno

-Caleb mais Sadie, Cadie e vocês já sabem disso, Joah, Jack mais Noah, Galizzy, Gaten mais Lizzy e Jophia, Jaeden mais Sophia, vocês são burros demais – falo e recebo uma maratona de tapinhas leves em meus braços finos, rindo, grito para pararem e rindo eles param

-Puta merda você é muito fanfiqueira, só mente de fanfiqueiro pensa assim, tô te falando amor, ela é maluca – Caleb fala a Sadie que ri

-Ei nem vem falar dela não, eu que criei esse monstrinho – a ruiva rebate e eu reviro os olhos sorrindo

-Gente, como assim Jack e Noah? – Sophia pergunta e Noah sorri

-Vocês estão juntos? – Jaeden pergunta e eu o encaro

-Quem estão juntos? – Jack chega e abraça Noah – oi neném – Noah sorri envergonhado

-Sim, estão juntos – respondo e todos sorrimos

-Somos um casal? – Noah pergunta a Jack que junta as sobrancelhas

-Querido já namorávamos assim que eu te conheci, só faltava você saber – Jack responde e rimos

-Oi gente – Gaten aparece tomando um café da Starbucks e eu pego seu copo bebendo um gole, ele está acostumado comigo fazendo isso então nem protesta

-Oi terráqueos – Lizzy nos cumprimenta e fazemos o mesmo, ela pega o café das mãos de Gaten assim que eu devolvo e ele abre a boca – da próxima vez vou comprar três – ele fala e nós duas o olhamos – vocês tomam tudo oras, sobra nada – bufa e eu com ela rimos

-Você que lute – eu e Lizz falamos juntas e rimos, o sinal toca e todos nos despedimos.

Cada um vai para suas devidas salas e eu espero Noah parar os beijinhos em seu amado, ele volta sorridente e pega minha mão entrelaçando nossos dedos. Iris passa por nós e sorri para mim que estranho, mas aceno com a cabeça, encaro Noah e ele está pálido, estático

-Noah o que houve? Está passando mal? Quer água? –pergunto preocupada e o menino aperta levemente minha mão

-É ela – fala e sinto minha testa franzir

-Ela o quê? – pergunto e Noah parece voltar a órbita com a minha pergunta

-Ninguém, nada, pensamento alto – fala rápido e nervoso, aí tem coisa – vem, vamos pra sala, a primeira aula é de Química e não podemos perder a prova né anjo – fala e eu sorrio amarelo – você vai se sair bem, uma gênia dessas – reviro os olhos sorrindo

-Você também vai ir bem nerd – digo e Noah sorri, resolvo não perguntar nada e esquecer, não deve ser nada demais, né?

 

Pov. Noah

Filho da puta, o cheiro em Finn é dessa sonsa, é de Iris, merda, poderia ser de qualquer uma, mas não dela. Eu pego esse filho da mãe quando a aula terminar, e se eu descobrir que ele e Iris fizeram algo sórdido e depois ele teve a cara de pau de falar com a Millie eu não respondo por mim, eu sou gay, mas Deus me fez com a força de um homem.

Disfarcei com Millie que percebeu meu nervoso, mas não falou nada e espero que permaneça assim. Enquanto o professor fala, meus pensamentos voam longe, minha perna não para quieta e meus dedos não param de batucar na mesa, causando um certo barulho

O professor coloca o papel com as vinte questões sobre a mesa e no momento eu esqueci até meu nome. Nego com a cabeça, esquece esse idiota e foca na sua nota que é melhor Noah, olho de relance para Millie que sorrindo responde rapidamente as questões, minha menina, minha nerdizinha chata que eu amo tanto, não deixarei ninguém te machucar novamente meu amor, dessa vez eu não vou ter o arrependimento de não ter impedido que quebrassem seu coração, dessa vez eu estarei aqui pra te livrar de todo mal. Encaro a primeira questão “ Qual o conceito da Lei de Hess” puta merda, quem é Hess? Ok Noah, foco, força e fé, encaro as alternativas e marco a letra D de Deus.

------------- // ------------

-A prova estava molezinha, arrasei – Millie gaba-se na mesa enquanto eu reviro os olhos

Já é o intervalo, dessa vez todos, bem, quase todos estão aqui, menos Finn, ah Finn Wolfhard, peço internamente a Deus para que eu esteja errado e que ele só tenha esbarrado em uma senhorinha que precisava de ajuda, ela tinha o mesmo perfume e como agradecimento abraçou Finn deixando seu cheiro nele.

-Molezinha o caramba, fui no A de aleluia, B de benção, C de Cristo e D de Deus, uma questão eu acerto – digo e todos riem

-Pelo menos foi no papel, e a nossa que foi prova oral de Trigonometria, no círculo trigonométrico – Sadie começa a rir e Caleb a encara com a mão na boca, segurando o riso - o professor de matemática perguntou em qual quadrante o número estava e ele “cateto” – Sadie aponta para Caleb e todos rimos  

*Para quem não sabe, Círculo Trigonométrico, é uma parte da Trigonometria, onde só existe os quadrantes 1,2,3 e 4 dividindo o círculo. Cateto não tem nada a ver com esse assunto*

-Ah e eu lá sabia, falei a primeira coisa que veio em minha mente – Caleb rebate mas ri

-Cara, ainda bem que as provas estão no fim, segunda não tem nada glória a Deus aleluia – Gaten fala colocando as mãos para o alto

-Obrigada senhor, sei que tu me sondas – Sophia fala soltando gritinhos

-Amores, hoje é sexta e só isso que importa – Jack fala colocando as mãos para trás

-Gente! – Sadie grita e todos a olhamos – Domingo é Halloween bicho! – ela fala animada e todos a olhamos entediados

-Não faço nada nesse dia, nem me importo, só fico comendo os doces que minha mãe compra para as crianças – Jack fala e Noah abre a boca

-Comendo os doces que eram para as crianças Jack, que feio, merece ser punido – Noah fala e Jack o encara maliciosamente

-Vem me dar o que eu mereço baby, me dá umas palmadinhas aqui – Jack fala e coloca sua mão na bunda, dou uma risada discreta e quando olho para a Sadie fecho os olhos fortemente, ela está com os olhos arregalados e totalmente corada

-Ok ok chega pessoal, temos crianças aqui – Caleb fala e o encaramos – esqueceram que a Millie tem cinco anos? – olho para Caleb e o mesmo começa a rir

-Cinco anos meu rabo – falo emburrada causando uma risada conjunta

-Gente, domingo é a festa da Apatow, alguém daqui vai? – Lizzy pergunta curiosa

-Não – Noah responde – nem eu nem a Mills vamos – o encaro e confirmo olhando para Gaten e sua namorada

-Não vou nem se me pagassem, meus pais querem passar o Halloween no sítio, perto daquele sítio que vende abóboras – Jaeden fala tristonho

-Ué? Você não quer ir? – Pergunto ao notar sua mudança de humor

-Não, toda vez que vamos os pernilongos me atacam como se eu fosse um mero pedaço de carne, fora que a vovó me obriga a comer uns doces caseiros que tem gosto de remédio – fala e suspira

-Vou ir pedir doces com minha prima – Sophia fala – a guria tem 5 anos e eu tenho que tomar conta dela – bufa

-Acho que vou ficar com você, posso? – Sadie pergunta a Caleb que esboça um sorriso perfeito com seus dentes brancos e bem moldados

-E ainda pergunta minha cabeça de abóbora, claro que pode – o negro responde e beija a testa da ruiva que sorri

-Lizzy e eu vamos passar o Halloween juntos, não sei onde e muito menos o que vamos fazer, mas o que importa é estarmos juntos né vida? – Gaten pergunta a Lizzy que sorri e o beija brevemente como resposta

-E você Jack? – Pergunto e o menino que até então dormia, solta um ronco como resposta

-OU – Noah o balança e o menino acorda atordoado nos fazendo rir de sua cara amassada – cara você dormiu durante a conversa? – Jack sorri amarelo e passa a mão no rosto

-Foi mal – diz e coloca novamente o rosto sobre a mesa, começo a rir e resolvo deixar pra lá

-Vamos passar juntos? Creio que mamãe estará no hospital – pergunto a Noah que sorri e confirma

-Nillie juntos e sozinhos, que Deus não permita que sua casa pegue fogo Millie – Sadie fala e como resposta lhe mostro o dedo feio, ela me retribui da mesma forma e depois começamos a rir

Os outros minutos foram gastos em uma partida de Uno, entre eu, Noah, Jaeden e Sophia, acabou que eu fiquei em primeiro, Soph em segundo, Noah em terceiro e Jae no quarto lugar, Jack ainda dormia e vez ou outra soltava frases sem sentido como “bate na minha bunda baby” e “eu já disse que odeio jiló”, é, Jack não bate muito bem da cabeça, Gaten e Lizzy conversavam sobre animes e depois começavam a se pegar do nada e Caleb com Sadie ficavam fofocando da vida alheia.

O sinal finalmente toca, alertando que todos nós devíamos ir à nossas salas. Levanto-me e estico minhas pernas, fiquei sentada por tanto tempo que já estava sentindo minha bunda ficar quadrada. Todos caminhamos juntos pelos corredores, as vezes esbarramos em alguém, somos um squad grande então ocupa bastante espaço.

Após os casais trocarem carícias e demorados beijinhos fofos e melosos, e após eu me sentir não só uma vela e sim a tocha olímpica, entramos na sala de aula.

-Agora é certo, pode me chamar de Millie Vela Brown – digo e Noah revira os olhos

-Está sozinha por que quer, o lobão está prontíssimo para ser o grande amor da sua vida – reviro meus olhos – nem vem com esses olhinhos minha pétala de girassol, você sabe que estou certo

-Eu não o amo! – Respondo o óbvio e Noah me encara entediado

-Não, você não quer o amar, é diferente

-Quantas vezes vou ter que falar que não acredito no amor e que nunca sentirei isso?

-E quantas vezes eu vou ter que repetir que você está errada e ainda vai pagar com a língua por pensar assim? – suspiro calando-me, essa conversa já está me cansando – Millie, você não devia pensar assim sabe, mas já que quer dessa forma, não vou mais falar nada

-Obrigada

-Mas estarei aqui pra rir da sua cara quando você vier correndo comigo, para falar que AMA o Finn – abro a boca e Noah ri

-Coitado, isso nunca vai acontecer – falo dando de ombros

“Informamos aos alunos para comparecerem imediatamente à quadra, o diretor Patrick juntamente com a presidente do grêmio estudantil Sadie Sink tem um comunicado que vos interessam”

A voz no alto falante soa, encaro Noah com a testa franzida, o garoto faz o mesmo e então de mãos dadas fomos a quadra

-Estranho Sadie não ter contado né, pelo menos para nós dois – Noah fala pensativo

-Quem sabe o diretor não a ordenou para manter em sigilo, ou ela se esqueceu, sabe como Sadie é tapada – falo e Noah ri

Chegamos na quadra e vários alunos preenchiam a arquibancada, vozes agudas, grossas, finas, soavam, todos conversavam ao mesmo tempo, deixando meu ouvido quase surdo, seguro a mão de Noah com força para não me perder enquanto o mesmo vai na frente.

Esbarro em Iris, que me olha, espero uma fala mesquinha de que devo olhar para onde ando, mas ao invés disso a menina sorri compreensiva e fala um delicado “pode passar” enquanto se afasta dando passagem, sorrio estranhando seu comportamento, mas resolvo não falar nada

Avisto Jack estendo o braço nos chamado e aviso Noah que praticamente corre ao seu encontro me puxando junto, fazendo-me quase cair nos braços de Louis que rindo pega firmemente em minha cintura. Encaro Noah que ainda permanece com sua mão na minha

-Cuidado flor, poderia ter caído – Louis fala enquanto eu me ajeito envergonhada

-Obrigada meu herói – falo brincalhona e Louis ri – meu Superman – digo e Louis solta uma gargalhada

-Sempre a disposição Mary Jane – rio

-Vamos Millie – Noah fala e o olhamos – Jack está nos esperando – fala e sorri para Louis – valeu por não ter deixado essa tonta aqui cair, é tão pequena e fraca que não tem domínio nos pés – os dois riem enquanto eu reviro os olhos

-Tchau Louis e vem Noah – digo puxando Noah que rindo começa a caminhar

-Tchau gente – Louis responde e então se senta juntamente ao seu grupinho

Nos aproximamos de Jack que mantém uma sobrancelha arqueada, e uma mão na cintura, olho para o resto do grupo que mantém as feições felizes de curiosas

-Sadie falou para algum de vocês sobre o que se trata? – pergunto e todos negam

-Ela não contou nem pra mim que sou seu namorado – Caleb bufa fazendo-me rir fraco

Nos sentamos e sinto-me observada, passo meus olhos e bato em Iris, está sozinha, sem suas amigas ridículas, ela me olha e sorri sem mostrar os dentes, repito o ato, ela pega seu celular e começa a mexer no aparelho

-O que tem de errado Mills? – Caleb que está em meu lado pergunta

-Nada oras – digo calma

-Tem sim, está quieta, e do nada encarou Iris

-Nossa que observador hein, pensei que só tinha olhos para Sadie – ele ri e sorri

-E tenho, mas também observo minha amiga e estranho ela não me perguntar nada sobre a Marvel – sorrio, eu e Caleb sempre conversamos sobre heróis e esse mundo geek, Marvel domina nossas conversas

-Ah – riu fraco – é que Iris está diferente – falo e o garoto enruga a testa – ela não mecheu com ninguém, nem comigo, nem me tratou mal quando esbarrei nela a minutos atrás, e não está conversando com suas amigas, aliás seu grupinho está sentado longe dela – digo e Caleb encara a menina que mantém os olhos fixos na tela do celular

-É verdade, quem sabe ela caiu em si e quer ser uma pessoa do bem agora né? – Fala e me olha, faço uma careta contraditória – as pessoas mudam Mills – confirmo com a cabeça

Um barulho de microfone exala o ambiente, olhamos para frente encontrado os professores, o diretor Patrick e Sadie na frente, ele limpa a garganta e começa a falar, encaro Sadie com os olhos semicerrados e a ruiva abre um lindo sorriso, sua feição mostra que está animada

-Então, após várias discussões, Sadie, nossa presidente do grêmio deu a brilhante ideia de fazermos um show de talentos – após dizer isso, abro a boca e vários gritinhos animados paira – o objetivo é criar lembranças e muito divertimento após esse momento de tensão da semana de provas que tiveram queremos proporcionar um divertimento em todos vocês. Passo a palavra à Sadie Sink

Várias palmas e gritos felizes são dados a Sink que sorri de orelha a orelha. Ela é uma garota muito querida por todos nessa escola, é inteligente, animada, legal, pacote completo, ela faz uma careta de lisonjeada e suspira sorrindo enquanto pega o microfone

-Provas, trabalhos, seminários pesam e nos causam cansaço e tensão. Eu, brilhante do jeito que sou – várias risadas são ouvidas – pensei, por que não fazemos algo que nos retire isso? Somos adolescentes, jovens e tudo que queremos é nos divertir não é mesmo? – Todos gritam “sim” em uníssono – isso aí, então tive a genial ideia de fazermos um show de talentos, vocês tem uma semana para pensar no que irão apresentar, não é obrigatório, mostre seu talento, vamos descobrir os cantores, dançarinos, cantores de rap existentes na Seattle High School, a inscrição é grátis e é só falar comigo ou com a Millie Bobby Brown – arregalo os olhos e todos os olhares se voltam para mim – isso aí pessoal, é esse anã de jardim que vocês podem falar também, segunda estaremos passando de sala em sala dando todas as informações necessárias, brilhantes da High School, vamos arrasar? – Sadie grita e levanta as mãos e todos gritam “Vamos” e batem palminhas

-Esse é o espirito que eu gosto, quais as estrelas existentes aqui uh? Mal posso esperar para sábado que vem, é isso pessoal, estão todos liberados por hoje, vão para suas casas e anunciem seus pais para esse dia, podem trazer convidados, e não será somente o show, teremos barraquinhas com várias comidinhas grátis também, enfim, é isso, hoje é sexta feira, aproveitem o dia, ame os animais, bebam água e tenham juízo pessoas com hormônios a mil – Todos rimos envergonhados e então saímos

Fomos liberados cedo e nada melhor que isso, show de talentos, um, o que eu posso apresentar? No jardim da escola, Noah e Jack animados falam que irão dançar uma música de hip-hop, Jaeden e Sophia já deixaram claro que só irão vir para filmar nossas vergonhas alheias, Gaten irá fazer um stand-up e Lizzy irá dançar uma música da Black Pink com suas amigas

-E você Caleb? – Pergunto e o garoto pensa

-Acho que irei fazer um rap – fala e todos sorrimos, Caleb é extremamente bom nisso

Sadie corre até nós, mas é barrada por uns 10 alunos antes, bufando finalmente chega ao nosso encontro

-Vou te contar olha, a fama cansa – fala convencida e Caleb passa o braço sobre seu ombro

-“é só falar comigo ou com a Millie Bobby Brown” – repito fazendo aspas no ar e Sadie sorri amarelo – porra você só me fode viu – digo irritada, de fato não gostei disso

-Desculpa amiga, mas o diretor disse que eu poderia escolher qualquer aluno para me ajudar, pensei em Caleb, mas ele é burro pra essas coisas e certamente me irritaria pedindo ajuda – todos riem e Caleb abre a boca incrédulo

-Vou fingir que não estou afetado – fala e rimos

-Olha Sadie eu não queria ficar fazendo essas coisas sabe, gosto de ficar na minha – digo séria e Sadie suspira tristonha – mas te ajudarei, já me meteu nisso né, agora irei até o final – a cabelo de fogo abre um largo sorriso e corre ao meu encontro, abraçando-me fortemente

-Ai amiga eu te amo tanto

-Quem não me ama né – digo e todos riem nos olhando

-De fato – escuto uma voz rouca e familiar, os olhos de Sadie brilham ao encarar o dono da voz atrás de mim, viro-me encontrando Finn Wolfhard, lindamente vestido com uma calça jeans preta, camisa branca da Adidas, e nos pés um sapatênis vinho, seu cabelo totalmente bagunçado e completamente charmoso, e no rosto um óculos escuro da chilli beans

-Finn Wolfhard – digo e o garoto sorri

-Millie Brown – ele responde

-Jack Grazer – Jack fala aleatoriamente e todos rimos

-Desculpe gente, mas vim roubar minha pequena –“minha”?

-Minha? – pergunto encarando seus olhos por trás dos óculos e Finn sorri

-Minha – ele pega minha mão firmemente e me puxa para um abraço apertado

-Saudades? – pergunto rindo e sinto sua respiração em meu pescoço

-Sempre pequena – fala e eu sorrio negando com a cabeça enquanto me afasto

-Gente por que vocês não namoram hein? Tá todo mundo vendo que os dois querem se pegar – Sophia fala e eu a encaro rindo

-Qual é, fillie é lindo vai, até você concorda – Jaeden fala olhando em meus olhos, belos amigos que eu tenho

-Ué, e eu pensei que eles já namoravam – Lizzy fala enquanto coça a testa

-Vocês não têm pena de mim não? Namorar um louco desses – digo apontando para Finn

-Louco por você no caso né – Finn fala descaradamente e eu o fito repreendendo

Olho para Noah que encara Finn com uma frieza no olhar, ele me olha e suspira, passa reto entre nós e puxa a mão de Finn que me encara confuso, mas o acompanha

 

Pov. Finn

Não sabia que diabos estava acontecendo, mas permaneci calado enquanto Noah me puxava para um canto longe de todos.

Estava entediado, depois de ter maratonado Stranger Things e chorado como uma criança birrenta em meu quarto, resolvi dar uma passadinha na escola e esperar Millie sair para passearmos e jogar conversa fora, mas vi que todos haviam saído cedo e que ela estava conversando alegremente com todo o grupo, então me aproximei deles.

Noah nos leva para perto de uma outra árvore, onde nossos amigos que nos olham curiosos não possam escutar, seja lá o que Noah queria falar. Encaro o menino com o cabelo bem penteado, ele está vermelho e seus olhos demonstram raiva, mas não entendo o porquê e porque eu seria o motivo dessa raiva toda

-Você pode enganar a Millie, mas a mim não Wolfhard – fala com o maxilar travado, recuo um passo para trás, como assim enganar?

-Noah eu não estou te entendendo

-Não me venha com esse papinho garoto, eu sei bem o que aconteceu entre você e Iris – fala com repugnância, eu, Iris, quê?

-O que aconteceu? Noah, não aconteceu nada entre nós, do que está falando? – pergunto tentando me controlar para não explodir, eu realmente quero entender

-Ah meu filho para, hoje mais cedo eu sei que você não foi correr, foi se encontrar com Iris – fala acusatório e tudo que vem em minha mente é: será que ele viu a tentativa dela de me beijar? Não, impossível, ele estava dormindo na casa de Millie, mas como sabe que eu estava com Iris?

-Como sabe?

-Puta que pariu era ela mesmo, puta merda Wolfhard! – coloca a mão na testa e me olha da cabeça aos pés – eu sabia que não podia confiar em você, eu sabia! Millie é muito inocente e enxerga bondade nos outros, mas eu a protegerei, você não merecer ser nosso amigo, eu sabia, eu sabia – fala incrédulo – eu vou contar a Millie, ou abrir os olhos dela e - o interrompo, meu Deus não é nada do que ele está pensando 

-Noah cala a boca – digo e Noah me encara com raiva no olhar

-NÃO ME MANDA CALAR A BOCA – Grita atraindo olhares, inclusive de Millie e o grupo

-Fecha a boca porra, quer que eles venham aqui? – pergunto fitando seus olhos e Noah suspira – eu fui correr sim hoje pela madrugada, e sabe o por que? – pergunto e ele nega – Porque a sua amiga, aquela desgraçadinha linda do inferno domina minha mente todo santo tia, toda santa noite e toda santa madrugada entendeu? Acordei cedo e não consegui dormir porque ela me faz pensar e fazer coisas...- pauso e Noah arregala os olhos – enfim, não voltei a dormir por causa dela, fui correr para espairecer os pensamentos e quase morro atropelado por Iris, então conversamos sobre a vida, ela me falou como está arrependida e quer pedir perdão, depois – Noah me interrompe

-P-perdão? Iris que nos pedir perdão? – De corado à pálido, é assim a nova cor que Noah adquire

-Sim – respondo tranquilo

-É por isso que ela está agindo diferente – Noah fala mais como um pensamento, pisca os olhos e bufa – eu vou acreditar em você agora Finn, mas qualquer vacilo seu, eu não hesitarei em te colocar no seu lugar, no meu bebê ninguém toca entendeu? – a dureza, o maxilar travado, e os punhos fechados de Noah me assustam e creio que o melhor a se fazer é concordar

-Eu nunca machucaria Millie, e se um dia fizer isso, pode me matar – falo e Noah revira os olhos

-Pode deixar que eu farei isso com prazer, agora vamos, o bando de curiosos estão nos encarando, daqui a pouco voam na gente iguais a urubus vendo carniça – fala tranquilamente e eu riu fraco

Caminhamos até o grupo conversando sobre um tal de show de talentos que irá acontecer sábado que vem, já até sei o que irei fazer, cantar é claro.

-Sobre o que fofocavam tanto? – Millie pergunto e eu pego a cintura da morena puxando-a, quase colando seu corpo ao meu

-Papo de homem – Noah fala e Millie bufa dando-se por vencida

-Adoro meu gay hétero – Jack fala e rimos

-Cadê o resto do povo? – Pergunto ao ver que apenas Sadie, Caleb, Millie e Jack estão presentes

-Jaeden foi para a casa de Sophia, Gaten e Lizzy disseram que estão programando um jogo juntos e tiveram que ir logo – Sadie responde tranquilamente

-Ah sim, Millie, seu trabalho começa que horas mesmo? – Pergunto e a morena bufa em meus braços

-Meio dia – fala preguiçosamente

-Humm temos tempo então – falo e os olhos cor de mel agora semicerrados fitam-me – quero passar um tempo com minha amiga, posso? – falo e a menina sorri revirando os olhos

-Podemos, ainda são 10:31 mesmo – fala e se afasta, segura em meu braço – tchau gente, se eu sumir saiba que o culpado é o Finn, e se eu morrer, saiba que o culpado é o Finn também – abro a boca e rindo a menina me puxa

-Juízo nessas cabeças ocas – Jack grita e por estarmos distante, escutamos sua voz fraquinha

A guio para meu carro, na verdade é o carro de vovó, um jipe preto, Millie me encara e destravo o carro, a morena entra no veículo sentando-se no banco do passageiro, entro me sentando no banco do motorista, enquanto ela se ajeita e pega seu celular, flashes da minha imaginação de estarmos fodendo com tanto tesão vem em minha mente, fazendo-me suar um pouco. Coloco minhas mãos no volante, e meio tenso pela memória fornicadora, ligo o carro dando partida

-Você está bem? – Pergunta enquanto eu encaro a rua livre de carros, permitindo-me ir mais rápido

-S-sim – respondo e xingo-me mentalmente por ter gaguejado em nervosismo, Millie toca em minha perna, amor pelo amor de Deus não dificulta o processo para o mini Finn não acordar, ela aperta minha coxa, causando uma onda de arrepios em meu corpo

-Tem certeza? Parece meio nervoso, está com ansiedade? Olha tenta respirar calmo está bem, tenta...- sorrio e a interrompo, por que que ela além de linda é tão perfeita querendo cuidar de mim?

-Amor eu estou bem, só fiquei meio sei lá, meio nervoso de repente, mas você me acalma – digo colocando minha mão livre por cima da sua

-Finnie, eu te adoro, mas odeio você com esses apelidinhos pra cima de mim – Millie fala emburrada, mas até assim continuava fofa

-Prefere que eu te chame de gnomo? – Millie me queima com seus olhos – A não, vai me dizer que ama quando eu te chamo de pequena? – riu e escuto um ar irritado de Millie -  não, pera, pera, já sei, você tem como preferência anã de jardim? – começo a rir mas, levo um tapa forte de Millie no braço, e porra, quanta força hein, deve ser porque não tem muito espaço para ser expandida

-Te odeio

-Te amo

-Mentiroso

-Mentirosa

-Meu Deus você é muito chato, o que eu fiz pra merecer um amigo assim senhor, me diga!

-Deixa de ser exagerada, eu sei que você gosta desse meu jeito – Millie revira os olhos e eu sorrio – quem cala consente, então...

Millie me fita com o semblante entediado e eu sorrio, sei que ela quer rir, pois ela está pressionando os lábios com força, olha para a janela abrindo-a, fazendo com que o vento entre bagunçando seus cabelos e deixando o delicioso cheiro de morango, adentrar minhas narinas.

Observo ela retirar sua jaqueta, deixando sua clavícula bem desenhada amostra e seus braços e ombros livres, o vestido que a deixa com suas curvas aparentes é de alcinha. O sinal fica no vermelho, paro o carro e analiso sua pele exposta, o sol adentrando o carro, faz com que a cor de seus olhos destaque mais ainda.

Apanho meu celular do bolso, e ligo a câmera, Millie está distraída, chamo-a e quando ela se vira tiro uma foto destacando a cor de seus olhos. Sorrio observando a foto enquanto escuto os protestos de Millie. A luz do sol é o efeito natural mais perfeito que existe, ele está por trás de Millie, fazendo a luz contornar o seu cabelo, assim como está pela frente, destacando cada detalhe de seu rosto, como os seus belos olhos cor de mel.

Millie pega meu celular e faz um biquinho ao ver a foto, ela aumenta a imagem, mirando seus olhos, ela semicerra seus olhinhos e sorri

-Amas eu sou muito gata mesmo ó, uma deusa dessa hein, fiu fiu pra mim – gaba-se me fazendo rir

-Fiu fiu girl, o que um bombom desse está fazendo fora da caixa hein?

-Esperando você vir comer – arregalo os olhos e Millie começa a rir, sinto minha bochecha queimar de vergonha

-Bem, não mentiu – digo e Millie abre a boca e enquanto ri, morde a língua levemente

-Safado

-Com você, sempre meu bem- Digo e retiro meus óculos dando uma piscadela para ela que revira os olhos mas sorri

-Vai ter um show de talentos na escola, sábado que vem – Millie começa e o sinal abre, dou partida no carro

-A sim, o Noah me contou, ideia de Sadie isso

-Aquela doida falou para a escola toda que eu e ela seremos responsáveis pelas inscrições, logo eu, a preguiça em pessoa – resmunga enquanto eu riu fraco – ai fiquei puta, não vou negar, só aceitei porque não tive saída – riu e a menina me olha incrédula – você – um tapa no braço – está – mais outro tapa no mesmo local – rindo – mais outro – da – e mais outro cada vez mais forte – minha desgraça Finn Wolfhard? – gemo fraco de dor, porra, não estranharei se tiver um buraco nessa região

-Eu – falo com ironia – nunca minha filha – seguro minha risada

-Affs, chato demais ó, e você, lobo difícil – faz menção em meu sobrenome e eu reviro os olhos – já tem seu nome na lista, deixarei você por último para fechar a noite com chave de ouro – sorri e eu nego com a cabeça rindo nasalmente

-Mas você nem sabia se eu queria

-E quem disse que você tem querer? – a olho e ela me dá com a língua

-Bebê, não me força a fazer algo com essa linguinha doce aí – digo provocativo e a morena cora – vou fazer o que eu faço de melhor

-Cantar

-Não, encarar todo mundo como se fosse mata-los, igual a Eleven

-Credo, vai parecer um maluco

-Mas eu sou maluco

-Ih é verdade, mas ninguém sabe disso – rimos – eu nem sei se vou apresentar alguma coisa

-Claro que vai, dança lá na frente dingol bell ross, vai você, Sadie, Lizzy e Sophia, olha ia ser legal, vocês vestidas de mamãe noel sexy, que nem as meninas malvadas – abro a boca caindo na gargalhada com Finn – é sério pô, ia dar mó tesão nos cuzões lá da escola

-Você seria um?

-E ainda pergunta?

-Só queria ter certeza, quem sabe não faço isso mesmo hein – pisca pra mim, suspiro e solto uma risada frouxa

-Você vestida de mamãe noel que nem Regina George vai ser a Millie dos meus sonhos eróticos

-Pera, você tem sonhos eróticos comigo?

Fico calado ao perceber que falei demais, Millie morde o lábio inferior e olha as árvores passando pela janela, suspiro, um silêncio não constrangedor se forma, não temos isso, por isso que eu gosto de ficar com ela, é mais uma qualidade fillie, não me julguem, eu gosto da nossa junção de nomes, não ficar constrangido por um silêncio qualquer

-Olha eu sei que irrito, mas eu sou jovem demais para morrer Finn – solto uma risada maléfica

-Será, afinal, o que é a morte, o fim ou o início de uma nova vida?

-Que mané início ou fim o quê, estamos indo aonde? – a olho entediado e Millie ri

-Não sei, só queria dirigir – dou de ombros

-Tem um lugar, que eu sempre vou quando quero pensar, mas vai ter que confiar em mim

-Devo ter medo? – falo sorrindo e a menina nega

Sigo as coordenadas que Millie dá, e sorrio ao parar em frente à uma floresta, olho meu relógio vendo que são 11:00 em ponto. Estaciono o carro e Millie retira os livros de sua bolsa, deixando dentro dela, apenas o essencial, pega sua jaqueta e então saímos do carro

-Me dê suas coisas – falo e ela me encara confusa – não precisa carregar peso – esclareço e a menina ri

-Sou pequena, não fraca – responde enquanto caminhamos, não ligo e puxo a mochila de suas mãos colocando em minha costa, Millie revira os olhos mas não fala nada

Entramos na floresta úmida e totalmente gelada, pisando e quebrando os galhos finos, escutamos o cantarolar dos pássaros

-Espero que conheça bem aqui, porque eu tô perdido – falo, Millie está em minha frente e eu apenas seguindo

-Segure minha mão, assim permanecemos juntos – ela estende e eu entrelaço nossos dedos

Caminhamos por longos minutos e eu já estava ofegante, parecendo que tinha corrido uma maratona inteira, enquanto Millie estava ótima, respirando tranquilamente, ela me olha e ri

-Vamos dar uma pausa – fala e eu sento-me em uma pedra

-Se você não vai me matar com pauladas, certeza que é com exaustão - Millie revira os olhos e me entrega sua garrafinha com água, bebo metade e ela a outra. Após o descanso, continuamos caminhando por mais cinco minutos certinho, começo a sentir uma onda nervosa me dominar, fazendo-me suar e ficar com os batimentos acelerado. Millie logo percebe e para em minha frente, odiava ter essas crises de ansiedade, começo a ficar tonto e a tremer sem parar, sentindo uma vontade horrível de gritar e chorar.

Millie me encara, coloca minhas mãos em sua cintura enquanto as suas repousam em meu ombro, ela faz feições de inspiração e expiração, e com os olhos manda eu repetir e assim eu faço

-Inspire e expire Finn, feche os olhos – faço o que ela manda, passo minhas mãos pela sua cintura, parando no meio da costa, entrelaço meus dedos – eu não vou fugir – sorrio – mantenha a respiração calma – sua voz é tranquilizadora e confortante – escute o cantarolar dos passarinhos – várias melodias misturadas estão presentes, sinto um vento gelado passar por nós – agora se concentre na sintonia entre o som  dos pássaros com o batucar das folhas, é bom né – concordo sorrindo, sinto minha respiração se acalmar, e meus batimentos desacelerando aos poucos, Millie retira minhas mãos de sua costa e entrelaça seus dedos em uma mão sua, enquanto com a outra coloca em seu ombro, começando a andar devagar comigo – não abra os olhos, confie em mim e só abra quando eu mandar amor – ela me tranquiliza, e me acalma e sei que foi sem querer, mas eu me derreti ao ouvir ela me chamando de “amor” – ouviu isso? Um esquilo acabou de coçar a bunda – riu e ela me acompanha na risada

-Não me faça cair Mills

-Não deixarei, agora venha para a esquerda, tem uma pedra em sua frente – faço isso e continuamos caminhando – junte os sons, o cantarolar dos pássaros, o batucar das folhas, o som dos galhos sendo quebrados pelos nossos pés, e o gemido do vento, é a harmonia que só a natureza proporciona – sorrio escutando as palavras saírem calmas de sua voz doce e aveludada

-É lindo, é belo, acalma a mente – digo sincero e posso ouvir que um sorriso se abre

Quando finalmente paramos, escuto o barulho de água, e sinto uma luz iluminar meu rosto, Millie pede para que abra os olhos devagar e eu assim faço. Fico maravilhado ao ver onde estamos, é um tipo de parque de diversões antigo, com uma roda gigante meio enferrujada, balanços, carrinhos, um riacho com uma água cristalina passando rapidamente, posso ver peixinhos de várias cores dentro dele, e uma ponte pintada de branco, com grande parte coberta por folhas verdinhas e flores que nos levam para o outro lado da floresta, olho para Millie e a primeira coisa que faço é abraça-la com força, em forma de gratidão

-Você gostou? – Pergunta abafado devido ao abraço e eu sorrio

-Gostar é pouco pequena, eu amei – escuto um sorriso formando em seu rosto

-Que bom que amou, está mais calmo? – confirmo com a cabeça, nem tinha me tocado que toda a ansiedade tinha se desintegrado como uma fumaça – fico feliz por isso também

Me afasto e encaro seus grandes e belos olhos, que me olham brilhantes e cheios de ternura, olho para onde estamos, em pé em uma enorme rocha apontada para o riacho. Millie caminha até a ponte e se senta na mesma, deixando suas pernas no lado de fora, a ponte não tem corrimão, é somente ela, mas ainda está em ótimas condições, me sento em seu lado analisando os brinquedos, a roda gigante imensa, está cheia de pisca-piscas, assim como a ponte, como uma espécie de varal, o local e contornado por vários pisca-piscas presos em estacas brancas cheias de flores, os balanços pintados em várias cores, assim como a gangorra.

-Esse era o meu lugar preferido de Seattle – Millie fala olhando para a água, encaro-a – vinha com meu pai e minha irmãzinha, antes da morte deles – ela suspira e eu seguro em seu ombro em forma de consolo – este é o primeiro parque de diversões de Seattle, mas fora esquecido e então o pobrezinho faliu há uns 3 anos – fala cabisbaixa

-Sinto muito – falo baixo e Millie apenas concorda com a cabeça

-Ele falava que algodão doce, sorvete e roda gigante faz você esquecer os problemas, e toda quarta feira no seu dia de folga, em exatas 13:00 ele me trazia aqui, juntamente com Ava, para nos divertimos até perdemos o ar, uma coisa tão simples, mas tão significativa sabe – confirmo – sinto falta deles – uma lágrima lhe escapa – sinto falta de todos eles

-Eu sei que sente – a abraço de lado e Millie repousa sua cabeça em meu ombro

-Por isso venho aqui sempre, e cuido dessa ponte, pois ficávamos aqui, conversando até o anoitecer, quando podíamos apostar contava mais estrelas tinha no céu ou apostar quem identificava mais constelações – ela ri – papai sempre achava menos que eu, talvez me deixasse ganhar propositalmente – sorri ao lembrar – meu pai agora é uma estrela, que está no céu, juntamente com Ava, minha doce Ava – um chorinho com soluço lhe escapa e eu a aperto em meu corpo – Charlie e Paige, minhas quatro estrelinhas no céu

Não sei o que dizer, acho que não tem o que falar em situações assim, somente ofereço meu consolo e demonstro que estou aqui para confortá-la, Millie envolve seus braços em meu corpo e eu repouso minha cabeça na sua, enquanto a aperto mais.

-Seu pai E seus irmãos toda noite te veem lá de cima, lhe admirando pela menina que se tornou – falo e beijo o topo de sua cabeça

-Obrigada

-Não precisa agradecer

Ficamos nessa posição gostosa por um bom tempo, sem falarmos nada, apenas aproveitando a companhia e o calor do corpo um do outro, dessa vez sem comentários maliciosos ou algo relacionado, este abraço demonstra “estou aqui com você, para o que der e vier”.

-Eu cuido daqui desde sempre, pinto a ponte e os brinquedos, cuido das plantas, de tudo, até mesmo coloquei o pisca-pisca na ponte – fala e se afasta, seguro seu rosto limpando suas lágrimas com meus polegares

-Aqui é lindo – retiro meus dedos e a observo sorrir colocando seu cabelo para trás da orelha, mesmo com os olhinhos inchados, e o rosto vermelho assim como a ponta do seu nariz, continua bela – os brinquedos funcionam?

-Não – ela sorri amarelo, riu nasalmente, claro que não né – só o balanço e a gangorra – ri – os únicos que não precisam de uma grande quantidade de energia – fala o óbvio e eu sorrio concordando – a única coisa que consigo é ligar o pisca-pisca, mas foi meio difícil, já que a energia que era ligada aqui fora cortada, então tive que ligar por outro meio – me olha de soslaio e eu sorrio -Devia vir a noite aqui, somente a luz do pisca-pisca e da lua é presente, mas ilumina bem, fora que dá para ver diversas constelações, estrelas de várias cores, é um cenário tão perfeito que tenho minhas dúvidas se é mesmo real – fala e eu riu fraco

-Eu adoraria – sorrio e a menina repete o ato, se levanta e estende sua mão para que eu levante, ela caminha até a roda-gigante e começa a escalar, de boca aberta chocado com a rapidez e agilidade da garota, me pergunto se ela não fica tonta, ela se vira para mim já no alto e se vira, segurando apenas com uma mão o ferro da ponte, fazendo meu estomago embrulhar

-Pelo amor de Deus Millie não cai, ai garota se segura! Millie – fico nervoso e Millie ri da minha cara

-Vem comigo ou vai ficar parado aí? – grita do alto e eu bufo – Anda magrelo, só cuidado para o vento não te levar – zomba e continua escalando rapidamente

Começo a escalar a roda-gigante me borrando por dentro, mas por fora aparentava confiança a tranquilidade, ou pelo menos tentava, mas quando vi a cara de Millie me olhando de cima, concluí que minha missão de aparentar calma era uma missão fracassada, encaro sua bunda grande e bem modelada, como está de vestido, posso ver sua bunda somente com uma calcinha fina de renda preta, humm, minha visão é muito boa, acho que ficarei aqui mesmo.

Ao perceber que encaro seu bumbum com um olhar malicioso e um sorriso sacana, Millie cora violentamente e nega com a cabeça, ela coloca uma mão em sua bunda, comprimindo o tecido, impedindo que eu a veja, ela para esperando minha subida.

Apenas rindo pela maluquice de escalar uma altura de mais de 20 metros, finalmente chegamos no topo da roda-gigante, nos sentando em um dos bancos. Millie apoia os pés no outro lado do banco, enquanto eu me seguro para não vomitar, quase falho ao olhar para baixo

-Olhar pra baixo piora tudo se você tem medo de altura – fala tranquilamente e eu a encaro, sentindo meu sangue no pé, Millie ri e segura minha mão – fica calmo, não vamos cair nem nada, agora olha para a vista, olha a lindeza dessa natureza, cara, só nós dois podemos ter essa vista tão privilegiada – fala sorrindo, é verdade, somente nós podemos ter essa vista

-Me sinto o dono do mundo

-E quem disse que não é? – a olho sorrindo – todos somos donos dessa merda de mundo Finn, nós que mandamos nessa porra – fala e eu rio concordando

-FODASE O MUNDO EU SOU UMA DIVA! – Millie grita e eu começo a rir

-PUTA MERDAAAAAAAAAAAA – grito fazendo Brown cair na gargalhada, riu também – CARALHOOOOOOOO

-CARALHOOOOOOOOOOOOOOOOO

Gritar faz você sentir uma liberdade infinita, é bom, é gostoso

-EU SOU O REI DO MUNDOOOOOOOOOOOO

-EU SOU A RAINHA DESSA PORRAAAAAAAAAAA

Começamos a rir quando vimos um bando de pássaros subir por cima das imensas árvores

-Olha Finn, expulsamos os coitados – riu e encaro uma árvore com dois macaquinhos

-Millie, olha ali, dois macaquinhos

-Awnt que fofos, meu Deus vou tirar uma foto – quando Millie aponta a câmera de seu celular, um da um tapa no outro – puta que pariu é uma DR, ela começa a gravar, os macaquinhos começam a se bater com uma noz, e começam a se socar do nada

-Caralho, corre que o corno tá puto

-Que isso mermão, quanta agressividade – Millie fala rindo – ele tá socando a cara do outro!

-Ihh tão brigando, gente dois lutadores de box ao vivo e a cores, dá um murro nele nego

-Aposto que o da direita ganha – Millie fala

-Não, aposto que o da esquerda ganha

-Não mesmo, o da direita é mais ágil olha, observa como ele desvia dos murros – fala e eu nego

-O outro é mais forte, um murro bem dado ele morre

-Quer apostar?

-Quero, se o meu ganhar você me dá um beijo – Millie semicerra os olhos

-E seu eu ganhar, você vai me dar suas camisas da Marvel – abro a boca, jogo sujo, mas aceito

O macaco da Millie desvia com honra cada murro que o meu tentava dar, vez ou outra ele levava um tapa, até que o macaco de Millie começa a bater na cabeça do meu

-Vai macaquinho, esquerda, direita, abaixa, pra frente, pra trás – Millie fala e eu começo a rir

Encaro-a, ela fitando ansiosamente a luta entre os macacos, vez ou outra abria a boca rindo, e me olhava falando “puta merda você viu isso?” sorrio, ela estreita os olhos e sua testa enruga, ela adquire uma expressão cômica e cora rapidamente

-Ô Finn – ela me chama

-Oi

-Que diabos eles estão fazendo?

Encaro os macaquinhos e abro a boca, puta que pariu, não são dois macaquinhos, é um macaco e uma macaca. De ódio ao amor, os dois começam a trepar bem em nossos olhos, o meu que na verdade era ela fica por baixo, e o macaco de Millie fica por cima, ela para a gravação rindo e não me contenho, caio na gargalhada

-Puta merda eles estavam se matando, mano olha como ele enfia com força! – Millie rindo encara o sexo dos macacos incrédula

-Jesus, era tudo tesão acumulado que isso

-Será que é errado a gente ficar olhando? Melhor manter a privacidade do casal né?

-Caralho a cara de dor dela, gente tadinha, O MACAQUINHO, VAI COM CALMA FILHO – Grito e Millie começa a rir sem parar, os dois macaquinhos nos olham rapidamente e nos fitam

-Finn eles estão te encarando

-Me encarando nada, estão olhando pra você – sim, eles estavam me encarando

-Finn eles estão vindo, seu burro atrapalhou a transa deles, puta merda – Millie guarda suas coisas – vem vamos descer, já li sobre essa espécie, e elas são irritadiças

Começamos a descer a roda-gigante, eu primeiro e Millie novamente por cima, do nada minha vista é ocupada por um tecido braço, puta que pariu, minha cabeça está enfiada dentro de vestido de Millie, sim, sua bunda está em minha cabeça, culpa minha que parei ao ver o maldito macaco me observar

-FINN! – grita rindo – Meu Deus desce porra – dou um beijinho em sua pele, e riu, humm, que rabão lindo – FINN EU VOU TE MATAR! – sorrio e começo a descer, retirando meu rosto de sua bunda

-Foi mal

-Você gostou né idiota

-Rapaz, mentiria se eu dissesse que não – Millie abre a boca e eu desço na velocidade da luz

No chão, Millie me fulmina com os olhos, começo a rir de nervoso e então começo a correr em desespero, Millie vem atrás e a sensação de alguém correndo atrás de você é desesperadora, puta que pariu, pra quem tem pernas curtas até que ela está bem rápida.

Sinto algo ser lançado em minha costa, fazendo-me cair nas folhas e galhos, Millie coloca uma perna de cada lado do meu corpo e começa a me atacar com tapas que doem pra porra, cubro meu rosto com os braços mas começo a rir

-Você é um imbecil, idiota ao mais alto nível –fala em meios aos tapas e eu finalmente consigo segurar suas mãos

-CALMA – Grito rindo – meu pai eterno quanta força, tô todo dolorido mulher – falo rapidamente

-É pra doer mesmo desgraça – continua com tapas e leves murros, em um ato fugaz giro nossos corpos ficando por cima, Millie começa a se debater debaixo dos meus braços, aproveito-me e começo a fazer-lhe cócegas na cintura, barriga, pescoço, fazendo-a soltar várias e altas gargalhadas

-FINN HAHAHAHAHAHA EI HAHAHAHAHA PARA PORRA – gargalho alto e a menina tenta me fuzilar com os olhos mas acaba rindo – EU VOU MORRÊ HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA ALGUÉM ME HELPA! – rindo, vejo que Millie começa a lagrimar de tanto rir, decido parar – pô bicho, cosquinha? Sacanagem – fala limpando os olhos

-Você me bateu, revidei oras – digo e sento em seu tronco, com minhas pernas uma de cada lado em seu corpo miúdo

-Você mereceu! – começa a me bater novamente, mas sou rápido e seguro seus pulsos, colocando seus braços sobre sua cabeça

Analiso seus seios subindo e descendo rapidamente, sua respiração ofegante, suas bochechas coradas e seus lábios entreabertos, encaro seus olhos brilhantes e arregalados.

-Posso te beijar? – sussurro

-Deve

Sorrio e aproximo meu rosto do seu, beijo seu pescoço, descendo em seu ombro macio, a aplico variados beijos em sua clavícula, lentamente faço uma trilha de beijos do seu pescoço ao seu maxilar, Millie arfa e fecha os olhos, deixando sua boca meio aberta, beijo seu nariz, sua testa, bochecha, quero aproveitar cada detalhe, e quando finalmente chego perto de sua boca, sinto algo pesado ser lançado em meu corpo, olho assustado para o lado vendo o maldito macaco com mais três atrás nos olhando

-Ah tá de sacanagem, vazem daqui, jogo a noz de volta, anda, sumam – eles permanecem estáticos

-Ihh Finn você atrapalhou a foda dele, agora ele quer vingança – Mille fala começando a rir, ela me empurra e morto de puto me levanto e corro até os macacos

-Querem guerra? Cês terão guerra – vou pra cima escutando as risadas de Millie

Os malditos macacos pulam em mim fazendo-me gritar por socorro enquanto Millie começa a rir do meu desespero

-MILLIE SOCORRO AAAAAAAAAAAA

-VOCÊ ATRAPALHOU A FODA, É JUSTO – ela grita de volta e eu abro a boca, caio no chão e os macacos começam a bater na minha cabeça

Fico em posição fetal, recebendo porradas de quatro macacos, na frente da mina que eu gosto, tem cena mais linda que essa? Eu acho que não. 

Escuto um assovio de Millie, abro os olhos e enxergo a menina acocada, ela zomba rindo da minha cara, e com outro assovio os macacos se aproximam dela

-MILLIE ELES VÃO TE MATAR CORRE! – falo ao ver várias marquinhas de pequenas mãozinhas em minha pele

-Vão nada, eu sou a própria mãe natureza

Os macaquinhos se aproximam lentamente de Millie e ela estende os braços, o primeiro pula em seu colo, o segundo que é o que está puto comigo segura sua mão enquanto os outros dois brincam com a barra de seu vestido, os filhos da puta, abraçam Millie

 

ELES

ESTÃO

ABRAÇANDO

A

MILLIE!

Abro a boca incrédulo, ela faz carinho, brinca com eles, e então todos os quatro vão embora, sumindo das nossas vistas

-Que macumba foi essa?

-Eu falei, sou a própria mãe natureza – solta uma piscadela – vem, vamos embora, tenho que ir trabalhar – bufo, já era meu beijo gostoso

-Mas hoje é sexta, você não trabalha na quinta?

-Ontem eu fui trabalhar? – nego – então tenho que ir hoje, se eu falto em um dia, tenho que ir no outro – esclarece e eu bufo – nem Sadie e Noah fomos, preguiça tava forte, se queremos receber temos que ir hoje – fala com preguiça e eu riu fraco

Fomos caminhando tranquilamente, pela floresta, falando sobre os estudos, rindo do macaco, até acharmos onde estacionei o carro, entramos e eu lhe entrego sua mochila

-Vai direto? – Confirmo – Okay

Dou partida no carro, Millie informa que vai pôr uma música e eu confirmo, ela pega meu celular em meu bolso

-Misericórdia, o que houve com o soldado? – Pergunta pela tela quebrada, resolvo contar sobre o encontro com Iris, Millie escuta tudo atentamente e calada, quando termino, o silêncio permanece – arrependida...- sussurra para si, não falo nada – você queria a ter beijado? – me encara e eu nego rapidamente

-Não é de Iris que eu anseio por beijos todos os dias – digo e Millie cora, ela liga o aparelho e desbloqueia com sua digital – como...- ela me interrompe

-É fácil desbloquear um celular quando sua senha é a data de aniversário, e como não tinha digital cadastrada, coloquei a minha – responde tranquila, liga minha playlist e o som de “Do I Wanna Now – Arctic Monckeys”, acho que essa banda será nossa marca

A música vai fluindo e Millie faz sua dancinha ao ritmo da melodia, ela sorri vez ou outra, assim como canta também e sua voz aveludada com um timbre perfeito acalenta meu ouvido

-Já pensou em ligar quando você tomou umas? – pergunta repetindo a frase que acabara de tocar

-Não – respondo e a menina ri fraco - Talvez eu esteja muito ocupado sendo seu para me apaixonar por outra pessoa – faço o mesmo que ela, repetindo outra frase, olho para Millie que sorri, apoiando sua cabeça no vidro do carro, dessa vez estamos voltando com o ar ligado.

Paro em frente ao café onde trabalha, e prestes a sair, pego seu braço, fazendo-a voltar e me encarar

-Bom trabalho – falo e a menina sorri em agradecimento

-Obrigada

Millie me abraça fortemente, sinto seu cheiro delicioso e beijo seu pescoço

-Ah e não leva ou comenta com ninguém sobre o parque escondido, aquele lugar é meu, agora nosso – ri e eu faço o mesmo – não quero ter o desprazer de chegar lá e encontrar alguém

-Eu gostei de lá, e fica tranquila que não falarei pra ninguém, nem mesmo para vovó

-Jura de mindinho? – ela ergue o dedinho e eu enlaço ele com o meu

-Juro de mindinho – beijamos nossos dedos e sorrimos

Mille segura meu rosto e me analisa por instantes, pergunto-me o que ela está pensando. A morena suspira e beija minha bochecha e o canto de minha boca, fazendo-me fechar os olhos, aproveitando seu lábio tão perto do meu

-Até Finn – ela beija meu pescoço arrepiando-me e então sai do carro, observo-a entrar no estabelecimento, mas antes acena com um tchau, faço o mesmo, e somente quando ela entra, dou partida.

 

Pov. Millie

Entrando no café, o cheirinho gostoso da bebida quente e dos muffins assados de mirtilo adentram minhas narinas. Sorrio ao ver Sadie e Noah, não tinha muita gente assim, ainda eram 11:55, o pessoal chega lá pras 13:00 ou mais.

Corro ao banheiro, trocando de roupa rapidamente, sorrio ao lembrar de mais cedo, e no quase beijo que iria acontecer se não fosse pelo macaco engraçado. Eu já o conhecia, alimento ele e os outros desde pequenina, por isso eles confiaram em mim.

Saio recebendo olhares maliciosos dos dois, reviro minhas orbes e sorrio, me aproximando deles.

-E aí, foram pra onde? – Sadie pergunta

-Para o parque, aquele no centro, ficamos lá falando sobre a vida alheia – respondo calma e os dois parecem acreditar

-Rolou beijo? – Noah pergunta e eu nego – Ah, porra o Finn é muito paradão, se fosse eu, teria pego esses cabelos macios, puxado e dito “me possua” e então ataria seus lábios – fala e eu começo a rir, malucos

-Gente, Finn conversou mais cedo com a Iris, e ela vai pedir perdão de nós, só não sei quando – digo organizando os biscoitos, pego um escondido e divido em três, dou um pedaço para Noah e Sadie que fazem caras prazerosas, esses biscoitos são dos deuses

-É, o Finn me contou – Noah fala enquanto saboreia o biscoito

-Vish, só quero ver como essa rosa falsificada vai pedir isso – Sadie fala

-Mas vocês a perdoariam? – pergunto

-Ah sei lá, é difícil, mas eu já perdoei sabe, só quero mesmo ouvir da boca dela que quer o nosso perdão – Sadie fala tranquila

-Digo o mesmo, não guardo mágoas no coração, perdoar é um ato nobre, e bem, eu sou assim, mas será um prazer ouvir que ela está arrependia, embora seja algo difícil de acreditar – Noah fala e limpa sua boca – e você?

-Ah, bem, não sei, é difícil confiar, acreditar, mas acredito que ela possa estar mesmo arrependida, afinal, o que mais ela ganharia fingindo né? – falo e os dois concordam

As horas foram passando, e com elas as pessoas foram chegando, pedindo seus cafés, uns apenas querendo estudar, outros cantando Sadie que lhe respondia com patadas, outros me lançando cantadas furrecas como esse garoto parecido com o Sid de A era do gelo

-Gata você por acaso é um anjo que caiu do céu? – reviro meus olhos e Noah solta uma risada, enquanto Sadie faz caretas atrás dele

-Está me chamando de diabo? Porque o único anjo que caiu do céu foi ele – respondo e Noah com Sadie começam a rir – e aí meu filho, vai fazer um pedido ou tomar o lugar de quem quer fazer? – pergunto fria e seca

-Tem namorado?

-Não

-Nem eu – ele solta uma risada e eu bufo

-E quem disse que isso é problema meu? – o garoto abre a boca incrédulo

-Vou querer um café preto por favor – confirmo

-O pagamento é com ele, seu nome é?

-Pode colocar como o grande amor da sua vida – faço uma careta e ele vai até Noah pagar o café

Faço seu café e coloco o nome como “meu pior pesadelo”, falo que seu café está pronto e quando o menino lê o nome ele bufa e sai batendo os pés. Rio frouxo e Noah se aproxima de mim

-Garoto chato hein, saco

-Amiga, ninguém mandou ser linda desse jeito, agora aguenta

-Que droga, ser bonita é tão difícil – digo brincalhona e Noah ri revirando os olhos

-Mano aquele guri – Sadie chega e aponta para um menininho que aparenta ter uns 6 anos – disse que me ama, e que eu sou tão linda quanto um pão de queijo, e para ele nada é tão lindo quanto um pão de queijo, só eu – fala sorrindo e eu com Noah rimos de sua feição fofa

-Ah mano, fofo demais – digo e Sadie confirma

-Vou dar todos os biscoitos pra ele, ninguém me segura – a ruiva fala e Noah ri

Quando deu exatas 19:00 não tinha ninguém, e quando é assim, Charlie fecha o café mais cedo, principalmente em uma sexta. Preparo um café para Noah, um café com chocolate branco e creme de baunilha, para Sadie um café com canela e creme de cereja, e para mim um café com chocolate e muito granulado.

Sentamos em uma mesa qualquer, cansados, mas felizes bebemos nossa bebida quentinha enquanto comemos muffins de chocolate.

-Ai eu sou um gay feliz – Noah começa e o encaramos – amo Jack, Jack me ama, somos felizes e ninguém, quase ninguém tem preconceito com a gente. – sorri e eu faço o mesmo

-Minha relação com Caleb é ótima, mas a família dele...poxa, por que é tão difícil aceitar um negro com uma branca? As vezes tenho vontade de me pintar de marrom e falar “gostou da negona aqui?” – fala e ri

-Calma meu chocolate branco – digo repetindo uma frase do Latrell, do filme As branquelas, os dois riem ao perceber a referência – tudo vai dar certo, eles vão perceber que a maneira que eles pensam é errada, e vão te aceitar com ele, e estaremos aqui dando apoio, né Noah? – Falo e o menino assente sorrindo

-E você hein, vi o olhar de Louis mais cedo sobre você – Sadie fala e eu sorrio sem mostrar os dentes – você tem o quê Millie? Ração pra gato? – Sadie pergunta e eu estreito minhas sobrancelhas – o tanto de gato que se aproxima e te deseja não é pouco hein – fala e eu reviro os olhos – menos o guri de mais cedo, com aquela cara de Sid – rimos

-É verdade, Jacob é exceção, mas tem o Timothée Chalamet, Romeo, Louis e agora o Finn, só gatão que saco – Noah fala e eu riu

-Desses aí o único que não peguei foi o Louis – digo e os dois abrem a boca

-E tá esperando o quê? Aquela boca gostosinha clama para que você o beije – Sadie fala e bebe um gole de seu café

-Ai eu não, gosto dele como amigo anjo, só isso – falo e os dois reviram os olhos – e você aquieta o facho, você já tem seu mozão

-Amiga, eu tô namorando não cega, namorar Caleb não me impede de detectar um ser divino de longe – rimos, escuto o sininho tocar e me viro – falando e ser divino, todo seu

Caminho até Louis que assim que me vê abre um sorriso de orelha a orelha, sorrio também, e de fato ele é muito lindo. Abraço-o apertado, e quando me afasto encaro seus olhos

-Você cheira a café com biscoitos – sorri – esse cheiro faz você querer ficar preso nele pra sempre – fala e eu riu

-Você tem cheiro de gente idosa – falo e o menino ri – eu gosto – sorrio e o menino faz o mesmo

-Estava com minha avó – caminho até atrás do balcão e ele se senta em uma das cadeiras, apoiando os cotovelos no balcão preto – ela está meio mal, a gata morreu de velhice – fala tristonho e meu coração aperta, mais uma estrelinha no céu

-Sinto muito – digo e o menino assente, Noah e Sadie se aproximam – e aí gente – cumprimenta com um sorriso lindo

-E aí cara – Noah dá um soquinho nas mãos com ele

-Oii – Sadie o abraça rapidamente – qual é a boa?

-Ah nada demais, estava sem nada pra fazer e nada como uma café de noite – fala e Sadie assente sorrindo

-Vocês vão sair amanhã? – Noah pergunta e nós dois assentimos

-Claro, quero ver Millie gritando que sua perda foi uma injustiça – fala relembrando o passado, quando jogamos pela primeira vez e ele ganhou, até hoje acho que foi trapaça, sei que matei meus aliados, mas mesmo assim ele ganhou por trapaça

Sadie e Noah começam a rir com Louis e eu nego com a cabeça, preparo um café para ele e nos sentamos na mesa em que estávamos, Louis paga seu café mesmo eu falando que não precisava. A conversa foi fluindo naturalmente, ele falava das fofocas dos jogadores lá da escola, e ríamos das piadas de Noah.

Quando deu 21:00 percebemos que a conversa foi tão boa que nem vimos a hora passar. Charlie chega e fala que já estamos liberados, nos despedimos e Louis se oferece para nos levarmos de carro, como está tarde e perigoso aceitamos.

No carro cantamos loucamente e rimos, ele deixa Sadie e Noah em suas casas e depois eu, me despeço com um abraço e encaro seus olhos.

-Você é linda, nunca se esqueça disso meu cheirinho de café – fala e eu sorrio – deveria até ser elogio né, tipo, nossa, você está tão cheirosa meu cheiro de café – riu

-Tipo sexta, sexta feira é tão linda que deveria ser elogio, você está tão sexta feira hoje – Louis ri e me abraça rapidamente

-Te pego amanhã as 17:00? – confirmo – preparada pra perder Brown?

-Só nos seus sonhos baby – digo e beijo seu rosto, saio do carro e aceno, ele me espera entrar em casa e só quando finalmente dou um tchau e entro, ele vai embora.

 

Pov. Finn

Vi o momento em que Millie chegou em uma mercedes preta, suspiro, e quando vi que o motorista é Louis meu coração se apertou. Ele um deus grego, rico, gente fina, que a conhece mais tempo que eu, e claro que ele proporcionaria coisas melhores à ela.

Bufo e deito-me na cama, estava sozinho, vovó tinha saído para não sei onde, me levanto e caminho até minha janela encarando a lua, são quase dez horas e eu aqui, me sentindo um idiota apaixonado sofrendo por amor.

A luz do quarto de Millie está acesa, pego meu celular vendo que ela está online, penso em enviar uma mensagem, mas será que ela iria responder? Deve estar cansada assim como eu. Suspiro e guardo meu celular no bolso.

Saio da janela, sentando-me no telhado, o céu está brilha com as estrelas e a formosa lua crescente. Sinto meu celular apitar e quando olho quem é sorrio, são meus amigos de Nova Iorque. Converso com eles e matamos a saudade por vídeo chamada mesmo, estava com saudades.

Terminando a chamada, vejo que são 22:50, nossa conversarmos tanto assim? Avisto Brown abrindo sua cortina, ela está com os cabelos molhados penteados para trás, e veste um pijama azul cheio de nuvens brancas, fofa.

Meu celular apita novamente, dessa vez, a mensagem é dela.

Belos Olhos: Ainda acordado? Pelo que eu sei criança tem que dormir cedo

Eu: E pq não está dormindo ainda?

 

Ela abre a boca e eu riu

 

Belos Olhos: Estou cansada e por estar cansada demais n consigo dormir, o q é uma merda

Eu: Posso dormir aí hj?

 

Ela confirma com a cabeça e fecha sua janela, saio do telhado as pressas e visto uma calça moletom, fico sem camisa mesmo, e nos pés um chinelo. Aviso a vovó que irei dormir na casa de Millie e ela me manda um “usem camisinha”.

Bato na porta de Millie que me atende com um rostinho cansado, riu fraco e entro em sua residência, está tudo tão arrumadinho e confortável, bem acolhedor.

-Já comeu?

-Sim

-Comeu mesmo? – pergunta me fitando com os olhos quase fechados

-Já Mills – falo sorrindo, tinha quase acabado a dispensa de vovó, espero que ela não me mate

-Ok, se você diz – Millie boceja e seu ato faz-me fazer o mesmo – mamãe vai chegar daqui a pouco, mas relaxa que eu avisei que dormiria aqui hoje - sorrio

Subimos a escada e escuto os bocejos de Millie, entramos em seu quarto quentinho e deitamos em sua cama, Millie deita em meu peito e eu passo meu braço por trás de sua cabeça, começo a fazer carinho com os dedos em seu cabelo

-Não vai secá-los?

-Preguiça

-Pode pegar um resfriado bebê

-Seca pra mim então?

Confirmo e me levanto, Millie se senta em uma cadeira e eu ligo seu secador, observo seus olhinhos fechados enquanto e seco seu cabelo, ela abre e me encara sorrindo, faço o mesmo

-Por que você gosta de mim Finn? Sou tão complicada

-Complicada e perfeitinha, você me apareceu... – cantarolo e a morena sorri – não sei porque gostei, só gostei. E gostei mais ainda quando te conheci meu raio de sol

-Gosto quando me observa

-É? – ela confirma me encarando

-Me olha como se eu fosse a coisa mais linda do mundo – sorrio

-Porque é – ela sorri

Termino de secar seu cabelo e delicadamente o penteio, terminando voltamos a nos deitar na cama, ficamos de frente um do outro, Millie fecha seus olhos e eu permaneço a olhando.

Seus olhinhos fechados, sua respiração lenta, os lábios encostados levemente e as mãozinhas unidas debaixo da cabeça.

-Me abraça – pede e assim eu faço, ela passa um braço em minha cintura, repousando sua mão em minha costa

-Mills?

-Hum

-Você e o Louis, já tiveram algo? – pergunto receoso pela resposta

-Não, ele nunca ultrapassou o limite de amizade e eu também nunca dei brecha – responde calma – por quê?

-Vi vocês dois chegarem juntos

-Ele foi lá no café, e como estava tarde trouxe eu, Sadie e Noah – suspiro aliviado – deixa de ser inseguro bebê – fala e encosta sua cabeça em meu peito, colo nossos corpos

-Obrigado pelo dia de hoje

-Foi bom né? – sorrio

-Muito

-Eu só proporciono passeios legais, eu sei, obrigado e de nada – riu fraco

-Eu acho que te amo – falo – te amo pra valer, a ponto de não conseguir viver mais sem você Millie, isso é tão maluco, porque sei que não sente o mesmo – a olho e percebo que ela já dorme profundamente em meus braços. A aperto mais contra mim, linda, complicada, perfeitinha...

Coloco meu queixo na cabeça de Millie e fecho meus olhos, escuto a porta abrir e meu olhar cruza com o de Kelly que sorri ternamente, ela se aproxima de nós dois em passos lentos. Afasta os cachos de minha testa e beija levemente, me dá um boa noite e eu falo o mesmo, faz o mesmo com Millie.

-Obrigado por tudo Finn – sussurra e eu sorrio

-Eu que agradeço – respondo no mesmo tom de voz

Observo a mulher saindo do quarto e fechando a porta silenciosamente, encaro Millie dormindo, o amor não é só beijar, desejar o outro, o amor está em um abraço, em ter o prazer de fazer a amada se sentir protegida, segura, é zelar pelo outro.

Passo as mãos delicadamente nos fios de cabelo que caem sobre a testa de Millie, eu a amo, eu zelo por ela, eu cuido, eu a protejo, e se necessário morrerei por ela. Mesmo sabendo que talvez não seja recíproco, uma lágrima me escapa e eu a aperto mais contra mim, ela resmunga um pouco, mas me aperta também

-Você é macio – fala e eu riu – é gostoso

Ela volta a dormir profundamente de volta, fecho meus olhos, e sentindo nossos corações sincronizados, adormeço nos braços do meu amor...

 

 

 

 

 


Notas Finais


Então gente, como estou sem internet e postando porque tenho um pai com créditos no celular, postei logo três capítulos porque não sei quando o wifi aqui irá voltar.

Enfim, é isto, eu demorei mas postei kkkk
Obrigado por não terem desistido de mim, amo cada leitor(a) de "What is love?"

Até


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...