História What the Pandemic Left Behind (INTERATIVA) - A busca

P.O.V Igor

Algumas semanas já tinham se passado desde que o Dr. Millard me contou que eu tinha poderes, aquilo ainda parecia um tanto quanto surreal para mim, mas eu não podia negar que era a mais pura verdade. Quais eram as chances de que dentre bilhões de pessoas no mundo, eu e minha melhor amiga tenhamos sofrido mutações genéticas, aquilo parecia tão estranho, mas ao mesmo tempo tão certo, como se tudo aquilo devesse acontecer, mas enfim, chega dos meus devaneios. 

Me levantei da cama que me aprisionava à alguns dias, fiz minha higiene matinal e me apressei até a mesa da cozinha, como sempre meus pais já estavam lá conversando, e às deliciosas panquecas de blueberry do meu pai já estavam prontas e se encontravam no local onde eu geralmente me assentava.

-Bom dia pai, Bom dia mãe - Eu disse dando um beijo na bochecha de ambos

-Bom dia filhão - Respondeu meu pai continuando a lavar a louça.

-Bom dia querido - Respondeu minha mãe com seu famoso sotaque brasileiro. 

Sim, minha mãe era brasileira, não que isso mudasse algo na minha vida, eu era um outdoor humano estadunidense, não imagino que alguma pessoa tenha perguntas sobre a nacionalidade de meus pais, mas enfim. Não demoraram mais dois segundos e uma clarisse completamente histérica entrou na cozinha com sua mochila caindo pelos braços e sua blusa toda amarrotada. Me assustei tanto que deixei minhas panquecas cairem. 

-Caralho Clarisse, minhas panquecas, que que foi ? - eu disse emburrado

-Olha a língua!!!! - gritou minha mãe sem expressar o mínimo de surpresa com o furacão humano que invadiu nossa casa, revirei os olhos e me voltei a clarisse novamente. 

-Exatamente loirinho, olha  a língua, eu trago boas novas - disse Clarisse fazendo uma reverência e fechando seus olhos com uma cara de superioridade

Soltei um riso solto

-Fala logo - eu disse em meio a risada, sem paciência

-Dr. Millard me mandou te buscar, ele tem notícias, e ele encontrou outro. - Disse Clarisse com um sorriso de um canto a outro.

Logo após ela soltar a novidade a garota correu desengonçada até a mesma porta que havia entrado minutos atrá, que dava para o quintal da casa e desapareceu de minha visão..

meu queixo caiu, a única coisa q eu consegui fazer pegar meu celular e sair correndo atrás de Clarisse, assim que cheguei na rua da frente da minha casa uma limusine se encontrava estacionada, ao entrar comprimentei o Dr.millard 

-Pronto para a primeira aventura ? - Disse ele com um olhar ambicioso

-Mais do que pronto, BORAAAAAAAA - Eu gritei fazendo com que o motorista se assustasse um pouco e acabasse acelerando um pouco demais, depois do susto todos caímos em gargalhadas.

P.O.V Jung jae hyun

Ai ai, mais um dia para viver nesse mundo cheio de gente manipulável e fútil, só me levantei da cama para continuar meu ato de bom moço, e claro, encontrar minha irmã, a única pessoa que valia meu tempo. Passei pela cozinha e minha progenitora patética cozinhava alguma coisa que eu provavelmente experimentaria depois. Continuei meu caminho até a sala, eu odeio admitir mas meu pai realmente tinha construído uma boa casa, a vista era realmente muito agradável aos olhos, uma colina verde cheia de árvores, cada uma mais complexa e delicada que a outra, elas me fazem lembrar de pessoas na verdade, cada um com seu próprio estilo, cor, jeito, porém no final, todas podem ser cortadas. 

-Senhor Jung, aqui está o seu café da manhã, do jeito que o senhor gosta - Disse Seo-yun, uma das empregadas da casa

Respirei fundo para começar o meu ato de bom moço

-Muito obrigado Seo, mas eu já te falei, não precisa me chamar de senhor - soltei uma risadinha meiga - Somos todos iguais aqui - terminei com um sorriso encantador

Seo riu um pouco e logo se retirou, soltei um riso sarcástico seguido de um pensamento que eu tinha bem frequentemente, “patética”. 

O dia acabou passando em um piscar de olhos, não fiz nada de muito interessante a não ser ficar treinando alguns passos de dança no estúdio, dança era com toda certeza a coisa mais importante da minha vida, tirando minha irmã, e é claro, minha herança. 

Eu estava tentando alguns passos novos seguindo a música Dynamite do BTS que foi lançada durante a pandemia, tenho que admitir que a música era bem legal, principalmente por ser um desafio, existiam vários passos que se encaixavam com o ritmo da música, e eu não sou daqueles que simplesmente copia uma dança de um videoclipe, eu CRIO a dança.

-Senhor Jung, Um homem está aqui para te ver. - Disse um empregado que eu não reconheci.

Me virei com um sorriso meigo no rosto e respondi - Muito obrigado, já estou subindo. 

Bati palmas duas vezes fazendo com que às luzes do estúdio se apagassem e segui para a sala.

Ao chegar lá encontrei um homem que reconheci na hora, você tinha que viver em uma bolha para não saber quem Millard era.

Dr. Millard, a que devo a honra de sua presença ? - eu disse mostrando um sorriso no rosto porém uma feição de dúvida

-Boa noite senhor Jung, tenho motivos para acreditar que o senhor sofreu uma mutação genética devido ao Covid-19, o que desencadeou uma onda de efeitos cascata em seu sistema e genoma e lhe concedeu poderes. - Disse o idoso que vestia um terno vinho com uma blusa azul escura e uma gravata laranja, ele realmente precisava de um estilista.

-Acho que eu não entendi direito o que o senhor disse, poderes ? isso é uma piada ? - eu disse mantendo a fala serene

-Sem piadas aqui, preciso que você volte comigo para os Estados Unidos, existem mais jovens como você, eu já encontrei dois, eu tenho certeza sobre a sua mutação, nós só temos que descobrir o que você pode fazer.

-Me dê 20 minutos para fazer as malas - eu disse me mostrando animado e levantando rapidamente da poltrona seguindo em direção ao meu quarto

Aquele velho é louco ? completamente surtado ? mas se tem uma coisa q eu respeito é inteligência, e aquele idoso não era nada burro, que tal espalhar um pouco de caos nos Estados unidos. Fiz minhas malas em menos de 20 minutos e fomos em direção ao aeroporto na limusine do Dr. Millard, minha vida iria mudar muito, disso eu tinha certeza. 

P.O.V Ana Laura 

-Bom dia mãe, bom dia idiotas - passei pela cozinha comprimentando meus irmãos idiotas e minha mãe

-Filha sem palavrões por favor, não agrada o senhor -Minha mãe disse elevando uma prece baixa, porém audível,  para que Deus pudesse me perdoar 

-Caguei - eu disse pegando uma maça na fruteira e seguindo para fora de casa. 

peguei o carro, dei partida e segui em direção a escola, não era muito normal que adolescentes fossem dirigindo para a escola no Brasil, mas eu tinha repetido de ano né então foda-se. O caminho até a escola não demorou muito, escutei tipo uma música da iza e foi isso, já tinha chegado naquele inferno. Passei os três primeiros períodos como eu sempre passava nos últimos anos, sem fazer absolutamente nada. Na hora do intervalo alguém da diretoria me chamou até a recepção e eu fui sem nem perguntar o que era, eu daria de tudo para perder a aula de biologia. Assim que eu cheguei na recepção eu vi um Idoso com NENHUM SENSO DE ESTILO, o cara tava com um terno verde água, uma blusa vermelha e uma gravata ROXA sabe tipo como assim, do lado dele tinha um garoto que com certeza era estadunidense, não tem outra explicação, ele estava vestindo calças jeans, uma blusa rosa com preto e branco com alguns detalhes de flores de um lado e do outro listras verticais, sinceramente era bonita, uma jaqueta jeans e um tênis branco. Ele veio em minha direção e eu comecei a entrar em um pânico interno, eu não demonstrava nada mas eu estava morrendo de medo de ele falar inglês comigo e eu não entender nada.

Oi, você que é a Ana Laura ? - ele disse franzindo a sobrancelha em dúvida, eu me espantei um pouco, ele não tinha sotaque nenhum então sei lá.

Sim sou eu - Respondi apoiando as mãos na cintura e fazendo uma cara de deboche

ele soltou uma pequena risada o que me deixou um pouco puta mas sei lá

-Você achou que eu era estadunidense né ? - ele disse com um sorriso meigo 

-Talvez, mas o que você quer mesmo ? pelo que eu me lembre eu não te conheço - eu disse mantendo a mesma postura

-Hello, I’m Dr. Millard, I have reason to believe that you’ve been through a genetic mutation that granted you powers- O idoso disse e eu não entendi nada, aumentei minha cara de deboche e agora tinha uma pequena mistura de confusão

-Ele disse Oi, disse que é o Dr.Millard e que ele acredita que você sofreu uma mutação genética que deram poderes para você - O loirinho traduziu

-Poderes ? tá né - eu disse quebrando minha postura debochada

-Simples assim? você acreditou ? - O garoto perguntou com uma feição confusa

-É, fazer o que ? e agora ? - eu disse eu disse apontando minha visão para o senhor

-She just believed you, she didn’t have any questions or something like this, she’s asking what's gonna happen now - O garoto disse em inglês, provavelmente explicando o que eu tinha dito

-Now you come with us to the United States to test your new powers, I already solved all the problems with your family and your case is in my car - O idoso disse olhando para mim com um sorriso travesso

-Ele disse que agora você vem com a gente para os Estados Unidos para testar os seus novos poderes, ele disse que já resolveu todos os problemas com a sua família e que a sua mala está no carro - O loiro disse indiferente

-Ok, vamos lá - Eu disse passando reto dos dois e saindo da escola em direção à limusine que eu acreditava pertencer ao velho sem estilo.

P.O.V Nicolaj

— Estou saindo, Nick. — Minha mãe disse entrando em meu quarto. — Ah, e Astrid está indo para a casa da amiga dela, não se esqueça de lavar a louça e ir no mercado para mim, obrigado filho. — Disse ela beijando o topo da minha cabeça e saindo para o trabalho.

— Ok, mãe. — Pronunciei sem prestar muita atenção, já que estava procurando a partitura de uma música que tinha escutado mais cedo.

O tempo passou, tinha aprendido a tocar a música, terminado uma série da Netflix e me distraí com jogos e outras coisas, e comido várias vezes, estranhamente estou sentindo muita fome muito rápido, até que percebi que faltavam dez minutos para minha mãe chegar e não tinha feito nada do que ela me pediu.

— Droga! — Disse para mim mesmo levantando da cama em um pulo, tenho que correr! Pensei e então em um piscar de olhos eu estava dois andares abaixo, na cozinha com a bucha e o detergente na mão, olhei confuso para a pia sem nenhuma louça, mas como? Eu estava sozinho o dia todo…

Minha mãe deve ter lavado e esqueceu… Ah, o mercado! Sequei as mãos, que por algum motivo estavam molhadas, e corri para o mercado, muito mais rápido que o normal, peguei o que estava na ficha e passei no caixa com uma velocidade que eu nunca tinha visto antes, era como se tudo estivesse duas vezes mais lento, isso é bizarro. Quando cheguei em casa para guardar as compras me peguei novamente parado na cozinha e todas as compras tinham sumido, eu estou enlouquecendo? Abri o armário apenas para ver tudo o que tinha comprado, já guardado e arrumado, olhei no relógio e faltavam ainda quatro minutos para minha mãe chegar, como caralhos eu fui no mercado e guardei tudo em menos de cinco minutos?

Eu ignorei o que aconteceu e voltei para meu quarto, no dia seguinte liguei para Alika, como sempre.

— Espera um pouco, Nala. — Falei pegando o notebook e descendo para a cozinha, onde preparei um lanche de manteiga de amendoim com geleia.

— Nico, você está bem? —  Estranhei a pergunta dela perguntando o motivo da mesma. — É a terceira vez que você come algo só durante essa chamada, é olha que só tem uma hora e dez minutos, não faz nem meia hora que você comeu um pacote inteiro de Oreos. 

— Como assim? Eu sinto como se não tivesse comido nada a cinco horas. — Disse devorando O lanche em segundos. — É, eu acho que tem algo errado comigo, já faz um tempo que isso está acontecendo… — Cocei a cabeça olhando para a mão, dei de ombros, conversamos por mais uma ou duas horas, eu acho, e nos despedimos, olhei em volta e fechei o computador, quando virei para o lado já estava em meu quarto, eu mal tinha pensando em voltar e já estava lá.

Como eu subi dois lances de escada sem nem perceber? Então ouvi a campainha, ignorei já que meus pais estavam na sala, até que senti minha barriga roncar novamente, então desci mais uma vez para a cozinha.

Lá encontrei um Idoso vestido com um terno laranja, uma blusa verde água e uma gravata roxa, aquele cara era o halloween ambulante. 

-Pois não ? - Eu disse cruzando os braços e franzindo o cenho

-Boa noite senhor Nicolaj - disse o velho com um sorriso brincalhão no rosto 

Descruzei os braços na hora

-Como o senhor sabe meu nome ? - Eu disse confuso

-Como eu não saberia ? o senhor foi um dos únicos jovens no planeta que teve seu gene modificado pelo vírus Covid-19, você tem poderes jovem - Disse o velho levantando as sobrancelhas, por algum motivo aquilo parecia só outro dia normal para ele

-Poderes ? Você é maluco - comecei a rir 

-Clarisse ? - O idoso disse olhando para a porta de entrada da casa, de lá surgiu uma menina que andou normalmente até o lado do velho - Faça as honras por favor. - A menina assentiu

ela estendeu a mão para mim e o meu sanduíche simplesmente voou da minha mão até a mão dela

-QUE CARALHOS ? VOCÊ É O DEMÔNIO É ISSO ? zoeira entendi, e agora ? - eu perguntei com uma cara confusa porém que mostrasse superioridade

-Agora você vem para os estados Unidos comigo - disse o velho

-Beleza, bora lá - eu respondi, subindo para o meu quarto para preparar às minhas malas, a Nala vai surtar com isso.