História What's wrong with love? - O fim do poço

  Com os dedos sobre os lábios ainda podia-se sentir o quão recente eram as memórias do seu toque apesar de completarem-se muitas horas. Horas em que meus sentimentos se tornaram mais confusos do que nunca, o que havia considerado impossível. E no fim da tarde, nossos rostos estavam cabisbaixos e por um momento, discretamente eu o analisei tentando decifrar se havia algum sinal arrependimento, mas aparentamente Jeon Jung-kook sabia camuflar seus sentimentos muito bem.

       E enfim nosso trabalho estava concluído, sem garantias de que estaria correto. Jungkook despediu-se normalmente como se nada estivesse acontecido, mas a principal questão era ''como ficará nossa relação de agora em diante?'' Após a confissão vinda do mesmo, em relação ao seu interesse por mim.  Não sabia o que fazer ou em como chegar a uma conclusão sobre o que significava. Eventualmente quisesse ter uma chance comigo, mas isso não havia sido deixado claro, talvez fosse apenas admiração e eu tenha me precipitado o beijando, teria eu perecido um idiota? Sem querer motivos para sentir-me desconfortável, faço a melhor escolha, que seria deixar para lá.

 Mas isso não significava que eu não vá atrás de problemas. Pensava enquanto deitado em minha cama, encarava o visor do meu novíssimo celular em que exibia o número da mãe de Jennie. A cena do dia anterior não se escapava da minha mente apesar dos acontecimentos a seguir. Como isso pôde acontecer? Quando tempo demoraria a acontecer o pior... Jennie precisava da ajuda dos pais e então era meu dever avisá-los, mas principalmente tentar não me sentir mais culpado do que já estava, talvez a ação trouxesse um pouco de paz.

  Era o momento de finalmente ligar e revelar tudo mesmo que Jennie me odiasse pelo resto da vida. Mas nesse momento recebo uma mensagem. Recordo-me da recebida no dia anterior então receio de abri-la. Sem conter a curiosidade elevada, visualizo descubro que era o Jungkook que para minha surpresa mandava-me uma mensagem pela primeira vez na vida, em que dizia:

   

‘’ Estou tendo um dia pesado no trabalho, mas surpreendentemente meus pensamentos estão em você. Tenha um bom dia. Fighting! ‘’

 

 Meus olhos analisaram por um longo momento aquela mensagem e quando percebi, um sorriso havia surgido sem permissão em meu rosto, por incrível que parecesse uma simples mensagem tornou o meu dia melhor, pelo menos por um breve momento...

 

— Bom dia Flor do dia! Trouxe seu café da manhã! – Disse Taehyung equilibrando habilidosamente uma bandeja enquanto entrava em meu quarto.

    Levei um maior susto, pois não esperava a presença do mesmo naquela hora do dia e muito menos entrado no meu quarto sem bater.

 

— O-oque? Quem te deixou entrar em minha casa? – Perguntei sem pensar duas vezes antes de me encolher entre meus lençóis.

 

— Todo mundo aqui me conhece o bastante para não anunciar minha chegada, afinal somos ‘’amigos’’. – Afirmou Taehyung e em seguida uma piscadela junto a um sorriso muito bonito, antigamente eu suspiraria de amor, mas agora seu charme e humor não me afetam mais.

 

— Isso não é explicação. Eu não quero você entrando aqui desse jeito! – Exclamei tentando mostra o quanto estava irritado com sua chegada, mas ele aparentemente não notou enquanto arrumava a bandeja colorida sobre minha mesa.

 

— Na próxima vou me lembrar de avisá-lo para que você possa se arrumar. Mas deixei-me dizer que é desnecessário sendo você tão bonito a qualquer hora do dia. – Disse o mesmo se aproximando de mim e sem pensar duas vezes levanto-me da minha cama para ir ao banheiro e poder respirar de verdade por um momento.

  Mas o mesmo segurou meu braço e me puxa para um abraço em que eu tento me livrar com a desculpa que precisava ir ao banheiro, mas não foi à desculpa perfeita para que ele não continuasse por um bom tempo...

    Poderia permanecer horas dentro do banheiro até que ele se cansasse de esperar e fosse embora, mas o banho já foi prolongado por tempo demais e com certeza ele ainda estaria me esperando com um sorriso irritante no rosto. Por sorte havia algumas roupas guardadas no banheiro então eu as vesti e sai do mesmo ainda secando meus cabelos com uma toalha de banho.

   E lá estava ele, sentado diante da mesa esfriando com leves assopros uma xícara de café fumegante. Então me aproximo e me sento à sua frente com um olhar perdido sobre os alimentos. Obviamente haviam sido preparados pela ahjumma, pois eram os alimentos que eu aprovava para o café da manhã, porém não havia apetite para isso.

 

 

— Não vai comer? – Perguntou me estendendo a xícara de café que ele estava esfriando e eu o aceito.

 

— Porque você esta aqui? Não me lembro de tê-lo convidado – Comentei ignorando sua pergunta.

 

— Eu não tenho culpa. Você não me respondeu ontem o dia todo. Fiz algo de errado? – Perguntou o mesmo com uma expressão ressentida. Era incrível a forma que ele fechava os olhos para os próprios erros. Em outro momento eu permaneceria quieto, mas minha paciência estava esgotada.

 

— Você ainda tem a cara de pau em perguntar? Até o fato de você respirar é algo errado. Tudo que você faz ou me diz da vontade de cuspir na sua cara. Tire essas coisas daqui, pois apetite não me resta depois de ter que olhar para você.  – Disse tudo o que eu queria sem pensar duas vezes e ele não disfarçou sua surpresa aos permanecer alguns segundos em silêncio antes de dizer.

 

 

— O que eu fiz para você me odiar tanto? O que eu fiz além de te mostrar que te amo? – Perguntou o mesmo fingindo uma falsa tristeza e eu não deixo de sorrir ironicamente.

 

— Além de me afastar das pessoas que gosto usando ameaças? Realmente não há nada de errado nisso! — Retruquei impacientemente e ele suspira.

 

— Tudo o que estou fazendo é para mostrar que mudei! Não estou sendo carinhoso com você desde que cheguei?

 

— Você esta sendo uma praga comigo! No primeiro momento em que te vi devo admitir que descobri que ainda sentia alguma coisa por ti. — Afirmei tomando mais fôlego antes de prosseguir — Mas quando você começou a me ameaçar e me afastar dos meus amigos esses sentimentos parecem nunca terem existido... — Exclamei me arrependendo um pouco de ter dito sem pensar. — E Irrita-me a forma que você usa minha insegurança para me manipular! Eu não quero que as pessoas saibam sobre minha sexualidade! Você não consegue entender isso? Ninguém vai me aceitar ou olhar-me da mesma forma. Eu estou satisfeito em permanecer como estou. — Disse tudo sentindo minha voz se alterar a cada palavra dita.

 

— Mas... Eu nunca divulgaria aquela foto.  Eu não quero você mal. Mas devo admitir que achei que ela te ajudaria, você não pode viver a vida toda se escondendo.  Eu pensava como você, mas hoje me arrependo muito de não ter feito antes. Com essa foto poderia te ajudar.

 

— Eu não quero sua ajuda! Quantas vezes tenho que dizer? — Retruquei praticamente gritando com o mesmo, afinal não entendia como espalhar fotos constrangedoras poderiam ajudar-me.

 

— Simplesmente pare de dizer! Não ver que faço isso por nós?  Desde que te conheci eu te amo! Não importa o tempo nem à distância em que estávamos tudo continuava o mesmo para mim. — Disse o mesmo e eu fico estático por um momento para ouvi-lo. — Após aquela garota patética e dramática nos separar eu sofri bastante com o fato de te perder para ela! E agora que voltei para Seul quero ter você de volta.  Mas sem Ressentimentos, sem medo de seguramos as mãos em público, sem medo de ficarmos perto da sua família e sem medo daquela garota boba.  Eu... Apenas...  Quero você! — Concluiu Kim Taehyung abaixando sua cabeça.

    Mais atuações ou eram palavras sinceras? Eu realmente não queria me importar, mas não estava ao meu alcance e então cheguei a pensar se meus sentimentos estavam apenas camuflados pela raiva que sentia afinal o que eu sentia por ele há poucos anos era realmente forte para se desfazer tão rapidamente...

 

— Eu não sei o que fazer ou dizer... Apenas consigo avisá-lo que com sua atitude esta tornando as coisas piores...

 

— Não era isso que eu esperava ouvir... E sim uma resposta positiva da sua parte... Pelo menos um pingo de compreensão, quando se tornou tão frio?  — Perguntou o mesmo com um sorriso triste e um brilho diferente nos olhos, mas não conseguia pensar na possibilidade de que ele choraria. E sem obter uma resposta permanecemos em silêncio até eu experimentar um pouco do café já morno e ele finalmente despertar dos seus pensamentos.

 

— É aquele rapaz... O Jungkook? Quem você beija na foto... Você gosta dele? — Perguntou o mesmo e eu percebo que não havia pensado sobre isso antes. Após o que aconteceu entre nós meus sentimentos ainda não estavam organizados.

 

— Não sei... Ele... Ele quem me beijou. E você não tinha o direito de tirar aquela foto! Eu agradeceria se você apagasse...

 

— Sinto muito... Mas não vou apagar a foto até que você tome uma decisão que me convença a apagá-la... Eu vi a mensagem dele em seu celular. Então me diga o que você pretende fazer... — Disse o mesmo fixando os olhos em mim como se minha resposta fosse o veredito final. Mas o que eu queria não estava definido, talvez nem em mil anos.

 

— Me deixe, por favor... Eu não sei de nada. Vá embora, depois conversamos... — Pedi com a maior sinceridade que conseguia.

 

— Sim... Posso sair daqui depois de ter escutado essas coisas vindas de você , mas não posso fingir que nada aconteceu. E mesmo que  não queira, a foto permanecerá guardada e se você me ferir mais um pouco. Eu vou divulgá-la...  — Afirmou o mesmo com um olhar vazio e então vai embora com a tristeza estampada em seus olhos, afinal tudo aquilo não poderia ser uma atuação tão boa...

 

★★★

 

    Minhas mãos manuseavam o volante do meu carro, apesar dos meus olhos estarem focados no trânsito, minha mente estava flutuando em outro lugar, ou melhor, outra pessoa em que havia pensado em encontrar o dia todo.

   Assim que estacionei meu carro lá estava ele, novamente Jungkook, com suas vestes simples e com seus cabelos levemente bagunçados despedindo-se de pessoas que provavelmente seriam seus colegas de trabalho, por último ele fecha o estabelecimento em que trabalhava, eu havia chegado bem na hora.

 E assim que fui notado, ele arqueou a sobrancelha antes de um sorriso se formar em seu rosto. Ele se aproximou em passos curtos até finalmente esta diante de mim.  Eu retribuo seu sorriso encantado com sua presença.

 

— Olá Jimin! O que esta fazendo aqui? — Perguntou o mesmo gentilmente.

 

— Precisava te ver... Preciso conversar sobre alguns assuntos... Posso te levar para sua casa? Se não for incomodar...  — Perguntei e o mesmo concordou afirmando que morava sozinho. Senti-me aliviado por não ter a possibilidade de incomodar alguém e então fui guiado pelo Jungkook enquanto dirigia até chegarmos à sua casa.

 Assim que chegamos em um bairro humilde paramos em frente a uma pequena casa, que apesar de simples era agradável de se olhar graças ao quintal de flores a sua frente, então era ali que o Jungkook morava...

   Pensava enquanto era guiado para dentro da residência. Assim que entrei minha primeira ação foi retirar os meus sapatos e o Jungkook gentilmente me emprestou seu par de pantufas, minha primeira reação foi negar ao perceber que ele só tinha um par, não parecia certo o dono da casa andar descalço por minha causa, mas com a insistência do mesmo acabo aceitando por eu ser um pouco sensível ao frio. 

   Assim que observei cada cantinho do ambiente cheguei à conclusão que apesar de simples e pequeno era bastante confortável e fofo graças à decoração um tanto engraçada do Jungkook.

 

— Bem vindo à minha humilde casa... É eu sei que sua mansão é mil vezes maior. Mas esteja confortável, por favor — Pediu o mesmo pedindo para que eu me sentasse em seu sofá e assim eu fiz enquanto o mesmo se sentava ao meu lado soltando um suspiro antes de fixa seu olhar em mim. — Quer beber algo? — Perguntou.

 

— Não... Estou confortável. Quero pedir perdão caso eu esteja incomodando. Você trabalhou o dia todo e provavelmente queira descansar. Prometo não tomar muito do seu tempo...

 

— Eu não me sinto cansado... Mas obrigado pela preocupação. — Afirmou o mesmo sorrindo gentilmente antes de prosseguir. — Sobre o que quer falar? — Perguntou e eu demoro a responder, pois procurava a melhor forma de dizer sem que se tornasse uma situação desconfortável.

 

— Sobre nós... Tem coisa que precisa saber... — Comentei e então o mesmo pediu para que eu continuasse e então contei a ele.

Meu objetivo era abrir o meu coração pela primeira vez... Contei sobre a nossa foto, as ameaças, o meu antigo relacionamento imaturo e ele apenas escutou aparentemente chocado com tudo que eu dizia então repensei se tinha sido uma boa ideia ter contado coisas tão pessoais a alguém que conheci há pouco tempo.

 

— Eu não fazia ideia de que você passou e esta passando por coisas assim... E por que eu não sabia sobre essa foto? Quem esse tal Taehyung acha que é se metendo na nossa vida? — Questionou o mesmo e eu apenas dou de ombros antes de encontrar palavras.

 

— Eu te contei tudo, para que você entenda o porquê me sinto tão mal... Não é por bobagem como você deve ter imaginado... As coisas estão realmente complicadas e eu sinto que tudo vai piorar... Eu tenho medo... — Disse tentando expor como me sentia com apenas simples palavras.

 

— Não quero que você passe por essas coisas sozinho... Eu vou te ajudar. Principalmente com a foto, cuidarei para que o Taehyung a apague e te deixe em paz, afinal o que vocês viveram esta no passado... Não é? — Perguntou Jungkook olhando bem em meus olhos, não consegui evitar quebrar o contato visual o que já era um mau sinal.

 

— Eu não sei... Ele parece realmente se importar comigo e gostar de mim... Porém não tenho certeza, mas uma coisa que tenho certeza é que, uma pessoa que conheci recentemente parece me compreender mais do que as pessoas com que convivo há muito tempo... Eu quero tentar alguma coisa com essa pessoa, por que... Eu acho que gosto dela e creio que ela realmente vale a pena por simplesmente conseguir mexer comigo... A questão é; O que você me diz? — Questionei o mesmo após me declarar "indiretamente", meu coração se transformou em um tambor enquanto em seu rosto se formou um belo sorriso.

 

— Se essa pessoa fosse eu, aceitaria com certeza... Mas nesse contexto eu aconselho você à pergunta diretamente a essa pessoa... Ela pode se cansar se esperar muito — Comentou o mesmo coçando o seu queixo se fazendo de bobo.  

 

— Vou interpretar tudo o que você disse como apenas "Eu aceito com certeza, Park Jimin é o homem mais lindo do Seul".

 

— Que convencido! De que parte de que eu falei você tirou essa conclusão?

 

— Eu não sei... Mas vai negar que sou bonito? — Perguntei.

 

— Mais ou menos... Sou mais bonito que você. E para fortalecer a tese, não uso sequer maquiagem, vamos ser realistas.

 

— Haha... Quem disse que eu uso maquiagem? Meu rosto de porcelana é exclusivo, nenhuma maquiagem faz uma perfeição de rosto como esse. — Eu disse e então me assusto com o Jungkook que se aproximou der repente do meu rosto aparentamente analisando de perto e eu aproveitei para fazer o mesmo, por cada detalhe incluindo pequenas imperfeições em seu rosto até chegar aos seus lábios úmidos e aparentamente macios. Meus olhos o analisaram e então como um ímã nossos rostos se aproximaram perigosamente, mas no mesmo momento se afastam em questão de segundos.

 

— Acho melhor você ir para casa agora antes que eu não te deixe sair... — Disse o mesmo após ter se afastado de mim e eu controlo a vontade de batê-lo por me provocar sem motivos.

 

— A-ah sim...  Te vejo em breve. — Afirmei me despedindo com um aceno desleixado antes de sair rapidamente de sua casa sem esperar que ele dissesse mais alguma coisa e então entro no meu carro soltando um suspiro tenso ao recordar a tensão de minutos atrás.

  Que noite! Pensava com a cabeça jogada para trás quando meu celular alertava uma nova notificação, se fosse mais mensagens do Taehyung não saberia mais o que fazer em relação ao mesmo, mas quando vejo de quem se trata meu coração dispara apenas com o titulo e então a abri imediatamente.

 

“É... Eu sei que é clichê, mas eu precisava fazer essa carta virtual. Não para fazer você sentir culpado, mas por simplesmente ter coisas que eu precisava te dizer...''

 

 

Desde o dia em que te conheci meu coração ultrapassou sua Frequência cardíaca o que era considerado anormal e então eu te culpei por muito tempo por ter que sentir essa palpitação diariamente que se intensificava sempre que te encontrava.  E com o passar dos dias, semanas, meses e finalmente anos. Eu aceitei meus sentimentos por você e com poucas tentativas descobri que eles não sumiriam por mais que eu negasse a sua existência.

    Eu estava apaixonada por você...

O amor que eu sentia nunca parou de crescer e se fortalecer graças à pessoa amável que você sempre foi comigo. E no dia em que finalmente eu pude te sentir comigo, sentir que você finalmente era meu, foi o melhor dia da minha vida e mesmo que complete anos, em minhas memórias permanecem frescas até mesmo os mínimos detalhes...

Mas ao ser rejeitada tantas vezes me questionei se havia algo errado comigo... Se minha aparência ou modo de agir não te agradavam, mas ao descobrir o motivo não houve um pingo de alivio e sim fúria em meu corpo. Tudo o que eu havia feito, não significava nada para ti por sua opção sexual então o problema não era eu e sim você...

E então eu descobrir o ato de se automutilar, comecei a praticar, não por achar legal, mas sim para fazer-me esquecer, mesmo que fosse momentaneamente a dor insuportável que começava em meu peito e afetava todo meu corpo de dentro para fora, tudo pausaria para focar apenas naquela ridícula e minúscula dor em meu pulso que não representava nem um  pouco de tudo que estava sentindo internamente...

Mas não pense que foi você a causa de minha vida ter se acabado. Eu passei por situações difíceis mesmo antes de te conhecer e nunca te contei porque meu principal objetivo na vida era esquecê-las sem deixar fragmentos, mas obviamente isso não funcionou por muito tempo. Ultimamente essas memórias me perturbam a cada minuto do dia incapacitando que minha vida continue, nem mesmo se você me ajudasse o passado não pode ser apagado... Eu estava cansada de lutar e lutar sem nunca ter um fim, cansa sabe? Viver uma vida infeliz sendo a opção mais tentadora a morte...  Eu acordei a cada dia tentando mudar, enxergar a solução, mas nem mesmo fazendo o que tanto gostava isso mudava. Definitivamente eu estou cansada...

Após ler tanto talvez você negue ao que eu tento deixar claro, mas a verdade é que, eu fiz a minha escolha e não quero que você se culpe por isso. Meu último pedido é, cuide da minha família e principalmente de si mesmo, seja finalmente feliz com quem você se apaixonar não importa o seu gênero e sim quem essa pessoa é. Seria mentira dizer que eu quero isso, na verdade eu nunca desejaria te ver com outra pessoa, mas eu não estarei aqui então mesmo que eu não queira é um pedido meu.

Não fique triste por eu deixar de existir, eu já deixei de existir a muito tempo...

Enfim... Eu sei que nunca foi fácil lidar comigo e aceitar os meus caprichos, Peço  desculpas por isso. Mas obrigada por fazer rir em momentos difíceis, parte da minha vida se tornou melhor por sua causa. Eu te amo...

Com amor...

 

De: Jennie

Para: Jimin

 

★★★

 

Há quilômetros por hora me recusava a dar atenção às regras do trânsito. Meus olhos estavam banhados em lágrimas enquanto eu dirigia desesperadamente ultrapassando até mesmo semáforos em vermelho, eu estava jogando a sorte, afinal minha vida não parecia importar mais.

  Assim que cheguei a frente a sua casa meu instinto me impulsionou para fora do carro e praticamente esmurrei a companhia da residência antes de começar a gritar com todas as minhas forças para que me deixassem entrar e em poucos minutos consegui a atenção necessária para que a entrada fosse aberta e então eu corri o mais rápido que minhas pernas permitiam enquanto eu gritava pelo seu nome tomado pelo desespero.

     E assim que entro em sua casa subo as escadas até finalmente chegar a frente ao seu quarto, tentei girar a maçaneta  e então percebo que estava trancada e imediatamente eu tento arrombá-la com chutes violentos até que uma empregada se aproximou de mim questionando-me o que estava acontecendo e sem ter paciência de explicar eu solicito a chave extra do quarto e então a mesma colocou uma mão no bolso tirando um molho de chaves... E assim que a porta foi escancarada meu mundo parou por  milésimos de segundos...