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História When I Fell In Your Station - Forgiveness


Escrita por: Jeni_Jr

Notas do Autor


Penúltimo capítulo😢

Capítulo 14 - Forgiveness


Fanfic / Fanfiction When I Fell In Your Station - Forgiveness

— Eu não queria que tivesse chegado a esse ponto —o diretor Lee dizia ao volante.


— Não se sinta culpado, talvez uma terceira pessoa tivesse realmente que se meter nisso. No caso sou eu.


— Não acho que isso tenha a ver comigo. Isso é por Minho. Porque vocês são feitos um para o outro —exibiu um pequeno sorriso.


— É muito cedo para dizer algo assim —tentei disfarçar minha vergonha olhando para minha janela.


— Estou dizendo não um fato, mas uma vontade. Quero que meu garoto tenha o olhar brilhante e o sorriso fácil de quando está com você todos os dias. Isso só você pode dar a ele.


Por aquilo, eu desejei que conseguisse fazer algo pelos Lee. Desejei que nem pai nem filho tivessem mágoas consigo. Queria levar alegria para eles, como Minho me trazia. Amaldiçoei internamente a senhora Bing por parecer uma pessoa tão ruim.


— É seu telefone que está vibrando? —O senhor Lee chamou minha atenção.


— Oh, ne —o tirei do bolso. Era Seungmin —Yeoboseyo?


Ei, Sung. Está atrasado!


— Eu não vou hoje. Tenho algo para cuidar.


Sua mãe está bem?


— Ela está, não é isso.


Não? O que houve então?


— Eu explico depois, Minnie. É uma longa história.


Está bem —sua voz estava vacilante, comecei a perceber —Minho também não chegou e agora você não vem. Estão cabulando aula para ficarem juntos?


— Seria melhor se fosse assim —respirei fundo —Minho está bem, diga a todos. Bem, ele vai ficar na verdade.


Isso só nos deixar mais preocupados.


— É minha vez de perguntar: o que há de errado com a sua voz? Por que está falando tão baixo?


E-eu? Não, nada.


— Kim Seung Min!


Aigoo! Eu estou me escondendo no banheiro.


— Como é? Escondendo de quê?


Hyunjin —falou mais baixo ainda.


— Vocês não saíram nos socos mais uma vez, certo?


Anyio —disse devagar —na verdade nós...quase, mas…


— Kim Seung Min —o chamei sério —Diga de uma vez!


Eu não sei o que ele está fazendo agora, Sung —sua voz saiu cansada —Ele me beijou. E eu corri até aqui.


— Qual é o seu problema? —Revirei os olhos.


Hyunjin.


— É, faz sentido —ponderei —Escuta, Minnie: eu preciso cuidar do Minho nesse momento. Volte para a sala, depois eu dou um jeito de estrangular vocês dois por serem tão idiotas.


Tudo bem, não se importe comigo agora, mas mande notícias, estão todos preocupados com vocês.


— Ne. E saia desse banheiro agora! Annyeong.


— Seus amigos fazendo coisas bobas? —O diretor virava a última esquina.


— Eles têm um amor simples de se resolver, mas transformam num monstro de sete cabeças.


— Entendo. Aqui, chegamos. Tem noção do que vai fazer?


***


Subi os degraus da fachada que nunca tinha percebido ser a moradia bem decorada da senhora Bing. Me lembrei da noite que o senhor Lee e Minho saíram dali enquanto eu voltava com Jeongin para casa. Agora eu entendia que Minho tinha muitos motivos para chorar. A vida toda, na verdade.


Apertei a campainha de som extenso e chamativo até que um rapaz socialmente vestido e alto abrisse a porta para mim.


“Ela tem uma equipe. Empregados, seguranças. Tem certeza que não quer que eu entre com você?”, lembrei do que o diretor tinha me dito antes de sair do carro.


“É melhor eu ir sozinho, pode ficar ruim com o senhor lá”.


— Pois não?


— Annyeonghaseyo —curvei-me brevemente —Vim para encontrar a senhora Bing Yoo Na.


— Tem hora marcada?


Hora marcada? Que coisa mais ridícula!


— Anyio. Mas ela vai querer falar comigo, sou Han Ji Sung.


— Espere aí um instante.


Ele fechou a porta, mas bem pouco eu pude ouvir a conversa lá dentro:


— Chefe, tem um garoto aí fora querendo falar com você.


— Minho? Você é novo aqui Scoob, então deve saber que ele sempre vem aqui. É meu filho. Ele não foi a aula hoje? Bem, diga a ele para esperar um pouco.


— Na verdade chefe, ele disse que é Han...alguma coisa.


Demorou um tempo para eu ouvir a resposta da senhora:


— Jisung? Han Ji Sung?


— Ye, esse mesmo o nome, chefe!


— O que está havendo agora? Mande entrar, Scoob.


Instantes depois, a porta estava sendo aberta e o segurança alto me dava passagem para adentrar o pequeno corredor após tirar os sapatos. Scoob —aliás, que codinome engraçado —me seguiu até a sala da casa grande e bem decorada no estilo de uma senhora francesa que eu via nos filmes. Tudo muito florido e limpo, com cheiro de perfume exagerado e caro.


Yoo Na estava sentada numa poltrona vermelha, de frente para uma jovem com olho roxo e inchado aconchegada no sofá. A moça tinha a postura encolhida de uma forma que me deu pena. A senhora Bing, alheia à tristeza da mais jovem, cruzava uma perna por cima da outra, usando irritantemente um vestido preto de couro e saltos altos finos surpreendentemente àquela hora da manhã.


— Querida, suba até seu quarto, vou pedir que levem seu café até lá —orientou a garota calmamente —Não deixe de comer, vou saber se jogar comida fora ou vomitá-la depois.


Apenas com um aceno de cabeça, a moça —que usava um pijama confortável —passou por mim, indo até as escadas laterais. Yoo Na indicou a Scoob que cuidasse de seu café da manhã e comesse também. Ficamos então apenas eu e ela na sala extravagante com tantas cores e flores a ponto de me deixar confuso.


— Han, você aqui? Sente-se —fiz o que disse —Está me pagando a visita ou resolveu ouvir o que eu te disse?


Tentando manter o ódio incubado dentro de mim, me ajeitei no sofá vermelho e irritantemente fofo.


— Parece que cumpriu sua palavra bem antes do que se esperava, senhora Bing.


— Eu? Do que estamos falando?


— Não se faça de inocente. Me disse para afastar Minho de você se não quisesse ver ele machucado. Teve a coragem de ir até minha casa e dizer isso, mas não achei que faria algo assim com Minho. Não achei que fosse um ser humano tão desprezível!


— Calma lá, garoto! O que é isso? Está falando na minha casa e sou mais velha que você…


— Ao inferno com a sua idade! Os anos de alguém não caracterizam quem merece respeito ou não —por incrível que pareça eu estava falando calmamente —Que tipo de monstro é você? Fazer algo assim com o próprio filho…


— Do que está falando? —Ela estava exaltada.


— Dessa droga de papel —arranquei do bolso do uniforme o teste e estendi a ela.


Os olhos arregalados naquele momento me surpreenderam. Por um instante pensei que ela não soubesse realmente do que estava acontecendo. Abriu a folha, logo suspirando fundo, esbanjando um desespero que de certa forma me preocupou.


— Onde achou isso, Han? —Sua voz estava trêmula.


— Debaixo do travesseiro do Minho, enquanto cuidava do corpo febril que você deixou.


— Ele está doente?


— O senhor Lee disse que ele ficou daquela forma depois de vir te visitar. Como foi capaz de entregar uma coisa dessas a ele? —Foi a primeira vez que minha voz se exaltou.


— Eu não entreguei, ele achou —passou a mão furiosa pelo rosto —Devo ter guardado de mal jeito, ele ficou sozinho na sala da última vez que veio. Mas que inferno!


— Isso aí não é real, certo?


— Não. Essa foi uma ideia pensada num momento de raiva…


— Que momento? O que ele fez de tão ruim para você armar uma coisa dessas?


— Tem a ver com meu negócio. O ex-noivo de uma cliente conseguiu fugir do meu domínio porque Minho permitiu que escapasse. Nós tínhamos tido uma briga séria naquele dia. Eu estava com raiva daquele garoto.


— Raiva a ponto de falsificar um exame de DNA para que ele não fosse mais seu filho?


— Você não consegue entender a minha raiva? Um cretino que agrediu uma garota indefesa em flagrante estava sob minha jurisdição e Minho simplesmente ajudou ele a fugir!


— Você perguntou a ele o que realmente aconteceu? Pensou que Minho pudesse ter sido ameaçado por essa cara? Como você traz esse tipo de pessoa para debaixo do seu teto e não se preocupa com seu próprio filho? Ele vem aqui e se preocupa, mas você só consegue pensar na sua justiça falsa que pensa estar sob seu controle! Enquanto isso ele fica se martirizando por você e pensando se nenhuma dessas pessoas te deu uma facada ou um tiro!


— Eu nunca pedi isso, está bem? —Ergueu a voz mais ainda —Nunca mereci e nunca implorei para que ele se importasse com alguma coisa, só pedi para que ele se afastasse e deixasse em paz o meu trabalho!


— E mesmo assim ele tentou te fazer melhor. Não sou capaz de lembrar de muitas coisas que são de graça no mundo, mas Minho te deu amor de graça. Não cobrou nada de ruim que tenha feito para ele, não pediu que mudasse. Ele esteve aqui porque tinha esperança que um dia a mãe que ele sentiu falta o tratasse com carinho, nem que fosse por míseros segundos.


— Está certo, Han. Não há nada errado do que está dizendo. E de qualquer forma eu desisti dessa ideia, eu apenas não me livrei desse papel —dobrou-o de volta.


— Desistiu da ideia mas não se arrependeu, não é? Teria o rasgado se fosse assim. Você nunca foi, nem será capaz de ser ao menos uma pessoa boa com Minho. Por que isso? Você o olha e o odeia porque ele é a cópia dos Lee?


— Então você já sabe sobre isso —evitou me olhar, girando a folha dobrada em suas mãos.


— Sei e posso dizer que você é uma pessoa desprezível. Entendo porque Minho quer se diferenciar tanto de você. Pensa que com esse negócio que tem aqui você se torna uma boa justiceira? Você apenas se torna pior do que o outro Lee, o irmão do Kwan.


— Tem noção do que está falando? —Se levantou irritada e praticamente gritando —Você só sabe a versão dos Lee, garoto. Se estivesse no meu lugar saberia do que estou falando.


— Se estivesse no seu lugar eu me martirizaria e sofreria por uma reencarnação inteira, talvez duas. Eu iria me afastar e cuidar da minha própria vida. Isso me faria menos desprezível que alguém como você que acabou com o amor do senhor Kwan e com a vida de Minho. Eles não tinham nada a ver com sua vingança e você sabe disso. Minho não teria nascido se você nunca tivesse amado aquele homem. Você sabe muito bem que o gêmeo do mal era um só, e não era o senhor Kwan.


— Você tem um irmão, certo? Imagine alguém de fora vir e destruir a vida dele. O iludir, dar esperanças de uma vida bonita e farta. Depois ele sai da sua casa para sofrer e aparecer com roxos em todo o corpo, se afasta da família e não mantém mais tanto contato. Depois ele vai tentar te dizer o que está errado, mas mesmo assim vai continuar sofrendo porque acha que tudo vai mudar e ter um final feliz, mas não acontece. Seu irmão deve ser muito inteligente, como você. Minha irmã era mais graciosa e inteligente que eu mesmo que fôssemos gêmeas. Ela tinha um futuro brilhante que foi consumido pelos Lee.


— Mas não por Lee Kwan —insisti com ela —Por isso você não conseguiu terminar sua vingança. Porque Lee Kwan nunca tratou ninguém mal. Ele nem mesmo sabia do que estava acontecendo quando começou a cuidar dos negócios do pai. Ele teria ajudado se soubesse o que estava te incomodando, mas seu ódio foi tão cego que mesmo o amando, ignorou isso. Você ainda o ama, certo? Toda vez que cito o nome dele seus olhos exibem uma dor profunda. Isso porque sabe que entrou naquela família e se apaixonou por ele.


— Não diga bobagens, criança tola! —Vi seus olhos cheios de água.


— Você sabe que o mundo seria mais correto e bonito se tivesse permitido dividir a vida com ele. Você se sente vazia quando ouve seu nome. Também se sente feliz que ele esteja com sucesso nos negócios e cuide tão bem de Minho. Por trás dessa carranca está instalado um sensor no seu coração que acelera toda vez que sabe da sua presença. É desse mesmo jeito que me sinto com Minho. Por isso estou aqui.


Me coloquei também de pé, a encarando de igual. Não tinha porque ter medo, o ego dela estava ferido e ela sabia que eu tinha razão.


— Minho não está somente ferido por achar que você não é sua mãe. Mais que isso ele está com medo do senhor Kwan não ser seu pai. Agora que você fez algo tão doentio contra ele, vim garantir que conserte o que fez.


— O que espera que eu faça?


— Vou garantir que Minho fique longe daqui, mas você tem que ir comigo e desmentir esse papel. O senhor Lee está nos esperando do lado de fora.


— Não acha mesmo que eu vou com vocês, acha?


— Minho está doente e não vai se recuperar tão cedo. Os pesadelos dele não vai cessar se você mesma não disser a ele que isso é um engano. Depois disso você pode seguir sua vida, eu vou garantir que ele fique bem longe de decepções. Agora, por favor, venha comigo!


— Senhora, está tudo bem? —Scoob descia as escadas.


— Não, não está. Eu preciso resolver algo, por favor fique aqui e cuida da garota.


— Vai dirigir então? Vou pegar suas chaves…


— Ela vai comigo, não precisa dirigir —o interrompi.


— Vou precisar voltar depois, então apenas vá comigo no meu carro, Han. Pedir que eu vá no mesmo veículo que Kwan não é muito sensato. Não vou fugir de qualquer forma.


***


Acenei com a cabeça ao passar pelo carro preto do senhor Lee quando saímos. Apontei para Yoo Na que passou por ele sem olhar, avisando que iria com ela no carro.


Foi estranho o silencioso ir com ela, seguindo o diretor. Eu estava com medo agora porque não sabia que repercussão isso teria sobre Minho quando eles se encontrassem. Para mim, encará-la e fazer com que aquela história chegasse ao fim era a melhor opção, mas e se ele ficasse ainda mais machucado?


Mais do que já estava? Era possível? Pensando assim, me enchi de certeza: independente de como fosse, eu iria estar com os Lee e faria de tudo para os ajudar!


Sem pensar em muita coisa, abri a porta do carro quando chegamos a casa convidativa dos Lee. O diretor saiu rapidamente também e veio em minha direção:


— Han, entre primeiro e avise Minho do que está prestes a fazer. Ele vai se assustar se apenas entrarmos, se certifique de que ele está razoavelmente bem. E eu preciso trocar algumas palavras com ela —falou cuidadosamente.


— Tome cuidado então —concordei com ele e apenas adentrei o lar.


Minho estava logo ali no sofá, comendo vagarosamente outro sanduíche enquanto a cozinheira carinhosa como uma verdadeira mãe o incentivava a comer. Muito fraco e cansado, ele levantou-se ao me ver e correu para meus braços, me envolvendo num abraço desesperado e nada forte, por sua condição, mesmo que tentasse me apertar ao máximo contra si.


— Não se esforce demais, você nem comeu direito, está fraco —retribuí o carinho, afagando seus cabelos.


— Que ideia é essa de sair buscando solução para algo como um herói de quadrinhos? Você pensa que é o Super Man?


— Sou apenas seu Super Esquilo —o afastei para segurar seu rosto —Apenas confie em mim daqui para frente. E vou precisar que seja forte.


— Do que está falando?


— Sei que está sensível agora, mas quanto mais rápido ficar livre das incertezas, será melhor.


— O que você fez, Sung? —Se soltou de mim lentamente.


Ao mesmo tempo, a porta abriu-se novamente. O senhor Lee entrou e segurou a porta para Yoo Na. O olhar perdido de Minho cortou o que restava dos meus sentimentos.


— O que está acontecendo? —Minho surpreendentemente segurou minha mão quando a viu entrar.


— Ela está aqui para te dizer a verdade, Min. É melhor você não ficar tanto tempo em pé, volte a sentar —o levei de volta ao sofá.


— Eu vou voltar aos meus afazeres —a simpática cozinheira dos Lee curvou-se depois de me ajudar com Minho.


— Sente-se também —o diretor indicou à senhora Bing friamente.


Fiquei atrás de Minho na poltrona grande. Ficar sentado era um deixa para estar inquieto. O silêncio se tornou sombrio depois de um tempo. Aquela casa não combinava com Yoo Na e vice versa. Aquele local aconchegante para mim tinha todo o espírito dos Lee que ela lutava contra.


— Você está bem, Minho? —Ela surpreendeu a todos com a pergunta —Como está tão pálido e fraco assim? Quando Han me disse que estava doente, não achei que estivesse nesse estado.


— Estou bem —Minho não olhou para ela.


— Não tem porque enrolar —apressei —diga a ele. Diga o que fez eu te forçar a vir aqui.


— Bem, Minho. Eu sei que você encontrou um papel quando foi à minha casa —sua invasividade quase me convencia que estava sofrendo mais que Minho, mas não era possível —Num momento de raiva, numa hora em que eu queria que ficasse longe de mim para sempre eu falsifiquei aquilo. Depois me dei conta de que era uma loucura muito grande.


Minho finalmente a encarou nos olhos. Não vi sua expressão, estava atrás dele segurando seus ombros tensos, mas o semblante instantaneamente surpreso do diretor me fez acreditar que Minho tinha uma feição assustadora para Yoo Na.


— Sei que nada vai justificar o que eu pensei em fazer. Não vou me atrever a pedir desculpas pois sei que não mereço. Eu sinto muito agora por ter te deixado dessa maneira —ela deixou de o encarar nos olhos.


— Por que nos odeia tanto? —Kwan se intrometeu —Nossos irmãos já nem dão mais notícias, meu pai está velho demais para qualquer esforço em te provocar e eu nunca tive nada a ver com qualquer violência da minha família. Então por quê?


— Minha irmã está morta —as lágrimas vieram nos olhos da senhora Bing de repente —Já faz algum tempo. Ela estava depressiva e faleceu por anemia. Dele eu não fiz questão de saber.


Eu me senti extremamente intrometido naquele instante, mesmo assim, mantive Minho sob meu toque cauteloso.


— Me desculpe, Yoo Na —a voz dele era carregada de dor —Se meu irmão não tem o direito de se desculpar, eu peço perdão a você e sua falecida irmã. Meu gêmeo é um monstro, eu sei. E onde quer que esteja, eu desejo que não volte. Mesmo assim, Minho também é parte de você. Você não tem nojo dele, tem nojo de mim. Então o que fez a ele é imperdoável. Se algo ainda está para ser descontado nos Lee, que seja em mim. Mas não magoe o nosso Minho!


— Você diz que é um teste falso, certo? —Minho tinha a voz extremamente cansada.


— Ye. Eu realmente sofri dores no parto por você e Kwan é o seu pai verdadeiro. Nada nesse teste é real.


— Quando pensou em fazer isso, omma? —Chamá-la assim pareceu um tom irônico —Quando deixei Dabin fugir?


— Nesse dia mesmo. Não consegui o achar até hoje, nem a polícia.


— Dabin era inocente. Ele era um cara de família rica, aproveitado por uma garota mesquinha como a que você atendeu. Ela inventava coisas. Vi uma vez ela se machucando num beco enquanto ele tentava a impedir e depois a moça saiu dizendo que o noivo rico tinha a agredido. Você foi enganada, omma. Por isso o ajudei. Você apenas não quis me ouvir.


A inexpressão no rosto de Yoo Na me assustou. Suas mãos estavam cerradas sobre o colo e mais lágrimas caíram de seus olhos.


— Eu sinto muito por ser sua mãe. Sinto por não conseguir retribuir o amor que fez questão de me dar.


— Você me ama? —Minho tinha um tom irônico que me dava medo.


— Amo. Mas talvez, sinceramente, eu não consiga odiar menos o nome Lee do que te amar mais. Por isso não queria que você nascesse, eu sabia que não seria capaz de ser uma boa mãe.


— É só por isso ou você é ruim por natureza? Não tenho nenhuma referência da sua infância ou pelo menos de antes de se casar. Não sei quem minha própria mãe realmente é.


Ele secou rapidamente as lágrimas que caíram.


— Não precisa mais ficar aqui —Minho levantou-se com dificuldade —Não precisa mais se preocupar comigo invadindo seu trabalho, eu fiz tudo que pude. De qualquer forma, obrigado…


Corri para segurá-lo quando cambaleou para frente.


— Obrigado por ter me deixado nascer. Eu precisava conhecer meu pai e meus amigos. A Coreia precisa de bons promotores e agentes da lei. Eu também precisava conhecer o Sung. Mesmo que eu exista, não vou mais te incomodar. Você tem a minha palavra!


Minho arrumou sua postura em meus braços e desviou um segundo para pegar o sanduíche no prato que deixara antes.


— Appa, eu quero sair um pouco. Vou com o Sung. Você pode? —Me perguntou.


— Vamos —segurei sua mão.


— Espere, filho —Yoo Na se pôs de pé.


O que fez em seguida deixou todos naquela casa surpresos. Aquele era o gesto que marcava talvez o fim de muitas perseguições. Ali tive a impressão que nenhum dos Lee voltaria a se comunicar com Bing tão cedo. Minho e Kwan estavam tão magoados quanto possível, mesmo depois que ela ajoelhou-se no meio da sala, reverenciando os dois.


Nem mesmo eu fui capaz de segurar as lágrimas diante daquilo. Era doloroso. Pensei comigo que nunca queria chegar aquele ponto com Chung Hee. Eu esperava que ele decidisse ser melhor que Yoo Na um dia.


— Eu peço perdão, por tudo —disse por último.


Demorou muito para que Minho soltasse minha mão e com os olhos derramando fosse até ela, a erguendo do chão e lhe dando um último abraço como um filho digno.


— Eu te perdoo. Não vou ter mais tempo de guardar mágoas com você, omma. Vamos ter vidas diferentes agora, eu vou pensar em outras coisas e te deixar em paz. Viva tranquilamente —desfez o abraço —Vou sair com Sung. Volte para casa em segurança.


— Cuide dele, Han —me pediu o senhor Lee —Vou acompanhar Yoo Na até em casa.


— Tome cuidado —orientei, caminhando com Minho lentamente até a saída.


Antes de irmos ele a olhou pela última vez. Realmente, talvez fosse a última, ou pelo menos a última para um longo tempo sem vê-la.


***


— Não devíamos caminhar tão longe, você está fraco. Seu corpo está quente ainda —me preocupei com Minho caminhando de mãos dadas comigo.


— Eu não quero voltar para casa. Meu pai também precisa de um tempo. Nós dois precisamos.


— Então venha cá —me coloquei de costas em sua frente —suba nas minhas costas.


— Eu sou pesado, Sung.


— Eu aguento, suba logo! Anda!


Hesitante, ele fez o que pedi. Abraçou-se a mim envergonhado e eu me senti menos pior quando notei sua respiração próxima ao meu ouvido.


— Está seguro?


— Ne.


— Viu? Você não é pesado. Não acha que precisa comer mais? Eu consigo até correr com você assim, veja só —corri alguns passos com ele e meu coração se aliviou mais um terço quando ouvi sua risada por alguns instantes.


— Sunggie, nós vamos cair! —Me abraçou mais forte.


— Ne, ne —passei a andar normalmente —sei que não está passível de sorrisos, mas vou trazer eles de volta no seu rosto.


— Gomawo, Jisung. Por tudo o que fez por mim. De certa forma, eu me sinto mais leve. Sinto que devo deixar isso para trás.


— Não vou deixar que volte até ela e se machuque, concentre seu tempo nas coisas que você ama. Nos amigos, na universidade, em seu pai. Aos poucos deixe as dores para trás.


— Vou fazer isso. Também...vou me concentrar em você —sussurrou em meu ouvido.


Senti meu corpo arrepiar e me senti extremamente constrangido.


— Aigoo, em mim? —Ri nervoso.


— Por que está vermelho, Sung? —Tentou virar meu rosto para ver minhas bochechas.


— Quem está vermelho? Você quer correr outra vez? Olhe isso —repeti a corrida outra vez.


— Anyio, anyio. Pare! —Era tão bom ouvir seu riso, mesmo por mínimo que fosse —Tínhamos que estar na aula, certo? Será que o diretor ficará muito bravo conosco? —Perguntou ironicamente.


— Ele não precisa saber que estamos fugindo da aula juntos —entrei na brincadeira.


— Ele deixa passar dessa vez, eu acho —riu um pouco.


— Dessa vez? Quer dizer que vamos repetir esse tipo de coisa?


— Não respondo por meus atos quando você estiver por perto.


***


Notas Finais


Annyeong, meus amores, como vocês estão?

Agora definitivamente na reta final e todos indignados com Bing Yoo Na? Porque eu estou😤

Eu vou sentir tanta falta de vocês, eu não quero acabar, mas preciso. Prometo voltar com mais histórias❤

Ainda essa semana sai o último capítulo e o epílogo.

Vocês são os melhores leitores do mundo, popo😗😍😍❤


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