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História When Love Arrives - Let's Permit Ourselves


Escrita por: AnnaWrou

Notas do Autor


💠💠Título do capítulo: Vamos nos permitir.💠💠

Boa leitura <3

Capítulo 5 - Let's Permit Ourselves


Fanfic / Fanfiction When Love Arrives - Let's Permit Ourselves

 

 

A muito custo consegui me afastar dela.

- Chega de beijos por hoje. — Ela me fez uma careta contrariada.

- Então vou fazer nosso almoço — Ela novamente vestiu a minha blusa e dessa vez saiu do quarto mesmo.

Enquanto esperava ela voltar da cozinha, me revirava na cama sem conseguir parar de pensar nela. Nunca me senti tão vulnerável como agora.

Não importa o quanto eu lute contra isso. Não posso negar. Não dá pra negar que sinto sede do seu amor.

Me apego fácil, isso é tão explícito...

A verdade é que depois do que vivi, e sofri, com a Barbie, eu passei a me esconder debaixo dessa máscara dura.

Passei a negar os meus sentimentos com tanta naturalidade, que todos acreditam no que eu falo.

Não há como negar que estou muito melhor com a chegada da Emma... passei tanto tempo procurando algo bom e nem me dei conta de que chegou.

Porém não é fácil abrir a porta e deixar ela entrar…

Eu preciso de tempo…

Eu preciso de segurança...

Talvez eu seja o homem que irei amá-la como ela merece...

E talvez Emma seja um anjo que veio para me salvar.

 

 

 

Harry

 

- ...Hazza… — Despertei quando senti uma mão quente e macia sobre o meu rosto, me acariciando. Eu acabei dormindo de tanta exaustão e cansaço.  

Abri os olhos e me deparei com o rosto de Emma.

Deixei meu olhar ficar o quanto fosse preciso sobre o seu. Mas não pude evitar de fechar os olhos com a leveza do seu toque, do seu carinho cheio de ternura…

O melhor que eu já senti…

E quando a ficha caiu, me afastei dela levantando bruscamente da cama.

- O que você quer, biscate do inferno?! — Esbravejei com ela. — Já disse para não me tocar!

- O que há de errado com o meu toque...? — Ela olhou para a sua mão tornando-se inseguramente preocupada.

- Nada. Na verdade nada. Ele só me deixa muito confuso!

- Te deixa confuso sobre o que...? — Dei de ombros, a resposta era tão simples, porém sabia que ela não iria compreender.

- Emma, se quiser evitar decepções, diminua suas expectativas sobre nós dois. — Recomendei.

Ela ergueu a cabeça encarando-me com aqueles lindos olhos azuis, aproximando-se de mim.

- Eu gosto de você… não me peça para não demonstrar isso… — Ela tocou meu rosto com seus dedos. Fechei os olhos com a sensação. Seu toque é tão gostoso e delicado, impedindo-me de qualquer recusa. E então, para o meu deleite, ela me beijou.

Me entreguei instantaneamente ao seu pedido com a língua segurando em sua cintura, apertando-a contra o meu corpo.

Sua língua explorava a minha com avidez enquanto minhas mãos vagavam pelas curvas dela e as suas seguravam forte em meu cabelo, puxando-me cada vez mais para si.

Eu não conseguia parar de beijá-la... até que senti que ela estava me guiando para a cama. Instantaneamente me separei.

Ficamos nos olhando. Confesso que lá no fundo, eu só queria agarrá-la e fazer tudo que ela estava me pedindo com o olhar…

- Hazza, eu… — Ela pareceu procurar por palavras certas.

Esperei ansioso o que ela tinha a dizer.

- Eu sei que você tem medo de se envolver, de perder, de sofrer… eu sei que está assustado... que quer fugir… mas vamos nos permitir... — Ela tocou meu rosto e me beijou novamente. Dessa vez, o beijo foi vagaroso. Lento, sem nenhuma urgência e eu realmente gosto disso. Nossas línguas se buscavam calmamente e com carinho.

Minhas pernas ficaram bambas, porém ela me segurou firme pelas bochechas. Aquela mulher tirava o chão dos meus pés…

Não sei por quanto tempo permanecemos ali, nos braços um do outro...

Porém me afastei primeiro, sem fôlego.

- Vamos devagar, Emma… — Disse por fim, e ela me encarou compreensiva, assentindo.

- Vem. O almoço está pronto — Ela disse e entrelaçou nossas mãos, senti o tremor e suor de sua pele entrar em contato com o suor e tremor da minha. Trêmulas de nervosismo.

Não soube o que fazer, mas caminhei grudado à ela até à cozinha.

Chegando lá, vi uma panela, dois copos, dois pratos, e talheres em cima da mesa.

- Nossa, que cheiro bom. — Soltei espontaneamente.

- Gostou? — Perguntou.

- Só vou saber quando comer — Ela riu.  

Sentamos à mesa.

Era tirou a tampa da panela e assim revelou-se uma bonita macarronada.

Saboreei-a com os olhos.

Emma nos serviu e pegou meu prato sentando-se ao meu lado para me dar na boca.  

- Agora é assim? — Constrangido, questionei-a. — Toda vez comida na boca?

- É. Como boa esposa eu preciso cuidar muito bem do meu marido. Terá tratamento cinco estrelas

Imediatamente abri um sorriso.  

- Só vou aceitar porque estou com preguiça até para levantar um garfo

- Isso aí. — Ela piscou um dos olhos para mim. Golpe baixo.

Ela enrolou o macarrão no garfo e o levou até a minha boca.

- Cara, isso sim é comida de verdade — Elogiei sorrindo.

- Ora, obrigada — Sorriu de volta. — Se quer saber, o meu melhor tempero foi amor — Nem preciso falar que corei da cabeça aos pés.

- Sem dúvida o melhor sabor — Acabei soltando.

Ela sorriu aproximando seu rosto do meu, roçando a ponta de seu nariz ao meu. Por que meu coração disparou?

- Então merece bis. — Ela disse e novamente pôs uma garfada em minha boca.

- Come também, garota

- Estou comendo — Disse dando sua primeira garfada. Assenti satisfeito.  

- Emma? — Ela ergueu a cabeça me olhando. — Não sei quase nada da sua vida

- Mas eu te contei tudo naquele dia...

- Não sei se você se lembra, mas eu não tenho muitas lembranças daquela noite.

- Verdade…

- Quantos anos você tem?

- 21.

- Ah. Eu tenho 23. — Ela sorriu voltando a levar comida até a minha boca. — Por que virou prostituta? — Vi seus olhos arregalarem-se por um momento, e depois voltarem ao normal.

- Isso é algo inconveniente de se perguntar, não acha?

- Ah, qual é! Me conta.

- Certas coisas não precisam ser contadas, Hazza.

- Não quer ser minha esposa? Preciso saber tudo sobre você. Preciso que sempre me diga a verdade. Não suporto mentiras... — Seus olhos marejaram.

- Passado é passado, ok…?

Fiquei calado.

E depois de um tempo comendo, voltei a falar.

- Se você me contar uma coisa íntima sua, eu te conto uma minha — Percebi que ela tinha um segredo e eu queria descobrir.

- Como assim?

- Me conta algum segredo seu que eu te conto o meu maior segredo.

- E se eu não quiser…?

- Bom… — Peguei um guardanapo e o passei sobre minha boca. — Podemos ir em um tribunal e pedir o divórcio agora mesmo — Seus olhos me censuraram.

- Está me chantageando...?

- Talvez.

- Você é um idiota.

- Obrigado. Agora me conta.

- Quer mesmo saber…? — Assenti. — Promete não contar para ninguém…?

- Prometo.

- Para ninguém mesmo…

- Prometo! — Reafirmei.

- É que…

- CHEGAMOS! — Niall entrou gritando. — Trouxemos comid… — Os três nos olharam esquisito.

- SAIAM DAQUI, CARALHO! — Gritei e joguei literalmente o prato vazio na direção deles. — Continue.

- Melhor eu ir arrumar a bagunça que você acabou de fazer na sala — Ela disse ao levantar da cadeira.

- Biscate eu tenho sido muito gentil e paciente até agora contigo, mas você está testando a minha paciência! — Ela sentou de novo. — ME CONTA! — Os três palhaços cortaram a sala bem caladinhos na direção dos seus quartos.

- Na véspera do natal de 2013… — Ela não tirou os olhos dos meus, o abatimento não saiu do seu rosto. — O meu pai matou a minha mãe... e quis me matar também, então eu fugi de casa. — Meus olhos se arregalaram ao lhe ouvir. — Feliz?

- ...na verdade sim.

- Você é desprezível, Harry — Ela disse levantando novamente.

- Espera — Levantei segurando no seu braço. — Não quer saber meu segredo? — Desvencilhou-se da minha mão bruscamente.

- O tal segredo que você guarda à sete chaves?

- Esse mesmo.

- Quero — Sucumbiu-se.

- Presta atenção que só vou falar uma vez

Ela assentiu com a cabeça.

Aproximei minha boca de sua orelha e dei um suspiro breve, só para dar mais suspense. Que mulher cheirosa…

- Ai, Harry, molhou meu ouvido inteiro — Ela disse tentando limpar-se.

- E sua calcinha também, posso apostar.

- Vai contar ou não? — Cessou-me.

- Vou. — Suspirei. — Eu… — Ela agarrou meu ombro, morrendo de curiosidade. — amo… — Seus olhos se perderam nos meus. — mulheres loiras. — Sua expressão fechou-se.

- Esse suspense todo pra isso?!

- Isso é despeito? Se quiser pode pintar o cabelo, não me interesso somente por loiras naturais — Seus olhos me encararam zangados.

- Vá se foder! — Ela exclamou antes de sair para a cozinha.

- Só se for com você. — Rebati em voz alta.

Fui até o meio da sala e me joguei no sofá. Nem fodendo que eu ia abrir minha vida pessoal para ela. Tenho certeza que ela está me escondendo algo e eu preciso descobrir.

- Meninos? — Ouvi ela chamar da cozinha. — Essas sacolas são daqui?

Curioso, me levantei e fui até a cozinha sendo seguido pelos três atrás de mim.

- Vai ter festa aqui? — Perguntei abrindo uma das sacolas para ver o que tinha dentro.

- Barbie atendeu um cara podre de rico que tinha um sexo bizarro com comida — Respondeu Niall. Não quis nem imaginar isso. — Sobrou um monte e ela nos deu

- Caramba — Eu disse engolindo o monte de batata frita que estava em minha boca. — Até que ser amigo de prostituta tem seu valor

- Por falar nisso… o que aconteceu com a garota? — Louis me perguntou apontando para Emma que guardava tudo que precisava ir para a geladeira.

Ela estava calada e cabisbaixa.

- E eu sei lá — Dei de ombros enquanto mastigava.

- Deveria saber. Você é marido dela.

- Era só o que me faltava.

Niall, que estava ouvindo a nossa conversa, revirou os olhos e foi até ela.

- Tá tudo bem, Emma?

Ela assentiu desanimada.

- Mas e essa carinha tristinha?

- Não foi nada... — Ela voltou ao que fazia e Niall me olhou como se dissesse: assume.

Eu?

Foda-se ela.

- Vai lá — Liam me empurrou pelo ombro.

- Não. — Respondi abrindo um pote de azeitonas.

- Vai logo! — Ele me empurrou com mais força, dessa vez conseguindo.

Empurrei o pote de azeitonas nos braços do Niall e me aproximei dela:

- Biscate — Ela me olhou com tristeza e isso fez minhas pernas fraquejarem. — Tá tudo bem?

- Tá, Harry. — Ela nunca tinha usado aquele tom tão seco comigo. Ali me preocupei.

- Tem certeza?

- Sim, com licença — Eu estava parado na frente da geladeira. Sem demora me afastei.

- E aí? — Cochichou Niall quando voltei para perto deles.

- Sei lá, tá menstruada. — Dei de ombros.

- Ela te disse isso??

- Eu sei ler as mulheres — Eles rolaram os olhos.

- Ah! Já ia esquecendo! — Niall exclamou. — Além da comida, temos outra surpresa, né, galera? — Louis e Liam assentiram alegres.

- Fala.

- Conseguimos um show pra hoje. E o cache é bom pra caralho! — Meus olhos saltaram.

- Mesmo?? Onde??

- Ah… é uma festa de 15 anos de uma garota aí.

- AH NÃO, não, não, não, NÃO! — Esbravejei. — Eu não vou cantar em festinha de pirralha!

- A mãe da garota vai nos pagar uma grana preta.

- Não me interessa! Sou pobre, mas ainda tenho dignidade e vergonha na cara.

- Para de ser idiota, Styles. Nós precisamos do dinheiro. — Se meteu Louis.

- PUTA QUE PARIU! A ONE DIRECTION TEM POTENCIAL PRA LOTAR ESTÁDIOS E NÃO FESTINHA DE CRIANÇA!

- Por enquanto é o que a vida nos deu — Contestou Liam.

- A vida que se foda. — Rebati e eles se entreolharam descontentes.

- Harry, para de ser fresco e vamos logo fazer a merda desse show! — Confrontou-me Niall.

- E COMO?? TODOS OS NOSSOS MICROFONES FICARAM NAQUELE PUTEIRO DE MERDA!

- A mãe da aniversariante disse que providenciaria toda a aparelhagem. Mais um motivo para irmos, Styles. Precisamos de dinheiro para comprar novos microfones, sem eles ninguém canta em lugar nenhum!

- Vão vocês então! Eu não vou sair daqui.

- Por favor, Harry! É a nossa chance de finalmente pagar as contas da casa! — Liam praticamente implorava.

- Já disse que não vou me rebaixar a isso! — Eles suspiraram. — Quando surgir um show de verdade, me chamem.

- CARALHO, AINDA NÃO SOMOS ESTRELAS DO ROCK PARA NOS DAR AO LUXO DE ESCOLHER OS SHOW QUE VAMOS OU NÃO FAZER! — Estourou Niall, ficando na minha frente, me olhando cara a cara. — Nós somos a porra de um grupo e não um trio, então apenas cale a boca e cante.

Respirei fundo e contei até dez mentalmente.

- Se você não tem amor próprio, Horan, não venha acabar com o meu. Eu não me vendo tão fácil.

Virei as costas e saí para o meu quarto.

 

 

 

Emma

 

Mesmo estando tão triste por dentro, olhei para os meninos antes de dar alguns passos na direção deles.

- Eu posso ajudar em alguma coisa…? — Perguntei-lhes.

- Só se você convencesse ele. — Lamentou Niall.

- Posso tentar. — Os três me olharam esperançosos. — Vocês foram tão legais comigo e me ajudaram tanto me deixando ficar... — Eu seria eternamente grata.

- Valeu, gatinha — Niall acariciou levemente o meu rosto.

Assenti com a cabeça.

Meus pés descalços pisavam cautelosamente sobre o carpete do corredor dos quartos.

Parei em frente a porta do quarto dele e bati. Dele? Nosso quarto!

- Harry…? — Entrei.

- SAI DAQUI, BISCATE! — Saí do quarto no mesmo impulso.

Minha cabeça doeu por conta do choro preso, não gostava quando ele gritava comigo. Mas não estou em posição de ir contra a ele, qualquer passo meu que o desagrade, o meu destino será a rua.

No segundo seguinte, me sentei em frente a porta e não consegui mais segurar a angústia sufocante que eu estava contendo no peito desde o momento que falei dos meus pais.

As lágrimas começaram a rolar por meus olhos, eu conseguia escutar meu choro bem baixinho.

- Biscate? — Acho que ele também ouviu.

- Oi — Limpei minhas lágrimas rapidamente.

A porta abriu-se bruscamente e olhei para cima encontrando seus olhos.

- Por que está chorando? — Seu olhar era firme, porém inquieto. Perturbado.

- Ah, Harry… — Levei minha mão trêmula até entre minhas mechas de cabelo, deixando-a ali ao apoiar o cotovelo em meu joelho.

Como eu queria me abrir para ele... contar-lhe a verdade sobre tudo.

Sobre tudo...

O observei escorregar pela porta até que tivesse seu corpo sentado ao lado do meu.

Ele ficou em silêncio por um tempo, eu já ia dizer qualquer coisa quando ouvi sua voz:

- Não chore… não suporto ver mulher chorando, por favor — Virei o rosto e vi seus olhos verdes rodeados por uma vermelhidão espontânea.

Passei a mão por debaixo dos meus olhos tentando secá-los.

- Está assim por que gritei com você? — Funguei rapidamente. — Se foi por isso, me desculpe. Eu sou explosivo demais, não sei controlar

- Não foi por isso, Hazza... — Minha voz embargou levemente.

- Então por que foi?

- Meus pais… — Soprei.

Ele me abraçou e eu retribuí fortemente, chorando em seu pescoço.

- Sinto muito... sinto muito mesmo… — Naquele momento ele era apenas consolo, carinho e amor.  

Tentei me afastar, mas ele não deixou. Apenas sorri triste em seu ombro.

Eu chorava por mim… por meus pais… por minha vida vazia… e pelo que tive que fazer e não há mais jeito...

Me tornei prostituta por causa dos percalços da vida. Em 2010 meu pai foi diagnosticado com uma enfermidade no coração... ele não tinha seguro de saúde e consequentemente não tinha dinheiro para pagar por uma cirurgia. Busquei emprego junto a minha mãe, mas o que conseguíamos mal dava para comprar seus remédios. Então, estudei como ser a melhor e mais cobiçada meretriz, para que tivesse o maior número de clientes e comecei a me dedicar a isso todas as noites. Em pouco tempo, faturei $25.000, mais que o suficiente para curar meu pai. Só que na noite de 24 de dezembro de 2013, faltando apenas 1 mês para a sua cirurgia, ele acabou misturando bebida com os seus medicamentos e mudou a vida de todos para sempre.

A dor na minha alma ainda é tão profunda, eu nunca, nunca consegui superar.

- Não chore mais — Ele estava com a testa colada na minha, suas mãos se perdendo em meus cabelos, nossas respirações misturando-se. — Se soubesse como dói em mim te ver assim… dói muito… — Pude sentir borboletas dançando no meu estômago.

A única dor que eu sentia naquele momento era do meu coração que batia acelerado e descompassado no peito.

Ele foi tão honesto e cru que me fez sentir a mulher mais amada desse mundo...

Algo genuíno brilhava em seus olhos...

Então calmamente segurei seu rosto e invadi sua boca com a minha...

Imaginei que fosse ser um beijo rápido, afinal ele foge de mim sempre, mas suas mãos seguraram meu rosto e ele me beijou longamente de volta.

Deslizei carinhosamente meus dedos por seu cabelo longo e brilhante… macio e cheiroso…  

E quando ele se separou de mim, sua respiração estava ofegante igual a minha.

- Você voltou, amor… mesmo que por breves segundos — Sussurrei sob o seu olhar, e ele sorriu para mim. — Meu Hazza gentil e carinhoso voltou… — Ele engoliu seco e assentiu.

Aconchegando-me, fechei os olhos e pressionei o rosto de encontro ao peito dele. Senti seus braços me acolhendo pela cintura, e meu corpo ficou relaxado deixando toda a tensão que me atormentava desaparecer.

Não sei dizer por quanto tempo ficamos assim, em silêncio, aconchegados um no outro...

- Se sente melhor...? — Pegando em meu queixo ele me obrigou a olhá-lo.

Sacudi a cabeça em positivo.

Ele me deu um selinho apertando-me pelas bochechas.

- Hazza…  

- Uhn — Ele fez um sozinho nasal.

- Alguma vez você já se apaixonou?

A pergunta o apanhou desprevenido.

- Bom, eu já me apaixonei uma vez. Loucamente. Sei que é difícil de acreditar, mas aconteceu mesmo — A expressão dele era honesta, refletindo o lamento de um amor perdido.

- E o que aconteceu…?

- Acontece que a garota por quem me apaixonei foi a Barbie. — Fervi de ciúmes. Ainda mais que não tinha como competir com ela, era tão maravilhosa, por dentro e por fora. — Ela rompeu o que nós tínhamos porque não ia abrir mão dos seus clientes e eu não queria ela com mais ninguém além de mim.

- E você sofreu muito…?

- Sofri.

- ...como ela abriu mão de você…? — Acariciei seu rostinho.

Ele sorriu, fechando a distância entre os nossos lábios.

Sua boca cobriu a minha e uma onda de calor percorreu-me da cabeça aos pés.

Melhor, muito melhor que beijá-lo é ser beijada por ele…

Sua língua macia e tão ávida penetrava por meus lábios entreabertos, invadindo-me a boca…

As sensações e o gosto dele me consumiam, afastando toda e qualquer reserva de tristeza que houvesse em mim...

Sem hesitar, parti o beijo quando vi que ele estava perdendo o fôlego… e o controle...

- Hazza…

- Uhn…

- Você vai fazer o show? — Ele arqueou uma das sobrancelhas.

- Sim. — Sorri para ele. — Mas só por sua causa. — Suspirei lhe dando um selinho. — Porém… —  Ele me olhou sugestivo. — Você vai ter que dançar no palco comigo. E só comigo — Ri fraco.

- Tudo bem. Dançarei só com você — Ele sorriu triunfante e se pôs de pé me estendendo a mão.

Estendi a minha e assim ele me puxou para cima, levantando-me também.

- O que acha de descansarmos em nosso quarto até a hora do show? — Ele envolveu seus braços em volta da minha cintura de modo protetor. — Vai ser uma noite longa e cansativa, com toda certeza

- Eu acho uma ótima ideia... — Eu mal podia acreditar que esse seu lado carinhoso havia voltado. Será que veio para ficar, ou só ficaria o tempo que ficou da outra vez… quase nada?

Ele girou a maçaneta e entramos no quarto.

Num gesto rápido, ele livrou-se da camiseta que vestia puxando-a por cima da cabeça e deitou-se na cama. Deitei logo em seguida.

- Como você é lindo… — Soprei acariciando delicadamente o seu rosto. Ele sorriu e admirei seu rosto de bochechas coradas. — Não é só o seu sorriso. Tudo em você é lindo… — Ele negou com a cabeça dando-me um sorriso cortês. Assenti de volta. — Seus olhos brilham como as estrelas do céu… e por mais que erga essas muralhas enormes, o seu coração é grande e doce como mel — Ele me apertou mais contra o seu corpo.

- Você é uma babona, sabia? — Ri.

Em movimentos lentos, circulares, acariciei seu peitoral. Minhas unhas compridas traçavam uma linha do seu peito branquinho e lisinho, descendo em direção ao seu ventre plano e musculoso. A pele dele arrepiava inteira com o toque de minhas mãos. Ele ficou ofegante.

Deslizei a mão por sua barriga e parei em cima de sua cueca, num aperto surpreendentemente forte.

O corpo dele arqueou-se em resposta.

- Você está brincando com fogo — Ele conseguiu dizer num gemido.

- Quer que eu pare? — Perguntei-lhe.

- Nem pensar! — Sorri excitada.

Baixando a cabeça, fiz uma trilha de beijos por seu corpo, começando por suas coxas... passando por seu abdômen... chegando em seu peito e pescoço, e finalmente, em seus lábios… suas mãos estavam diretamente em meus cabelos, agarrando-os com força…

O beijei com todo desejo que corria dentro de minhas veias...

- Você me deixa louco… — Disse entre o beijo e sorri pra ele. — Teus encantos me seduzem por intermédio dessa irresistível atração de te beijar e docemente te amar...

- ...espero que me ame um dia… — Sussurrei acariciando sua bochecha.

- Talvez um dia eu aceite essa proposta… — Suas palavras me atingiram em cheio, colei nossos lábios em seguida. E quando ele soltou minha boca, ele desceu por minha mandíbula e pescoço distribuindo beijos e mordidas.

Ele foi descendo mais beijos por minha barriga e abriu minhas coxas, se encaixando entre elas... a sua boca passou pela parte interna delas, dando leves mordidas e fazendo meu corpo tremer... os meus dedos enrolados entre seus cabelos, imploravam para que ele me chupasse, o que ele rapidamente entendeu…

A língua dele encostou em meu clitóris fazendo uma explosão ocorrer dentro do meu corpo.

Cravei meus dedos em suas costas... e quando ele acelerou ainda mais o ritmo, eu gozei.

Ele soltou um sorriso safado e lambeu os cantos de sua boca.

Eu não queria perder aquela adrenalina… fiquei por cima dele e comecei a estimular seu pescoço dando leves chupões… desci por seu corpo distribuindo beijos por todo seu tronco... ele apertava as minhas costas e seus gemidos só me faziam continuar com os movimentos…

Desci sua cueca e me inclinei sobre seu ventre começando a chupá-lo sentindo o seu corpo amolecer…

Devorava-o com toda a minha experiência… como se aquilo fosse a última coisa que eu fosse fazer na vida...

Seus olhos reviravam-se…

- Chega, Emma — Gemeu tentando recuperar o fôlego. — Preciso estar dentro de você agora.

Escalei-o e quando o senti me penetrar e mover-se dentro de mim, prendi a respiração, quase explodindo em um novo clímax… o mesmo estava a ponto de acontecer com Harry…

Agarrando-me a cintura, ele passou a erguer e abaixar os quadris, e no mesmo instante o acompanhei, com igual voracidade…

Era ele que estabelecia o ritmo rápido, ardente, desvairado...

Nossos corpos cobertos de uma fina camada de transpiração, moviam-se juntos, ajustados à perfeição…

Ele pôs sua mão no meu rosto atraindo para si os meus lábios em um beijo devastador, apaixonado… enlaçando-o pelo pescoço, entreguei-me às ondas de prazer que me sacudiam o corpo…

Seu orgasmo explosivo precipitou o meu… seus dedos enterraram-se em minha carne... minha respiração escapou num quase gemido de dor…

Senti meu clímax vindo tão poderoso e intenso que puxei-o pelos cabelos receando tê-lo machucado…

- Tudo bem? — Perguntei-lhe.

Ele limitou-se a assenti com a cabeça em silêncio enquanto lutava para controlar a respiração ofegante.

Com ternura, comecei a acariciar seus cabelos na nuca, fazendo-o ronronar como um gatinho satisfeito e aconchegar-se em mim manhoso envolvendo seus braços em minha cintura.

O que acabara de acontecer fora muito mais que apenas sexo… eu sentia no fundo do meu coração...

De leve passei a mão por seu rosto e o olhei notando seus olhos fechados.

- ...onde você está agora…? — Perguntei-lhe.

Seus olhos lentamente abriram e me fitaram repletos de novos sentimentos. Depois, sacudindo a cabeça, ele sorriu:

- Ainda dentro de você...

Deixei escapar um suspiro exasperado.

- Quer dormir um pouco…? — Ele assentiu de novo. — Okay… — Calmamente deslizei por debaixo dele e senti seu pênis saindo de mim. Quase lamentei, mas era preciso.

Ele aproveitou para cair no lado esquerdo da cama e assim meu olhar percorreu com admiração seu corpo másculo e atlético, completamente nu.

Me aconcheguei no pescoço dele, que passou um de seus braços por minha cintura, enlaçando-me.

Comecei a acariciar sua bochecha com a ponta dos meus dedos, em pouco tempo ele pegou no sono...

 

 

                                                           Horas depois

 

 

 

Harry

 

- Hazza? — Ouvi uma voz ao longe.

- Que é. — Murmurei de volta.

- Já está quase na hora do show, acorda.

Abri olho por olho e olhei ao redor. Já era noite e o frio estava eriçando os pelos do meu corpo ainda nu.

- Tá. — Esfreguei meus olhos.

Pra quê que eu fui topar isso? Eu só fiz isso para agradá-la. Para que ela não chorasse mais.

- Tô indo nas meninas pedir uma roupa emprestada. Eu não tenho nada para usar nessa ocasião

- E nem em outra. Precisamos comprar roupas pra você — Sentei na cama.

- Depois vemos isso — Ela disse me cheirando no pescoço. — E vê se toma um banho, gatinho. — Sorri me encolhendo devido aos arrepios.

Ela saiu pela porta do quarto, me levantei da cama e caminhei até o banheiro.

Tomei um banho rápido e aproveitei para fazer alguns exercícios vocais embaixo do chuveiro. Faz dois dias que não ensaiamos.

Me vesti como achei que deveria, apenas uma camisa de botões preta, minha calça skinny também preta e botas douradas.

Borrifei perfume no pescoço e baguncei meus fios molhados.

Saí do quarto para caçar os garotos. Com certeza estavam dormindo. Todos sempre dormimos por horas antes dos shows, que apesar de prazerosos, são cansativos.

Esmurrei a porta do quarto de cada um deles e saí para a sala.

- Cheguei. — Disse Emma entrando pela porta. — Vou me vestir. — Ela atravessou a sala segurando alguma roupa preta e saltos.

- Vê se não demora! — Eu odeio esperar.

Liguei a televisão e fiquei assistindo esperando alguém dá o ar da graça.

- ESTAMOS EM CIMA DA HORA, TOMLINSON! — Ouvi Niall gritar do corredor.

Rolei os olhos, eu que nem ia fiquei pronto antes que aqueles três retardados.

- Harry? — Liam pareceu surpreso.

- Não. Elvis Presley.

- Idiota. — Bocejou. — Tá fazendo o que todo arrumado? — Vi Niall e Louis chegando na sala.

- Eu decid… — Parei de falar quando vi Emma sair do corredor. Linda, estonteante com um vestido preto, colado e saltos da mesma cor com spikes prateadas.

Ela estava tão perfeita que os motherfuckers não tiravam os olhos dela.

- Uau — Niall disse depois de um tempo. — Você está ainda mais linda, Emma!

- Obrigada — Ela o respondeu sorrindo.

Não gostei — nada — dessa intimidade que ela tem com o Niall.

- Vamos fazer essa merda de show ou não?! — Perguntei-lhes.

- Mas eu pensei que… — Louis começou a falar.

- Mudei de ideia. E agradeçam a Emma por isso.

Eles sorriram na direção dela, que me olhou envergonhada em seguida. Sorri de canto piscando um dos olhos para ela.

- Então vou pegar a chave do meu possante! — Niall disse animado.

- Nem fodendo eu vou nesse carro! — Exclamei alto.

- Por que??

- Será que é porque o veículo é roubado? — Ironizou Liam.

- E daí? — Rebateu Niall.

- A gente pode ser preso a qualquer momento, seu animal! — Retruquei.

- Mas deu tudo certo até hoje — Choramingou.

- Então vai sozinho. — Niall me remendou.

- Meninos, eu tenho um dinheiro guardado… por que não vamos todos de táxi? — Sugeriu minha esposa.

- A Emma está sempre nos salvando, galera. — Exaltou Louis.

- Por mim tudo bem — Dei de ombros.

- Então vamos — Concluiu ela.

Saímos todos de casa e ficamos na rua esperando algum táxi passar. Emma já grudou sua mão na minha.

- Será que a menina é gatinha? — Comentou Niall.

- Mesmo se fosse, imbecil, a garota é menor de idade! — Ouvi Louis falar.

- E daí que é menor de idade? — Contestou Niall. — Não tem boca e nem vagina? — Soltei uma risada alta.

- Você poderia ser preso, Ni — Preveniu Emma.

- E como eu poderia ficar longe de você e das suas deliciosas panquecas? — Ele disse e meu sangue ferveu. Mas disfarcei meu ciúme engolindo suas provocações a seco.

- TÁ, mas qual é o nome da menina? — Interroguei-o.

- Sei lá, um nome bem esquisito aí — Ele deu de ombros.

- Sara, sei lá, um nome assim — Disse Louis.

- Não, idiotas. — Manifestou-se Liam. — O nome da garota é Safaa. — Franzi o cenho. Que nome.

- O nome dela é Safaa? — Censurei.

- É. Safaa Malik.

 


Notas Finais


Me digam o que acharam do capítulo e até o próximo ❤️


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