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História When the heart learns to love! - Lily


Escrita por: Milynha_Sh

Notas do Autor


Então né mais um capitulo, era para eu ter postado ontem, mas... eu to acompanhando algumas novels aí e fiquei tao entretida lendo que acabei esquecendo rsrsrs
Mas enfim, boa leitura amores!
Ps: Obrigada pelos comentários, irei responde-los daqui a pouco!

Capítulo 6 - Lily


Era o dia da mudança de Ciel para sua nova casa, ele estava ansioso e já com saudade de seu agora antigo lar. “Isso é realmente necessário?”

“Nós já conversamos sobre isso, e você sabe que sim.” Vincent colocou a última caixa dentro do carro. “A casa de Olivia é maior, e lá você terá um quarto apenas para você. A não ser que você queira dividir seu quarto com Sebastian, assim não precisaríamos nos mudar.”

“Acho melhor não.” Ciel não pensou duas vezes. Isso era algo fora de questão.

“Ótimo.” Vincent sorriu. “Vamos?”

“Sim.” Ciel entrou no carro, vendo seu antigo lar se distanciar a medida que se afastavam. Logo o apartamento não podia ser mais visto.

“Você e Sebastian parecerem ter se entendido durante a comemoração.” Vincent não deixou de notar a breve conversa dos dois durante a pequena comemoração do casamento. “Eu estou otimista quanto ao futuro, tenho certeza que com o tempo seremos uma família feliz.”

“Espero que sim.” Ciel não queria falar que, depois de fazer sala o tempo suficiente para não parecer deselegante, Sebastian disse que iria dormir, pois a lerdeza de Ciel o deixava sonolento.

Em menos de meia hora eles estavam em frente a casa de Olivia, que regava as flores na varanda. “Já estava começando a me preocupar, pensei que haviam desistido.” Ela riu.

“Se fosse para desistir, eu nem teria colocado esse anel no dedo.” Vincent orgulhosamente mostrou a aliança e beijou a esposa.

“P-Por favor, parem com isso.” Ciel fazia uma expressão de nojo, mas a verdade era que estava constrangido, ele nunca teria coragem de agir tão intimamente assim na frente de outras pessoas. “Onde fica o meu quarto?”

“Desculpa, querido.” Olivia teve vontade apertar as bochechas coradas de Ciel. Nesse pouco tempo que conviveram, ela já desenvolvia um amor maternal pelo rapaz. “Subindo as escadas, segunda porta a esquerda. Fique a vontade, agora essa casa é sua também.”

“Obrigado.” Ciel pegou sua mala e entrou na casa que, assim como das outras vezes, estava impecavelmente arrumada. Não que seu pai não conservasse o antigo apartamento arrumado, mas definitivamente havia mais capricho na organização feita por uma mulher.

Ele sentiu o estomago esfriar ao ver o tênis de Sebastian perto da porta. Isso reafirmou que uma nova vida começava a partir de agora, e ele esperava sinceramente que tudo corresse bem, afinal, estaria morando debaixo do mesmo teto de um dos demônios que infernizava sua vida.

Ele subiu as escadas, seguindo as instruções de Olivia. No corredor de cima havia quatro portas, a primeira provavelmente era a do casal, a do fundo já sabia ser o banheiro. No meio havia duas portas, uma de frente com a outra, na porta do lado direito havia varias placas e recados de advertência. Pare. Proibido entrar. Não perturbe...

Não era preciso ser muito inteligente para saber que esse era o quarto de Sebastian. Então a outra só poderia ser o seu quarto, assim como Olivia indicou. Ciel entrou no quarto, era pequeno e simples, pintado em cores pastel. Ciel gostou dessa simplicidade, era acolhedor, mas sem extravagância. Ele colocou a mala em cima da cama e começou a organizar sua roupa.

“Está faltando uma mesa de estudos.” Ele constatou. Com o tempo adicionaria alguns itens de sua preferência.

“Mal chegou e já está fazendo exigências.” Sebastian estava em pé na porta. “Para quê você quer uma mesa de estudos se nessa sua cabeça oca não entra nada?”

Ciel pegou um susto, não imaginava que o outro estivesse em casa, muito menos que viesse falar com ele.

‘Qual o problema dele?’ Ele realmente odiava o modo como Sebastian o olhava. Era a mesma expressão azeda de sempre, mas dessa vez parecia ate sentir nojo. Mas Ciel não tinha coragem suficiente para enfrentá-lo, então ele achou que o melhor seria ficar calado. Como sempre. ‘Eu sou apenas um covarde, o que eu poderia fazer contra ele?’

“Eu sei que você é lerdo, mas não é surdo.” Sebastian revirou os olhos. “Tanto faz. Eu não vou perder meu tempo com você.”

“Ele é bipolar. É a única explicação.” Ciel disse assim que o moreno sumiu. Ele não entendia aquele garoto. Às vezes Sebastian era suportável, nas outras vezes porem... ele era no mínimo detestável. “É um babaca, isso sim.”

***

Ciel acordou com o barulho do despertador. Sua primeira noite em sua nova casa não foi tão ruim quanto pensou, ou talvez ele só estivesse tão cansado que desmaiou ao cair na cama. Ele pegou sua toalha e foi para o banheiro, encontrando Sebastian lá.

“Ei! Da próxima vez bata na porta, lerdo idiota.” O moreno bateu a porta.

“De-De-Desculpa!” Ciel despertou completamente com o barulho. Por sorte o outro não estava nu.

“E para de gaguejar.” Sebastian falou lá de dentro. “Que coisa feia. Eu, hein!”

‘Isso não vai dar certo.’ Ciel pensou. Antes ele não dividia o banheiro com ninguém, pois o quarto de seu pai era suíte, então o banheiro social ficava apenas para ele, mas agora ele teria que se acostumar com a presença de outra pessoa. ‘Uma pessoa de personalidade horrível. Não custaria ele ter fechado a porta.’

Depois de quase vinte minutos o banheiro foi desocupado. Quando Ciel desceu para tomar o café, ele encontrou apenas seu pai e Olivia a mesa.

“Bom dia, querido.” Ela deu um sorriso genuíno. “Dormiu bem?”

“Acho que sim.” Ciel ainda estava aéreo, ele era sempre letárgico cedo da manhã.

“Eu dormi como uma criança.” Vincent entrou no dialogo.

“Uma criança que ronca.” Olivia cochichou para Ciel e o fez rir.

“Ei! Eu ouvi isso.” Vincent reclamou. “Eu estava cansado da mudança. Todo homem ronca quando está cansado.”

“E você já dormiu com um homem para saber disso?” Olivia franziu as finas sobrancelhas.

“Não, mas é o que dizem.” O Phantomhive se defendeu.

“Aham, certo.” Olivia sorriu, zombeteira. “Agora, Ciel, tome o seu café ou você irá se atrasar para o colégio. O Sebastian já foi na frente.” Ela sabia que o filho só não ficou para o desjejum, pois os dois estariam na mesa.

“Está bem.” Foi um alivio para Ciel saber disso.

***

“O que ele ainda está fazendo aqui?” Ciel encontrou Sebastian encostado em um dos pilares da estação. Ele preferiu ignorá-lo.

“Pelo jeito, você não é lerdo apenas para estudar.” Sebastian se aproximou e parecia irritado, já estava a mais de meia hora esperando ali. “Escute bem o que eu vou te dizer: se alguém da escola descobrir que nos estamos morando na mesma casa, se considere uma pessoa morta. Entendido?”

“S-Sim.” Ciel se sentiu completamente intimidado. Estando assim tão perto, Sebastian parecia ser ainda mais alto. Uma muralha. E aquele olhar, dava medo. Ciel apanharia e muito se ele resolvesse agredi-lo.

Assim que o metrô chegou eles entraram. Ciel se manteve o mais distante possível, e em nenhum momento ele se atreveu a olhar para Michaelis. Infelizmente seu pai estava errado, não havia a menor chance de um dia serem uma família feliz.

Ciel estava tão compenetrado que quase foi ao chão ao ter ombro o empurrado, e quando olhou para ver quem era, percebeu ser Sebastian saindo do metrô. Ele também se apressou em sair, pois se o outro estava saindo ali, era porque já estavam na estação certa.

‘Droga, se não fosse por ele, eu teria perdido a estação outra vez.’ Ciel achava incrível como conseguia ser tão avoado.

Em todo trajeto ele se manteve distante. Sebastian parecia não ter acordado de bom humor e ele não queria desperta a ira dele. Assim que chegaram no colégio, avistou Claude e Bradoy já esperando pelo moreno no portão. Ciel tentou passar sem ser percebido, mas não deu muito certo.

“Ora, se não é o meu lerdinho preferido.” Claude parou Ciel, o segurando pela mochila. “Hoje o papai acordou você no horário ou você já está grande e acordou cedo sozinho?”

Ciel fechou o punho. Ele queria muito xingar Claude, bater nele, mas estava não nervoso que poderia desmaiar. Porque Claude não saia do seu pé? Todo dia era essa perseguição. Ele olhou para Sebastian, que fazia cara de paisagem, como se não estivesse vendo nada do que acontecia.

“O gatinho comeu a sua língua?” Claude puxou o rosto de Ciel, o obrigando a encará-lo. “Eu estou falando com você. Responda!”

“Pega leve, cara.” Bard disse. “Ou ele acabará mijando nas calças.” Os três riram.

“Vai lá, palerminha.” Claude o deixou ir, mas não antes de dar um tapa em sua nuca. “A gente se vê na saída.”

***

Era hora do intervalo, Sebastian e seus amigos foram para um canto perto do muro, onde costumar se reunir para matar o tempo até a próxima aula começar. Sebastian sentou escorado na árvore, vendo Claude e Bard sentarem próximo. Claude pegou algo do bolso.

“Olhem o que eu peguei no quarto do meu irmão.” Claude mostrou um maço de cigarro.

“Você tá fudido.” Das poucas vezes que Bard viu o irmão de Claude, só poderia defini-lo como uma pessoa sombria. “Teu irmão vai te matar quando descobrir.”

“Vai nada. Ele não vai nem notar, tem quase um estoque dentro do guarda roupa dele. Agora se eu tivesse mexido na erva dele...”

“Seu irmão é maconheiro?” Bard riu. “Isso explica muita coisa.”

Claude deu ombro, sabia que não era apenas maconha que seu irmão usava, mas não ele se importava, afinal, estava tudo sob controle. Seu irmão não era nenhum viciado ou algo assim. Na verdade, ele faturava dinheiro com isso, então ele precisava provar se a mercadoria era de qualidade. Tudo escondido de seus pais, obviamente. Ele puxou um isqueiro do bolso, acendeu um cigarro e tragou forte. “E aí, tão afim?”

“Eu não sei cara, você sabe que meu avô morreu de câncer de pulmão, então...” Bardroy coçou a nuca, ele não tinha boas lembranças dos últimos minutos de vida de seu avô. O velho morreu sufocado, tentando de toda forma puxar o ar até seus olhos perderem o brilho da vida. Só de lembrar Bard já sentia o ar faltar. “Se meus pais descobrirem, eu to morto.”

“Que papo é esse agora?!” Claude revirou os olhos. “Não sabia que você fazia parte do grupo dos especiais, para de ser idiota, você não vai pegar câncer por fumar apenas um cigarro. Sebastian?”

Sebastian não falou nada, apenas pegou o cigarro e tragou. Sua mãe o mataria se soubesse, mas ele não se importava. Ele acabou se entalando com a fumaça e tossindo bastante. O gosto de tabaco era horrível e a fumaça sufocava, ainda assim era maneiro.

“Para de ser frouxo e pega logo.” Ele ofereceu a Bard.

Bardroy acabou cedendo. E assim como Sebastian, tossiu bastante.

“Vocês não podem engolir a fumaça, seus idiotas.” Claude caiu na risada. “Peguem mais um. Ainda temos tempo antes do sinal tocar.”

***

Ciel praticamente corria, ele não queria ter a infelicidade de encontrar com Claude no portão, ele até chegou a pegar um caminho diferente na volta para a estação, quase se perdendo por causa disso. Tudo para não ter qualquer chance de encontrar Faustus em qualquer parte do trajeto. Quando chegou na estação, morto de cansado e todo suado, o metro já tinha saído. Não tinha jeito, teria que esperar pelo próximo.

Em canto distante notou alguém conhecido, era Sebastian que mexia no celular, ele parecia escutar musica por causa dos fones de ouvido. Ciel não sabia se devia se aproximar, afinal Sebastian tinha deixado claro que não queria ele por perto. Ele resolveu então ficar onde estava, era mais seguro.

O vai e vem de gente era constante e nesse horário a estação ficava lotada, Ciel realmente odiava essa agitação. Pensando agora, talvez como presente de dezoito anos, pediria a seu pai para tirar a carteira de habilitação, e melhor ainda seria se seu pai lhe desse um carro também, não havia problema se fosse um carro de segunda, desde que tivesse funcionando estava bom, assim não ele não precisaria mais enfrentar esse inferno todo dia.

Uma ruga se formou entre as sobrancelhas de Ciel, ele conseguiria passar na prova de condutores? Parecia tão complexo saber o tempo de troca daquelas marchas, e ainda tinha aqueles pedais que eram tão próximos um dos outros. Ciel acabou rindo consigo mesmo, era capaz de na primeira aula pisar no acelerador invés do freio e acabar metendo o carro em algum muro.

Alguém encostou em seu ombro, colando em suas costas e sussurrando em seu ouvido. “Fica caladinho e passar o celular, disfarçadamente.”

O sangue de Ciel gelou, ele não teve nem reação de olhar para o lado, estava congelado. Algo parecia cutucar sua cintura, possivelmente uma arma.

“Você é surdo moleque? Passa o celular.” O garoto parecia impaciente.

Ciel fechou os olhos por um momento e engoliu o nó inexistente em sua garganta. Ele estava tão nervoso que poderia desmaiar, suas pernas estavam moles. Ele colocou com muito cuidado a mão tremula dentro do bolso para pegar o celular.

“Ciel? Você perdeu o metrô também?” Era Sebastian, sorrindo amigavelmente, como se fossem velhos amigos. Ele olhou para o outro garoto, um olhar intimidante. “Algum problema aqui?”

O outro garoto pareceu levar um susto, se afastando de um jeito nervoso. “Não, nenhum.” Então ele sumiu no meio da multidão novamente.

Assim que o garoto se afastou, Sebastian arrastou Ciel pelo braço para onde antes ele estava. “Qual é o seu problema afinal? Eu sei que você é retardado, mas tudo tem um limite. Porque você não presta atenção ao que acontece ao seu redor? Isso aqui não é o jardim de casa não, aquele cara já estava um bom tempo te observando.”

“S-Sebastian...” Ciel respirava com dificuldade, como se fosse ter um ataque do coração a qualquer momento. Suas pernas ainda tremiam, ele teve que se encostar na parede para não cair. “A-Aquele cara, e-e-ele estava armado. V-Você não deveria ter f-feito isso. E-Ele p-po-po...”

“Po-po-po o quê?” Sebastian bufou. “Aquilo não era uma arma de verdade, era apenas um pedaço de papelão. Se fosse, eu nem teria me aproximado, não iria me arriscar por causa de um idiota.”

“Como v-você sabe que era de p-papelão?” Ciel achava isso absurdo.

“Porque eu estava observando mesmo antes dele se aproximar de você. Não é a primeira vez que eu vejo esse garoto por aqui, não passa de um nóiado.” Sebastian disse irritado, puxando novamente Ciel pelo braço, como se tivesse arrastando uma boneca de pano. “Vamos, o metrô chegou. E não espere que da próxima vez eu vá te ajudar.”

Durante a viagem Ciel se manteve próximo a ele, ainda atordoado pelo que tinha acontecido. Só sabe como é horrível passar por uma situação dessa quem sente na pele, e agora Ciel sabia. Ele olhou de canto de olho para Sebastian, que tinha voltado a mexer no celular, totalmente despreocupado de tudo. Era irônico, Ciel dificilmente olhava seu celular quando estava na rua e ainda assim quase foi assaltado, mas Sebastian parecia não ter medo de nada.

Era razoável. Olhe para Sebastian! Ele é alto, tem um porte atlético e uma aura macabra que intimida qualquer pessoa. Ciel parecia um grilo perto dele, então era lógico que seria um alvo mais fácil. “E-Eu me pergunto como ele sabia que eu tinha cerular.”

“Celular.” Sebastian revirou os olhos de desgosto. “Todo mundo tem celular hoje em dia, dãh. Alem disso, com essa cara de almofadinha, é fácil presumir que você tem um.”

“É v-verdade.” Ciel assentiu, se aproximando cada vez mais a medida que o metrô ia ficando lotado.

“Que merda! Sai, não encosta em mim.” Sebastian brigou, parecendo sentir nojo.

“D-Desculpa, m-mas não é porque e-eu quero.” Ciel estava fazendo de tudo para não se aproximar tanto do outro, mas era difícil com tanta gente empurrando ele. O metrô estava tão lotado que Ciel era esmagado entre as outras pessoas e Sebastian.

“Que diabos!” Sebastian exclamou muito, muito irritado, fazendo algumas pessoas olharem feio para ele. Ciel estava grudado em seu corpo, debaixo de seu braço. A sorte era que não estava suado, ainda, mas começava a fazer calor. “Que porra aconteceu hoje? Abriram os portões do inferno para ter tudo isso de gente?”

Ciel não aguentou e riu pela primeira vez daquele garoto detestável.


Notas Finais


Por hoje é só, bjos e até o proximo!


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