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História When The Heat Comes - ShortFic - Capítulo 01


Escrita por: Lundgren

Notas do Autor


Olá, pessoal!

Essa história se passa no Universo ABO, e Regina será mais parecida com Roni ( 7ª season).

Capítulo 1 - Capítulo 01


Naquela terça-feira, o movimento era tranquilo no Gina’s Bar & Restaurante. A proprietária Regina Mills limpava e organizava alguns copos por trás do balcão, enquanto dois clientes bebiam e jogavam conversa fora.

Cerca de três meses antes, ela havia se mudado para Storybrooke, uma pequena e pitoresca cidade no sul do Maine, depois que herdou do tio George, o irmão mais velho da mãe, aquele simpático estabelecimento. Antes, a alpha vivia em Nova York, onde trabalhava como taxista. 

Porém, assustada com a onda de criminalidade e o aumento da violência nas ruas da grande cidade, e querendo mais sossego, ela nem hesitou em se mudar no momento em que uma firma de advogados localizada em Storybrooke, entrou em contato para informar que George Spencer, solitário e idoso morador local, falecera repentinamente, deixando seu único bem de herança para a sobrinha.

Regina não se lembrava muito bem de George. Sabia que ele tinha servido ao exército americano e que, ao voltar de uma guerra, traumatizado e sofrendo de estresse pós-traumático, pegou o  pouco dinheiro que economizou e decidiu se refugiar numa cidade no interior do país, onde havia montado um bar e vivia modestamente. 

A última vez que Regina o encontrou foi há vinte anos, no funeral de Cora e Henry Mills, os pais da alpha. A moça estava no cemitério, acompanhando o enterro, quando George apareceu e colocou a mão no ombro dela. Ele lhe disse algumas palavras de conforto que a jovem mal escutou. 

No mesmo dia, George ofereceu apoio a Regina e sugeriu que ela poderia ir morar com ele, se quisesse. Mas, na época, Regina preferiu continuar em Nova York, na casa da tia Anita, irmã de Henry. Como uma jovem ambiciosa, cheia de sonhos e fascinada pela vida agitada na megalópole, ela pensou que jamais se acostumaria a um lugar pacato no interior dos Estados Unidos. 

Agora sabia que não poderia estar mais enganada. Regina se adaptou muito depressa ao cotidiano de Storybrooke e, exceto por um ou outro morador da cidade, ela gostava das pessoas dali. Em sua maioria, gente boa, simples e trabalhadora.

— Estou lhe dizendo que está perto da madame prefeita entrar no cio — sheriff Jones falou mais alto, e Regina levantou o rosto para encará-lo. 

Killian Jones era um beberrão arrogante, e uma das poucas pessoas com quem Regina não simpatizou, desde que chegou para viver ali.

— E acha que ela vai querer passar o cio com você? — retrucou Leroy, o outro bêbado com quem Jones conversava, mostrando uma expressão de desdém para o sheriff alpha.

Killian exibiu um sorriso confiante, retrucando: — Mas é claro que vai. Acha mesmo que ela não quer sentar aqui de novo? — pegou nas partes, apertando um pouco, e tanto Leroy, quanto Regina, mostraram uma cara de nojo, reagindo ao gesto desagradável do homem. 

Esse tipo de comportamento alpha, era o que fazia Mills renegar muitas vezes o próprio status.  

— Modere o linguajar, sheriff — reclamou Regina, arrumando o último copo sobre a pilha na parte baixa do balcão. 

Jones olhou-a com uma sobrancelha arqueada. 

— Qual o problema com o meu linguajar, Mills? Todos somos alphas aqui — fez um gesto circular com o dedo, incluindo ela e Leroy —  E duvido que vocês não tenham fantasias com a Madam Mayor —  prosseguiu —  Duvido que vocês não parem para olhar quando ela passa praticamente desfilando pelas ruas, deixando no ar aquele perfume atraente —  suspirou — E todos vocês desejam o mesmo que eu… —  ele pegou o copo de rum e tomou o resto da bebida de um gole, colocando-o com firmeza sobre o balcão — A questão aqui é que, diferente de vocês, eu já fodi aquela ômega carente e posso garantir que ela é muito gostosa! — tirou a carteira do bolso e contou umas notas, jogando-as na frente de Regina —  Fique com o troco. —  falou para ela.

A alpha o olhou com expressão fria. “Idiota”, pensou. 

— Eu duvido que a prefeita tenha dormido com esse bêbado em algum momento. Uma mulher fina daquelas, jamais deixaria esse grosseirão tocá-la — foi o veredito de Leroy, depois que o sheriff partiu. —  O que acha, Mills? 

Com a cara séria, Regina fitou o homem que continuou sentado no bar.

— Acho que a vida particular da prefeita não nos diz respeito — respondeu, pegando um dos copos da pilha que acabara de ajeitar, para servir-se de uma dose de bebida. 

Leroy sorriu sem graça. 

— Você me lembra muito seu velho tio. George também não dava confiança a conversa fiada de bêbados. —  Leroy calou por um segundo —  Mas, desde que a prefeita ficou viúva, as pessoas sempre especulam sobre os supostos amantes dela. Uns acreditam que a Madam Mayor tem caso com o sheriff, porque ele mesmo faz questão de espalhar isso por aí —  sorriu de leve —  Outros que ela é amante do professor August — parou e encarou Regina —  Não duvido que nos próximos dias, até seu nome já esteja na lista dos amantes da prefeita. 

Regina bebeu a dose e deixou o copo vazio sobre a barra. 

—  E você nem seria a primeira alpha com quem já insinuaram que a prefeita mantém um caso —  continuou Leroy —  Fala-se muito dela com a dona da loja de ferramentas. 

— Espero que quando falarem dela comigo, pelo menos seja verdade — Regina interrompeu o falatório do homem.  

Leroy abriu mais os olhos. 

— Você quer ter um caso com a prefeita? —  a curiosidade do homem foi atiçada.

A alpha sorriu com certa malícia. 

—  Não foi isso que eu disse... Apenas concordei com algo que o sheriff Jones insinuou há pouco. Existe muita gente aqui fantasiando com a vida da prefeita, mas espero que quando colocarem meu nome no meio dessas fofocas, seja por que eu realmente tive alguma chance com ela. 

///

Na sexta-feira, Regina precisou deixar Ruby, a garçonete do Gina’s, sozinha atendendo alguns clientes no bar, enquanto saía para fazer a entrega dos pedidos de almoços daquele dia, porque o garoto que a ajudava com essas encomendas, havia adoecido e ela não conseguiu contratar outro a tempo.

Perto das 13h, só tinha mais uma chicken salad para deixar no prédio principal da Main Street. Aquela não era a primeira vez que a prefeita pedia almoço no Gina’s, mas era a primeira vez que ela fazia isso numa sexta-feira. 

Caminhando para a prefeitura, Regina pensou porque prestara atenção nesse detalhe. Provavelmente porque já tinha percebido que a prefeita parecia ser uma pessoa de hábitos, que sempre seguia a mesma rotina. 

Chegando na recepção do prédio, Regina olhou ao redor, procurando o jovem assistente da prefeita, mas o lugar estava vazio. 

“Estranho”, a alpha pensou enquanto caminhava para o corredor que levava até o escritório da prefeita. No final, havia uma porta entreaberta e Regina observou a silhueta de uma mulher andando em círculos, parecendo conversar com alguém pelo telefone. 

A alpha não poderia demorar muito ali, pois Ruby continuava sozinha e certamente já estava se desdobrando para atender todos no bar. Não havia outra opção, teria que interromper a Madam Mayor.

Aproximando-se mais da porta, Regina escutou um pouco da conversa:

— De que horas a mãe de Jack passa para te buscar? — a prefeita ficou em silêncio, ouvindo o que a pessoa respondia do outro lado da linha — Tudo bem. Então, pegue seu irmão no colégio e deixe ele com seus avós — outra pausa —  Acho que sim… Mas, qualquer coisa, ligue para seus avós e peça para eles irem te buscar —  novo silêncio —  Eu também te amo!

Sem perceber, Regina parou para admirar o perfil da outra mulher e notou que ela ficava ainda mais bonita quando sorria. Era a primeira vez que a alpha via aquele sorriso carinhoso no rosto da ômega. Regina deduziu que ela conversava com a filha, uma garota chamada Bailee. Regina já a tinha visto algumas vezes andando na companhia da Madam Mayor por aí. Bailee era uma adolescente linda, de cabelos e olhos castanhos, mas fisicamente não se parecia muito com a mãe. 

— Posso ajudar? —  A prefeita girou o rosto e olhou para Regina, como se pressentisse que era observada. 

— Hum, sim… Desculpe-me Madam Mayor, estava esperando que a senhora terminasse a ligação. Não encontrei seu assistente na recepção e precisei entrar para entregar-lhe o almoço — Regina explicou nervosa. Não queria que a outra pensasse que ela era uma bisbilhoteira. 

—  Sem problemas, Srta. Mills —  a ômega sorriu, não do mesmo jeito carinhoso de antes, mas era um sorriso gentil de qualquer maneira —  Deixe-me pegar o dinheiro para lhe pagar —  Ela se virou e o olhar de Regina desceu pelas costas nuas da ômega. A loira usava um vestido preto e o zíper na parte de trás havia escorregado um pouco. 

A alpha também notou que a mulher estava sem sapatos e apenas uma meia-calça fina cobria suas pernas e pés. Naquele instante, um vento gelado, provavelmente do ar condicionado ligado, atravessou pela fresta da porta.

A situação era incomum, porque não fazia tanto calor naquele dia, e mesmo com o ar ligado, parecia que a ômega não sentia frio.  

De maneira instintiva, Regina se aproximou mais e empurrou a porta, abrindo-a quase por completo. Logo, um perfume sensual e delicado a envolveu e a alpha se permitiu arrastar mais uma vez o olhar pelo corpo da outra, admirando o formato dos tornozelos dela e as curvas atraentes moldadas no tecido preto do vestido. 

Nas costas e nos braços da ômega, haviam algumas sardas aparentes, e a alpha se imaginou beijando cada uma delas com suavidade. 

—  O seu pagamento —  Emma interrompeu a fantasia da alpha, estendendo uma nota de dinheiro para ela. 

Regina engoliu em seco, sentindo seu corpo esquentar por causa do rumo que seus pensamentos tomaram. 

—  Obrigada — exibiu um sorriso tenso pegando a nota e evitando roçar sua pele na da outra mulher. —  A sua salada de frango — estendeu o pacote com a marca do Gina’s, mas diferente dela, a ômega fez questão de tocar-lhe os dedos ao pegar o pacote, deixando Regina mais atordoada. 

“Como ela está quente”, a alpha observou, sentindo a temperatura da outra. 

— Você sabe onde eu moro, Srta. Mills? — Emma perguntou de repente e Regina olhou-a sem entender. 

— Sim, por quê? —  a morena ficou confusa. 

Um sorriso lento tomou o rosto da ômega. 

— Porque hoje estarei sozinha em casa — anunciou sem reservas —  Caso você queira passar mais tarde para tomar uma taça de vinho…

Regina entreabriu a boca, mais atônita com o evidente jogo de sedução da outra mulher.  

— Sim, adoraria — respondeu sem pensar — Posso chegar de que horas?

Os olhos verdes a fitaram demoradamente.

—  Pode ser às 20h?

Regina sacudiu a cabeça: — Claro… Estarei lá sem falta — as palavras saíam da boca da alpha depressa. 

Com ar satisfeito, a ômega deu às costas para Regina, que continuou seguindo-a com o olhar. A prefeita Swan contornou a mesa, onde deixou a sacola com o almoço e sentou-se na poltrona. 

— Esperarei com ansiedade — disse, olhando sugestivamente para a alpha. — Tenha uma boa tarde, Srta. Mills! — ainda desejou, delicadamente dispensando a outra mulher, que parecia ter criado raízes no chão do escritório de Madam Mayor.

— Igualmente, Madam Mayor — a alpha ainda encarou a ômega por alguns instantes, sentindo gradativamente o calor chegar, apesar do ar condicionado ligado e da temperatura média dos últimos dias não ultrapassar os 20 ºC. 

Quando despertou do que pareceu ser um sonho, Regina já estava na calçada da prefeitura. Ela respirou profundamente, soltando o ar em seguida, enquanto pensava se, assim como boa parte dos moradores daquele lugarejo, não tinha acabado de criar uma fantasia bem real com a Prefeita Swan. 

Sabendo que não, a alpha olhou para o prédio de onde saíra há pouco, procurando e logo encontrando a janela do escritório de Emma Swan. As cortinas brancas estavam fechadas, mas instintivamente ela soube que a ômega se escondia por trás daquela barreira de seda, observando-a também. 



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