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História When you Break - Cocaine Girl


Escrita por: Brailights

Notas do Autor


DESCULPA A DEMORA AMORES. MAS EU ESTOU SEM NET. Porém, amanhã estará tudo resolvido. Desculpa. Espero que gostem do capítulo apesar da demoraaaa.

Capítulo 15 - Cocaine Girl


Não consegui pregar o olho a noite inteira, Jamie, cansado da viagem, assim que entrou no quarto nem se quer tomou a iniciativa de ver se eu estava adormecida, apagando logo em seguida que se deitou. Passei horas processando aquela conversa. Cocaine girl era mesmo Tifanny? Sem dúvidas. Ela era mãe de Sophie. Por que ela não quer mais ver ele? Por que ela vai se operar? Por que ela tem que ir ao médico? Como eu queria as respostas de todas aquelas perguntas. Isso estava me deixando atordoada, tanto que quando menos percebi, o sol nascia e brilhava fortemente na sacada do quarto. Aos poucos me sentei na cama e comecei a observar os detalhes daquele quarto. Mal tinha reparado na decoração branco gelo do quarto. Tudo impecavelmente branco e limpo. Pela arquitetura do quarto, eu podia deduzir que estávamos em uma mansão de milhões de dólares. Aos poucos fui me recordando de que não estava mais em Londres e sim na Itália.

Assim que me levantei da cama me deparei apenas vestida na camiseta de Jamie. No fundo achei aquele gesto de tirar minha roupa e me vestir com a mesma roupa que usei em Londres um tanto gentil e singelo, mas as perguntas ainda giravam em minha mente. Respirei fundo e assim que caminhei da cama a sacada, o clima um tanto quente comparado ao frio um pouco rigoroso que Londres nos castigou, invadiu minhas entranhas. Me senti realizada de estar em outro lugar, aquele já estava um pouco sobrecarregado de lembranças, mas minha chegada na Itália também posso confessar que não foi a das melhores.

-Até onde irei aguentar isso? – Sussurrei para mim mesma pensando em quantas perguntas sem respostas eu teria que aguentar de Jamie. Até quando eu ia ter a paciência de me satisfazer com suas respostas curtas. Odiava isso. No fundo da minha alma, como eu odiava ficar instável mentalmente. Isso que o Jamie provocava em mim. Por natureza minha cabeça já era bastante bagunçada e todas aquelas perguntas sem respostas me deixavam atordoada. Insegura. Isso que eu sentia. Insegurança. Eu precisava de alguém que me desse segurança, que me protegesse, mas na realidade quem assegurava Jamie era eu. Dessa vez estava tudo virado, assim como minha cabeça, sentimentos também não ficavam atrás.

- Não dormiu? – Falou Jamie sonolento assim que me abraçou por trás. Gelei completamente. Não contava com ele acordado àquela hora da manhã e tão pouco me abraçando.

-An.. Que susto! – Respirei fundo. – D-Dormi sim. – Gaguejei nervosa. Jamie então me virou aos poucos para que eu ficasse de frente para ele.

- Dormiu ou não? – Ele sentiu a mentira em minhas palavras. Revirei os olhos e ri baixo tentando disfarçar o nervosismo.

- Claro que dormi. Você sabe bem que apaguei naquele táxi.

- E por que você está nervosa? – Perguntou ele nada convencido.

- Por que eu não contava com você acordado a essa hora. – Fiquei séria, tentando demonstrar irritação por sua pergunta. – O que é? Vai ficar de suspeita por uma coisa tão estúpida? – O encarei.

- Não.. É que .. Deixa quieto. Sim, admirando o sol logo cedo. – Como sempre, ele mudando de assunto drasticamente.

- Você sabe que sou apaixonada pelo céu. – Sorri de canto. Não engoli nada do que aconteceu na noite passada, mas infelizmente tive que fingir que estava tudo bem. Era sempre assim. A minha vida inteira eu fingia estar bem, mas por dentro eu sempre estava ou ficava destruída. Sorrir da minha desgraça foi uma arte que adquiri com os danos da vida, ops, anos. Amadureci com os danos e não com os anos. Uma garota de 18 anos já tinha sido mastigada, destruída, quebrada, apedrejada de todas as formas. Sim, essa era eu. Sorrir como se nada tivesse acontecido era o de melhor que eu conseguia fazer na vida.

-Sim, eu sei. Me perdoe, mas não poderei contemplá-lo com você essa manhã. Vou já pegar minha filha. Até lá eu indico que você dê mais uma cochilada. É muito cedo e você está com o rosto cansado, hum? – Ele levantou uma de suas mãos e acariciou meu rosto. Fechei os olhos. Realmente estava cansada, mas eu não iria conseguir dormir de forma alguma, e agora que Sophie viria passar alguns dias com a gente, isso realmente me despertou de vez.

-Eu não irei conseguir, mas pode deixar que vou passar uma maquiagem para melhorar minhas olheiras, obrigada. – Rimos. Assim que abri os olhos novamente, notei uma pulseira no braço de Jamie. Tirei sua mão do meu rosto e acariciei aquela coisa colorida. A pulseira de Jamie além de colorida tinha a palavra amor escrita.

-Amor. – Sussurrei.

- É o que sentimos, honey. – Falou ele observando atentamente cada gesto que eu fazia. Levantei o olhar e o encarei séria.

- Não sabia que você amava.

- Há muitas coisas sobre mim que você não sabe. – Indagou ele. Senti o peso de suas palavras e logo soltei sua mão. Ele então se afastou e saiu da sacada. Respirei fundo. Senti que havia mais história atrás daquilo. Tudo no Jamie tinha um significado. Eu sei que tinha, mas infelizmente eu não sabia as respostas. Seu dicionário ou melhor, manual de instruções parece que tinha sido usado ou jogado fora por outra pessoa. Alguém equalizou aquele homem e sem dúvidas não foi na mesma frequência que a minha.

Jamie rapidamente banhou e se vestiu. Ele estava lindo com seus jeans surrados e sua camiseta de botões levemente aberta exibindo além do seu peitoral, seu colar em forma de terço. Voltei ao quarto e fiquei o observando da cama. Antes de sair ele veio até a mim e beijou minha testa. Fechei os olhos e ele então saiu do quarto. Não fiquei para vê-lo sair por aquela porta. Parecia bem que eu sabia ao encontro de quem ele iria. Eu estava com ciúmes. Sei que na conversa de ontem ele havia deixado claro de que quem iria pegar Sophie era Emily, mas eu não podia contestar aquilo. Ele na hora saberia de que a última coisa que eu fiz da noite foi dormir.

 

Deu uma, duas, três horas da tarde e nada do Jamie aparecer. Cochilei, acordei, me banhei, voltei para cama e simplesmente nada daquele homem aparecer. De tanto ficar entediada naquele quarto, resolvi me levantar. Ao sair do quarto, me deparei com um labirinto de quartos e escadas. Aquela casa era enorme, mas resolvi me aventurar para passar tanto o tempo como encontrar a cozinha.

- Eu sei que você está com fome. Espere só mais alguns minutinhos. – Falei com minha barriga enquanto procurava um jeito de sair daquele corredor. Passei por alguns quartos, até que um em especial me chamou atenção. Terminei de abrir a porta entreaberta e me deparei com um quarto de bebê. Era masculino. Muito bem arrumado e limpo. Caminhei e passei levemente a ponta dos dedos pelos móveis daquele lugar. Era tudo muito lindo. Me perguntei de quem era aquela casa. Me perguntei também qual era a criança que habitava aquele espaço. Sorri comigo mesma, no fundo eu queria ser mãe e dar ao meu bebê um lugar tão lindo e seguro como aquele. Paredes em listras azuis bebê e branco davam um ar angelical, o vermelho de algumas almofadas da decoração cortavam o ar singelo que aquele lugar levantava.  Me agarrei com uma almofada e a abracei forte. Me relembrei do exame de gravidez que havia dado negativo. Soltei um suspiro pesado, apesar de tudo, esperar um bebê seria um tremendo sonho. Sei que não tinha muito a oferecer, mas aquela criança se realmente tivesse existido dentro de mim, ela seria muito bem amada. Meu sonho de construir a família que eu nunca tive era algo que eu mais almejava na vida, mas é aquela coisa, tudo tem seu tempo, talvez esse não fosse meu tempo.

- Não está com fome? – Falou Jamie me olhando da porta do quarto me dando um tremendo susto, me fazendo derrubar a almofada.

- JAMIE!– Gritei de imediato e depois que recolhi a almofada do chão, falei mais baixo. - Que susto!

-Shhhh! Silêncio. Não quero que acorde Sophie. – Falou ele baixo, assim que me virei e pude observá-lo, uma linda garotinha de apenas 1 mês estava adormecida em seus braços. Larguei a almofada no mesmo lugar que estava e uma emoção invadiu meu peito. Sorri de orelha a orelha e caminhei até Jamie.

- Meu.. Deus.. – Sussurrei. Foi a única coisa que consegui dizer assim que passei meus dedos pelos cabelos loiros da pequena garotinha.

- Prazer, essa é a dona Sophie. Uma das mulheres da minha vida. – Falou ele. Levantei meu rosto e olhei para Jamie, havia um brilho no seu olhar. Nunca tinha visto aquele olhar antes. Ele estava em paz. Parecia um garotinho segurando algo precioso. E era mesmo algo muito precioso. Uma vida que ele e sua ex geraram com muito amor.

- Eu.. Eu posso pegar nela? Por favor. – Pedi com um brilho emocionado no olhar.

- Deve. – Falou ele risonho. Ele estava surpreso com a alegria em que recebi Sophie. Ele então ajeitou a pequena menininha e me entregou. Senti medo, mas ao mesmo tempo senti de que estava preparada para aquilo. Parecia até que me tornei mãe naquele segundo. A emoção de segurá-la e protegê-la invadiu meu peito. Sophie quis chorar ao sentir a movimentação, então a ajeitei no meu colo e apoiei seu rostinho junto ao meu pescoço. Depositei um beijo em sua cabecinha e comecei a andar pelo quarto e a balançar, ninando-a. Como ela era adorável e apaixonante.

-Eu estou incrivelmente apaixonada. – Sussurrei. Me virei e encarei Jamie. Ele estava emocionado. Seu sorriso e olhar eram algo que eu queria guardar para sempre em uma caixinha. Tudo era angelical naquele lugar. Parecia que não existia guerras, mortes, batalhas, problemas, tudo de ruim que o mundo pode proporcionar lá fora. Só existia nós e aquele anjinho que roubava tudo de ruim em torno de nós. Ele então se aproximou de mim e Sophie e depositou um beijo em minha testa, nos abraçando logo em seguida.

- Quer ter 30 filhos comigo? – Sussurrou ele com os lábios ainda encostados na minha testa. Sorri com mais vontade.

- Sim. – Sussurrei no seu tom, levantei um pouco meu rosto e seus lábios desceram da minha testa, pelo meu nariz, até encostar nos meus lábios. Jamie sorriu com mais força e depois me beijou com carinho. Ali formamos nossa primeira família. Era apenas eu, Jamie e Sophie.

Nosso beijo foi calmo e doce. Nunca havíamos nos beijado assim antes. Seus lábios molhados e calmos junto aos meus também molhados, mas sedentos de saudade. Sentia falta dos toques e carícias de Jamie, mas naquela hora não podíamos, nossa prioridade maior era Sophie.

- Melhor colocarmos ela no berço. Você precisa comer. – Sussurrou Jamie nos meus lábios sem partir o beijo de imediato.

-Eu não queria soltá-la, mas minha barriga está quase falando. – Sussurrei no mesmo tom que ele. Rimos baixo e afastei meu rosto para olhá-lo.

-Vamos. Logo voltamos para mimar essa bonequinha de pano. – Jamie então se aproximou e beijou a testa de Sophie.

- Esse quarto mesmo? – Perguntei.

- Sim. Esse é o único quarto de bebês na casa.

- De quem é essa casa? – Me afastei de Jamie e caminhei até o berço. Ele então que veio logo atrás de mim, arrumou a colcha e o lençol. Assim que ele terminou, deitei Sophie de bruços, cobrindo-a logo em seguida.

- É de um amigo, mas estou pensando em compra-la. O que acha?

- Bom.. Eu não sei. Você quem quer comprar. – Jamie então revirou os olhos e bufou.

- Sua ignorante, eu pedi sua opinião.

- Desculpa. É que eu realmente não sei o que responder. – Ri baixo.

- Você moraria aqui?

- Eu moraria em qualquer lugar desde que você estivesse comigo. – Levantei o rosto e o encarei. Ele então sorriu de canto e segurou minha mão.

- Vem, vamos então conhecer nossa cozinha. – Meu sorriso aumentou com aquele gesto. Amava quando Jamie tratava nosso caso amoroso nada normal com ‘’nós’’ e ‘’nosso’’. Eu me sentia amada, me sentia dele e ele meu. Então saímos do quarto, deixando Sophie dormindo e caminhamos pelo longo corredor até descer pela sala muito bem decorada em mármore branco e madeira. Jamie tinha bom gosto, eu achava isso incrível. Homens de costume não se preocupavam muito com mobílias e coisas de casa, ele do contrário se importava e preferia harmonia e elegância nas suas coisas.

Ao chegarmos na cozinha, Jamie fez questão de que eu sentasse no banco, encostada ao balcão. Ele e Emily haviam preparado panquecas, estava tudo pronto. Deduzi de que ele havia chegado a um certo tempo.

-Faz tempo que você chegou com Sophie? – Perguntei intrigada.

- Sim. Eu não subi de imediato pois achei que você estava dormindo, já que Emily ficou te esperando acordar.

- Ela não foi com você pegar Sophie? – Deixei essas palavras escapulirem a minha boca. Merda! Meu rosto ficou branco, eu não podia ter falado aquilo. Eu tinha que reaprender a controlar meus pensamentos e boca. Qualquer hora eu ia acabar soltando alguma coisa terrível.

- Não. Não precisou. Como sabia que ela ia comigo? – Perguntou Jamie terminando de ajeitar os últimos detalhes da mesa para começarmos a comer.

-Eu não sabia. Apenas deduzi de que ela iria com você. Enfim.. Tanto faz. Cadê Emily? – Menti, tentando me esquivar das perguntas.

-E te deixar sozinha? Não mesmo. Bom, ela deu uma saída. Mas antes ela me ajudou a preparar essas belezinhas. – Falou Jamie risonho, pegando a frigideira e servindo as panquecas no meu prato.

-Ótimo, pois estou morrendo de fome. – Sorri de canto. E por que diabos ele falou que Emily iria no lugar dele? A cada segundo que passava eu queria ter amnésia e esquecer com facilidade tudo que eu via e ouvia. A cada minuto essa história ficava mais complicada e cheia de perguntas.  Comecei a comer na esperança de engolir não só a comida como também as perguntas que estavam entaladas na minha goela. Jamie logo se serviu e se sentou ao meu lado, me acompanhando.

- Me diga uma coisa. Sophie vai ficar conosco até quando? –Perguntei.

-Eu ainda não sei. Mas é um bom tempo. Digo, um bom tempo mesmo. – Falou Jamie um pouco desconfortável. – Algum problema?

- Já disse que não. Será um prazer te ajudar a cuidar da sua bonequinha. – Olhei para Jamie e mantive meu sorriso de canto. Ele então me encarou rapidamente e logo voltou a comer. Ele estava desconfiado e desconfortável. Eu estava cercando ele. Ao ver os efeitos das minhas perguntas, resolvi me adentrar um pouco mais.

-Mas a mãe dela vai vir ver ela? Ela não vai achar ruim ficar esse ‘’ bom tempo’’ sem ver Sophie? Tudo bem que vocês têm a guarda compartilhada, mas ela é um bebê, precisa mais da mãe. – Jamie então enrijeceu seu punho em volta da faca que ele segurava. Respirei fundo. Agora sim eu tinha tocado em ponto muito fraco dele. O medo invadiu minhas entranhas e assim que me preparei psicologicamente para receber uma resposta ignorante a um murro, ele me respondeu baixo e calmamente.

-A mãe dela não está em condições de cuidar dela. – Engoli um tremendo nó na garganta, largando assim minha comida. Naquele segundo a fome passou. Toquei então as costas de Jamie hesitante e continuei a perguntar.

-Eu sinto muito.. O que que a mãe dela tem? Eu posso ajudar em algo? – Eu realmente estava preocupada com aquilo. Tanto com Tifanny, Sophie e claro, Jamie. O que estava acontecendo de tão grave no meio deles?! Eu realmente me sentia na obrigação de cuidar de todos, até dela. Sim, ela ex do cara que eu amo.

-Nada. E nada. – Falou Jamie ríspido tirando minha mão de suas costas e se levantando do banco. Agora o velho Jamie de antes tinha voltado. Ele então saiu da cozinha sem dizer mais nada. Passei minhas mãos pelo meu rosto. Eu sei que era culpa minha aquela irritação por ter feito tantas perguntas, mas eu precisava de respostas. Estava realmente exausta de esperar por ele, então o jeito era eu agir de modo que ele pudesse me contar as coisas. No caso, perguntar até ele se revoltar e sair de casa.

Passei meu tempo naquela casa arrumando a cozinha e fazendo o leite para Sophie. Até que a própria acordou e corri para seu quarto. Ao chegar lá me deparei com aqueles olhos azuis vivos me encarando em lágrimas. Ela era a cópia fiel do pai. Nem precisava de DNA para provar que ela era realmente sua filha, era só olhar para seus olhos. Peguei ela no colo e limpei suas lágrimas com as pontas dos dedos.

- Hey princesa. Shh. Não precisa chorar Estou aqui. – Sussurrei para ela, começando a caminhar e niná-la pelo quarto. – Sei que não sou muita coisa, mas sim, estou aqui. – Suspirei fundo ao me lembrar de Jamie e de quantas horas ele estava fora de casa após aquele desentendimento. – E enquanto eu estiver aqui, irei protegê-la como minha. Hum? – Beijei a testa de Sophie e ela parou de chorar. Sorri, passei a ponta do meu dedo apontador pela palma da mão da bonequinha de pano e ela me agarrou com força. Comecei então a balançar meu dedo de um lado para o outro, brincando com sua mãozinha.  – Como você é linda, pequena. – Fiz um barulhinho fofo com a boca, arrancando assim um sorriso de Sophie. – E têm os olhos do seu pai. – Nesse segundo ambas de nós ficamos séria e nos encaramos. Parecia que quem estava ali me olhando era Jamie e não ela. Aquilo maltratou meu coração. Onde ele está? Por que não volta logo? Eu não devia mesmo ter me adentrado tanto na vida dele daquele jeito.

A culpa estava prestes a me abraçar de vez quando Jamie falou da porta do quarto. Ele estava a horas parado lá nos observando. Dessa vez ao ouvir sua voz ecoar entre as quatros paredes, eu não me assustei, pelo contrário, eu senti alívio. Finalmente ele estava de volta.

-A mãe dela está com uma doença grave. – Sua voz era baixa e dolorosa. Ele então engoliu um imenso nó na garganta e continuou a falar. – Quando estávamos juntos... Antes da Sophie nascer, ela descobriu que estava muito doente, porém não me contou.. Ela ficou com medo de que eu ficasse com ela por pena. – Agora sim eu entendia o porquê de certas coisas que eu fazia com Jamie o irritavam tanto. Eu lembrava Tifanny. Merda.  – Mas eu nunca tive pena dela. Não. Eu queria cuidar dela. E assim que Sophie nasceu, foi uma alegria imensa, mas também foi na mesma época que ela teve a coragem de me dizer o que realmente estava acontecendo. Sua vida estava completamente devastada, dias contados de vida e eu não podia deixar isso acontecer. Não! – Respirou ele fundo, se alterando, ficando com raiva e rancor nas palavras. – Diariamente ela acordava, seus cabelos caíam e ela chorava, me perguntando se ela iria ficar viva para ver nossa bonequinha de pano crescer. Aquilo era doloroso. É doloroso, por que ainda não acabou, mas eu prometi a ela de que ela ficará bem, de que cuidarei da nossa menininha. – Jamie então entrou no quarto e ao ouvir suas passadas atrás de mim, me virei lentamente e ele pegou Sophie dos meus braços. Ele estava chorando. Era isso o que tanto estava machucando Jamie. – Está prestes a acabar. E eu vou cumprir com o que eu prometi. Ainda seremos uma família. – Ele então saiu do quarto. Eu fiquei totalmente petrificada. Aquela história, aquelas vidas, aquele mundo não era meu. Eu não me encaixava ali. Eu realmente me afoguei nas lágrimas e tristezas daquele homem. Eu estava presa em um jogo do qual eu não sabia se poderia prosseguir ou recuar. Honestamente? Continuar seria imensa loucura. Olha o que ele acabou de dizer: ‘’ Ainda seremos uma família’’. Eu realmente não me encaixava ali. Mas e recuar? Impossível. Não dava mais para voltar atrás. Eu estava apaixonada e aquele cara precisava de mim. Mil perguntas, um sentimento e tudo que eu fiz naquele segundo foi me desabar em lágrimas. Eu também era humana, por mais que eu tentasse me fazer de forte, eu realmente não era. Aquela era a minha hora de chorar sem dó e piedade, pôr pra fora tudo aquilo que estava engasgado. 


Notas Finais


Não tem música nesse capítulo, mas guardem essa música: Equalize- Pitty. Com carinho, por que ela tem tudo a ver com Jamie e sua Cocaine girl. Obrigada pela atenção.
Qualquer dúvida, sugestão, crítica, por favor, fique a vontade.
TWITTER DA FIC: @WYBFIC
TWITTER DA DONA: @_LarissaMonte
Beijos.


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