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História When You Look Me In The Eyes - I Forgive You


Escrita por: mihsswan

Notas do Autor


Olha quem resolveu atualizar no meio da semana... Eu mesma Mih.
Queria dizer que esse capitulo para mim, é especial por alguns aspectos, que esclarecerei melhor nas notas finais.
Apesar da revisão, erros podem aparecer, desculpem. Corrijo depois.

Boa leitura!

Capítulo 38 - I Forgive You


Fanfic / Fanfiction When You Look Me In The Eyes - I Forgive You

Emma percorria os corredores daquele hospital com o coração ao ponto de sair pela boca, suas mãos suavam frio, o medo e o nervosismo, decorrente das palavras incertas que ouvira de Zelena, transbordavam por cada poro de sua pálida pele. Ao receber o telefonema da cunhada, que pelo choro compulsivo denunciava que algo muito grave acontecera, levando em conta que a ruiva só conseguiu dizer frases vagas, e que o entendimento de Emma só absorveu que ela estava em um hospital com Cora e Regina, Swan foi acometida pelo desespero. Precisou ser amparada por Ruby; essa, não deixou a amiga sair sozinha no estado de nervos em que se encontrava.  Em todo o percurso, o coração de Emma se apertava, só em pensar que algo poderia ter acontecido com Regina. Lembrou-se do quanto a morena hesitou em ir ao encontro de Cora, e nesse momento, sentiu-se culpada por não a ter apoiado.

Após serem informadas de que Zelena Mills se encontrava na sala de espera, Emma e Ruby seguiram imediatamente para o local. A mente da loira vagava por milhões de pensamentos, enquanto percorria os corredores que exalavam tristeza; eles pareciam intermináveis, mas na verdade, eles apenas eram maiores que sua impaciência.

Emma congelou quando sua visão alcançou Belle e Zelena abraçadas e a ruiva acometida por um choro exasperado, seus ritmos cardíacos acelerados como nunca antes tinha sentido, Ruby segurou sua mão, em sinal de conforto e sem nada dizer, as duas seguiram caminho. Com passos lentos, como quem sente o medo da verdade e com as constantes lágrimas que contornavam o seu rosto como companheira, Emma se aproximou de Zelena.

– Zelena – Emma balbucia com a voz embargada. A ruiva se desprende da namorada e sem dizer uma palavra se joga nos braços da cunhada.

– Foi horrível, Emma. – Zelena sussurra, elas ficam naquele momento por alguns segundos, até a ruiva quebrar o silêncio. – Foi tudo muito rápido – Zelena disse, recuperando o fôlego, soltando-se de Emma para olhá-la no rosto. – Jones atirou, não deu tempo de...  – Zelena falava frases incompletas devido ao seu estado emocional completamente abalado ao relembrar do que passara.

– Meus Deus! – Ruby levou sua mão à boca. – Que horror!

– Zelena, pelo amor de Deus, me diga o que aconteceu. – Emma suplicava, tão nervosa quanto a cunhada. – Me diga como, e onde está Regina?

– Emma tente se acalmar.  Olha os médicos estão com elas... – Belle tentou argumentar,  mas a loira não deixa a escritora terminar de falar.

– Eu não posso me acalmar, Belle. Não enquanto eu não souber como está a minha namor... – Emma diz em um estado tão desolado quanto o de Zelena,não conseguiam cessar as lágrimas.

– Eu estou aqui, Emma. – A voz de Regina, sufocada pelo pranto, ecoa atrás de Emma e faz a loira virar-se abruptamente para constatar que seus ouvidos não a enganaram.

Era ela, sua Regina, acompanhada de uma enfermeira que a conduzia pelo braço, constatou algumas manchas de sangue em sua camisa, mas não havia indícios de ferimentos. Emma foi tomada de uma emoção sobrenatural, no momento que seus olhos verdes encontraram os castanhos da namorada. A loira sussurrou o nome da namorada, e sem perder tempo, correu em sua direção; sua ação foi rápida e em segundos, seus braços envolviam Regina em um abraço que externava todas as emoções sentidas; era um abraço de alívio, de conforto, todo tormento causado pelo medo do que poderia ter acontecido, se esvaiu de seu coração, e foi imediatamente substituído pelo abrandamento da certeza de que Regina, pelo menos fisicamente, estava bem.

– Meu amor – Emma sussurrava enquanto tinha Regina recostada em seu peito, envolta por seus braços – Eu tive tanto medo de... – Emma não conseguiu completar a frase, sua voz foi cortada pela emoção daquele momento – Graças a Deus, você está intacta.

– Eu estou, mas ela... – Regina soluçava enquanto apertava mais os braços ao redor da cintura de Emma. – Ele a atingiu, Emma.

– Já passou, meu amor. – Emma respira fundo e beija os cabelos de Regina a apertando mais naquele abraço. – Vai ficar tudo bem, eu estou aqui com você.

Ruby observava atentamente e tinha os olhos também tomados pela emoção, respirou fundo em sinal de alívio por se certificar que Regina estava sã e salva. Depois de aproximar-se de Zelena e abraçar a amiga, sentaram-se nas cadeiras daquela fria sala.

– E como está Cora? – Ruby se atreve a perguntar.

– Eu não sei. A levaram para o centro cirúrgico. Ela perdia muito sangue. – Zelena responde, limpando o caminho de lágrimas que manchavam seu rosto. – Meu Deus, Ruby, como isso chegou tão longe? – Zelena indagava meneando a cabeça negativamente. – Ele estava transtornado, eu não entendo o motivo. Quando invadiram, atirou nela, e se não fosse pela rapidez do segurança em acertá-lo primeiro, ele acertaria Regina também. – Zelena explicou rapidamente, antes do pranto lhe acometer novamente.

– Ruiva, pense positivo que tudo vai dar certo. – Ruby segura a destra de Zelena, tentando lhe confortar.

– Sim, amor. Ruby está certa. – Belle aperta a outra mão da namorada – E nós estamos ao lado de vocês.

Zelena acena positivamente com a cabeça, volta sua atenção para Emma e Regina que continuavam na mesma posição, abraçadas. A ruiva levanta-se de seu lugar e se aproxima da irmã e da cunhada.

– Emma. – Zelena a chama, ganhando a atenção da loira – Leve Regina para casa, por favor. – A ruiva solicita.

– Eu não vou sair daqui Zelena – Regina fala, após afastar-se de Emma para fitar a irmã. – Não até ter notícias de Cora. – A morena deixa claro.

– Sis, por favor! Olha o seu estado... Você precisa tomar um banho, tentar descansar. Eu prometo que...

– Zelena, não. – Regina diz, enfática. – Acha que conseguirei descansar depois disso tudo? – Regina fala em um sussurro.

– Zelena eu prometo que assim que tivermos algum diagnóstico de Cora, eu levarei Regina para casa. – Emma desvia o olhar de Zelena para Regina, que não se opõe.

O tempo corria lentamente, a falta de informações, a incerteza do que se passava, tomava a atmosfera completamente. Sentadas naquelas gélidas cadeiras, Regina recostava a cabeça no ombro de Emma. Regina tentava controlar suas emoções, mas sempre que fechava os olhos, a terrível cena de sua mãe sendo atingida por Killian povoava sua mente. Sua mãe caindo e logo em seguida Jones; o momento em que gritou por sua mãe e correu para tentar socorrê-la; o momento em que Zelena se aproximou com o desespero lhe rasgando a alma; o momento em que Cora balbucio uma única palavra, ”perdão”, antes de perder os sentidos, passavam como um filme de terror em replay por sua mente. Apesar de todas as descobertas, daquele trágico dia, Cora era sua mãe, e por mais que ela desprezasse cada atitude que tomou conhecimento sobre Cora, ela não poderia desejar mal a ela; tudo que Regina mais desejava era abrir os olhos e descobrir que tudo aquilo não passou de um pesadelo.

Mais de quatro horas haviam se passado, Belle e Ruby, vez e outra iam em busca de alguma informação, mas a resposta era sempre a mesma: ainda na sala de cirurgia.

Com muito custo, Emma e Belle convenceram as namoradas a comerem alguma coisa; alegando que já estavam tempo demais sem se alimentarem, mesmo a contragosto, de maneira forçada, Regina cedeu à súplica de Emma. Com a espera agoniante, Zelena andava de um lado para o outro. Mais uma hora daquela angústia interminável, e o médico responsável apareceu para falar com a família.

– Parentes de Cora Mills? – O médico questiona e todas se aproximam aflitas.

– Sim, somos nós – Zelena se pronuncia – Como está minha mãe doutor?

– Foi uma cirurgia muito complicada, apesar do projétil não ter atingido nenhum órgão vital, ao extraí-lo nos deparamos com uma hemorragia interna, e começou a nossa luta para controlar.

– Doutor por favor, para de rodeios e vá direto ao ponto. – Regina diz, com o semblante cansado.

– Bem, senhoritas, a notícia boa é que nós conseguimos controlar a hemorragia, porém, a senhora Mills não está fora de perigo; ela precisará de uma transfusão de sangue urgente. Por isso vim solicitar primeiro aos parentes e amigos, já que nosso banco de sangue está em defasagem, precisamos de um doador que seja compatível com a senhora Mills, considerando que seu tipo sanguíneo é A negativo, é necessário que o doador tenha o mesmo tipo sanguíneo da paciente, ou O negativo.

– Meu tipo sanguíneo não é compatível com o de mamãe. – Zelena diz atordoada.

– Mas eu sou – Regina toma a frente da situação. – Nós temos o mesmo tipo sanguíneo. Eu serei a doadora. – Conclui convicta.

– Então, queira me acompanhar, por favor. Precisamos nos certificar de que está tudo certo para que possa ser a doadora. – O médico pediu, mostrando pressa nas palavras.  Sem perda de tempo, Regina o seguiu corredor adentro acompanhada por Emma que em momento algum saiu do lado da namorada.

Após se submeter aos exames necessários e constatar que poderia ser a doadora, Regina foi conduzida à sala apropriada para o procedimento. 

Na sala de coleta, o médico deu as orientações para uma enfermeira, quando se preparava para se retirar, Regina o impediu.

– Doutor... – Regina fita o homem – Não sei se pode me informar, mas eu gostaria de saber o estado de Killian Jones. – Regina indaga, recebendo um olhar surpreso de Emma.

– O homem que veio com vocês? – O médico questiona, e Regina acena positivamente com a cabeça – O estado dele é extremamente delicado, assim como o da sua mãe. A cirurgia não terminou ainda, mas ele está nas mãos de uma ótima equipe, que farão de tudo para salvá-lo. – O médico informa, saindo logo em seguida.

– Emma, eu...  – Regina segura a mão da namorada, que reconhece a tristeza em seu olhar; Emma sabia exatamente o que Regina queria dizer.

– Eu vou ligar para August e ver se ele pode cuidar disso, está bem? – Emma disse, se referindo ao assunto Killian Jones, Regina apenas acenou positivamente.

O procedimento de coleta, durou cerca de quarenta e cinco minutos, nesse meio tempo, Emma fez o que prometeu a Regina; entrou em contato com August; o homem tentaria fazer contatar um irmão, única família de Jones que ele tinha conhecimento.

Demonstrando sinais de fraqueza e exaustão, depois do dia tortuoso, Regina não contrariou quando Emma disse que a levaria para casa. Despediu-se da irmã e da cunhada; Zelena prometeu que qualquer notícia que tivesse ligaria para Regina, mas não sem antes abraçá-la e dizer o quanto se sentia orgulhosa dela.

***

Com o transcorrer dos dias, Regina conseguiu ter uma conversa sincera com Emma e Zelena. Em meio a uma nova sessão de lágrimas e abraços compartilhados, a morena colocou, as pessoas mais importantes de sua vida, a par de tudo que realmente aconteceu naquele quarto de hotel.

Zelena  dividia seu tempo entre as constantes idas ao hospital e o trabalho na construtora. Emma e Ruby seguravam as pontas da Empresa quando uma, ou as duas necessitavam se ausentar. A Mills funcionava normalmente, graças a compreensão e dedicação da equipe que as irmãs Mills formaram; Elsa foi uma grata surpresa para Zelena e Regina; a moça demonstrava uma eficácia ímpar na organização de seu departamento, mostrando em poucos dias a diferença que uma gestão competente pode fazer.

O quadro de Cora era estável, porém, a mulher não havia recuperado a consciência; o que para os médicos era estranho e um tanto preocupante. Certo dia que Zelena foi visitá-la, o médico disse que o quadro poderia se reverter a qualquer momento, mas que Cora poderia ficar assim por semanas, ou  meses.  Em mais um dia de visita, Zelena saiu do quarto da mãe com o coração apertado. Muitas coisas elas haviam passado, e infelizmente não eram coisas boas; no entanto, Zelena era um ser iluminado demais para não desejar o bem para alguém. Seus pensamentos vagavam por todos esses episódios e só foram despertos quando seu corpo se chocou com outro no fim do corredor de saída.

– Oh, me desculpe – O homem falou, logo reconhecendo a ruiva – Zelena!

– August? – Zelena estranhou a presença do homem ali – Você por aqui?

– Eu vim assim que recebi uma ligação de Liam, irmão de Killian, como você sabe, eu o estive auxiliando esses últimos dias. – August explica, com pesar na voz.

– Oh, August – Zelena coloca a mão na boca, já imaginando o que August falaria. – Não me diga que...

– Uma nova cirurgia foi realizada para tentar salvar Jones, mas ele não resistiu; foi a óbito na mesa de cirurgia – O homem comunica deixando, Zelena emudecida por alguns segundos.

– Eu... – A ruiva tropeçava nas palavras – Isso parece tão surreal – respirou fundo, enquanto sacudia a cabeça em sinal de negação – Sabemos como Jones era, e o quanto ele nos prejudicou, mas eu não desejava isso. – Zelena fala, de forma sincera.

– A vida sempre nos presenteia, ou nos cobra por nossos atos, Zelena – August diz, tocando o ombro de Zelena – E ela fez exatamente isso com Jones.

– Eu sinto muito por termos que passar por tudo isso, sinto pelo irmão de Jones, eu não o conheço, mas imagino sua dor.

– Liam sabia o irmão que tinha, e pelo que me disse jamais concordou com seus atos. Ele me parece uma boa pessoa – August deduz – Bem, eu preciso ir, Liam pediu minha ajuda, pois quer levar o corpo de Jones para ficar ao lado da mãe deles. Regina me liberou hoje para que eu pudesse ajudá-lo em tudo. – O homem informa.

– Claro, August. Se precisar de algo, nos comunique. – Zelena diz, prestativa.

– Obrigada, Zelena. – August se despede da ruiva, antes de se encaminhar para seu destino.

August foi de grande ajuda em todo o processo de transferência do corpo de Jones para seu lugar de origem. A tristeza da perda estava estampada na face de Liam. Ele sabia que esse plano de vingança que o irmão arquitetou por tanto tempo, não sairia bem. Também sentia mágoa de Cora e do pai, assim como Killian, mas diferente do irmão, ele acreditava que o universo devolvia para as pessoas tudo aquilo que elas jogavam ao mesmo tempo. E o desfecho desse ciclo de ódio, só provava que sua teoria estava certa.

Depois de dois dias de procedimentos burocráticos, Liam despediu-se de August, agradecendo imensamente sua atenção e portando o corpo de Jones, deixou Nova York com uma certeza: no fim, não houve vencedor; ao contrário, todos perderam de alguma forma.

***

Regina se encontrava de pé, ao lado do leito de Cora. As visitas de Regina para a mãe, costumavam ser rápidas, porém, naquele dia, ela demorou mais do que o de costume. Enquanto observava Cora, sua mente vagava por todo aquele horror, que culminou no atual estado de Cora e na morte de Jones. Ela não podia negar a notícia de que Jones não havia resistido, mexeu com ela; não por Regina sentir qualquer sentimento; bom ou ruim pelo homem, mas por fazê-la enxergar que a vida é feita de uma soma de segundos, e cada um deles, deve ser vivido de maneira inigualável, pois, o segundo seguinte pode não chegar.

Fazia quase três semanas que  Cora ocupava aquela cama de hospital, seu estado se mantinha o mesmo; sem sinal de consciência, porém, com os batimentos normalizados e havia até uma cor em seus lábios. Regina atreveu-se a segurar a mão da mãe. Durante todos esses dias, Regina se limitava a olhar Cora de longe, mas hoje ela deu uma chance; não só para Cora, mas para si. Por mais que desejasse que Cora levantasse daquela cama, que a quisesse ver fisicamente bem, Regina não pôde deixar de sentir rancor por todas as coisas que sua mãe foi capaz de fazer, porém, naquele instante, a morena não estava ali para julgar Cora e sim para falar o que se sentia pronta.

– Sabe, Cora, não foi fácil chegar até aqui. – Regina começa a falar; mesmo certa de que Cora não a ouviria, ela sentia a necessidade de colocar aquilo pra fora. – Eu carreguei uma carga muito pesada de rancor, que se acumulado durante todos esses anos, por sua prioridade ser sempre zelar pelo nome da família, mas ela nunca ser a nossa família. – Regina sente os olhos marejarem – Com o passar dos anos, eu me decepcionava com suas atitudes mesquinhas; no fundo, por você não ser o exemplo de pessoa, de mãe que eu idealizei. E nesses últimos meses, eu a desprezei por seus atos abomináveis; por fim, cheguei a odiá-la pelo que fez à Emma e, sobretudo, ao meu pai.  – Regina deixava as lágrimas caírem livremente – Isso me corroeu de uma maneira que você não pode imaginar. Mas então, eu me dei conta que em todas essas fases da minha vida, o amor cruzou o meu caminho, em diversas formas; Papai, Daniel, Zelena, e Emma. – Regina puxa o ar devagar –  Diante disso, eu entendi que ao cultivar tanto rancor e raiva, eu não estava apenas a punindo, mas também  escurecendo meu coração. – Regina fitou a face adormecida de Cora – Olhando para você, assim desse jeito, eu tenho a convicção que a vida é um instante; um instante valioso demais para ser desperdiçado com sentimentos torpes.  Eu cheguei à conclusão  de que não posso desfazer tudo que você fez, mas eu posso tirar esse peso daqui de dentro; eu posso perdoá-la. – Regina sentia o ar lhe faltar, mediante ao choro copioso  – Demorou um bom tempo, mas hoje, posso dizer de todo o meu coração: eu perdoo você, mãe. E espero que, assim como eu fui capaz, você possa encontrar a paz. – Enquanto tentava controlar suas emoções, seca  as lágrimas que banhavam seu rosto.

Regina foi sincera em cada palavra que dedicou à Cora; ela poderia dizer que jamais se sentiria assim novamente? Definitivamente não, mas naquele momento, ao sair daquele quarto, Regina sentia-se vazia de qualquer vestígio de emoção  danosa, que ainda poderia nutrir em seu interior, pela mulher que lhe dera a vida.

***

Mais alguns dias se passaram e as coisas pareciam entrar no eixo; Regina e Zelena voltavam aos poucos à normalidade de suas rotinas; tanto pessoal, quanto na empresa. Cora ainda se mantinha no mesmo estado no hospital. A situação afligia as irmãs Mills? Claro que sim, porém, a vida seguia dia após dia, e ficar parada não era uma opção.

Regina e Emma tinham projetos que se atrasaram, mas os clientes entenderam a situação. Visando que  a Mills não admitia atrasos em seus compromissos, passados os dias de angústia, elas resolveram ficar depois do expediente.

Em uma dessas noites de expediente estendido, Emma, sentada de frente para Regina, apreciava atentamente cada movimento da namorada, que parecia compenetrada no que fazia. Swan sentia que, mesmo no meio daquele caos do último mês, a morena carregava uma leveza nunca antes contemplada pela loira. Regina se mostrara tão altruísta, tão forte e sensível. Emma esboçou um sorriso em admiração à mulher formidável diante de seus olhos.

– Emma? – Regina a chamou, desanuviando os pensamentos de Swan. – Posso saber em que seus pensamentos flutuam? – Regina questiona, tirando os óculos de seu rosto.

– Em você. – Emma confessa, deixando a namorada surpresa. – No quão admirável você é, na mulher forte e corajosa que eu vejo agora diante dos meus olhos, no ser humano ímpar que eu tenho orgulho de ter como namorada.

– Emma... – Regina se emociona com as belas palavras gentis que vinham de Emma, alcançou a mão da loira e entrelaçou seus dedos – Essa mulher que você vê aqui, só se mantém firme por ter você ao lado Emma; – Regina olha para suas mãos ligada à de Emma e a aperta – Você tem sido meu alicerce, minha força.

– Regina, ainda que as coisas estejam da maneira que ... – Emma tenta falar, mas suas frases são interceptadas pelo som do telefone de Regina.

A morena desviou seu foco de Emma pra pegar o aparelho sobre a mesa; verifica que se trata de uma chamada de Zelena; seu coração dá um leve descompasso ao lembrar que Zelena havia dito que passaria no hospital para saber de Cora, sem mais se demorar a engenheira desbloqueou a tela do celular.

– Zelena? Está tudo bem? – Regina indagou ao atender o telefonema da irmã.

Regina, venha imediatamente ao hospital.– Zelena falou do outro lado da linha.

– Mas por quê? – Regina demonstrava certo nervosismo na voz – o que aconteceu? – Regina questionou, enquanto era observada atentamente por Emma.

Sis, por favor, não faça perguntas, apenas venha para cá. É urgente. – A imposição de Zelena, fez o coração de Regina descompassar.

– Estou indo, mas... – Antes que Regina possa completar a frase, percebe que Zelena havia desligado.

– Meu amor? O que aconteceu? – Emma questionou preocupada.

– Eu não sei. Zelena quer que eu vá ao hospital agora. – Regina avisa, estendendo sua preocupação à Emma.

Sem perder tempo, seguiram para o estacionamento da Mills e pegaram o carro de Regina; Levando em conta o nervosismo de Regina, a loira foi dirigindo. Cerca de quinze minutos depois, as duas ultrapassaram as portas do hospital em passos largos e respiração afoita. Se identificaram na recepção e sem muita demora foram liberadas.

Paradas de frente para o quarto em que Cora estava, Regina fitou os olhos de Emma, que lhe deu incentivo para prosseguir; a morena abriu a porta e entrou.

– Zelena o que... – Os passos de Regina travaram, depois que ela adentrou o ambiente, seguida por Emma.

– Regina, eu estava esperando você. – A mulher sobre a cama lhe fitava calmamente.

Regina continuava imóvel, nenhuma palavra saiu de sua garganta, sua mente ainda não havia absorvido o que seus olhos lhe mostravam: Cora havia despertado.  


Notas Finais


Primeiramente, eu gostaria de falar da importância de se doar sangue; uma doação pode salvar até quatro vidas. Então, sempre que você puder, faça sua parte, seja um salvadora/ salvador. O mundo e quem precisa agradecem.

Segundo, a cena de Regina com Cora, foi um desafio para mim; simplesmente por saber o quão difícil é chegar à plenitude de perdoar quem nos feriu, mas a verdade, é só nos sentimos livres, quando nos dissipamos de tais sentimentos; Regina tirou esse peso de seu coração automaticamente ao perdoar a mãe. Ela escolheu o amor ao ressentimento. Talvez Cora não seja merecedora, mas com certeza, nossa tortinha de maçã merece a viver em paz. Já dizia a frase feita: O perdão não é fácil, mas é necessário.

No próximo, teremos uma pequena passagem de tempo, e surpresas para esses dois - ou três - últimos capítulos.
Espero que tenham gostado. Beijos!!!


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